12 novembro 2018

PT denuncia tutela militar sobre o STF admitida pelo comandante do Exército, que tuitou para a Globo ameaça de golpe; veja como foi




O Jornal Nacional de 03.04.2018 lembrou os tempos da ditadura militar, quando era porta-voz oficial dos generais

Eu reconheço que houve um episódio em que nós estivemos realmente no limite, que foi aquele tuíte da véspera da votação no Supremo da questão do Lula. Ali, nós conscientemente trabalhamos sabendo que estávamos no limite. Mas sentimos que a coisa poderia fugir ao nosso controle se eu não me expressasse. Porque outras pessoas, militares da reserva e civis identificados conosco, estavam se pronunciando de maneira mais enfática. Me lembro, a gente soltou [o post no Twitter] 20h20, no fim do Jornal Nacional, o William Bonner leu a nossa nota. General Villas Bôas, comandante do Exército, em entrevista à Folha

A fala do general Villas Bôas evidencia a trama política contra Lula. Deixa claro que houve ingerência em decisão do STF (Supremo Tribunal Federal). Gleisi Hoffmann, presidenta do PT, no twitter

O papel da Rede Globo foi o de fazer as relações públicas do processo do golpe, para a destituição de Dilma, a prisão de Lula e agora a viabilização do governo de Bolsonaro. Gleisi, em entrevista ao site argentino Contexto

Sendo prevalecente nesse STF o entendimento de que a execução provisória não compromete o princípio de presunção da inocência, não há como reputar ilegal, abusivo ou teratológico acórdão que rejeita habeas corpus, independentemente da minha posição pessoal quanto ao tema de fundo. Ministra do STF Rosa Weber, dando o voto decisivo no 6 a 5 que manteve o ex-presidente Lula preso, em nome da “colegialidade” [no dia seguinte ao tuíte do general]

Então a corte não pode evoluir jamais. Ricardo Lewandowski, ministro do STF, interrompendo Rosa Weber

A minha perplexidade é grande. Ministro Marco Aurélio, do STF, estranhando a decisão de Rosa Weber, que contrariou sua própria opinião [ela sempre foi contra a prisão depois de condenação em segunda instância] e manteve Lula na cadeia


Comissão Executiva Nacional do PT apontou a gravidade da usurpação confessada pelo general Villas Bôas para impedir que o STF conceda liberdade a Lula

É grave a entrevista do comandante do Exército, general Villas Bôas, na qual ele confessa ter interferido diretamente para impedir o Supremo Tribunal Federal de conceder habeas corpus ao ex-presidente Lula, em abril deste ano.

Ao afirmar que, a seu critério, a liberdade de Lula seria motivo de “instabilidade”, o general confirma que a condenação do maior líder político do país foi uma operação política, com o objetivo de impedir que ele fosse eleito presidente da República.

Está demonstrado, agora, que não apenas o sistema judicial ligado a Sergio Moro, a Rede Globo e a grande mídia participaram dessa operação arbitrária e antidemocrática, mas também a cúpula das Forças Armadas.

O general Villas Bôas afirma querer “despolitizar” as Forças Armadas, mas sua confissão compromete os comandos militares com o golpe e demonstra que eles exercem de fato uma tutela inconstitucional sobre as instituições, jogando inclusive com a liberdade de um cidadão injustamente condenado.

A entrevista compromete a cúpula das Forças Armadas com a visão autoritária do processo político de Jair Bolsonaro, que faz graves ameaças à oposição, por meio de declarações e textos que circulam nas redes sociais.

O PT conclama as forças democráticas do país a repudiar e denunciar a usurpação confessada pelo general Villas Bôas e a defender a democracia contra as ameaças de Bolsonaro. Não há limites para a tirania depois que ela se instala.


Comissão Executiva Nacional do PT

Fonte: Viomundo

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