23 abril 2011

Cuba


Baía dos Porcos e o caráter socialista da Revolução Cubana

"Companheiros operários e camponeses: esta é a revolução socialista e democrática dos humildes, com os humildes e para os humildes". Fidel Castro

Por Atílio Boron*

Na madrugada de 15 de abril de 1961, aviões de combate camuflados como se fossem cubanos bombardearam os principais aeroportos militares de Cuba. As agências de notícias do império confirmavam que havia ocorrido um levante da força aérea "de Castro" e o embaixador dos Estados Unidos na ONU, Adlai Stevenson – expressão da ala mais "progressista" do Partido Democrata, menos mal! – tratou que o Conselho de Segurança desse organismo emitisse resolução autorizando a intervenção dos EUA para "normalizar" a situação na ilha. Não teve respaldo, mas o plano já estava em marcha.

Aquele bombardeio foi a senha para que uma brigada mercenária, que com absoluto descaro a CIA e o Pentágono vinham preparando durante mais de um ano, desembarcou na Baía dos Porcos, com o declarado propósito de precipitar o que em nossos dias os melífluos porta-vozes dos interesses imperiais denominariam eufemisticamente como "mudança de regime". Em março de 1960 – transcorrido apenas um ano do triunfo da Revolução Cubana – o presidente Eisenhower tinha firmado uma ordem executiva dando via livre para que se desencadeasse uma campanha terrorista contra Cuba e sua revolução. (...)

E em 19 de abril, na Baía dos Porcos, se daria o combate decisivo, que culminaria com a primeira derrota militar do imperialismo em terras americanas. A América Latina, e sua respiração contida ante essa clássica reedição do enfrentamento entre David e Golias, recebeu com imensa alegria a notícia da derrota das forças do império, e nossos povos terminaram se convencendo de que o socialismo não era uma ilusão, mas uma alternativa real. Outra história começava a ser escrita nessa parte do mundo.

Durante aquelas históricas jornadas, a camarilha contra-revolucionária estava à espera, em Miami, pronta para embarcar para Cuba assim que os invasores controlassem por 72 horas uma "zona liberada" que os permitisse se constituir em governo "provisório" e, a partir dali, solicitar o reconhecimento da Casa Branca e da OEA, além da ajuda militar dos EUA para derrotar a Revolução. Mas Fidel também sabia, e por isso sua voz de mando foi a de massacrar a invasão sem perder um minuto, coisa que efetivamente ocorreu. (...)
-Leia a íntegra do artigo, postado originalmente no *Correio da Cidadania, Clicando Aqui

-Foto: Fidel Castro e Che Guevara comandando a resistência cubana durante a invasão da Baía dos Porcos (1961) organizada e financiada pelos EUA.

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