23 junho 2016

Mais uma ação desnecessária e midiática contra o PT


AÇÃO DA PF

PT afirma que sempre esteve à disposição das autoridades e que nada tem a esconder

Para diretório nacional, ação de busca e apreensão feita na sede do partido foi “desnecessária e midiática”. Legenda pede que petistas acusados tenham direito à ampla defesa e presunção da inocência
por Hylda Cavalcanti, da RBA* 
ROVENA ROSA/ABR/FOTOS PÚBLICAS
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Grupo protestou em frente à sede do partido contra governo interino de Michel Temer

Brasília – O PT divulgou na tarde de hoje (23) nota sobre a Operação Custo Brasil, deflagrada pela Polícia Federal. A ação, que consiste em um dos desdobramentos da Lava Jato, teve como destaques a prisão do ex-ministro Paulo Bernardo, que foi titular das pastas de Planejamento e Comunicações nos governos de Luiz Inácio Lula da Silva e Dilma Rousseff, e na condução coercitiva do ex-ministro da Previdência Social Carlos Gabas, para tomada de depoimentos, além de busca e apreensão de documentos na sede do partido, em São Paulo. No documento, a legenda afirma que sempre esteve à disposição das autoridades para quaisquer esclarecimentos e que nada tem a esconder.
O PT também condena a forma como foi realizada a ação e define a busca e apreensão de documentos realizada na sede nacional da legenda como “desnecessária e midiática”. Em relação aos integrantes do partido conduzidos pela PF, o diretório nacional petista ainda afirma que “a respeito das acusações assacadas contra filiados do partido, é preciso que lhes sejam assegurados o amplo direito de defesa e o princípio da presunção de inocência”.
A nota transmite o sentimento expressado nesta quinta-feira por muitos parlamentares petistas que comentaram o caso na Câmara dos Deputados e no Senado. Para um dos mais enfáticos, o senador Lindbergh Farias (PT-RJ), a prisão de Paulo Bernardo consistiu em uma forma de tentar constranger um ex-ministro do governo anterior. De acordo com o senador, a iniciativa está sendo vista pelos parlamentares como uma maneira encontrada pelo governo interino de fazer nova "espetacularização" nas ações da Polícia Federal para tirar o foco das denúncias contra peemedebistas.
“Enganam-se os que acham que o episódio vai enfraquecer os trabalhos da comissão do impeachment, pois cada vez mais tem sido comprovada a ausência de crime por parte da presidenta Dilma Rousseff. E não serão esses tipos de ataque que vão constranger e atrapalhar a atuação dos petistas na defesa da presidenta”, disse Lindbergh.

Empresa de tecnologia

No total, foram expedidos 65 mandados judiciais entre prisões, tomadas de depoimentos e buscas e apreensões de documentos no Distrito Federal e nos estados de São Paulo, Rio Grande do Sul, Paraná e Pernambuco, na madrugada de hoje. A ação apura pagamento de propina para funcionários públicos e agentes políticos do Ministério do Planejamento entre 2010 e 2015, em esquema que envolvia contratos do Executivo com uma empresa de tecnologia, a Consist.
A defesa do ex-ministro Paulo Bernardo afirmou que o Ministério do Planejamento se limitou a fazer um acordo de cooperação técnica com a referida empresa e que a questão nem sequer precisou passar pela aprovação do ministro, uma vez que o assunto foi totalmente tratado pela área de Recursos Humanos do ministério. A prisão de Bernardo também foi considerada ilegal pelos seus advogados, que argumentam não existir, no caso, o preenchimento de requisitos legais que a justifiquem.
Já o ex-ministro Carlos Gabas disse que nada tem a ver com a questão e pretende esclarecer tudo. De acordo com Gabas, durante a sua gestão na pasta, o Ministério da Previdência não teve qualquer ligação com a empresa citada na operação.
Conforme a denúncia em apuração, a Consist teria pago propinas após vencer uma licitação para prestar serviços de informática no âmbito de acordo  entre o Ministério do Planejamento, a Associação Brasileira de Bancos (ABBC) e o Sindicato das Entidades Abertas de Previdência Privada (Sinapp) para gestão de margem consignável em folha de pagamento dos servidores públicos federais.
O entendimento dos petistas é de que, sempre que surgem novos fatos envolvendo peemedebistas e integrantes de outros partidos como o PSDB e o PSB (citados nos últimos dias em denúncias e fatos tidos como comprometedores, inclusive o presidente da República em exercício, Michel Temer), coincidentemente e de forma estranha, é realizada alguma operação envolvendo nomes do PT, em iniciativas que são apontadas como "seletivas e espetacularizadas".
 Leia a nota na íntegra:
“Nota Oficial do PT
O Partido dos Trabalhadores condena a desnecessária, midiática, busca e apreensão realizada na sede nacional de São Paulo. 
Em meio à sucessão de fatos e denúncias envolvendo políticos e empresários acusados de corrupção, monta-se uma operação diversionista na tentativa renovada de criminalizar o PT.
A respeito das acusações assacadas contra filiados do partido, é preciso que lhes sejam assegurados o amplo direito de defesa e o princípio da presunção de inocência.
O PT, que nada tem a esconder, sempre esteve e está à disposição das autoridades para quaisquer esclarecimentos.
São Paulo, 23 de junho de 2016.
Comissão Executiva Nacional do PT”
*Via http://www.redebrasilatual.com.br/

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