20 março 2017

Considerações e estatísticas sobre a Operação Carne Fraca




Por Miguel do Rosário*

O problema da Operação Carne Fraca é o seguinte.
A Polícia Federal esqueceu que a sua função é proteger o cidadão, as empresas nacionais e o governo. Proteger o cidadão (e seu emprego!) contra fraudes, as empresas nacionais contra fraudadores, e o governo contra corruptos.
A PF, ao invés disso, inverteu seu papel: tornou-se uma espécie de agência adversária da sociedade. Sua meta tem sido agredir o cidadão, destruir empresas e derrubar governos.
Se a PF identificou, há mais de dois anos, que havia problemas no mercado de carne, deveria ter alertado o governo, as empresas e os cidadãos, para que ninguém tivesse prejuízo. O governo não seria vítima de mais um processo de instabilidade, as empresas não estariam sujeitas a prejuízos bilionários, e os cidadãos não se arriscariam a consumir produtos de qualidade duvidosa.
É o mesmo problema que vimos na Operação Lava Jato. Enquanto os serviços de segurança de outros países entendem que sua missão é proteger as empresas nacionais e defender os interesses do país, o nosso sistema de repressão vê tudo com as lentes de um agente inimigo.
E agora, para se defender das críticas, a PF provavelmente se sentirá forçada a promover uma “campanha” contra o setor de carne, emulando a estratégia de destruição que fez na Lava Jato.
Alguns protestaram contra as preocupações de ordem econômica levantadas por analistas: ora, disseram eles, vocês queriam que o brasileiro continuasse comendo carne estragada?
Em primeiro lugar, sem exageros. A PF encontrou problemas em 21 unidades, num total de quase cinco mil empresas, e suspeita de crimes praticados por 33 servidores, num universo de 11 mil funcionários do Ministério da Agricultura.
Não há notícia, até agora, de que a PF mandou recolher algum tipo de carne. As denúncias de “carne estragada”, portanto, estão apenas no campo da especulação, com base em conversas reservadas entre executivos.
Uma das denúncias, de que uma empresa misturava “papelão” às carnes, parece já ter caído por terra. Foi “mal entendido” da PF, que divulgou uma gravação, em que um executivo falava, na verdade, da embalagem do produto.
Um mal entendido que pode custar vários bilhões de dólares à nossa economia…
Do jeito que a PF e a mídia noticiaram a operação, a população brasileira ficou alarmada e compradores da carne brasileira, do mundo inteiro, também.
Ficou parecendo que a gente passou dois anos comendo carne estragada, o que não é verdade.
Os frigoríficos brasileiros, em seu esforço para ganhar os mercados mais exigentes do mundo, fizeram investimentos bilionários para aprimorar a qualidade da produção brasileira de carne. As unidades têm várias certificações internacionais. O processo é inteiramente monitorado por vários países.
Ninguém é santo e não se deve pôr a mão no fogo de ninguém. Mas houve sensacionalismo irresponsável sim. A PF de Curitiba, notoriamente, queria dar outro “susto” no governo. (...)
CLIQUE AQUI para ler na íntegra (via *O Cafezinho)

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