17 setembro 2016

Debate: "O que queremos: Diretas Já?"


Hoje, temos o mesmo clamor? Diretas já? E basta? O que isso pretende agora? Uma solução pragmática? Corre-se o risco de estarem sendo tramadas as condições para um novo golpe


Por Maria Fernanda Arruda – do Rio de Janeiro (via Correio do Brasil*)

Num primeiro momento, foi a Presidenta Dilma Rousseff quem anunciou: reconduzida ao lugar em que foi posta pelo povo, consultaria o povo brasileiro sobre a antecipação das eleições gerais agendadas para 2018. Tendo rompido a bolha com que a envolveram os áulicos de Palácio, ela foi ao povo, conviveu e ouviu. E retornou, contando das críticas duras que ouviu. Admitindo erros sérios, considerou que, estando a ser impugnada pela oposição por rejeição ao “conjunto de sua obra”, aceitaria a precipitação de novas eleições, caso desejado pelos cidadãos. Seria uma forma de pacificação dos ânimos, a recriação das condições de um governo subtraído pelos inconformados.
Maria Fernanda Arruda
Maria Fernanda Arruda é colunista do Correio do Brasil, sempre às sextas-feiras
Dilma Rousseff não foi respeitada, e, antes dela, 54 milhões de brasileiros. E, como foi violentada na sua autoridade, não cabe mais que se lembrem as suas palavras, como se fora uma proposta a valer a qualquer tempo e sob quaisquer condições. Sejamos claros e honestos: a pura e simples antecipação das eleições passa a ser um segundo golpe, um segundo desrespeito à Ordem Constitucional, com o efeito trágico de validação do primeiro, a sua aceitação, o esquecimento de que se criou a ordem urdida pelos canalhas.
Mas, se não tão lógicos e claros, poderíamos aceitar essa solução de compromisso como remédio pacificador dos ânimos, fazendo com que brasileiros, os respeitáveis e os canalhas, passassem a dar-se as mãos? A possibilidade, admitida até mesmo por Mino Carta, vale como voto de intenção, vontade de que seja restabelecida a ordem e a concórdia. Pode-se restabelecer o que nunca existiu? A casa grande jamais concordou com a senzala, apenas a animalizou e explorou.
O povo brasileiro foi ensinado por suas elites à covardia do acomodamento, da continuidade, para que não se enfrente o desafio do que não se experimentou ainda. A História do Brasil, orientada pelo não rompimento,conduzida pelas conversações, negociações, ajustes e acordos, fica abaixo da linha da mediocridade e chega aos limites da covardia. Cultivamos ainda um 7 de setembro, como data da Independência que o Colonizador nos deu. Quem foi Jose Bonifácio, o Patriarca dessa cópia mal feita? (...)
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