22 outubro 2015

O empate catastrófico ou a saída por cima do labirinto


'Como a saída de um labirinto não se dá pela reiteração dos mesmos caminhos, mas por cima, rompendo sua repetição mecânica e destrutiva, qual é essa saída?' (Emir Sader)

A política brasileira parece girar em torno de um labirinto desde praticamente o fim do segundo turno das eleições presidenciais. Um governo inerte diante da situação econômica e política herdada, uma oposição cujo único tema de ação é a tentativa de impeachment da Dilma, uma situação econômica que só se degrada sob os efeitos desastrados do ajuste fiscal do governo, um campo popular na defensiva, conversando entre si, sem romper seu isolamento em relação ao povo.

Ninguém parece saber para onde as coisas vão, embora todos tenham seus planos, que não levam em conta nem o que os outros planejam, nem o chão onde pisam. Parece que toda a politica brasileira se degradou a níveis impensáveis. 

Nunca a mídia foi tão abjeta. Nunca a oposição politica – a começar pelos tucanos e por FHC – foi tão golpista. Nunca tivemos um Congresso tão indecente, um Judiciário tão arbitrário, uma polícia tão descontrolada. Nunca personagens tão asquerosos povoaram a vida política do país. Nunca tantos escândalos, de somas nunca vistas proliferaram tanto na mídia. Nunca um governo se sentiu tão impotente diante da realidade econômica e política que tem pela frente. Nunca a esquerda foi tão impotente diante das amplas camadas populares que nunca sentiram tão pouco interesse pela política e nunca tiveram opiniões tão negativas dela.

Se fosse realidade a categoria de “empate catastrófico”, parece que ela se adequaria plenamente ao que vivemos há já quase um ano. Um equlíbrio em que ninguém é capaz de sair vitorioso, nem sequer de redefinir os termos dos enfrentamentos, em que parece que todos fazem a nau caminhar para uma catástrofe, que tampouco parece não chegar ou se aproximar. (...)


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