Em Nova Iorque, presidente brasileiro falou por 13 minutos sobre temas como meio ambiente, indígenas e pandemia
Por Daniel Giovanaz*
O presidente Jair Bolsonaro (sem partido) distorceu dados e mentiu durante discurso na 76ª sessão da Assembleia Geral das Nações Unidas, nesta terça-feira (21).
Após chamar atenção ao circular por Nova Iorque sem estar vacinado, o chefe de Estado brasileiro declarou oficialmente na abertura do evento que "os recursos para fiscalização, nos órgãos ambientais, foram dobrados. E os resultados já começam a aparecer.”
Em abril, o governo aprovou corte de 24% no orçamento do meio ambiente para 2021 em relação ao ano passado.
Bolsonaro também mentiu sobre dados de desmatamento na Amazônia em agosto. Ele falou em 32% de redução em relação ao mesmo mês de 2020. Segundo o Imazon, houve aumento de 7%, um recorde desde 2012.
“Nenhum país do mundo possui uma legislação ambiental tão completa quanto a nossa. Nossa agricultura é sustentável e de baixo carbono", afirmou o presidente brasileiro.
O discurso reforçou a polarização política interna.
“Estávamos à beira do socialismo. Apresento agora um novo Brasil, com credibilidade reconhecida em todo o mundo”, disse o presidente.
Bolsonaro afirmou ainda que “indígenas desejam utilizar suas terras para agricultura e outras atividades.”
Sobre a pandemia, ele disse que sempre defendeu "combater o vírus e o desemprego com a mesma responsabilidade."
Para ele, “as medidas de lockdown deixaram um legado de inflação”, e pessoas foram "obrigadas a ficar em casa" por prefeitos e governadores.
O discurso durou, ao todo, 13 minutos.
Jair Bolsonaro valorizou os números da vacinação no Brasil, embora nunca tenha feito um pronunciamento incentivando os cidadãos a se imunizarem.
"Fiz tratamento inicial [contra a covid]. Nosso governo é contra a vacinação obrigatória", ressaltou.
“Meu governo recuperou a credibilidade, e hoje o Brasil se apresenta como um dos melhores destinos para investimentos.”*
Confira a repercussão completa do discurso ao longo desta terça-feira no Brasil de Fato.
-Edição: Anelize Moreira - *Via Brasil de Fato
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