12 fevereiro 2011

FSM 2011



FSM no Senegal termina afirmando importância geopolítica da África

'Horas depois da queda do ditador egípcio, cerimônia de encerramento do Fórum é marcada por discursos em defesa das lutas em curso no continente africano como parte essencial do movimento anticapitalista e antiimperialista.'
 
Por Bia Barbosa*

Dacar, Senegal – Foi tudo muito simbólico. O Fórum Social Mundial 2011 começou celebrando a vitória do povo tunisiano em derrubar o ditador Ben-Ali e terminou, nesta sexta (11), horas depois da queda do presidente egípcio Hosni Mubarak.

A feliz coincidência de datas foi mais um elemento para afirmar, como desejavam os movimentos sociais africanos que vieram ao Fórum, o lugar do continente na luta anticapitalista e antiimperialista e na construção de uma nova geopolítica internacional.

“A revolução do Egito é uma revolução antiimperialista. Temos o orgulho de dizer que Mubarak caiu, mas esta é apenas uma parte da nossa batalha. Derrubar o sistema capitalista é nossa luta”, disse o egípcio Mamdouh Habashi, do Centro Árabe-Africano de Pesquisa.

“Por isso, pedimos que todas as forças progressistas revejam suas prioridades. Todos tem que estar ao lado da revolução do Egito para que ela atinja seus objetivos. O povo egípcio está conseguindo abrir uma grande brecha no muro do imperialismo”, destacou Habashi.

“Um dos objetivos deste Fórum era permitir que a África falasse de seus desafios de forma independente e forte. E o que aconteceu na Tunísia e no Egito, países africanos, foi uma excelente coincidência”, acrescentou o senegalês Demba Moussa Dembele, membro do comitê de organização local do Fórum.

Dembele disse esperar “que no futuro outras revoluções aconteçam junto com o Fórum, porque nosso objetivo é livrar os povos de todos essas ditaduras”. O senegalês ressaltou que “o sistema é o mesmo, capitalista, depredador, criminoso. E o povo, qualquer que seja a região do planeta, é vitima do despotismo do sistema capitalista”.

A grande maioria dos países africanos esteve representada nesta edição do FSM em Dacar, cada um apresentando seus programas e suas prioridades de luta. Organizados em torno do Fórum Social Africano, os movimentos sociais do continente esperam agora fortalecer ainda mais suas alianças e convergências. (...)

-Leia a matéria, na íntegra (originalmente postada na Carta Maior*), Clicando Aqui

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