Áudios vazados pelo The Intercept Brasil mostram que força-tarefa da Lava Jato atuou com o objetivo de impedir vitória eleitoral de Fernando Haddad e antecipar prisão de Lula fazendo uso de provas consideradas inconsistentes pelos próprios acusadores
Uma série de três reportagens publicadas neste domingo (9) pelo The Intercept Brasil* expõe conversas do ex-juiz federal Sérgio Moro e do procurador Deltan Dallagnol que mostram atuação conjunta dos dois para impedir vitória eleitoral de Fernando Haddad, antecipar a prisão de Lula e até mesmo apresentar provas consideradas inconsistentes.
Material obtido com exclusividade pelo The Intercept, cerca de um mês antes de vazamento de hacker que teve acesso ao telefone do atual ministro da Justiça, aponta que a força-tarefa da Lava Jato atuou no caso Lula motivado por questões políticas. Nos áudios fica evidente colaboração inconstitucional entre o então juiz Sérgio Moro e o procurador do Ministério Público Deltan Dallagnol.
As reportagens destacam que os procuradores não são atores apartidários e apolíticos e atuaram por convicções ideológicas e preocupados em evitar o retorno do PT ao poder. A série também aponta que Moro buscou inverter as fases da Lava Jato para favorecer a condenação de Lula.
Outro ponto destacado é a própria descrença da força tarefa nas acusações feitas contra o ex-presidente, escancarando uma manobra jurídico-política.
É gravíssima a constatação de que, no processo do Lula, o ex-juiz Sergio Moro atuou como auxiliar da acusação, como revela a reportagem do Intercept, figurando como julgador e acusador ao mesmo tempo, o que não é admitido no "Sistema Penal Acusatório" vigente no Brasil, que tem como principal característica a separação rígida entre as funções de juiz, acusação e defesa.
ResponderExcluirComo se pode ver, de acordo com os áudios vazados, Sergio Moro atuou contra o Lula como juiz e acusador, condição essa própria do "Sistema Penal Inquisitório”, no qual o juiz, a um só tempo, acusa e julga o réu, como se fazia nos tempos sombrios da Inquisição.
Diante da comprovada mancomunação com propósitos políticos entre o ex-juiz Moro e procuradores da Lava Jato para condenar sem provas o ex-presidente Lula, impõe-se que seja decretado nulo “ab initio” esse processo rasteiro, viciado e corrompido que levou um inocente ao cativeiro sem se provar a sua culpa, agindo o então juiz do Feito em flagrante conluio com a acusação de forma abusiva e arbitrária contra o ex-presidente Lula, conforme revelam as mensagens divulgadas pelo citado portal.