16 março 2009
À deriva...
Crítica & Autocrítica – nº 53
* Depois de duas tentativas frustradas, a base governista da governadora Yeda Crusius na AL conseguiu manter o veto ao projeto de lei que abonava os dias parados por professores e policiais em função de reivindicações salariais em 2008. Segundo o líder da bancada do PT, deputado Elvino Bohn Gass “a governadora decretou a pena de morte dos trabalhadores e transformou deputados de sua própria base em carrascos. Ao apertar o botão pela manutenção do veto, estes parlamentares mexeram nos míseros contracheques de professores e policiais. Será que o governo Yeda merece todo este sacrifício?”
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* Por falar na governadora Yeda Crusius (PSDB), a onda de escândalos no seu governo parece não ter fim. Fomos surpreendidos com mais uma gravíssima denúncia, realizada agora pelo ex-ouvidor da Secretaria de Segurança Pública do Rio Grande do Sul, advogado Adão Paiani, filiado ao PSDB, sobre o uso ilegal do sistema Guardião, que estaria sendo a utilizado pela secretaria de Segurança do RS para realizar escutas telefônicas autorizadas judicialmente, mas que estariam servindo para pressionar e chantagear políticos no Estado.
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* Não é exagero: tudo indica que o governo Yeda está muito próximo da fase terminal. O descontrole é total, a começar pela governadora, em ações e declarações - em todos os sentidos. Seu (des)governo sangra dia-a-dia, cada vez com maior intensidade. É já quase um ‘zumbi’ político, apesar da blindagem da ‘mídia amiga’. Um barco à deriva...
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* Mas, para essa nova denúncia de arapongagem via grampos telefônicos (denúncia essa que não saiu da ‘oposição, mas de um membro do governo tucano e correligionário seu), certamente a revista Veja não dará capa, assim como também a Rede Globo não dará maior destaque. Mídia atenta e imparcial é isso aí... A propósito, onde andam mesmo aqueles que acusam o governo federal de ‘policialesco'? Onde estão aqueles que acusam ensandecidamente a Polícia Federal e querem a cabeça do delegado Protógenes? E os nossos sempre atentos blogueiros terrunhos, onde andam, mesmo?
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* Foi também, no mínimo, muito frágil e estranho o posicionamento da direção da OAB gaúcha em relação às denúncias do ex-procurador. Se a moda pega...
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* O tesoureiro nacional do PT, companheiro Paulo Ferreira, foi homenageado por ocasião do transcurso de seu aniversário, na semana passada, com uma grande festa realizada no Sava Clube (beira do Guaíba), no bairro Ipanema, em Porto Alegre. Presentes muitos amigos, familiares e correligionários políticos, vereadores, deputados. Este colunista foi convidado e também esteve lá para cumprimentar o companheiro Ferreira que, para quem não sabe, é também conterrâneo santiaguense.
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* Mas, sem dúvida, todos os holofotes estavam voltados para um convidado especial: o ex-ministro José Dirceu, que fazia alguns anos não visitava o Rio Grande do Sul. (...) Indagado sobre seu futuro político, Zé Dirceu falou: "Não estou preparando meu retorno (ao Congresso). Quero que o Supremo Federal me julgue. Já fui absolvido na primeira instância e em todos os inquéritos fui inocentado. Espero ser julgado até 2011. Depois disso, vou pleitear anistia na Câmara e no Senado". (...)
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* A decisão tomada na semana passada pelo Comitê de Política Monetária do Banco Central (Copom), de baixar em 1,5 ponto percentual a taxa Selic foi saudada pelo líder do Governo na Câmara, deputado Henrique Fontana (PT-RS), que a considerou "muito boa": "É importante lembrar que o Brasil, diante da crise financeira global, tem opções como essa de reduzir os juros para alavancar a economia".
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* Fontana ressaltou que a crise que atinge a economia de todo o planeta é resultante de "uma grande irresponsabilidade daqueles que comandam o centro das finanças". O deputado petista observou que o governo brasileiro está conseguindo manter investimentos, aumentar o salário mínimo, reduzir os juros e manter suas reservas internacionais.
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*A taxa Selic, agora, é de 11,25% ao ano.
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* Concordo no geral com as palavras do deputado Henrique Fontana, mas com uma ressalva: a exemplo do que pensam vários economistas e analistas brasileiros, assim como também a CUT e outros setores do movimento sindical, a baixa da taxa Selic poderia – e deveria - ter sido maior, acima de dois pontos, haja vista a necessidade de realavancar a economia nacional para que os efeitos perversos de mais essa crise capitalista seja o menos danoso possível para o Brasil, que não foi responsável por ela. Sobretudo, para evitar o desemprego, sempre a maior ameaça que paira sobre as cabeças do povo trabalhador.
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* Lamentavelmente o maior empecilho para que a taxa Selic seja reduzida substancialmente é o excesso de conservadorismo da direção do Banco Central, a partir das ações (ou da falta delas) de seu presidente, o tucano Henrique Meirelles, que navega na contramão da tendência dos bancos centrais mundiais e parece ser na verdade, o principal ‘inimigo na trincheira’ na guerra que a equipe econômica do governo Lula deflagra contra a crise que nos ameaça. (Por Júlio Garcia, especial para ‘O Boqueirão’)
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**Crítica & Autocrítica: coluna que mantenho
(i)regularmente no Blog 'O Boqueirão' http://oboqueirao.zip.net
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