Por Antônio Mello*
Desde a semana passada, o presidente Jair Bolsonaro vem sentindo a pressão do cargo sobre seus ombros. Anunciou um tsunami para essa quarta e o tsunami, ao que parece, foi o pedido de quebra dos sigilos bancário e fiscal de seu filho Flávio, sua mulher Michele, seu amigão, o motorista e policial Queiroz, família e mais dezenas de pessoas, num total de quase cem. Investigação que cobre um período de doze anos, de janeiro de 2007 a dezembro de 2018. O início das apurações já mostrou que vem muita sujeira por aí.
Ontem [16/05], Bolsonaro esteve em Dallas, Texas, EUA, numa viagem fracassada, para receber um prêmio esvaziado, e foi declarado persona non grata pelos prefeitos de Nova York e Dallas, e várias personalidades se negaram a se encontrar com ele ou fizeram pior, declararam Bolsonaro persona non grata naquelas cidades.
Na chegada ao Brasil, deprimido, Bolsonaro distribuiu a suas listas de WhatsApp texto [que pode ser lido aqui] de uma pessoa, que é quase como o antigo argumento que Jânio Quadros usou para renunciar, de que o Brasil é ingovernável graças às "forças ocultas" (Jânio) ou às "corporações", no texto endossado por Bolsonaro.
A verdade é que o governo mal começou e já acabou, e só se discute agora qual seu final: Bolsonaro renuncia, como Jânio, alegando ser impossível governar o país, pondo a culpa nas corporações, no "marxismo cultural" e no PT?
Ou Bolsonaro vai aguardar que as investigações avancem sobre as relações "pouco republicanas" de suas famílias, inclusive com as milícias, e o motorista Queiroz abra o jogo e faça como Eriberto França, o motorista que denunciou todo o esquema de corrupção que levou ao impeachment de Collor?
Collor durou dois anos. Jânio, nem sete meses. Quanto tempo ainda vai durar o governo Bolsonaro?
*Via Blog do Mello
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