Embora a história real não seja bem assim, a Batalha de Itararé, na Revolução de 30, ficou conhecida como “a batalha que não houve”.
A tal marcha bolsonarista do dia 15 tem toda a pinta de que, a seu modo, será a “Marcha de Itararé”, a que não houve.
Mesmo os alucinados, como o general Augusto Heleno e o próprio presidente sabem que não têm condições, senão no mundo os factóides e virtualidades, de produzir multidões nas ruas e que ralas concentrações – e com os apelos alucinados e golpistas que certamente ostentariam – só iriam produzir mais evidências sobre o caráter autoritário e fascista do apoio ao ex-capitão.
Que, aliás, colocou o “Vovô Chilique” convenientemente à frente de si, mostrando quem mesmo é que pratica a chantagem e o “foda-se”, inclusive o institucional em relação à própria corporação militar.
Vai aproveitar o resto da semana carnavalesca para, com isso, dominar a polêmica e dar um assunto que encubra o caos no mercado que tem data e hora para começar: hoje, às 13 horas, quando abrir a bolsa de valores.
Depois, alegam os perigos coronavírus e cancelam o que seria um fiasco anunciado com uma “nobre” justificativa, mantendo a dúvida e o medo do que seriam multidões selvagens nas ruas.
O odiovírus do bolsonarismo ainda é forte e perigoso, mas perdeu o seu pico e tende a circunscrever-se em guetos, se o campo democrático largar de frescura e entender que não é mais a hora de ficar com rancores – muitos, verdade, justificados – e bloquear o caminho golpista de um governo que entrou no campo da agonia e dele não sairá por conta da crise que chegou e chegou forte.
*Por Fernando Brito - jornalista, Editor do Blog Tijolaço, fonte desta postagem.
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