10 outubro 2009
Che: 2 Poemas
Canto a Fidel
Vamos, ardoso profeta da alvorada,
por caminhos longínquos e desconhecidos,
liberar o grande caimão verde* que você tanto ama...
Quando soar o primeiro tiro
e na virginal surpresa toda selva despertar,
lá, ao seu lado, seremos combatentes
você nos terá.
Quando sua voz proclamar para os quatro ventos
reforma agrária, justiça, pão e liberdade,
lá, ao seu lado, com sotaque idêntico,
você nos terá.
E quando o final da batalha
para a operação de limpeza contra o tirano chegar,
lá, ao seu lado, prontos para a última batalha,
você nos terá...
E se o nosso caminho for bloqueado pelo ferro,
pedimos uma mortalha de lágrimas cubanas
para cobrir nossos ossos guerrilheiros
no trânsito para a história da América.
Nada mais.
Ernesto "Che" Guevara
(Poema escrito pouco tempo antes de embarcarem (no México) no iate Granma, rumo à Cuba, para desencadearem a Revolução).
* Caimão verde era o nome alegórico atribuído à ilha de Cuba.
***
Contra o Vento e as Marés
Este poema (contra o vento e as marés) levará minha assinatura.
Deixo-lhes seis sílabas sonoras,
um olhar que sempre traz (como um passarinho ferido) ternura,
Um anseio de profundas águas mornas,
um gabinete escuro em que a única luz são esses versos meus,
um dedal muito usado para suas noites de enfado,
um retrato de nossos filhos.
A mais linda bala desta pistola que sempre me acompanha,
a memória indelével (sempre latente e profunda) das crianças
que, um dia, você e eu concebemos,
e o pedaço de vida que resta em mim.
Isso eu dou (convicto e feliz) à revolução
Nada que nos pode unir terá força maior.
Ernesto "Che" Guevara
(Poema dedicado à Aleida, sua esposa)
Que energia criadora ! Que esbanjar de querer profundo. Procuro e não encontro por ai esse amor ilimitado.
ResponderExcluirÉ... sem vocês eu prosseguiria alienada...
Abrs!