20 outubro 2009

Governistas votam pelo arquivamento do impeachment de Yeda

















RS: Apesar das evidências da participação de Yeda em fraudes, maioria arquiva processo

Porto Alegre/RS - Por 30 votos a 17, a Assembleia Legislativa rejeitou o pedido de impeachment da governadora Yeda Crusius, apresentado pelo Fórum dos Servidores. Os votos necessários para arquivar o processo foram assegurados pelo PMDB, PSDB, PTB, PP, PPS e PRB. As bancadas do PT, PCdoB, PSB e DEM votaram pela continuidade do processo. E o PDT votou dividido: dos cinco integrantes presentes, dois votaram pelo arquivamento.

A oposição apresentou voto em separado (espécie de relatório paralelo), defendendo a continuidade do processo. A justificativa é de que “por ação ou omissão em atos de corrupção e omissão diante da prática de diversos atos ilegais de seus subordinados, a governadora adotou uma conduta incompatível com a dignidade, honra e decoro do cargo, o que constitui crime de responsabilidade”. “As evidências mostram que a governadora sabia, participou, intermediou ou se beneficiou das fraudes. Infelizmente, a base governista aprovou um relatório para absolvê-la sem qualquer investigação”, avaliou o líder da bancada do PT na Assembleia Legislativa, Elvino Bohn Gass.

Nenhum dos 30 deputados da base de apoio da governadora defendeu o relatório que conclui pelo arquivamento do impeachment. Até mesmo a autora do parecer, deputada Zilá Breitenbach (PSDB), permaneceu calada durante toda a sessão. “Talvez a base aliada tenha entendido o recado dado pela governadora de que ela não iria cair sozinha”, observou o líder petista.

Para o deputado Raul Pont (PT), o relatório ignora todas as evidências de participação da governadora nas fraudes. Ele citou uma série de telefonemas, interceptados pela Polícia Federal, que demonstram que a governadora tinha conhecimento da fraude no Detran. O parlamentar referiu-se também a depoimentos e ligações telefônicas em que agentes políticos referem-se a Yeda Crusius como a pessoa que dava a palavra final sobre questões relativas ao esquema montado para fraudar a autarquia.

O deputado Adão Villaverde (PT) considera que deputada do PSDB atuou como advogada de defesa de Yeda e não como relatora imparcial. Villaverde declarou que “o Legislativo não deve condenar ninguém sem provas, mas também não pode deixar de investigar acusações que são de grande dimensão financeira e inaceitáveis do ponto de vista da gestão pública”.

Dinheiro por cargos

Munida da reportagem publicada pela revista Isto É sobre participação do deputado federal José Otávio Germano (PP) na campanha do PSDB ao Piratini, a presidenta da CPI da Corrupção, Stela Farias (PT), afirmou que está claro que houve um grande acordo envolvendo captação de dinheiro em troca do direito do deputado do PP continuar mantendo ingerência sobre o Detran, de onde foram subtraídos mais de R$ 44 milhões. “Lamentavelmente, na mesma semana em que a denúncia foi publicada, a base governista rejeitou o convite para que José Otávio Germano compareça à CPI e arquivou o pedido de impeachment. A lição que o parlamento passa a sociedade é a de leniência para investigar e celeridade para arquivar”, apontou.

O deputado Ronaldo Zulke (PT) considera que a discussão sobre a responsabilidade da governadora nas fraudes continua na CPI da Corrupção. “Engana-se quem pensa que o caso está encerrado. A discussão continua na CPI e o derradeiro julgamento será feito pela população. Mais importante do que o resultado desta votação será a avaliação que o povo gaúcho irá fazer da conduta de seus representantes”, afirmou.

Para a deputada Marisa Formolo (PT), os deputados que votaram a favor do relatório estão reproduzindo a forma de atuação do governo do Estado. “Há aqui uma reprodução da relação promíscua entre o público e o privada, que a governadora estabeleceu no seu governo. Os deputados não tiveram coragem de continuar a investigação porque não querem que a população tome conhecimento dos atos de corrupção deste governo”, finalizou.

Veja a seguir como votaram os deputados gaúchos:

*Contra o arquivamento

PT
Adão Villaverde, Daniel Bordignon, Dionilso Marcon, Elvino Bohn Gass, Fabiano Pereira, Marisa Formolo, Raul Pont, Ronaldo Zulke, Stela Farias

PDT
Gerson Burmann, Gilmar Sossella, Paulo Azeredo
PCdoB
Raul Carrion

PSB
Heitor Schuch, Miki Breier

DEM
Paulo Borges, Marquinho Lang

*Votaram pelo arquivamento do impeachment

PMDB
Alberto Oliveira, Alceu Moreira, Álvaro Boessio, Edson Brum, Gilberto Capoani, Sandro Boka

PP
Adolfo Brito, Francisco Áppio, Frederico Antunes, Jerônimo Goergen, João Fischer, Marco Peixoto, Pedro Westphalen, Silvana Covatti

PSDB
Adilson Troca, Coffy Rodrigues, Jorge Gobbi, Mauro Sparta, Nelson Marchezan Júnior, Paulo Brum, Pedro Pereira, Zilá Breitenbach

PDT
Giovani Cherini, Kalil Sehbe

PTB
Abílio dos Santos, Aloísio Classmann, Iradir Pietroski, Luís Augusto Lara

PPS
Luciano Azevedo

PRB
Carlos Gomes

*Matéria assinada pela jornalista Orga Arnt, do Portal PTSul

**Edição e grifos deste blog

2 comentários:

  1. Júlio,
    Sempre atualizado teu blog.
    Parabéns.
    Vamos divulgar em nosso boletim.
    Adeli Sell
    Vereador

    ResponderExcluir
  2. Júlio,
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