Glenn Greenwald voltou, depois de um longo tempo, a ocupar-se pessoalmente dos novos episódios da “Vaza Jato”, a longa e chocante série de revelações das mensagens trocadas entre os procuradores da Força Tarefa de Curitiba, a PGR e policiais federais. É um possível sinal de que estão se aproximando as mais fortes revelações sobre a conspiração da Lava Jato, das quais o jornalista tem toda a razão de querer participar diretamente.
Agora,o The Intercept mostra que Moro articulou e comandou as operações da PF que culminaram com a condução coercitiva de Lula para depor (no Aeroporto de Congonhas, em 4 de março de 2016) e nas ações de busca e apreensão no seu apartamento em São Bernardo, no sítio de Atibaia que frequentava e no prédio do Instituto Lula.
A interferência é tanta que o delegado Luciano Flores, delegado da PF, diz, num dos diálogos, em tom jocoso que “Russo [apelido de Moro entre procuradores e policiais] deferiu uma busca que não foi pedida por ninguém…hahahah. Kkkkk”.
A “vitima” de Moro, contra quem não havia pedido do MP para busca e apreensão foi Rogério Aurélio Pimentel, de quem Moro disse, por conta própria, que seria o responsável pela “fiscalização das obras” no sítio de Atibaia, quando os procuradores afirmam que ele teria sido responsável pelo recebimento da mudança do ex-presidente, vinda de Brasília e para quem não solicitam a medida.
Se ainda fosse necessário mostrar que Moro saiu do papel de juiz para o de investigador, bastaria. Mas há mais e aguardem muito mais para breve.
Porque, como se diz no futebol, chegou a hora em que Glenn chamou o jogo para si.
*Jornalista, Editor do Blog Tijolaço (fonte desta postagem)
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