22 setembro 2016

Prisão de Mantega em hospital, durante cirurgia da esposa, é “exercício de perversidade”, diz Sotelo; PT batiza de “Operação Boca de Urna”

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PT  reage à prisão de Mantega: “Operação Boca de Urna”
Na opinião do presidente do PT, Rui Falcão, há um “excesso de coincidências” nas ações da Lava Jato
Diversos parlamentares petistas, secretários da legenda e outras personalidades se posicionaram, nesta quinta-feira (22), sobre a prisão temporária do ex-ministro da Fazenda Guido Mantega. Ele foi retirado pela Polícia Federal, durante mais uma etapa da Operação Lava Jato, nesta manhã, de um hospital em São Paulo, enquanto sua esposa passava por cirurgia.
Em entrevista à Rádio Povo Ceará, o ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva cobrou respeito ao ex-ministro.
“O Guido é um homem que foi ministro da Fazenda, tem residência fixa, portanto as pessoas deveriam tratá-lo como o ser humano deve ser tratado. Eu não sou de acreditar nas delações. (…) O que é preciso é que as pessoas não sejam julgadas pelas manchetes de jornais antes de se apurar se houve crime ou não. Porque se a pessoa for condenada pela manchete, ela pode ser inocentada depois, mas ela estará condenada publicamente”, disse.
O presidente nacional do PT, Rui Falcão, afirmou que a prisão do ex-ministro Guido Mantega é “arbitrária, desumana e desnecessária”.
De acordo com ele, a 34ª fase da Operação Lava Jato, denominada Arquivo X, deveria se chamar “Operação Boca de Urna”, uma vez que acontece às vésperas das eleições municipais.
Falcão lembrou que Mantega é ex-ministro, tem endereço fixo e nunca se negou a dar esclarecimentos, sendo assim “midiática” a prisão em um hospital.
Na opinião do presidente do PT, há também um “excesso de coincidências” nas ações da Lava Jato.
Além da proximidade das eleições para a deflagração da nova fase, ele citou o fato de o juiz Sérgio Moro ter recebido a denúncia contra o ex-presidente Lula na terça-feira (20), no mesmo dia em que Lula realizava uma teleconferência no lançamento da campanha “Stand With Lula” (Eu defendo Lula) organizada pela Confederação Sindical Internacional (UTC/CSI) em Nova York.
A senadora Gleisi Hoffmann (PT-RS) questionou a forma como a prisão de Mantega foi feira, ironizando a ação da Polícia Federal.“Prenderam Guido porque ele ia fugir do Albert Eistein?”.
Para Guilherme Boulos, coordenador-geral do Movimento dos Trabalhadores Sem Teto (MTST), “Já foi o tempo em que acreditar na isenção da Lava Jato era caso de ingenuidade. Agora é pura má-fé”.
No Facebook, o ex-procurador-geral do Estado de São Paulo, Marcio Sotelo Felippe, afirmou que a prisão de Mantega foi um “exercício de perversidade”.
“Ele tem residência certa, todo mundo sabe onde encontrá-lo e não há qualquer justificativa para uma prisão nessas circunstâncias. É puro exercício de perversidade, mais uma vez espetacularização do processo e mais uma vez o fascismo (a violência desmedida do Estado) tumultuando o país. Resta acrescentar que quem não sabe o que a polícia faz na periferia contra os excluídos pode ter uma boa noção por esse episódio”.
Com informações da Agência PT - *via http://www.viomundo.com.br/ 
PS do Viomundo: Sob pressão, o juiz Sérgio Moro revogou a prisão preventiva do ex-ministro.

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