28 novembro 2015

'Ode aos touros furiosos '





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eram tempos de ódio
e ferrugem antiga
de muito grito
e pouca voz
tempos de ritalina
amnésia aspirina
eram tempos de roleta russa
guerra fria requentada
como se miami fosse terra prometida
e cuba, a praga infestada

eram tempos repetidos
história como farsa
história como força
história como falsa
história como forca
estouro com memória e faca

e continuo nessa jornada
enquanto falar não seja denúncia
nem renúncia perante a barbárie

entenda:
sua panela de tefon não conhece a
fome
seu milagre faz crescer o bolo
mas não multiplica os pães
de que adianta ir pra rua,
se você nunca sai de casa?
continuem na sacada
ensacados numa lógica privada
que confunde o escravo com a empregada

nem todo comum tem senso
o holocausto foi apoiado
por quase noventa por cento
da população tiram sustento
do olho reduzem a lente
a câmera preza
com cunhas e dentes

que venham os touros furiosos
continuarei erguendo minha bandeira vermelha
porque meu sangue é rubro
e não azul
(muito menos amarelo)
pinte sua cara de verde
esse nacionalismo eu não quero
e isso é mais que tomar partido
é tomar coragem
de enfrentar a cruz e a bala
da sua bancada milionária

chega de politica-motosserra
no verso atualizo Marighella:
ódio não é diálogo
ditadura não é remédio
e se você não entendeu
volta pro ensino médio

    Luiza Romão - São Paulo 


*via face (Coquetel Molotove)

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