13 junho 2012

José Dirceu


Não será julgado o mensalão, mas José Dirceu

    Por Eduardo Guimarães*

A definição da data inicial do julgamento do mensalão pelo Supremo Tribunal Federal teve um gostinho de vitória para as famílias Marinho, Civita, Frias e Mesquita, bem como para o PSDB e o DEM. A aliança entre esses impérios de comunicação e partidos políticos tateia, há quase uma década, em busca de um feitiço que lhe permita recuperar o poder perdido.

De 2002 para cá, ainda que tenha conservado o poder de interferir na agenda pública, a direita midiática perdeu o poder sobre a definição de políticas públicas e de utilização de verbas. Com isso, apesar da manutenção da influência, na prática o que partidos e órgãos de imprensa perderam foi, simplesmente, dinheiro.

Em termos eleitorais, o julgamento do mensalão é uma benção para essa força política decadente. É possível sonhar com uma devastação eleitoral e de imagem não só do PT, mas, sobretudo, de Luiz Inácio Lula da Silva, que, nos últimos dez anos, converteu-se no carrasco das forças conservadoras ao, não se limitando a vencer eleições, gerar vitórias eleitorais de seus correligionários.

Contudo, por mais que a marcação da data do julgamento do mensalão revele suscetibilidade do STF às pressões midiáticas, existe uma possibilidade imensa de a vitória de hoje se transformar em derrota amanhã. Isso porque o julgamento inteiro do mensalão depende da condenação inequívoca de um só dos seus 38 acusados: José Dirceu.

Se os outros 37 réus forem condenados e Dirceu for absolvido, mídia, PSDB e DEM terão sido derrotados. E o que é pior: ressurgirá no cenário político aquele que deveria ser hoje o presidente da República se não tivesse tido os seus direitos políticos cassados.

Por alguma razão que ainda não ficou muito clara, a direita considera Dirceu muito “pior” do que Lula para si. Guerrilheiro de décadas atrás, treinado em combates físicos em Cuba, era e continua sendo considerado o grande artífice da remodelação ideológica que levou o PT ao poder.

Um José Dirceu reabilitado politicamente aos 66 anos significaria, também, possibilidade concreta de ele assumir algum importante cargo público no governo Dilma Rousseff ou, por exemplo, eleger-se senador por São Paulo em 2014, voltando a influir decisivamente na política.

Não se engane, leitor: poder para Dirceu significaria, sem sombra de dúvida, uma ameaça às famílias midiáticas. Conforme o ex-ministro de Lula declarou mais de uma vez, a grande agenda do Brasil nos próximos anos será a diluição da concentração de poder em mãos de meia dúzia de famílias controladoras de impérios de comunicação. Essa declaração jamais será esquecida.

Dirceu, hoje, é tratado como culpado pela mídia e pelos adversários políticos declarados. Não se encontrará um só texto jornalístico da grande imprensa em que se conceda a ele a realidade, ou seja, de que continua inocente até que seu processo tenha transitado em julgado. O que seus inimigos políticos fariam da vida se ele fosse absolvido?

Podem condenar os outros 37 réus, portanto. Se Dirceu for absolvido, o que Globo, Folha, Estadão e Veja disseram antes será alvo de desmoralização e a sensação de vitória do PT e de Lula será inevitável. Caso contrário, o maior partido e o maior líder político brasileiros dividirão a derrota com os condenados e os prejuízos político-eleitorais entre si.

A boa notícia para Lula, para o PT e para o próprio Dirceu é a de que, à luz do melhor direito, inexiste uma só prova contra esse político controverso. Mesmo se for culpado – o que ninguém pode confirmar ou negar –, se houver um julgamento justo ele terá que ser absolvido.

Se isso não ocorrer, José Dirceu terá sofrido condenação política por um tribunal que deveria se pautar estritamente por critérios técnicos.

Eis, portanto, o dilema em que se debaterá o Brasil em pleno processo eleitoral. A condenação de Dirceu seria um verdadeiro estupro do Estado de Direito que transformaria o Brasil em uma ditadura midiática em que inimigos de meia dúzia de famílias podem ser linchados. Já sua absolvição contra todas as pressões, consolidará a democracia no Brasil.

Não é pouco o que está em jogo neste ano.

*Eduardo Guimarães (SP) é Representante Comercial e Editor do Blog da Cidadania, fonte desta postagem. http://www.blogdacidadania.com.br/     -    Grifos deste blog

4 comentários:

  1. Parte 11: Encerro este com um lembrete à todos nós: "Salve lindo pendão da esperança, Salve símbolo augusto da Paz." Amamos nossa bandeira, Brasil.
    Amor à pátria que nos autoriza a dizer: Não podemos aceitar que usurpadores de nossas riquesas disfarçados sob um emaranhado de leis enturvilhadas que com seus lobys enfiaram goela abaixo de nossas instituições fiscalizadoras para dificultar e em alguns casos, como o das privatizações. Impossibilitar ou prolongar ao máximo a recuperação do patrimonio público lesado, do nosso dinheiro, das riquezas de nosso país, arrancada debaixo de nossas barbas sem ainda podermos fazermos nada.
    Parte 12: Enquanto tiram onda de mocinhos e herois para nos afrontar com agressividades verbais e sorrateiramente físicas e mentais como o fazem em tantos outros países, sem nenhum pudor. E não caiam em mais um de seus contos de fadas, acreditando como eles querem, que, o usurpador é os EUA. Vejam a verdade com os olhos de Águia.
    Parte 13: Nem os comunistas acreditam nisso, até mesmo eles sabem que antes de tudo os EUA é Americano, o guardião de nossa Águia da renovação, de nossa Fênix da espiritualidade de Norte a Sul. Somos Americanos, homens de missões divinas para unir os homens de bem do planeta para vencermos o mal.
    Parte 14: O Brasil exige e merece respeito, não abaixos-assinados e petições embromatórias e ficticias como a que forçou o maior equívoco do judiciário brasileiro nos dias de hoje, a lei da ficha limpa. Uma afronta ao direito do cidadão brasileiro porque ela nos tira direitos conquistados por séculos sem nada a acrescentar, a não ser mais facilidade para os grandes grupos capitalistas estrangeiros poderem interferir com mais facilidade na direção do nosso país e ususrpar mais ainda de mais de nossas riquezas.
    Parte 15: O circo armado para o espetáculo do Mensalão, é uma afronta à inteligência do povo brasileiro, infelizmente ainda manipulada pela maioria da grande mídia. Mais uma vez o destino de nossa nação esta nas mãos do Supremo Tribunal Federal. Não caiam nessa embromação, nesta teia de artimanhas sorrateiras por puro interesse financeiro de grupos estrangeiros. É a história de nossas gerações futuras em suas mãos, o destino das Américas.
    José da Mota.

    ResponderExcluir
  2. Parte 4:Se o ministro Ricardo Lewandowski levar em consideração a realidade brasileira desde os remotos tempos de 1894, de Prudente de Moraes. Poderá economizar o tempo de leitura das 69.000 páginas do processo do mensalão do PT e dar o seu parecer, voto, imediatamente e com toda segurança.
    Parte 5:Absolvição total e restrita para o caixa 2 de campanha. Quanto aos outros crimes se por ventura houveram, como a compra de votos de parlamentares para projetos e etc... vai depender dos laudos, se há provas ou não.
    Parte 6: O que não podemos deixar acontecer é que homens sem nenhum compromisso com o brasil e qualquer sentimento de patriotismo transformem este projeto em um palco circense com um espetáculo que denigra a imagem do Brasil e de seus três poderes. Para dentro desta falsa realidade montada possam explorar ainda mais as nossas riquezas, como inclusive o petróleo do pré-sal.
    Parte 7:Porque ao final, tudo, inclusive a manipulação das massas, é para atender os interesses dos grandes grupos capitalistas, que obviamente atuam diretamente na mídia e na política para tanto.
    Parte 8:Resta-nos aos brasileiros patriotas uma única saída, uma única salvação. Que o mais alto grau de discernimento e patriotismo de nossos ministros do STF entrem em ação mais uma vez, salvando o Brasil mais uma vez e
    Parte 9: nos mostrando que quem segue a cabeça dos coronéis da imprensa é boi, vai rumo a boiada para o próprio abate acreditando que estão indo para o paraíso, justiçados, pela imprensa de donos, que cuidam de seus negócios antes de mais nada.
    Parte 10:Ricardo Lewandowski faça justiça junto a Ayres Brito e todos os outros ministros do STF, no tempo que for necessário, mas justiça. Salvem o nosso povo, ensine-os a seguir o patriotismo que bate em seus peitos e não histórias da carochinha, de pura publicidade, que destruir integridade de homens brasileiros de valor é bom para o país

    ResponderExcluir
  3. Parte 1:Examine, não seja boi de boiada, use a inteligência. Ricardo Lewandowski dar seu parecer, voto, como relator do mensalão do PT até o fim deste mês. De 69.000 páginas que contam resumidamente nossa história desde 15 de novembro 1889, da proclamação da República.
    Parte 2:Ou 1894, data da eleição do primeiro presidente da República do Brasil, Prudente de Moraes. Desde lá, de 1894 por definições limitadas de controle de gastos de campanha já existia o caixa 2, ainda que usassem outro nome para este tipo de auxílio, patrocínio, àos candidatos.
    m definidas sobre o tema. De uma forma ou de outra sempre há caixa 2 em campanhas eleitorais.

    ResponderExcluir
  4. AVISO aos 'navegantes: a política do Blog é de não liberar para publicação comentários anônimos e/ou apócrifos - à favor ou contra quem quer que seja. Os comentários são sempre bem-vindos e liberados desde que sejam identificados e não contenham agressões pessoais e/ou baixarias.

    ResponderExcluir