18 abril 2016

Os antecedentes da tormenta indicam por onde recomeçar


"O golpe nasceu de um ménage à trois entre a escória liderada por Cunha, o ódio inoculado pela mídia na classe média e o plano de arrocho e entreguismo do PSDB. 

O cinismo foi o grande vencedor da jornada triste que banhou o país de lufadas adicionais de incerteza e turbulência."





Editorial da Carta Maior -  Um golpe não começa na véspera; tampouco tem desdobramentos plenamente identificáveis na manhã seguinte.
Uma derrota progressista pode ser devastadora para o destino de uma nação, a sorte do seu povo e a qualidade do seu desenvolvimento.
Mas a resistência que engendra pode inaugurar um novo marco de consciência política.
Pode redefinir a correlação de forças, as formas de luta e de organização e coloca-las num patamar mais avançado, mas não menos abrangente.
Apesar dos votos dedicados à família, a Deus e até a um torturador –Bolsonaro ofereceu sua escolha a Brilhante Ustra e ao golpe de 64 --   a transparência da história pulsou forte no Brasil nesta noite de 17 de abril de 2016.
Guardadas sóbrias exceções, os que condenaram Dilma filiam-se a agendas e valores imiscíveis com o mapa histórico que desponta da Revolução Francesa e fez dos direitos sociais universais o guia generoso e libertário da humanidade. 
A violência conservadora, como ocorre em todos os golpes contra governos progressistas, apunhalou a democracia para atingir o interesse popular. 
Mais adiante tentará aleijar a soberania nacional descartando-a como anacronismo populista. 
A ética, a responsabilidade fiscal, serviram de guarnição das aparências.  (...)
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