31 março 2018

"Como vimos, estamos caminhando para o final do mês de março... e a conjuntura continua praticamente a mesma: o desgoverno corrupto do 'vampirão' impostor mergulhado em crises, denúncias e mais denúncias, escândalos, completamente desmoralizado ... afundando dia a dia" (Coluna C&A)


Crítica & Autocrítica - nº 123

Por Júlio Garcia*

*Conforme colocávamos na Coluna C&A, nº 121, “2018, o ano que ora inicia – não é exagero afirmar -, será decisivo para definirmos se poderemos voltar a caminhar na direção de um país democrático, com geração de trabalho e renda, menos desigualdades sociais, mais justo, inclusivo, participativo e respeitado internacionalmente – ou continuaremos afundando (em todos os sentidos!), como está ocorrendo desde o golpe infame, entreguista e antinacional que derrubou uma Presidenta legítima, honrada e honesta, rasgou a Constituição e instalou o Estado de Exceção no Brasil.”

*Destacávamos também que “Além dos ataques aos trabalhadores com as antirreformas já aprovadas - ou em curso - pelo governo golpista, com o devido respaldo da maioria dos membros desse Congresso espúrio (como é o caso da reforma trabalhista e da previdência), da retirada de direitos, do aniquilamento de programas sociais, profissionais e culturais, potencializa-se agora o golpe com a tentativa de condenação em Segundo Grau do ex-presidente Lula, líder em todas as pesquisas para as eleições presidenciais deste ano e, assim, afastá-lo da disputa. Não vamos permitir isso. Como todo o país – e o Mundo - já sabe, “Eleição sem Lula é Fraude”!”

*Como vimos, estamos caminhando para o final do mês de março... e a conjuntura continua praticamente a mesma: o desgoverno corrupto do 'vampirão' impostor mergulhado em crises, denúncias e mais denúncias, escândalos, completamente desmoralizado ... afundando dia a dia.


*Faço, ainda, três apontamentos - que, entendo, merecem maior atenção – sobre o que ocorreu neste primeiro período do ano (três positivos e  outros três, extremamente negativos:

*Os positivos: 1- A enorme mobilização popular ocorrida em Porto Alegre e em dezenas de cidades importantes do país por ocasião do julgamento do ex-Presidente Lula no TRF4; 2- A derrota infringida pelos trabalhadores em suas mobilizações contra a antirreforma da Previdência pretendida pelo governo golpista capitaneado pelo impostor Temer e seus aliados. 3- O sucesso e a grande recepção popular que obteve a Caravana do Presidente Lula pelos três estados do Sul. (Leia Aqui).



*Negativos: 1- A condenação sem provas do ex-Presidente Lula no TRF4 – vimos que foi, conforme já denunciávamos, um verdadeiro jogo de cartas marcadas); 2- A  intervenção militar no RJ, equivocado e perigosíssimo precedente, que acentua o caráter de Estado de Exceção já vivenciado no país, assim como do posterior  assassinato da vereadora Marielle (Psol) e do motorista Anderson, por milicias no RJ. 3- As provocações, ataques, baixarias e, para culminar, o atentado que sofreu a Caravana do presidente Lula no Paraná (leia Aqui e Aqui).



*Mudando de assunto: Na última reunião ordinária da Câmara de Vereadores de Santiago repetiram-se cenas de covardia política explícita:  alguns edis (adversários do PT, alinhados com os golpistas), fazendo eco aos berros, truculências e demais baixarias produzidas pelos coxinhas, extremistas de direita e setores de latifundiários ultradireitistas (e seus prepostos) e com a mídia conservadora e golpista, mais uma vez atacaram ‘pelas costas’ o Presidente Lula, sua Caravana pelo Sul e o PT.

*Como é sabido, nesta legislatura o PT santiaguense não tem vereadores. -Assim, pelas costas, 'senhores edis golpistas', é fácil. Queria ver se teriam coragem de virem para um debate conosco ...‘frente a frente’.... ' Olho no olho!' O desafio está lançado.

*Como se isso não bastasse, a nova direção da Mesa da Câmara de Vereadores de Santiago (agora presidida pelo vereador Décio Loureiro, do PP), mal assumiu e já rompeu com uma antiga tradição democrática adotada pela Mesa da Câmara em outras legislaturas, que consistia em ceder (eventualmente) o espaço do Plenário da mesma (e do Auditório CFA) para eventos políticos e/ou culturais de relevância, organizados (ou não) pelos partidos políticos locais. Como se aquele espaço não fosse público, pago e sustentado com o dinheiro dos cidadãos (de todos, indistintamente de partidos).

*Pois a 'primeira vítima' dessa atitude autoritária e antidemocrática da nova Mesa da Câmara foi o PT, que teve negado sua solicitação (realizada por este Editor) de empréstimo do Plenário (em dia e horário que estavam vagos) para a realização de um evento que contaria com a presença do companheiro Marcelo Carlini, dirigente da do Diálogo e Ação Petista (DAP, fórum de discussão do partido) e da CUT/RS.  Tempos sombrios, estes...

*Só para refrescar a memória: foi no saudoso Governo Olívio Dutra (PT e Frente Popular) que o espaço que hoje abriga o Auditório Caio Fernando Abreu, que era propriedade do Estado, foi doado graciosamente para a Câmara de Vereadores. Este Editor, à época integrante da Casa Civil do Governo do Estado, foi quem fez a entrega oficial à então Presidenta da Câmara de Vereadores de Santiago, a ex-vereadora Leane Tusi Braga.


*Uma palavrinha sobre os jornais locais - Em Santiago e Região temos dois semanários que, embora tenham sede em Santiago, tiragem parecida e atinjam com suas edições praticamente o mesmo número de leitores e municípios abrangidos, em relação a linha editorial que adotam têm profundas diferenças. Vejamos: O Jornal (?!)  Expresso Ilustrado (e seu site NP) mantém uma linha rasteira e provocativa contra o PT e a esquerda, traz charges de mau gosto e parciais, briga sistematicamente com a língua pátria, não dá o direito ao ‘contraponto’ e ao contraditório (especialmente ao PT, mas quando atacado pelos empresários e fazendeiros recua vergonhosamente).

*Diferentemente desse pasquim,  o jornal A Folha é o inverso: matérias bem trabalhadas, com conteúdo, sem provocações baratas, bem diagramado, dá amplo espaço ao contraditório e ao “direito de resposta”, enfim, como deve ser a linha de um jornal sério, informativo, educativo  e democrático.

*Nem tudo está perdido, portanto!!! Que continue assim. A democracia, a boa informação (e os leitores, claro!) é quem ganham com isso. - #ALutaSegue!!!

 *E.T.: Crítica & Autocrítica -coluna que escrevo (i)regularmente para o Portal O Boqueirão Online

29 março 2018

Já há 31 suspeitos de incitação à violência contra Lula



aulerwhats

Marcelo Auler, no seu blog, publica a representação do  Coletivo de Advogados e Advogadas Pela Democracia ao Ministério Público apontando um total de 31 pessoas que incitaram a atos de violência contra a Caravana de Lula ao Sul do país, dez deles com possibilidade de terem relação com o atentado terrorista, a tiros, contra os ônibus da Caravana lulista;

O atentado à caravana do ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva, na noite de terça-feira (27/03) nas proximidades da cidade de Sete Quedas (PR) pode ter sido devidamente planejado em um grupo de WhatsApp – “Caravana Contra Lula, 26/03” – por, pelo menos, dez pessoas, incluindo M.B., moradora de Foz do Iguaçu (PR).

Nos diálogos na noite de segunda-feira, ela questiona:  

“Onde arruma esse miguelitos” (os pregos de várias pontas que realmente foram usados para furar pneus dos ônibus).

Nas postagens feitas neste grupo do WhatsApp, H.C., de uma cidade no interior do Paraná com DDD 45, fala em ir ao Paraguai comprar um fuzil. Nisso recebe a recomendação de A.S., também do interior paranaense (região com DDD 43): “vai na loja de armas compra uma puma 38 ou 44  é mais fácil do que vc imagina“.

Em seguida, M. da região com DDD 45, palpita: “Aí só se posicionar do outro lado do rio e manda uma bala certeira”.
O mesmo M. aparece em seguida recomendando “Atirem só nós pneus. Não vão acertar alguma besta daqueles que seguem a caravana”. 

Outro participante – M.K. –, porém, sugere que a culpa seja atribuída aos “próprios capangas do Lula. Dentro do assentamento do MST, e com o ônibus parado, como indica os buracos das balas“.

Não se tem notícias de que as investigações oficiais tenham produzido nada, até agora, apesar da reação do delegado de Laranjeiras do Sul em sugerir que  afastado do caso por ter dito que havia nele uma tentativa de homicídio.

“Se há disparo de arma de fogo em direção a diversas pessoas em um ônibus, isso será considerado, em um primeiro momento, tentativa de homicídio, aqui e em qualquer lugar do mundo, embora se respeite opiniões diversas, desde que juridicamente fundamentadas”, disse em nota divulgada à noite.

Ao que parece, há gente na hierarquia da Segurança do Estado do Paraná que prefere considerar dar tiros uma forma de protesto.

Leia a apuração detalhada que advogados, com mil vezes menos recursos que a polícia, já fizeram até agora. até agora no blog do repórter.

*Via Viomundo

Insegurança pública (por Janio de Freitas*)




Hostilidade à caravana de Lula reinstalou atentado a bala na política nacional, e autoridades consentiram     

"É inadmissível" foi a expressão mais dirigida ao novo estágio da crise pelas chamadas autoridades, incluídos Michel Temer e o ministro da Segurança Pública, Raul Jungmann. Mas não é verdade.

hostilidade à caravana de Lula só atravessou a última fronteira da manifestação política estúpida, para reinstalar o atentado a bala na política nacional, porque as tais autoridades o consentiram. Mais do que isso: o incentivaram, o incentivam há anos. Tanto com a indução ao acirramento bancado por empresários da direita radical, quanto, como complemento, com a omissão ante a violência a pretexto de política —nas ruas e nas instituições dirigentes.   

Não por acaso, difundia-se a notícia do ataque a bala à caravana de Lula, no Paraná, quando o ministro Edson Fachin dispôs-se a relatar ao jornalista Roberto D’Ávila, na GloboNews, ameaças criminais à sua família, decorrentes do seu encargo de relator da Lava Jato no Supremo.

O rígido juiz é um risco para políticos de esquerda e de direita, para servidores e empresários poderosos. Deveria estar sob a mais meticulosa proteção, com os familiares. Mas, revelou na entrevista, ainda depois de pedir ao governo e no Supremo maior segurança, não recebeu as providências na medida esperada.

Edson Fachin é um integrante da mais alta corte de Justiça a provar quanto é falso o "inadmissível" das chamadas autoridades. E como são coniventes com o progressivo seguir do país para o conflito.

Na responsabilidade imediata pelo uso de armas contra a caravana de Lula, estão os governadores Beto Richa, do PSDB do Paraná, e os emedebistas Ivo Sartori e Eduardo Pinho Moreira, do Rio Grande do Sul e Santa Catarina. Por vontade, incompetência ou preguiça, não cumpriram a sua obrigação constitucional e cívica de garantir a integridade de atos políticos pacíficos e legais.

As sucessivas agressões contaram com meros arremedos de policiamento, o que ficou mais evidente por serem os atacantes, sempre, grupelhos de ruralistas, de fácil contenção policial. Cada ataque incentivou um outro, em crescendo.

Nisso tudo, e em todo o restante, não se compreende a que vieram o Ministério da Segurança Pública e seu ministro microfônico. Por mais que fale, e talvez por isso, Jungmann não dilui a impressão de que está zonzo, perdido, inútil. Reprodução biológica do seu ministério.

Possível colaboração com o aumento deliberado de atos provocativos, a barbaridade policial paraense prendeu agora o padre Amaro Lopes sob acusação de "assédio sexual", a mais em moda para submeter a repúdios. Sem faltar aos patrocinadores ruralistas, à acusação principal juntaram a de estimular ocupação de terras. Diante disso, o fim da freira Dorothy Stang, de quem Amaro Lopes é um dos continuadores, faria esperar alguma ação do ministério de Jungmann. Nada, porém.

Ainda no Pará, o arqueólogo Raoni Valle sofreu um atentado dentro de sua casa em Alter do Chão, um dos paraísos brasileiros. Especialista em pesquisa de arte rupestre, com muitos trabalhos publicados também no exterior, Raoni está refugiado com a família. Como batalhador das causas indígenas, é, claro, outro ameaçado. A quem o Ministério da Segurança Pública deve, e não entrega, a proteção à vida.

Explica-se: se em casos tão gritantes, como uma caravana política e um ministro do Supremo Tribunal Federal, a Segurança Pública não coordenou a proteção de uma nem fez a plena proteção do outro, não iria inovar com a proteção à vida de indivíduos que incomodam ruralistas. Ainda mais nos cafundós do cemitério amazônico.

*Janio de Freitas (foto) - Colunista e membro do Conselho Editorial da Folha, analisa a política e a economia. - Fonte: FSP

28 março 2018

O fascismo à brasileira e os nossos senhores da guerra

Mussolini e Hitler

Por Pedro Breier*

É fácil demonstrar que o fascismo está se instalando a passos largos no Brasil se analisarmos algumas de suas características históricas.

A ascensão do fascismo sempre coincide com momentos de crise econômica. Foi assim com Hitler e Mussolini, vem sendo assim no Brasil de, acreditem se quiser, 2018.

A lógica é cristalina: somente em momentos de crise a tática fascista de escolher um inimigo a dedo para representar todos os problemas da sociedade, para ser o mal encarnado, dá resultado. 

Insatisfeitas – seja pela piora real nas condições de vida, seja pela manipulação da realidade feita pela imprensa conservadora -, as pessoas tendem a abraçar com muito mais facilidade as soluções fáceis oferecidas pelos senhores da guerra. Tais “soluções” normalmente são a aniquilação simbólica ou física do inimigo da vez.

Hitler escolheu os judeus, os comunistas, entre outros. No Brasil, os escolhidos são Lula, o PT e a esquerda em geral.

O conluio entre a mídia familiar e a Lava Jato trouxe-nos a este momento tenebroso em que uma caravana de Lula, o presidente mais popular da história brasileira, é alvejada por tiros e a reação de Alckmin, seu adversário político supostamente democrático, é dizer que “eles estão colhendo o que plantaram” e acusar Lula e o PT de “sempre partir para dividir o Brasil, nós contra eles”.

Fora a irresponsabilidade e a cumplicidade criminosa com os autores dos tiros, fica evidente na reação de Alckmin outra característica marcante do fascismo: a falsificação grotesca da realidade, à lá Goebbels.

Uma das grandes críticas do campo à esquerda de Lula é justamente a de este ser um “conciliador de classes”. O próprio ex-presidente repete reiteradamente em seus discursos que nunca os bancos e o mercado financeiro ganharam tanto dinheiro quanto nos seus governos. De fato, a enorme ascensão social ocorrida no Brasil na era Lula não foi acompanhada de uma queda no ritmo de ganhos do topo da pirâmide, mas sim de um aumento.

É uma mentira deslavada, portanto, o discurso surrado de que Lula e o PT dividem o país.

Primeiro porque é inerente ao capitalismo a divisão da sociedade entre classes com interesses antagônicos.

Segundo porque quem provoca a radicalização política violenta que vivemos não é Lula ou o PT mas a mídia de direita, aliada do partido de Alckmin, com o auxílio canino do judiciário. Procedem dessa forma porque não se trata apenas de ganhar dinheiro, mas de manter o Brasil como colônia, como um país vassalo dos Estados Unidos. São vendidos ao imperialismo.

Um terceiro padrão do fascismo é a tentativa de imposição da sua verdade única. Não há nuances para o “pensamento” totalitário. Ou se está ao lado da virtude ou se é o inimigo.

Depois de açular a matilha violenta, os artífices do golpe não têm como voltar atrás. Se não contemporizarem com a violência, serão eles os próximos alvos.

Por aí se entende a declaração canalha do outrora moderado Alckmin, o incentivo às agressões feito pela senadora Ana Amélia Lemos e a cobertura nojenta que a imprensa vinha fazendo da caravana de Lula, tratando os agressores como singelos manifestantes.

O ovo da serpente fascista foi chocado faz tempo. As cobras já estão criadas e infestam o nosso país, especialmente na sua metade de baixo – a branca e rica.

Os nossos senhores da guerra até aqui são os barões da mídia, as castas judiciais e o alto escalão político do golpe. Bolsonaro está louquinho para ser o nosso fuhrer.

A longa noite está apenas começando. A probabilidade de que presenciemos violência, sangue e morte durante a campanha eleitoral é altíssima.

A vitória da liberdade, entretanto, é inexorável. Nenhum regime baseado no ódio, na mentira e na violência pode perdurar para sempre.

Que possamos acelerá-la e, depois de consumá-la, tomar as medidas necessárias para que nunca mais a história se repita como tragédia por aqui.

*Advogado e colunista do Blog O Cafezinho (fonte desta postagem)

27 março 2018

ATENTADO - Bandidos disparam tiros contra ônibus da caravana. 'Querem matar Lula', diz Gleisi

Em viagem para Laranjeiras do Sul, no Paraná, um veículo é atingido por bala na lataria e outro projétil resvala em vidro. Não há feridos. Coletivo advogados entregará notícia-crime ao MP do Paraná. 


RBA - Um dos ônibus da Caravana Lula pelo Brasil foi atingido por pelo menos um tiro no caminho entre Quedas do Iguaçu e Laranjeiras do Sul, no estado do Paraná. Não houve feridos. O ex-presidente já realizou ato público no campus da Universidade Federal da Fronteira Sul (UFFS) na cidade de Laranjeiras. A Polícia Militar foi acionada para realizar perícia sobre a marca de tiro.

No mesmo trajeto, pregos foram colocados na estrada para furar os pneus dos ônibus. Um dos veículo teve um pneu afetado por um dos artefatos, conhecido como "miguelitos".

Pela manhã, parte da caravana visitou assentamentos em Quedas do Iguaçu, que recebeu ato com o ex-presidente na parte da tarde. O penúltimo dia de atividades no Paraná tem encerramento agora à noite na universidade. Amanhã, a caravana encerra sua passagem pela região Sul com ato público às 17h, na Boca Maldita, em Curitiba. (...)

CLIQUE AQUI para ler na íntegra a postagem da Rede Brasil Atual.

*Com o Portal O Boqueirão Online

Juízes pela Democracia: prisão em segunda instância é incompatível com a Constituição

Desvios na interpretação da Constituição, em vez de benefícios, produz prejuízos para o indivíduo e a coletividade

Associação aponta ser ilusório acreditar que suprimir garantias constitucionais possa trazer resultados positivos no combate à impunidade

São Paulo – RBA - A Associação Juízes pela Democracia (AJD) divulgou nota técnica nesta terça-feira (27) em que se manifesta contrária à possibilidade de decretação de prisão antes de esgotados todos os recursos cabíveis em um processo. Segundo a nota, o artigo 5º da Constituição Federal, que determina em um dos seus parágrafos que "ninguém será considerado culpado até o trânsito em julgado de sentença penal condenatória", é claro o suficiente e não admite interpretação.

"Trata-se de dispositivo categórico, imperativo e que, justamente em razão de não suscitar qualquer dúvida, não admite interpretação e sim a aplicação do que está efetivamente escrito", dizem os juízes. 

Segundo eles, o atual entendimento do Supremo Tribunal Federal (STF) que autoriza a prisão a partir de condenação em segunda instância representa "supressão" de garantias constitucionais. Eles também alertam que é "ilusório" acreditar que tal entendimento colaboraria para a diminuir a impunidade. 

Os juízes destacam que as múltiplas instâncias recursivas servem justamente para limitar o poder do Estado, prevenindo assim o arbítrio e também o erro judicial. "O desvio dos imperativos constitucionais, longe de trazer os efeitos almejados por aqueles que insistem em fazê-lo, somente se traduzirá em prejuízos para o indivíduo e a coletividade."

Confira a nota da AJD na íntegra:

A prisão decretada antes do trânsito em julgado é inconstitucional

A Associação Juízes para a Democracia (AJD), entidade não governamental, sem fins lucrativos ou corporativistas, que congrega juízes de todo o território nacional e que tem por objetivo primordial a luta pelo respeito aos valores próprios do Estado Democrático de Direito, vem apresentar NOTA TÉCNICA a respeito da inconstitucionalidade, diante da inteligência do art. 5º, LVII, da Constituição da República, da prisão decretada após decisão proferida em segundo grau de jurisdição, sem a existência do trânsito em julgado.

1. O art. 5º, LVII, da Lei Maior, institui a garantia de o indivíduo somente ser privado de sua liberdade com arrimo em decisão condenatória quando esta transitar em julgado, ou seja, na hipótese de não haver mais recurso cabível. Trata-se de dispositivo categórico, imperativo e que, justamente em razão de não suscitar qualquer dúvida, não admite interpretação e sim a aplicação do que está efetivamente escrito.

2. A tentativa de supressão da garantia mencionada encontra-se dentro de um perigoso contexto de relativização de direitos e garantias fundamentais, tendência que busca se perpetrar com o desígnio ilusório de, no caso, diminuir a impunidade. Olvida-se, no entanto, que as garantias processuais penais, importantes conquistas civilizatórias, não se traduzem em obstáculo para a efetiva aplicação da lei penal, mas sim em formulações destinadas a impedir o arbítrio estatal, dificultar o erro judiciário e conferir um tratamento digno de maneira indistinta a todos os indivíduos.

3. A Carta Magna expressamente proíbe, a não ser no caso de prisão cautelar, que o indivíduo venha a ter sua liberdade suprimida quando ainda houver recurso contra a decisão condenatória. No mesmo sentido da garantia constitucional, estão disciplinados dispositivos previstos na legislação ordinária (art. 283 do Código de Processo Penal e art. 105 da Lei das Execuções Penais, lei esta que exige o trânsito em julgado inclusive para o cumprimento da pena restritiva de direitos – art. 147 – e pagamento de multa – art. 164). Sendo plena e comprovadamente possível as instâncias superiores modificarem questões afetas à liberdade, seu cerceamento antecipado mostra-se incompatível com nossa realidade constitucional.

4. A pavimentação do Estado Democrático de Direito somente é possível dentro da estrita observância da Constituição da República. O desvio dos imperativos constitucionais, longe de trazer os efeitos almejados por aqueles que insistem em fazê-lo, somente se traduzirá em prejuízos para o indivíduo e a coletividade.

5. A Associação Juízes para a Democracia, por considerar a prisão decorrente de decisão condenatória sem o trânsito em julgado incompatível com o cumprimento da Constituição da República, vem manifestar-se contrária à relativização da referida garantia constitucional.

São Paulo, 27 de março de 2018

Associação Juízes para a Democracia (AJD)

*Fonte: Rede Brasil Atual

Moro, um juiz contra a lei

mororoda

Por Fernando Brito*

Insuspeita de “esquerdismos”, a colunista Vera Magalhães, do Estadão, foi precisa ao comentar a “performance” de Sérgio Moro no Roda Viva, com o seu companheiro de ocaso Augusto Nunes.

“Seu verdadeiro intento (de Moro) ali era fazer aquilo que disse na primeira resposta que não faria: ser censor do STF, pressionar a corte a não rever sua jurisprudência que autoriza prisão após condenação em segunda instância nem conceder habeas corpus para Lula.”
Ponto.

Claro que ele preferiria que, negado o habeas corpus, o programa pudesse servir para exibir-se como um pavão, anunciando a prisão de Lula. Coisa que um juiz minimamente sóbrio jamais faria.

Os planos mudaram e ele apelou para a técnica da fábula da raposa e do corvo, onde os elogios da primeira só visavam que o pássaro abrisse o bico e lhe deixasse cair o queijo.

Coisa de gente torpe.

Mas em um momento, ao espalhar sua pretensão de, além de dar conselhos ao STF, ao eleitor e até a quem vier a ser o novo presidente da República, Moro escorregou e confessou que prega uma decisão judicial que desrespeita a Constituição.


Ora, se é preciso uma emenda para colocar na Constituição, é porque não está lá. E se não está, não pode ser feita.

Houve outros pontos no programa que seriam importantes se Sérgio Moro tivesse algum apreço pela verdade, como a recusa em admitir que pediu desculpas – da boca para fora, como se vê – ao Ministro Teori Zavascki pela divulgação ilegal dos áudios de Dilma Rousseff. Mas isso, depois da condenação de Lula por ser dono de um apartamento que nunca foi seu, francamente, é como esperar que bananeira dê jacas.

Essencial e argumento demolidor contra a prisão antes do trânsito em julgado de sentenças é sua confissão de que isso precisa ser incluído na Constituição que hoje o proíbe.

O que o torna, a ele e aos juízes que a legitimarem, contrários à lei maior do país.

*Jornalista, Editor do Blog Tijolaço (fonte desta postagem)

26 março 2018

WADIH DAMOUS: CARAVANA DE LULA ESTÁ CERCADA POR BANDIDOS MILICIANOS


247 - Deputado federal Wadih Damous (PT-RJ) afirma em coletiva de imprensa que "a caravana de Lula" ficou "cercada por bandidos milicianos no Paraná"; "É uma estrada e a comitiva não tem como sair. Isso dá seguimento à complacência do governo do Paraná, assim como aconteceu em Santa Catarina e no Rio Grande do Sul", criticou o parlamentar; "Isso é muito grave. Se algo acontecer quanto à integridade física de qualquer membro dessa comitiva é o governo federal que deve ser responsabilizado, assim como o governo do Paraná", acrescentou. (...) CLIQUE AQUI para continuar lendo.

A Caravana de Lula e a polícia que protege agressores




Policiais no Sul deixam de cumprir papel constitucional de garantir a segurança de quem exerce o direito legítimo de manifestação. Simpáticos e, às vezes, até amigos dos agressores, policiais fazem corpo mole diante da violência de quem quer impedir o ex-presidente Lula e apoiadores de se manifestarem.

Uma agressão racista foi feita diante dos olhos dos policiais, que só faltaram aplaudir. O jornalista Joaquim de Carvalho acompanha a Caravana pelo DCM e comenta a situação cada vez mais tensa. (via DCM)

25 março 2018

Conheça quem são os 'ruralistas' e instituições que estão organizando os ataques contra Lula no Sul



POR VINÍCIUS SEGALLA, no DCM*

A Caravana Lula pelo Brasil, em sua atual passagem pela região Sul, tem sido marcada pelas características que a acompanham por todo país: a aproximação ao ponto do contato físico intenso de Lula com apoiadores, o franco diálogo e troca de carinho entre o ex-presidente e aqueles que vão a praças, auditórios, universidades e parques para ouvi-lo, tocá-lo, tirar foto, abraçar, beijar. 

Em cada município por que passa Lula, a cena se repete.

Um fato novo, porém, surgiu no Rio Grande do Sul, no município de Bagé, na fronteira com o Uruguai: ação orquestrada e violenta de grupos milicianos de extrema-direita, organizados em torno de sindicatos e associações ruralistas e do MBL, grupelho de jovens de direita que lança mão da proliferação de notícias falsas, perseguição em redes sociais e na vida real e campanha difamatórias como forma de fazer política.

Por onde passa, Lula arrasta milhares de pessoas que o adoram e centenas – às vezes dezenas – de eleitores de Jair Bolsonaro que decidiram não medir esforços para impedir o direito de ir e vir, de expressão e de reunião daqueles que discordam de seu ponto de vista. 

O resultado foram as cenas tristes que se viram nos últimos dias, que chegaram ao cúmulo de uma pessoa chicoteando outra pessoa. 

Conheça, {clicando AQUI}, quem são as pessoas e instituições que estão organizando os ataques.  

24 março 2018

A Caravana trouxe democracia e deixou o fascismo para trás! (Deputado Marco Maia)



Por Marco Maia*

Na passagem da Caravana do Presidente Lula pelo Rio Grande do Sul eram esperadas manifestações contrárias daqueles que, em 2016, patrocinaram e inflamaram a quebra da ordem democrática no país. No entanto, as cenas que presenciamos no interior do Estado em nada condizem com a nossa formação política e cultural e, acima de qualquer divergência política, envergonharam os gaúchos. 

Assim como no ato de 24 de janeiro passado, aqueles contrários a Lula e ao PT não foram capazes de mobilizar número expressivo de pessoas. A cada dia, as faces do golpe ficam mais evidentes e, mesmo assim, Lula e o PT seguem firme nas pesquisas, mantendo a preferência do eleitorado. 

Contudo, o que ainda tratávamos como divergências políticas agora ganharam novos contornos. Somos filhos de uma terra, berço de lideranças políticas que sempre forjaram sua luta na defesa da democracia, inclusive formando trincheiras contra as tentativas de golpes de Estado. Se as “nossas façanhas servem de modelo a toda a terra”, a melhor tradição gaúcha foi usurpada por homens e mulheres que usaram da liberdade democrática para impor com pedras seu viés fascista. 

Os atos patrocinados pela elite miliciana rural no interior do Estado não representam nossas tradições, nossa história e nosso povo. O legado político do Rio Grande tem na defesa da democracia e na luta pela justiça seu maior patrimônio. Na incapacidade de conviver com o contraditório, bloquearam estradas, agrediram pessoas e até armas foram vistas em punho sob o olhar, em muitos momentos, sereno {e conivente} das autoridades da segurança pública. 

As violências e agressões que já são comuns no mundo virtual, ganharam forma no mundo real. 

O que ocorreu no Rio Grande do Sul e, pelas informações, poderá seguir ocorrendo nos demais estados do Sul, configura um atentado contra a democracia e deve receber nosso maior repúdio. 

As autoridades precisam agir para impedir que tais atos se repitam. Não é admissível que pessoas tenham sua vida ameaçada pelas suas opiniões políticas.

Mesmo com a ruptura do golpe, continuamos crendo na democracia. Não recuaremos um segundo na defesa de Lula livre, denunciando em todos os espaços as arbitrariedades que são cometidas contra ele. 

O ódio, a agressão, a violência constituem o caminho dos covardes. 

A democracia passará e os fascistas não passarão! 

*Marco Maia é Deputado Federal do PT/RS

(Foto: Lula em Bagé - via face)

Em São Leopoldo/RS Lula canta ‘Gaúcho de Passo Fundo’ e diz que termina caravana em Curitiba: ‘quem não deve não teme’



 

São Leopoldo/RS - Sul21 - por Fernanda Canofre - No meio da fala pública que realizou na noite desta sexta-feira (23), diante de 15 mil pessoas no centro de São Leopoldo, Rio Grande do Sul, o ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva puxou versos do cantor Teixeirinha. A música era Gaúcho de Passo Fundo. Ele arrematou: “…e trato todo mundo com o maior respeito”. “Não é assim? Era só isso que eu queria cantar lá hoje”.

 

A referência foi à movimentação de sindicatos rurais e políticos de direita da cidade da região norte do Estado que barraram a chegada da caravana petista. A primeira vez desde que Lula começou suas viagens pelo Brasil, no ano passado.

Os problemas na região norte atrasaram os planos da viagem. Por questões de segurança, recomendação da própria Brigada Militar, o ato na cidade teve de ser cancelado. Lula disse não ter se surpreendido.

“Eu sou um cidadão bem informado. Eu tinha bastante conhecimento da situação do Rio Grande do Sul, sabia dos resultados eleitorais e venho acompanhando os discursos e comentários. Veja que eu resolvi fazer uma caravana não-eleitoral. Senão, eu teria escolhido as dez maiores cidades do Estado e fazer atos como esse. Escolhi a região menos habitada demograficamente”.

A decisão de concorrer à Presidência este ano, segundo ele, também estaria embalada em não aceitar “a raiva e o ódio” que estariam estabelecidos na sociedade brasileira. E que se conseguir se registrar como candidato, sem medo de ser ufanista, ganha no primeiro turno.

“Será que eles não aprendem a jogar o jogo democrático? Eles acham que são bons? Ora, disputem as eleições. Coloquem um monte de candidatos e elejam. É o [Michel] Temer (MDB)? Que seja o Temer, não tem problema. É o [Geraldo] Alckmin (PSDB)? É o Bolsonaro (PSL)? Não tem problema. Só não pode ser a Manuela [D’Ávila, PC do B] e o [Guilherme] Boulos (Psol) que nós vamos estar juntos em algum momento. Indiquem quem quiserem e vamos para a disputa”. 

Sem comentar o julgamento do habeas corpus no Supremo Tribunal Federal (STF) ou o acordo de adiar uma decisão a respeito dele até o dia 4 de abril, Lula ironizou sobre o fim da sua caravana na região Sul do país.

“Vou terminar minha caravana na Boca Maldita, no centro de Curitiba. Vou fazer isso porque aprendi desde pequeno: quem não deve não teme. Quem é honesto, não baixa a cabeça”. 

A capital paranaense é a origem dos processos da Lava Jato contra ele e onde boa parte dos políticos presos é mantida. Inclusive o ex-deputado e ex-presidente da Câmara, Eduardo Cunha (MDB). 

Na fala em São Leopoldo, uma das cidades gaúchas onde o PT conquistou prefeitura em 2016, com Ary Vannazi, Lula deu uma amostra de que pretende seguir o slogan do governo interrompido de Dilma Rousseff (PT), com foco na educação.

“Quero voltar a ser candidato para provar que é possível fazer mais educação, que é possível fazer mais saúde. Eles que se preparem porque eu vou federalizar o ensino médio nesse país. Se vai custar dinheiro, ótimo. Eu tenho dito todo dia que educação não é gasto, é investimento. Eles sabem que vamos voltar a gerar emprego”. (...)

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