Contra o golpe no Paraguai, em defesa da democracia
O Diretório Nacional do Partido dos Trabalhadores manifesta seu total repúdio
e condenação ao afastamento do presidente constitucional do Paraguai, Fernando
Lugo, legítimo mandatário daquele país.
A direita paraguaia, valendo-se de sua maioria parlamentar, promoveu uma
deposição sumária, na qual concedeu ao presidente não mais que duas horas para
se defender de um processo de impeachment.
Os setores conservadores paraguaios empreenderam, assim, um verdadeiro golpe
de estado, destituindo um presidente eleito soberana e democraticamente pelo
povo paraguaio.
O pretexto imediato utilizado para o golpe foi o confronto entre policiais e
camponeses, durante ação de reintegração de posse de um latifúndio ocupado por
sem-terra. Fala-se em mais de cem feridos, onze camponeses e seis policiais
mortos.
A direita acusou o governo Lugo de responsável por incitar a violência,
desencadeada pela polícia cumprindo ordem judicial. Mas os indícios todos
apontam noutro sentido: o de que este confronto militar foi provocado por
agentes estranhos aos camponeses, que vivem num país em que 80% da terra é
controlada por 3% da população.
Ademais, qual a situação econômica e social do Paraguai? O país hoje cresce
mais do que antes, a população vive melhor do que antes. E a nação guarani tem,
sob Lugo, uma respeitabilidade que lhe faltava na época da ditadura Stroessner e
de 60 anos de governo colorado.
Por isto, o motivo real do impeachment é outro: impedir uma vitória da
esquerda paraguaia, agrupada na Frente Guasu, nas próximas eleições
presidenciais marcadas para abril de 2013.
É por isto que a direita paraguaia recusou os apelos de adiamento da decisão
e ampliação do prazo de defesa, feitos pelos governos da Unasul por intermédio
de seus ministros de relações exteriores. É por isto, também, que a Corte
Suprema do Paraguai, controlada pelas mesmas oligarquias que dominam o
parlamento, calou-se e na prática avalizou o golpe.
O que ocorreu no Paraguai é de imensa gravidade. Trata-se de um atentado
contra a democracia, somando-se a Honduras no perigoso precedente segundo o qual
instrumentos jurídicos e expedientes parlamentares são manipulados para espoliar
a vontade popular.
O golpe demonstra que certas forças de direita não têm compromisso com a
democracia, não aceitam o processo de transformações sociais que está em curso
na América Latina e são capazes de lançar mão de qualquer expediente para
retomar os governos dos quais, pela vontade do povo expressa diretamente nas
urnas, eles foram retirados.
O golpismo não será revertido apenas com palavras. É preciso uma reação
latino-americana e internacional firme e dura.
Por isso, além de condenar o golpe, é fundamental que nenhum governo
democrático reconheça o mandatário ilegítimo que foi empossado. E é urgente que
os organismos da integração sul-americana, especialmente o Mercosul e a Unasul,
utilizem-se de todos os instrumentos que estiverem a seu alcance para deter mais
esta afronta à ordem constitucional por parte das forças conservadoras em nossa
região – inclusive suspendendo imediatamente o Paraguai da condição de país
membro até que a normalidade democrática seja restaurada.
O PT considera que a luta para restabelecer o governo legítimo do Paraguai é
de todas e todos, e conclama nossa militância a se engajar nas manifestações e
protestos que em diversos lugares clamam pela restituição de Fernando Lugo ao
governo paraguaio.
Orientamos também nossos parlamentares em todas as casas legislativas a atuar
nessa direção, através de pronunciamentos, declarações, moções e outras formas
de manifestação de repúdio ao golpe e apoio à democracia paraguaia.
Ao povo paraguaio e ao presidente Fernando Lugo, todo nosso apoio e
solidariedade contra o golpe!
Brasília, 25 de junho de 2012.
Diretório Nacional do Partido dos
Trabalhadores
*Via sítio do PT Nacional - Foto: Uiara Lopes
Amanhecer com um artigo de Tarso Genro no Blog do Altamiro Borges e mais o artigo de Mauro Santayana e este, é um chamado, ainda, que, para um soldado solitário como eu, repetindo, solitário, ainda, pois aguardo de minha de tempos remotos, casa, o chamado. Pois morrer pela pátria ou viver sem razão é sentido, mas viver sem razão quando nos traem em pátria, como se pátria traíssse e não traída, aí pátria deixa de ser razão, como o viver.
ResponderExcluirEm outros comentários e até artigos que arrisquei, em meu semi-analfabetismo, escrever sobre o mensalão "da tentativa de golpe de estado" no Brasil e que só não aconteceu porque o Supremo Tribunal Federal e principalmente Gilmar Mendes se não me engano ainda procurador Geral da União, ou que fosse já como ministro, juntos, acordaram a tempo e impediram o impeachiment de Lula. Porque até a maioria dos petistas já haviam caído no conto do vigário do mensalão e ameaçavam se rebelar contra o governo.
Hoje, aLguns petistas, desavisados ou influênciados por uma pequena parcela de petistas bloguistas, principalmente, que conscientemente por razões meramente pessoais, alteram os rumos desta história por outras intrigas com Gilmar Mendes. Ficam indignados e levam outros a tanto quando deixo comentário dizendo que o PT lhe deve gratidão eterna, como à todo o Supremo Tribunal Federal. E deveria agradeço-los com honrarias em nome da pátria, porque sustentaram corajosamente a democracia. Pois a rasteira havia sido dada e sorrateiramente rápida, e caso alguém não ficasse de pé logo como o STF e Gilmar Mendes, a derrubada do governo era certeira, estaria concretizada.
Tarso Genro conta-nos duas histórias em uma, Fernando Lugo e Lula vem de um mesmo movimento. Mexer com uma elite intocável desde séculos pela primeira vez. Não se venderam e não se venderão, por isso esteve, no caso do Lula, e estará no caso de Fernando Lugo, em risco de sofrer um golpe de estado o tempo todo.
Está na hora de aproveitar o ensejo, porque estamos em plena pressão para votar o mensalão o mais breve possível, apressadamente, para criar mais um pandemônio político no país e diminuir a força do Lula. Também, aos petistas como Tarso Genro no mesmo ensejo, humildemente deve dar início ao processo de reconhecimento e agradecimento oficializado ao STF e a Gilmar Mendes pelo impedimento do golpe de estado no Brasil com o mensalão, e o fortalecimento e garantida da democracia.
Também não cabe a você, Tarso Genro, político de sua envergadura, se manter ocupado só com os problemas do Rio Grande do Sul. Esta aqui um exemplo prático do que falo, a falta de mais, para somar, manifestações coerentes e verídicas sobre temas como o golpe de estado no Paraguay, por um político de sua consciência e importância.
José da Mota.