31 janeiro 2014

Rodoviários: 'É greve, sim. Justa e legal'



Por Antônio Escosteguy Castro*

A data-base dos rodoviários de Porto Alegre é 1º de fevereiro. Uma lei municipal bastante conveniente vincula o reajuste das tarifas do transporte coletivo à concessão de reajuste salarial aos rodoviários. Este é, portanto, um gatilho do aumento das passagens , pelo que , todo ano, em março , na volta às aulas, os ônibus sobem.
Mas na realidade o reajuste salarial dos rodoviários tem, nos últimos anos, apenas servido de desculpa para os aumentos abusivos das passagens. Estudo do DIEESE do período de 1994 para cá demonstra que hoje o salário do rodoviário compra metade das passagens que comprava lá. Em outra palavras, nos últimos 20 anos, a passagem subiu o dobro dos salários.
Surpreendentemente , porém, na planilha de custos das passagens de ônibus de Porto Alegre , o peso relativo do salário na tarifa, por alguma mágica matemática, não se alterou, permanecendo em cerca de 45%. Isto só seria possível se existisse hoje em cada empresa o dobro de trabalhadores por ônibus, o que obviamente não é real.
A Prefeitura e os empresários , portanto, praticam um jogo malicioso em que o salário dos trabalhadores é o motivo utilizado para aumentar a tarifa, mas sem que , em termos reais, aumente o salário do rodoviário, embora a tarifa tenha tido constantes aumentos acima da inflação no período. Nos 20 anos supra expostos , as tarifas ganharam 87% em relação ao INPC do período.
Os rodoviários querem romper com este ciclo maligno e querem um reajuste real e um salário decente. O salário do motorista de ônibus, para passar horas e horas por dia torrando em veículos sem ar-condicionado no trânsito maluco que temos pouco supera os 2 salários mínimos.
O movimento unificou toda a categoria, desde a direção sindical ligada à Força Sindical à oposição cutista. O sucesso do movimento em muito se deve a uma rara e eficaz unidade real da categoria.
Fortunatti e parte da mídia tentam desmoralizar o movimento caracterizando-o como “ locaute” , como greve combinada com os patrões. Quando a greve é violenta ( e muitas vezes o é) , os trabalhadores são vândalos. Quando se unificam e reivindicam em paz , são pelegos… (...)
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*Advogado - via sítio Sul21  http://www.sul21.com.br/
Foto: http://noticias.terra.com.br/

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