04 janeiro 2019

País dividido, elitismo, preconceitos, intolerância e repressão: eis que começa o governo do fascista Bolsonaro — Feliz 1964!



Por Davis Sena Filho*

A direita (milicos e civis) brasileira entrega descaradamente e criminosamente o Brasil aos estrangeiros e à iniciativa privada batendo, hipocritamente, continência à bandeira nacional, sendo que Jair Bolsonaro bate também orgulhosamente continência à bandeira dos Estados Unidos, a gritar: USA! USA! Hipocrisia, cinismo, leviandade, violência e mentiras são a "nova" ordem neste País perversamente desigual, de casa grande provinciana, escravocrata e terceiro-mundista. A direita brasileira olha para o futuro pelo espelho retrovisor. Feliz 1964!

Jair Bolsonaro, político e cidadão que sempre esteve em guerra com a sociedade civil e com os grupos sociais que ele trata de forma insana como seus inimigos, anuncia e favorece o derramamento de sangue de brasileiras e brasileiros, a considerar os índios, os quilombolas, os sem teto, os sem terra e as minorias como inimigos internos a serem derrotados pelo establishment, a quem ele representa com a dedicação de um lacaio feroz e disposta a agradar seus patrões — a casa grande.

No fundo, o sonho do ex-capitão é ser integrante do status quo, porque seu sonho dourado e de consumo, desde muito jovem, quando ele, na Esao, ameaçou detonar bombas por causa de dinheiro. O político rústico e bruto, o bizarro e voraz colonizado, feroz irá fazer de tudo para que a terra de brasileiros saia do controle dos índios e dos quilombolas.

O milico integralista anunciou em primeiro momento e por decreto que o Ministério da Agricultura, dominado pelos ruralistas bilionários do agronegócio e dos latifundiários de extrema direita, pois herdeiros autênticos da escravidão, passe a ser o responsável por administrar e decidir sobre as terras de indígenas e quilombolas, a fim de favorecer os especuladores nacionais e os países que tem grandes interesses em minérios, nos diferentes ecossistemas, nas florestas, na água doce e, principalmente, na compra de milhões de hectares por parte de empresas privadas estrangeiras e nacionais, muitas delas associadas para burlar a lei sobre compra e posse de terras por parte da gringada malandra, esperta e da alma pirata.

Para concretizar a entrega do Brasil, o governo antidemocrático e antinacional dos milicos, pois são dez militares no primeiro escalão, um na vice-presidência, além do Bolsonaro, terá de em dado momento reprimir a quem resistir e se posicionar em oposição ao avassalador processo de privatização e entrega do País e perdas de direitos por parte do trabalhador, ao ponto de o Estado nacional, em futuro próximo, não ter condições de fazer frente à iniciativa privada de exploração e a controlar as diretrizes de ações de responsabilidade do Estado.

A resumir: o Estado mínimo é o povo de joelhos e sem condições dignas de vida e impedido de ter acesso a uma vida de melhor qualidade, porque os golpistas rasgaram as Leis Trabalhistas (CLT), impediram os sindicatos de terem recursos, lutam para que a previdência pública fique nas mãos dos bancos, além da entrega criminosa das estatais, a doação estúpida de quase todo o Pré-Sal às petroleiras estrangeiras, a aquisição de grandes levas de terras por estrangeiros e o Ministério da Agricultura (a raposa no galinheiro) a tratar de questões relativas aos índios e aos quilombolas, assim como passará a controlar a política ambiental. É simplesmente o fim da picada. Assim procede o governo ultraliberal de extrema direita.

A Funai, fundada pelo grande patriota e talentoso brasileiro, Marechal Cândido Rondon, a tratar dos índios há mais de um século, com vasto conhecimento sobre as culturas indígenas, bem como o Incra, portador também de amplo conhecimento sobre a questão fundiária agora estarão entregues a um bando de capitalistas vinculados à especulação imobiliária, ao latifúndio improdutivo e ao agronegócio controlados por banqueiros bilionários e agricultores riquíssimos de perfis escravocratas e sem quaisquer compromissos com o desenvolvimento do Brasil e a emancipação plena de seu povo, mas apenas preocupados com seus negócios. (...)

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