20 agosto 2015

Com 100 mil pessoas, ato em São Paulo sepulta terceiro turno e exalta democracia


“Hoje, encerramos o terceiro turno e voltamos a pensar no Brasil, buscando um entendimento nacional que propicie um desenvolvimento com distribuição de renda”, afirmou Vagner Freitas, presidente nacional da CUT, que pediu mudanças nos rumos da economia nacional.
“Esperamos que o ajuste fiscal não seja uma política de governo. Precisamos mudar essa política econômica  do País, os ricos que devem pagar a conta, as grandes fortunas precisam ser taxadas, o trabalhador não pode seguir pagando a conta dessa crise política fabricada”
Foto: Roberto ParizottiVagner Freitas
O sentimento no Largo da Batata, após o grande ato da noite desta quinta-feira (20), é de que o movimento golpista foi derrotado no Brasil. A força da classe trabalhadora ficou evidente quando 100 mil manifestantes pintaram de vermelho o trajeto entre as avenidas Faria Lima (zona sul) e Paulista (centro) gritando “não vai ter golpe”.
“Hoje, encerramos o terceiro turno e voltamos a pensar no Brasil, buscando um entendimento nacional que propicie um desenvolvimento com distribuição de renda”, afirmou Vagner Freitas, presidente nacional da CUT, que pediu mudanças nos rumos da economia nacional.
“Esperamos que o ajuste fiscal não seja uma política de governo. Precisamos mudar essa política econômica  do País, os ricos que devem pagar a conta, as grandes fortunas precisam ser taxadas, o trabalhador não pode seguir pagando a conta dessa crise política fabricada”, defendeu Vagner.
O coordenador do MST, João Paulo Rodrigues, também externou sua sensação de que “o golpe ficou no passado”. “Não há mais espaço para se reivindicar o impeachment da presidenta Dilma Rousseff. O que essas milhares de pessoas devem fazer, daqui pra frente, é disputar esse governo e puxar ele para a esquerda, porque isso ainda não temos garantias de que a presidenta fará”, afirmou.
Carina Vitral, presidenta da UNE, seguiu o mesmo raciocínio e comemorou o “fim do golpe”. “É a pá de cal que faltava. Estamos enterrando o golpismo e os estudantes do País vão às ruas fazer valer nossos direitos e lutar contra os projetos que atrasam o Brasil, como a redução da maioridade penal.”
Contra Cunha
Organizado por diversos movimentos sindical e sociais, o ato começou com um minuto de silêncio em homenagem aos 19 assassinados na chacina de Osasco. O nome de todas as vítimas foi anunciado.
Ainda na concentração do ato, os milhares de manifestantes foram informados de que o presidente da Câmara dos Deputados, Eduardo Cunha (PMDB-RJ), foi denunciado por corrupção. Alguns grupos começaram a gritar: “eu já sabia”. O coordenador nacional do MTST, Guilherme Boulos, ironizou o fato e criticou a falta de coerência dos movimentos de direita que chamaram os atos do último domingo (16).
“Rechaçamos a indignação seletiva desse bando de ignorantes que vai até a avenida Paulista protestar contra corrupção, mas que corre abraçado com o Eduardo Cunha, um corrupto”, explicou Boulos.
Bonecos de Cunha, dos senadores José Serra (PSDB-SP) e Aécio Neves (PSDB-MG), além do ministro da Fazenda, Joaquim Levy, foram carregados pelos manifestantes, que ironizaram os quatro cantando o clássico “Se gritar pega ladrão”, do sambista Bezerra da Silva.
Golpe com sotaque
As práticas utilizadas para tentar dar o golpe na presidenta Dilma não representam uma novidade na América do Sul. “Contra Rafael Correa, no Equador, contra Cristina (Kirchner), na Argentina, contra Evo (Morales), na Bolívia, e contra Maduro (na Venezuela), a direita agiu da mesma forma. Utilizando os meios de comunicação e cooptando o judiciários, as direitas tentaram derrubar diversos governos populares”, lembrou Victor Báez, secretário-geral da CSA - Confederação Sindical de Trabalhadores e Trabalhadoras das Américas.
*Escrito por: Igor Carvalho, no sítio da CUT Nacional 

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