18 julho 2010

Senador Paulo Paim e a Mídia Livre












Senador Paim busca diálogo com blogueiros e jornais de bairro

Alexandre Haubrich escreve:

Não é possível afirmar com precisão a data em que uma revolução começa, muito menos prever-lhe o termo. Pode perfeitamente a camada dirigente nem sequer ter consciência de que está travando uma batalha revolucionária, ainda quando emprega meios repressivos que na aparência servem de sustentação rotineira a um poder estabelecido e presumidamente consolidado. No entanto, a revolução já está acesa, minando-lhe as bases de apoio e preparando com lentidão um colapso irremediável.

O trecho acima, selecionado do livro Ciência Política, de Paulo Bonavides, é um entendimento brilhante sobre a natureza das revoluções – de qualquer tipo de revolução. Pode ser que estejamos, então, vivendo o acender de algum movimento revolucionário? Pode.

Sem que a imensa maioria da sociedade perceba, sem que a maioria dos políticos e dos jornalistas perceba, uma nova visão sobre a mídia começa a ganhar força. Nesta segunda-feira, o senador gaúcho Paulo Paim (PT) foi mais um a reconhecer a importância da mídia independente. Recebeu, em seu escritório, blogueiros e representantes de pequenos jornais de Porto Alegre. Entre os presentes, o Jornalismo B. Paim apresentou seu trabalho como senador e suas propostas para um possível novo mandato (é candidato à reeleição). A lamentar apenas que a maioria dos presentes era ligada ao PT. Com mais pluralidade, as questões poderiam ser mais aprofundadas. Falha de quem não apareceu.

Questionei Paim sobre a ideia de controle social da mídia, e ele se disse completamente a favor, mas explicou: “preciso que vocês me subsidiem, precisamos de diálogo para formular essas propostas, para que eu possa levar essa discussão ao Congresso”. Ponto para uma nova mídia. Mas o principal ganho a partir do que aconteceu hoje à tarde é o entendimento de que a preocupação de alguns políticos com a discussão da mídia é crescente. Os que não tiverem esse assunto como pauta poderão começar a ficar para trás.

O diálogo com a imprensa independente e a busca por um modelo de mídia democrático é elemento necessário para os atores sociais e políticos que realmente buscam uma sociedade diferente. Os atores sociais que lutam por mudanças precisam incluir na sua luta a defesa de um outro modelo de comunicação, e precisam, para isso, fortalecer e dialogar com a mídia alternativa, não-hegemônica.

Fonte: Jornalismo B - http://jornalismob.wordpress.com/

Foto: Tatiana Felders (Asscom) - Edição deste blog

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