“Essa cena não dura uma semana na mente das pessoas e será substituída por outra”, lamenta o cartunista sobre ação da PRF que matou um homem em uma “câmara de gás”17
247* - Em entrevista à TV 247, o cartunista e ativista político Carlos Latuff criticou a ação da Polícia Rodoviária Federal (PRF), em Sergipe, que matou um homem de 38 anos em uma “câmara de gás” improvisada dentro de uma viatura da PRF: “naturalizamos a barbárie”.
“Apesar de estar lidando com essas questões há muito tempo, às vezes eu me surpreendo com esse tipo de requinte nazifacista”, afirmou.
O cartunista lamentou que apesar dos absurdos, cenas como esta da PRF asfixiando Genivaldo Alves de Jesus, além de casos como as chacinas do Jacarezinho e da Vila Cruzeiro, serão, infelizmente, esquecidas.
“Essa cena não dura uma semana na mente das pessoas e será substituída por outra. Vai se superando em barbarismo. Antigamente essas cenas, vídeos, serviam para mobilizar, indignar, mas o Brasil naturalizou a barbárie”, pontuou.
Latuff destacou que a relação de extermínio da polícia com os moradores das favelas não é característica apenas do governo Bolsonaro - que legitima essa ações -, mas perpassa todos os governos. “Em uma sociedade que tivesse instituições que funcionassem, esse tipo de coisa jamais iria se repetir por que isso é de um barbarismo, que também não é novidade”, destacou.
O cartunista complementa lembrando que o argumento utilizado pela polícia ao longo dos governos é sempre o mesmo para justificar a violência do Estado nas favelas: “esse é um caso isolado. Se houve excesso por parte das forças policiais deverá ser apurado e os responsáveis afastados para responder na lei”.
“E assim as chacinas e as barbaridades vão se sucedendo e a memória das pessoas vai apagando, e daqui a pouco já não se fala mais das chacinas”, finalizou.
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