07 dezembro 2016

A indecência de Moro e Aécio na festa da IstoÉ

Indecente
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Uma sociedade, para funcionar, deve ser regida pelo conceito de “common decency”, decência geral.
Foi o que escreveu o britânico George Orwell, o grande intelectual britânico autor de clássicos como 1984 e a Revolução dos Bichos.
As fotos da festa da IstoÉ que tomaram de assalto as redes sociais nas últimas horas são, simplesmente, indecentes. Revelam almas visceralmente corrompidas.
Era uma festa de entrega de prêmios. Desde o início a comédia se anunciou. Temer recebeu o prêmio de Brasileiro do Ano.
A gozação na internet começou aí. Temer o Homem do Ano? Vistas as coisas, é algo que até sua mulher Marcela teria deficuldade em concordar.
Temer é, na realidade, o Fracasso do Ano. Ou a Pinguela do Ano, para usar a expressão de FHC.
Mas o pior viria com a divulgação das fotos da festa. Uma particularmente chocou os internautas. Nela, Moro e Aécio aparecem num pequeno grupo num momento de intimidade típico dos chamados amigos do peito.
Conversam animadamente. Abaixo deles, sozinho e ignorado, está Temer em seu melhor papel: o de personagem decorativo.
A foto viralizou instantaneamente.
Como assim? O chefe da Lava Jato entretido fraternalmente com um homem que é citado em múltiplas delações?
A Lava Jato já tem uma imagem de partidarismo e falta de isenção. Isso lhe minou a credibilidade. Foram uns fiascos as manifestações pró-Moro no último final de semana no país. Moro é uma moeda em baixa.
A foto em si é o que se poderia definir como incriminadora. Um juiz pode fazer muitas coisas, mas não se deixar fotografar numa situação tão comprometedora.
A barreira da decência foi espetacularmente rompida. Não foi sequer descuido. É como se o grupo que destruiu a democracia, e atirou o país numa crise pavorosa, estivesse mostrando que não dá a menor importância para o que pensam dele.
Num mundo menos imperfeito, Moro seria afastado de suas funções por conduta indecorosa, incompatível com aquilo que se espera de um juiz.
Mas o mundo é o que é: restaram ao menos as redes sociais para expor a realidade bizarra, ridícula, absurda — indecente — que estamos vivendo neste 2016.
-Por Paulo Nogueira, Editor do Diário do Centro do Mundo (fonte desta postagem)

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