11 fevereiro 2009
Coluna
Crítica & Autocrítica - nº 50
* Fato digno de registro e saudação foi a posse, ocorrida no último dia 31, do deputado petista Ivar Pavan no comando da Assembléia Legislativa gaúcha . Sem dúvida a ascensão do Partido dos Trabalhadores ao comando do parlamento gaúcho é um marco histórico que resgata uma lacuna injusta que ameaçava se eternizar - a exclusão sectária e inaceitável do PT, a maior bancada, por várias legislaturas, da presidência da AL.
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* Ivar Pavan foi eleito deputado estadual pela primeira vez em 1990; está, portanto no seu quarto mandato. Nesse período, ocupou a liderança de bancada e de partido por oito anos e a liderança do Governo Olívio Dutra durante três anos. Agricultor familiar, nascido em Aratiba, construiu sua história ao lado da organização dos movimentos sociais, assim como na construção do Partido dos Trabalhadores.
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* Outro parlamentar que assumiu um importante cargo, desta vez na vice-presidência da Câmara de Vereadores de Porto Alegre, foi o meu amigo e companheiro Adeli Sell, combativo e lúcido vereador petista da capital dos gaúchos. A propósito, tive o prazer de conversar longamente com o Adeli, semana passada, durante almoço no restaurante Mamma Júlia, altos do Mercado Público Municipal (o cardápio foi uma excelente tainha ao molho de camarões), oportunidade em que colocamos em dia os assuntos, principalmente relacionados à esfera política e ao PT, aliás, como não poderia deixar de ser.
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* A sensibilidade a toda prova do presidente Lula ficou registrada de forma indelével durante o enterro do deputado Adão Pretto. Lula, emocionado, assim pronunciou-se: “O homem não vale pela quantidade de discursos que ele faz. O homem não vale pela quantidade de anos que ele viveu. Nós, seres humanos, valemos pela qualidade de vida, pelos compromissos e pelas lutas que fizemos em vida (...) Se tem uma família que conquistou o direito de andar de cabeça erguida neste país, de ter orgulho de cada minuto que este homem viveu, é a família de Adão Pretto"
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* Em minha coluna, na última edição do Jornal Correio Regional, voltei a abordar a delicada situação vivenciada pelo PT santiaguense, em especial no último período, procurando dar minha modesta contribuição para que o partido realize um balanço sério e, ao mesmo tempo, também faça uma autocrítica de sua atuação nos últimos anos. (...) Afinal, o PT (tanto local quanto nacionalmente) ainda não esgotou, creio eu, todas as suas possibilidades como partido de esquerda e existem muitos quadros bons e qualificados em Santiago e região. Havendo disposição, garra, vontade e clareza política, ainda há tempo para isso.
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* Aliás, neste 10 de fevereiro, o Partido dos Trabalhadores está comemorando 29 anos de gloriosa existência. Apesar dos problemas (que não são poucos), dos desafios que temos pela frente para ‘recolocá-lo nos trilhos’, temos muito sim o que comemorar. Parabéns à nossa (ainda) brava militância!
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* A coluna denunciou, com veemência, no final do ano passado, uma série de abusos e injustiças verificadas durante (e após) uma megaoperação policial realizada em Santiago, que supostamente objetivava combater o tráfico de drogas. Parte da mídia local deu especial ênfase a operação que teria prendido uma grande quadrilha de malfeitores. Rendeu até manchete de capa e espaço privilegiado nos demais meios de comunicação de massa, incluindo rádios e TV.
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* Pirotecnia pura. Na verdade, ‘a montanha havia parido um camundongo’, como já denunciávamos.
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* É inegável que houve excesso policial no cumprimento do Mandado de Busca e Apreensão. Houve também tremendo constrangimento e injustiça. A presunção de inocência foi totalmente desconsiderada. Os acusados, pessoas pobres e humildes, sempre negaram o envolvimento com o tráfico de drogas que lhes foi imputado. No entanto, estão já há quase dois meses presos. A defesa requereu a concessão da liberdade provisória, pedindo que os mesmos respondam o processo em liberdade, exercendo suas atividades laboriais, retornando ao seio da família, bem como para poderem exercer sua ampla defesa, como faculta a Constituição brasileira.
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* Mas aos poucos, pelo visto, a Verdade e a Justiça vão se restabelecendo. Desde a semana passada uma das pessoas presas, uma dona-de-casa humilde e mãe de família, felizmente já não está mais no presídio municipal. Foi solta a pedido da promotoria, que entendeu inexistirem provas sobre o crime de que a mesma estava sendo acusada.
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* Espera-se agora que os demais presos tenham o mesmo tratamento dispensado a senhora A. M. S. G. e sejam também agraciados com a liberdade provisória, uma vez que, como muito bem colocam os advogados de defesa, inexistem motivos para continuarem presos: são todos primários, não oferecem risco a ordem pública, não há qualquer indício nos autos de que os mesmos possam fugir e abandonar seus familiares, nem para furtar-se da aplicação da lei penal; portanto, nada há que justifique a prisão cautelar dos mesmos. O pedido de liberdade provisória, aliás, segundo averiguou o titular da coluna, já está com o Exmº Sr. Juiz da Vara Criminal de Santiago.
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* “Prefeitura na Rua” é o nome de uma importante e democrática inovação na forma de interagir com a comunidade, trazida pela nova Administração da cidade de Canoas. Neste sábado o evento ocorreu, pela 2ª vez, no Bairro Rio Branco, e estendeu-se durante toda a manhã, encerrando-se no início da tarde. Presentes o prefeito Jairo Jorge e todo o seu secretariado, que realizaram audiências públicas ao ar livre, recebendo as demandas da população (que compareceu em grande número) e fazendo os devidos encaminhamentos.
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* Dois registros finais: absurda e injustificável a agressão sofrida pela equipe do Jornal Expresso Ilustrado em Jaguari. Nada justifica a violência. Quem acha que está sendo injustiçado, seja qual for o motivo, deve buscar os canais devidos - no caso, a Justiça – e nunca procurar fazê-la pelas próprias mãos. Lamentável.
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* O outro registro é em relação a mais nova polêmica ora travada em Santiago, relativa à mudança - ou não - do Foro. Eu entendo que o mesmo deve continuar no centro da cidade, facilitando o acesso e a vida de quem é carente e precisa de Justiça. Mas, é claro, respeito posições divergentes. Só lastimo a perda do controle que, parece, está ocorrendo por parte de alguns debatedores. A baixaria, sempre, e em qualquer situação, não ajuda, não constrói: é um ‘gol contra’, na verdade. Até mais ver! (Por Júlio Garcia, especial para o blog ‘O Boqueirão’)
**Crítica & Autocrítica: coluna que mantenho
(i)regularmente no Blog 'O Boqueirão' http://oboqueirao.zip.net
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