15 setembro 2018

Sobre a 'entrevista' de Fernando LULA Haddad ao partido Globo (PIG)


Haddad jogou para o empate no JN. O jogo é no campo do povo


Bob Fernandes, no Twitter, faz o scout da peleja entre Fernando Haddad e  o time William Bonner /Renata Vasconcellos, estes com a retaguarda escalada (ou integrada) por Ali Kamel no “ponto eletrônico”: “Quanto tempo tiveram Bonner e Renata e quanto tempo teve o Haddad?”

27 minutos de entrevista, 16 com perguntas e interrupções de Bonner e Renata, 60% do tempo. Haddad teve 11 minutos. Bonner, 53 interrupções, Renata 19.

Claro que um velho brizolista como eu não se conforma com nada menos que um massacre na Globo transmitido pela Globo, mas tenho de reconhecer que Fernando Haddad jogou de olho no campeonato: mostrar-se firme, sereno, equilibrado e “o cara do Lula”.

Mesmo com a “posse de bola” global, Haddad foi eficiente e fez seu próprio jogo.

Logo no primeiro lance, ao dizer  um “boa noite” a Lula, “aquele que todo mundo queria que estivesse sentado aqui” buscou o que lhe é decisivo: a identidade com o ex-presidente.

Deixou de lado as bobagens que andaram falando sobre parecer ali “palatável ao mercado”.

Os ataques sobre casos de corrupção e o fogo sobre o governo Dilma, cuja intensidade era imaginável foram bem defendidos.

Com a devida entrada “na canela” em dois momentos.

O primeiro, quando Bonner tentou atirar Dilma Rousseff na vala dos corruptos e o candidato disse que ela sequer era ré e o apresentador da Globo fez a emenda para “investigada”  e deixou espaço para o contra-ataque : investigada a Globo também é”.

O segundo quando, na enésima interrupção de Bonner sua partner saiu-lhe em socorro:

– Bonner já está satisfeito com sua resposta.

E Haddad: “Mas eu não estou. Quando é para (defender) minha honra, eu decido”

Hora alguma, porém,  o candidato se impacientou – nós, que assistíamos, sim, e várias vezes – e foi grosseiro. Pode não ter agradado seus torcedores, mas, como o Corinthians na quarta-feira contra o Flamengo, no Maracanã, defendeu-se o suficiente para levar a decisão para seu campo.

Com direito, inclusive, ao VAR, o árbitro de vídeo, no final, quando Bonner teve de pedir desculpas por ter dito que, na sua arrancada no Datafolha, Haddad “oscilou” em lugar de “cresceu de 9 para 13%”.

Confesso, como disse antes, que o espírito de Leonel Brizola estava ali a me cutucar:

Mas, Brito, como é que este Adádi me perde a chance de dizer a estes sujeitos que, além de parciais, eles são mal-educados e de falar que quando um burro fala o outro abaixa as orelhas?

Não é a “praia” de Haddad, eu sei, mas que ia ser de deixar os dois sentados no chão.

*Por Fernando Brito, jornalista - no Tijolaço

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