21 outubro 2008
Porto Alegre/RS : Eleições 2008
'SILÊNCIO' DA MÍDIA CORPORATIVA FAVORECE FOGAÇA
Saiu no blog RS Urgente: O prefeito José Fogaça(PMDB) está feliz da vida com o fato de que a onda de escândalos e denúncias envolvendo o governo Yeda Crusius (PSDB) não “contaminou” a campanha eleitoral em Porto Alegre. Afinal de contas, em todos estes episódios estiveram envolvidos políticos e partidos que integram a coalizão de forças que sustenta Fogaça na prefeitura. Se essa relação fosse um tema freqüente na mídia e no debate político, a campanha poderia ser muito mais complicada para o atual prefeito. O capítulo mais recente dessa história de silêncio foi a declaração de apoio da governadora ao prefeito, assunto tratado com muita discrição na imprensa. E com maior discrição ainda na propaganda de Fogaça, onde a governadora é uma ilustre ausente. Cabe lembrar alguns dos episódios recentes envolvendo o governo Yeda e os respectivos partidos envolvidos:
- As polêmicas quedas dos secretários Ênio Bacci (Segurança, PDT), Nelson Proença (Sedai, PPS), Cézar Busatto (Casa Civil, PPS), Delson Martini (Secretaria Geral, PSDB).
- A fraude do Detran, envolvendo políticos aliados de Yeda e Fogaça.
- As gravações do vice-governador Paulo Feijó (DEM) com o e então chefe da Casa Civil, Cézar Busatto (PPS).
-O flagrante do choppinho de Lair Ferst com o então secretário do Planejamento, Ariosto Culau (PSDB).
- As conversas entre José Otávio Germano (PP), Antônio Dorneu Maciel (PTB) e Flávio Vaz Netto (PP), entre outros, no escândalo do Detran.
- A criação do gabinete da crise (que acabou antes da crise).
- As investigações sobre a compra da casa da governadora Yeda.
- As investigações sobre a evolução patrimonial do ex-chefe da Casa Civil, ex-secretário de Desenvolvimento e Assuntos Internacionais e ex-coordenador da campanha de José Fogaça, Luiz Fernando Záchia (PMDB).
- Os desvios na área da Cultura (LIC) e a gestão medíocre de Mônica Leal (PP).
- Os desmandos do truculento coronel Paulo Mendes.
- A queda de Mercedes Rodrigues (ex-procuradora do município de Porto Alegre na gestão Fogaça) do gabinete da Transparência que saiu por falta de interesse do governo em implantar práticas de gestão transparente.
Todos esses assuntos passaram longe da campanha eleitoral e, se as últimas pesquisas estiverem corretas, a maioria da população de Porto Alegre poderá estar votando justamente nos partidos envolvidos nestes episódios. Essa relação passou longe também das análises das principais colunas políticas da imprensa gaúcha. O silêncio veio acompanhado de uma interdição. Antes de iniciar a campanha, a direção da RBS enviou correspondência aos partidos proibindo expressamente a utilização, na propaganda eleitoral, de recortes de jornais, de imagens de televisão e de áudios de veículos pertencentes ao grupo. Com isso, uma parte expressiva de documentos e registros relacionadas à CPI do Detran, por exemplo, ficaram na gaveta. Comportamento bem distinto foi adotado pela imprensa gaúcha nas eleições estaduais de 2006, quando as manchetes relacionadas ao mensalão freqüentaram assiduamente a campanha eleitoral. Fogaça e Yeda agradecem a gentileza.
* Fonte: Blog http://www.rsurgente.net/
Nenhum comentário:
Postar um comentário