Por Joaquim de Carvalho*
O carnavelsco Jack Vasconcelos vai provocar uma nova saia justa de novo
aos apresentadores da TV Globo, logo mais, no desfile da Sapucaí.
No ano passado, o carnavalesco colocou na rua um enredo que
denunciava o golpe e a manipulação midiática que criou os
“manifestoches”, termo criado por ele.
Com a beleza do espetáculo e sua repercussão, a Paraíso do Tuiuti
conquistou o vice-campeonato, embora muitos achassem que merecia o
título, que ficou com a Beija-Flor, preferida de muitos na Globo.
Desta vez, Jack Vasconcelos tratará de Lula, sem citá-lo nominalmente.
Se ainda houver jornalismo na Globo, os apresentadores e os
repórteres da emissora terão que explicar o enredo e, obviamente,
mencionar a palavra proibida: Lula.
Divulgado ontem, o enredo da Paraíso do Tuiuti trata de um bode que
ficou muito famoso na década de 20 em Fortaleza, Ioiô, e hoje,
empalhado, pode ser visto em museu.
O bode era tão popular que bebia com pessoas na rua, e foi eleito vereador, mas não pode assumir.
Lula entra na história por não poder assumir, mas naturalmente sua
eleição não seria um ato de protesto, mas o resultado do curso natural
da política.
Num trecho do enredo, Jack Vasconcelos explica:
“Vocês que fazem parte dessa massa irão conhecer um mito de verdade:
nordestino, barbudo, baixinho, de origem pobre, amado pelos humildes e
por intelectuais, incomodou a elite e foi condenado a virar símbolo da
identidade de um povo. Um herói da resistência!”.
O texto que explica o enredo também cutuca a Lava Jato de Sergio Moro, ao tratar da forma como Lula foi condenado:
“Não posso provar, mas tenho total convicção da autenticidade de tudo o que a ele atribuíram…”.
Quem ler a sentença de Sergio Moro não encontrará a descrição de conduta criminosa nem a apresentação de provas de crime.
Fatos indeterminados…, que o carnavalesco e tantos outros não engolem.
Jack Vasconcelos é formado em Belas Artes pela Universidade Federal do Rio de Janeiro.
Passou por algumas escolas do Grupo Especial e do Grupo de Acesso até
se consagrar, no ano passado, com o enredo: “Meu Deus, meu Deus, está
extinta a escravidão?”
É um intelectual, que retira suas ideias de textos densos de história
e sociologia. No ano passado, admitiu que o livro “A Elite do Atraso –
Da Escravidão à Lava Jato”, de Jessé Sousa, foi uma de suas referências.
Desta vez, foi buscar a história de um bode popular para, metaforicamente, passar a mensagem que o Brasil precisa entender.
*Via DCM
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