23 agosto 2017

Como construir cidades democráticas em um ambiente de destruição de direitos?


Segunda edição do ciclo de debates Conversas Cidadãs teve como tema “O espaço público: produção da cidade em processos participativos”. (Foto: Guilherme Santos/Sul21)


Por Marco Weissheimer, no Sul21*
Como estimular a participação para discutir a produção de cidades democráticas e inclusivas em um contexto de retirada de direitos, atropelos constitucionais e crescente violência do Estado contra os setores mais fragilizados da população? Esse foi um dos desafios centrais enfrentados pela segunda edição do ciclo de debates Conversas Cidadãs, promovido pelo Instituto Goethe de Porto Alegre, em parceria com o Sul21 e com a Pontifícia Universidade Católica (PUC-RS), na noite desta terça-feira (22). O encontro, com o tema central “O espaço público: produção da cidade em processos participativos”, teve como debatedores Claudia Favaro, arquiteta, urbanista e militante do Movimento dos Trabalhadores Sem Teto (MTST), Milton Cruz, doutor em Sociologia pela UFRGS e pesquisador do Observatório das Metrópoles, e o advogado argentino Hector Poggiese, assessor de políticas governamentais de desenvolvimento urbano em projetos na Argentina e no Brasil.
Mediado por Márcio D’Ávila, doutor em arquitetura e urbanismo pela Universidade de Kassel e professor da Faculdade de Arquitetura e Urbanismo da PUC-RS, o debate expôs alguns dos dilemas e desafios que cercam o desafio de construir cidades participativas e democráticas em um contexto político que aponta para a direção oposta. Milton Cruz lembrou a experiência de 15 anos do Orçamento Participativo em Porto Alegre, com seus limites e potencialidades. “O OP foi uma experiência muito instigante naquele período pós-Constituição de 1988, tornando-se um exemplo, nos anos seguintes, para mais de mil cidades no Brasil e no mundo. Foi um instrumento que acabou levando para bairros populares investimentos que, historicamente, não eram destinados para essas áreas”. (...)
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