29 setembro 2023

Minha Casa, Minha Vida passa a ser gratuito para beneficiários do Bolsa Família e BCP

Medida foi anunciada pelo Ministério das Cidades e vai contemplar cerca de 27 milhões de pessoas

    Minha Casa Minha Vida. Ricardo Stuckert/Agência Brasil

Por Júlia Motta*

Ministério das Cidades determinou que os beneficiários do Bolsa Família e do Benefício de Prestação Continuada (BCP) não terão mais que pagar as prestações do programa Minha Casa, Minha Vida. O anúncio foi feito no portal oficial do governo federal.

A nova medida vai contemplar os beneficiários que estão com processos abertos ou futuros para adquirir imóveis subsidiários pelas modalidades FAR, FDS e Rural. 

No total, devem ser quase 27 milhões de pessoas contempladas com a nova regra, 21,1 milhões do Bolsa Família e 5,4 milhões do BCP. 

Além da gratuidade, a nova regra também vai reduzir o número de prestações de 120 para 60 nas unidades contratadas pelo Programa Nacional de Habitação Urbana (PNHU). 

A Caixa Econômica Federal, instituição financeira responsável pelos contratos, tem até 30 dias para se adaptar ao novo modelo.

Veja como vai funcionar

  • Gratuidade para quem tem Bolsa Família ou BCP e é subsidiado pelos modelos FAR, FDS e Rural;
  • Beneficiários do Programa Nacional de Habitação Rural (PNHR) terão uma redução de 4% para 1% na parcela;
  • Para famílias com renda bruta de até R$ 1.320 e que são subsidiadas pelo FAR, FDS e Rural, mas não fazem parte do Bolsa Família, a prestação mensal dever ser de 10% da renda familiar, com parcela mínimade R$ 80,00;
  • Já para famílias com renda bruta familiar de R$ 1.320,01 a R$ 4.400, a prestação mensal deve ser de 15% da renda familiar, subtraindo R$ 66,00 do valor.

Segundo o ministro das Cidades, Jader Filho, este ano, o programa Minha Casa, Minha Vida já contratou 300 mil novas unidades habitacionais. A previsão é ultrapassar 450 mil novas unidades até o fim do ano.

*Via Revista Fórum

EXTREMA-DIREITA - Bolsonaristas comandam guerra aberta do Congresso contra o STF

Após quatro anos de ataques do Executivo, sob o comando Bolsonaro, Suprema Corte agora enfrenta levante do legislativo, que abriu frente de batalha por causa de julgamentos como marco temporal e descriminalização da maconha.

Deputados fazem eco a senadores e anunciam obstrução de votações na Câmara em protesto contra o STF. Frente Parlamentar Agro

Após quatro anos de ataques vindos do poder Executivo sob o comando de Jair Bolsonaro (PL), a trincheira da guerra aberta da extrema-direita contra o Supremo Tribunal Federal mudou e agora os ataques estão sendo coordenados por aliados do ex-presidente que dominam pautas conservadores e retrógradas no Congresso Nacional.

A guerra anunciada pelo ex-ministro do Desenvolvimento Regional, Rogério Marinho (PL-RN) na terça-feira (26), quando o senador anunciou que parlamentares oposicionistas vão obstruir as votações na casa em protesto contra decisões recentes do Supremo foi levado a cabo nesta quarta-feira (27) com a aprovação do PL do Marco Temporal e encontrou eco na Câmara dos Deputados. (...)

CLIQUE AQUI para ler na íntegra (via Revista Fórum).

PT SANTIAGUENSE REALIZARÁ PLENÁRIA MUNICIPAL SÁBADO, 30/09

 


Santiago/RS - A Comissão Executiva Municipal Provisória do Partido dos Trabalhadores - PT, recentemente reunida, dentre outros assuntos, confirmou a realização da sua Plenária Municipal Extraordinária - Pedex - no próximo sábado, dia 30 de setembro. A mesma ocorrerá no salão de festas do Edifício Centenário, Av. Getúlio Vargas, 1971 – Centro de Santiago/RS.

Segundo o Presidente da Executiva Municipal do PT, advogado Júlio César Schmitt Garcia, a realização da Plenária este ano nos municípios onde existe Comissão Provisória, como é o caso de Santiago, é determinação da Direção Nacional do partido, e visa reorganizar o mesmo, tendo como foco também as eleições municipais do ano vindouro, onde o PT terá um papel importante na luta pela alternância do poder a nível municipal.

Além da discussão sobre temas de relevância como Conjuntura Nacional, Estadual e Municipal, os participantes – filiados ao partido no município -  realizarão análise das principais ações do Governo Federal liderado pelo Presidente Lula e, por fim, deverão eleger a nova direção municipal do partido (Diretório Municipal e Executiva), que terá um mandato de dois anos.

“Temos trabalhado, desde que assumimos a direção municipal do PT em março do ano passado, no sentido de reorganizá-lo, reunificá-lo e prepará-lo para os próximos embates políticos e eleitorais”, disse Júlio Garcia (que também foi um dos fundadores do PT no RS e em Santiago), que informou também que, devido a outros importantes compromissos – profissionais e políticos -  não deverá concorrer à reeleição para a presidência do mesmo. 

“Agradeço as manifestações de apoio que tenho recebido mas tenho consciência de que já dei minha contribuição ao longo destes anos todos; além disso, a alternância é muito importante e salutar. Espero agora que consigamos resgatar a unidade partidária e fazermos uma chapa minimamente consensual para que nossos objetivos - tanto táticos quanto estratégicos - sejam alcançados o mais rápido possível”, enfatizou. 

A Plenária do PT santiaguense está prevista para iniciar às 9 horas, devendo ser encerrada às 17 horas.

Secretaria de Comunicação do PT de Santiago/RS

*Via Blog O Boqueirão Online

20 setembro 2023

Lula cala as milícias dos jornalões que matam notícias boas

Não há como a grande imprensa bater na fala de Lula na ONU, mas amanhã começa tudo de novo. A missão das corporações é fazer com Lula o que fizeram com Dilma

    Luiz Inácio Lula da Silva (Foto: Ricardo Stuckert/PR)

Por Moisés Mendes*

Chegou a ser demasiado, quase ensurdecedor, o aplauso das milícias dos jornalões à fala de Lula na ONU. Uma comentarista emocionada aplaudiu de pé, mas não deixou de acrescentar o seu ‘mas’.

Mas e a mulher na vaga de Rosa Weber no Supremo? Foi a pergunta de pátio de recreio de Vera Magalhães no Globo. Um mas fraco, repetitivo, fora de contexto. Era o mas ao alcance da mão.

Lula não deixou muitas reticências para que o jornalismo de direita, cada vez mais contaminado por posições da extrema direita e desorientado, acrescentasse o mas isso e mas aquilo com algum fundamento.

Seria ruim questionar o que o presidente disse em Nova York sem expor nos jornais mais alguns exemplos de desconforto com um golaço. Lula deu recados aos americanos dentro dos Estados Unidos com um tom que nem ele havia usado antes.

Fez um discurso que acalma a esquerda e constrange a direita. A jornalista que cobrou uma ministra no lugar de Rosa Weber tinha a cobrança guardada. Só fez control C e control V e encaixou na sua ‘análise’ do discurso.

Há nessa grande imprensa desorientada, que se esforçou para bater em Bolsonaro, o sentimento da repetição. Bater em Lula é reutilizar os mesmos métodos do que fizeram com ele mesmo até a prisão política e antes haviam feito com Dilma até o golpe.

A economia surpreende com crescimento acima do esperado por eles, os jornalistas do mas, e também pelos economistas do porém e do entretanto, que erraram tudo até agora.

A inflação está abaixo das previsões, e Lula os surpreende também com o bom nível de emprego e a melhoria no humor de quem investe e consome, apesar do juro de Campos Neto.

Mas sempre tem o mas. O povo come mais carne, e o Estadão publica uma notícia com esse título, que parecia fake e depois parecia meme: “Preço do filé mignon cai e seu bolso pode sofrer mais com isso”.

Usam até a carne barata para confundir caçar cliques. Poderiam ter publicado que o preço do filé cai, mas Lula não se decide sobre a escolha de uma mulher para o STF. Como se só eles e Gregório Duvivier quisessem uma mulher no Supremo.

Há uma milícia matando notícias boas nos jornalões. Espancam, torturam e, se for preciso, assassinam boas notícias pelas costas e por encomenda.

São contingentes de jornalistas tucanos que tiveram utilidade durante o governo de Bolsonaro como combatentes que agiam em nome dos seus patrões. Todos os patrões das corporações de mídia eram inimigos de Bolsonaro.

E muita gente desse jornalismo, que poderia ter afinidades de fundo com o bolsonarismo, teve de apontar as baionetas para o poder que ameaçava os patrões. Sabe-se de alguns que não ficaram à vontade na missão de atacar o fascismo para proteger as corporações.

Um jornalista com atitudes racistas contra negros americanos chegou a ser mandado embora por excesso de reacionarismo. Outro, que agora dissemina fake news sobre barragens, teve a aposentadoria apressada. Ambos tinham mais afinidades com as bases de Bolsonaro do que com os próprios patrões.

A eleição de Lula desprograma de novo um grupo historicamente identificado com o tucanismo, porque era o que estava disponível por uma década como antilulismo e expressão de conservadorismo à moda antiga e bem comportado.

Os tucanos não existem mais, e um dos últimos deles, o gaúcho Eduardo Leite, já tentou ser até um sabiá do PSD. Está hoje mais para periquito expelido do comando do próprio ninho por outros tucanos parecidos com papagaios de Aécio, um tucano dado como extinto e que reaparece como se fosse o mico-leão-dourado do PSDB.

Esse jornalismo perdido no mato aplaudiu o discurso de Lula na ONU porque não havia como atacar e porque amanhã precisa voltar a tratar do déficit zero, do lobismo pelo centrão, do novo avião presidencial com piscina, da defesa dos restos da Lava-Jato.

Atacar o discurso de Lula na ONU seria como vaiar um gol de bicicleta no Maracanã. Os milicianos das corporações foram para o sacrifício prazeroso do elogio porque são mais sensatos do que as milícias digitais da extrema direita.

São diferentes no detalhe e semelhantes na essência da sabotagem a tudo que contrarie seus planos e o esforço para matar notícias boas.

A defesa de uma mulher no Supremo, em meio à ‘análise’ do discurso na ONU, é um despiste. As milícias do jornalismo às vezes são fofas, mas serão sempre milícias.

*Moisés Mendes é jornalista, autor de “Todos querem ser Mujica” (Editora Diadorim). Foi editor especial e colunista de Zero Hora, de Porto Alegre. - Fonte: Brasil247

18 setembro 2023

O julgamento do 8 de janeiro precisa colocar os militares golpistas na cadeia

Julgar os terroristas no STF é apenas o primeiro passo. Para destruir o golpismo, é preciso também condenar a alta patente das Forças Armadas que incitou o ato.



Por João Filho*

DEZESSETE ANOS DE PRISÃO. Essa foi a pena dada ao golpista Aécio Lúcio Costa Pereira,  primeiro a ser condenado na última quinta-feira pelo STF. A condenação se deu por dano qualificado, deterioração de patrimônio público tombado, abolição violenta do Estado Democrático de Direito, golpe de Estado e associação criminosa. A maioria dos ministros concordou com o voto do relator Alexandre de Moraes que, além da pena de prisão, aplicou uma multa de R$ 30 milhões em  danos morais coletivos — valor a ser pago em conjunto com outros condenados no julgamento. 

A punição é dura, mas compatível com a gravidade:a tentativa de solapar a democracia brasileira. Depois de Aécio, outros dois golpistas foram condenados pelos mesmos crimes e receberam penas parecidas. Essas primeiras condenações têm caráter histórico e pedagógico, já que pela primeira vez se puniu com rigor os delinquentes que conspiram contra a democracia. A anistia concedida aos golpistas de 1964 é a responsável direta pelos atos golpistas de 8 de janeiro. As condenações desta semana indicam que este ciclo finalmente pode ser quebrado. O recado aos golpistas do futuro está dado. Ao todo, 1.390 pessoas estão sendo acusadas pelos atos golpistas de 8 de janeiro. A coisa está só começando. 

O julgamento foi marcado por debates calorosos entre ministros bolsonaristas e ministros democratas. Kassio Nunes cumpriu o seu papel de vassalo do golpismo e tentou desconsiderar o caráter golpista do episódio para enquadrá-lo meramente como um ato de vandalismo. Mendonça seguiu mais ou menos o mesmo caminho, absolvendo os réus pelos crimes relacionados ao golpismo e condenando pelos crimes de vandalismo. Assim como prega a militância bolsonarista, Nunes e Mendonça defenderam a tese estapafúrdia de que o 8 de janeiro foi uma manifestação pacífica, familiar, democrática, que saiu do controle por conta de meia dúzia de manifestantes mais empolgados. Tratam o acontecimento como algo desconectado de outros episódios golpistas, como a tentativa de invasão da sede da Polícia Federal que incendiou carros e ônibus e a tentativa de atentado à bomba no aeroporto de Brasília — ações que foram comprovadamente organizadas nos acampamentos nos quartéis.

Não há dúvidas de que todos esses episódios estão ligados entre si e foram motivados pela expectativa da aplicação da Garantia da Lei e da Ordem, a GLO, para conter o caos através de uma intervenção militar. Esse roteiro está fielmente descrito na minuta do golpe encontrada na casa do ex-ministro Anderson Torres. O desejo por uma intervenção militar sempre foi declarado pelos golpistas. Durante a invasão do 8 de janeiro, o próprio Aécio publicou um vídeo nas redes sociais vestindo uma camisa com os dizeres “intervenção militar federal”. Tratar o assunto como se fosse um “domingo no parque” que fugiu do controle, como lembrou Alexandre de Moraes, é negacionismo puro.

A anistia concedida aos golpistas de 1964 é a responsável direta pelos atos golpistas de 8 de janeiro.

Como se já não bastasse o vexame dos ministros bolsonaristas, os advogados de defesa dos golpistas protagonizaram um show de horrores. A começar pelo advogado de Aécio, Sebastião Coelho da Silva, que já estava errado mesmo antes de abrir a boca. No final do ano passado, ele discursou em uma das manifestações golpistas em pleno quartel general e pediu a prisão de Alexandre de Moraes, o que motivou uma abertura de investigação do CNJ por incitação aos atos golpistas. Ou seja, o advogado do golpista é um golpista. Durante seu discurso, ele simplesmente abandonou a defesa técnica e adotou uma postura afrontosa ao Supremo, afirmando que o julgamento é político e que os ministros são as pessoas mais odiadas do país. Ao invés de argumentos técnicos em defesa do seu cliente, o que se viu foi proselitismo político de quem quer jogar pra torcida bolsonarista. Tudo isso cheira à uma preparação de terreno para se lançar na política em um futuro breve. Mas isso só será possível se o advogado não tiver que sentar no banco dos réus antes. 

O golpista Aécio foi pintado pelo advogado como um pai de família, trabalhador, que só quer o bem do Brasil. Mas o seu histórico aponta em direção contrária. Após as últimas eleições, um vizinho abriu boletim de ocorrência contra ele depois de ter sido ameaçado de morte pelo Whatsapp. A mensagem dizia que ele “seria morto, porque todo comunista merece morrer”. Esta é a postura deste patriota pai de família: ameaça de morte, de golpe e destruição do patrimônio público. 

Os advogados dos outros dois réus condenados seguiram a linha do colega que defendeu Aécio. Ignoraram os aspectos técnicos do julgamento e atuaram como militantes bolsonaristas indignados com uma fictícia perseguição política. O descaramento dos advogados abunda como as provas existentes contra seus clientes. Impossibilitados de confrontarem as fotos, os vídeos e os áudios que comprovam os crimes dos réus, apelaram para os discursinhos bolsonaristas dos mais chulés. Parece que todos eles estão ensaiando para virar parlamentares de extrema direita. 

A pobreza intelectual dos advogados ficou evidente durante o julgamento. Um dos advogados confundiu “O Pequeno Príncipe”, um livro infantil de Antoine de Saint-Exupéry, com o “O Príncipe” de Nicolau Maquiavel, uma obra fundamental da teoria política. Pior que isso: ele queria citar uma frase de Maquiavel que jamais foi escrita por ele. Alexandre de Moraes não deixou barato e colocou o advogado em seu devido lugar: “É patético e medíocre que um advogado suba à tribuna do STF com um discurso de ódio, um discurso pra postar depois nas redes sociais (…) O advogado ignorou a defesa. Não analisou nada, absolutamente nada. (…) Esqueceu o processo e quis fazer média com os patriotas. Realmente é muito triste.”

Os executores do golpe começam a sentir o peso da lei numa democracia. Ainda faltam os financiadores, os organizadores e os mentores intelectuais.

O que vimos esta semana foi uma resposta importante da sociedade brasileira contra o golpismo. Os executores do golpe começam a sentir o peso da lei numa democracia. Ainda faltam os financiadores, os organizadores e os mentores intelectuais. Para blindar a democracia, é fundamental que esses outros grupos também sejam rigorosamente punidos. Durante o julgamento, Alexandre de Moraes ressaltou que as Forças Armadas não aceitaram aplicar o golpe — uma fala que me preocupa um pouco. Está mais do que evidente que o golpe só não foi concluído por não haver as condições materiais necessárias. Não havia apoio do governo dos EUA, nem de parte significativa do grande capital brasileiro. Mas o golpe foi fustigado o tempo todo pelo presidente e pelos militares. 

É fato incontestável que foi o alto comando do exército que permitiu que os acampamentos golpistas acontecessem em seu quintal. O 8 de janeiro não seria possível sem o apoio estrutural e intelectual das Forças Armadas. Não basta prender apenas os civis golpistas. É preciso colocar os militares de alta patente na cadeia para que eles nunca mais ousem sair da caserna para atormentar a democracia.

*João Filho é cientista social e jornalista. Autor do Jornalismo Wando - Via Intercept Brasil

13 setembro 2023

Lula anuncia R$ 1 bilhão em empréstimo para reconstrução de cidades gaúchas*

Novas medidas anunciadas pelo presidente incluem liberação do FGTS para 354 mil trabalhadores atingidos pelas chuvas

Ao lado do vice-presidente Alckmin, Lula anunciou novas medidas de apoio ao RS | Foto: Reprodução

Em vídeo publicado nas redes sociais no início da noite desta terça-feira (12), o presidente Lula anunciou novas medidas de apoio às pessoas e aos municípios atingidos pelas chuvas no Rio Grande do Sul. As medidas incluem a liberação de um empréstimo do Banco Nacional de Desenvolvimento Econômico e Social e a liberação do Fundo de Garantia do Tempo de Serviço (FGTS).

Acompanhado do vice-presidente, Geraldo Alckmin, Lula diz que as novas medidas foram definidas em reunião da comissão interministerial criada para tratar da situação. “Além dos R$ 741 milhões anunciados por ele (Alckmin) no último domingo, nós tomamos uma decisão agora de fazer uma concessão de empréstimo de R$ 1 bilhão para ajudar a recuperar a economia de todas as cidades. E, ao mesmo tempo, a liberação de R$ 600 milhões do Fundo de Garantia para atender 354 mil trabalhadores”.

O presidente não descartou que novas medidas possam ser anunciadas. “Nós vamos continuar acompanhando, porque está chovendo ainda. Certamente nós vamos ter muito mais informações e, na medida que forem acontecendo as coisas, nós vamos tomando as decisões. O que eu posso garantir ao povo do Rio Grande do Sul e da região que foi prejudicada pela chuva é que o governo federal não faltará nos atendimentos das necessidades, seja pequeno e médio empresário, morador, pessoas que perderam as casas”, disse.

Em visita ao Rio Grande do Sul no último domingo (10), Alckmin anunciou ações de apoio no valor de R$ 741 milhões. O primeiro pacote inclui R$ 26 milhões para o Ministério da Defesa, para o uso de helicópteros e demais maquinários na região nas buscas e reconstrução. Outros R$ 80 milhões para Ministério da Saúde, que montou um hospital de campanha em Roca Sales (RS) e reconstrução de unidades de saúde destruídas, além da atuação das equipes da Força Nacional de Saúde na região.

O Ministério dos Transportes terá R$ 116 milhões para reconstruir um trecho da BR 116, no km 96, na região do Rio das Antas. O Ministério do Desenvolvimento e Assistência Social e Ministério do Desenvolvimento Agrário aplicará R$ 125 milhões no Programa de Aquisição de Alimentos (PAA).

Por meio do Ministério das Cidades, R$ 195 milhões serão usados para a construção de moradias. Já o Ministério da Integração Nacional receberá R$ 185 milhões para ajuda humanitária e reconstrução de ruas, estradas, limpeza e pavimentação dos municípios. O Ministério da Previdência Social também receberá recursos, ainda sem detalhamento.

*Via Sul21

11 setembro 2023

CHILE - Pinochet: os 50 anos do “triunfo” de um canalha. Que a terra lhe pese

Foi só em 10 de dezembro de 2006 que Augusto Pinochet desceu ao inferno. O mundo ficou bem melhor sem o verdugo chileno e seu país ainda hoje se reconstrói do horror

Pinochet durante ato militar nos anos de ditadura. BBC/Reprodução

Por Henrique Rodrigues*

Santiago, Chile, 11 de setembro de 1973. Os relógios por todo o país marcam precisamente 10h30. São ouvidos os primeiros disparos dos tanques M41 Walker Bulldog, seguidos de forte artilharia do corpo de infantaria do Exército. O alvo era o Palácio de La Moneda, cujas fachadas começam a ser devastadas pelo fogo pesado que o atinge por todos os lados. Uma hora e meia depois, ao meio-dia, a destruição se consuma com o lançamento de pelo menos quatro foguetes contra a sede da Presidência do Chile por caças Hawker Hunter da FACh. Era questão de horas para que a notícia da morte de Salvador Guillermo Allende Gossens, um médico-cirurgião de 65 anos, marxista e eleito democraticamente para a chefia do Estado daquele país sul-americano, corresse o mundo.

O fato é que muita coisa ocorreu antes desses momentos narrados e o fim da democracia no Chile, mas o propósito deste artigo não é trazer pormenorizadamente esses intentos. Sucintamente, pode-se dizer que Allende foi eleito, em 1970, com 36% dos votos, ante 35% do segundo colocado, um “independente” de direita, e ainda 28% da Democracia Cristã, tida como de centro-esquerda, na terceira posição. Na prática, um resultado que mostrava o racha profundo em três bandas na sociedade chilena, embora Allende tenha sido eleito num segundo turno indireto no qual os representantes do Congresso Nacional o “indicaram” à Presidência, com 78% de “sim”, após sua vitória nas urnas.

Pouco tempo antes do fatídico 11 de setembro, para ser mais preciso 74 dias antes, em 29 de junho, insurgentes do Exército já tinham tentado um golpe contra o primeiro presidente marxista eleito no mundo, mas o chamado “Tanquetazo” deu errado e foi sufocado pelo general legalista Carlos Prats, então comandante em chefe da força terrestre chilena. Só que Prats renunciaria poucos dias depois por ter se envolvido numa briga de trânsito na qual sacou sua pistola e disparou contra um carro onde os ocupantes zombaram dele. A condutora era uma mulher, o oficial quase foi linchado no local e viu nos dias seguintes uma forte campanha de seus companheiros de farda e da imprensa para que ele saísse do comando do Exército. E ele acabou por renunciar ao posto.

Quem assume sua posição é o general Augusto Pinochet, àquela altura ingenuamente considerado um legalista fiel a Allende. Faltavam poucos dias para que o mundo conhecesse a verdadeira face de um monstro diabólico que se tornaria o epítome dos ditadores no planeta. Aqueles disparos de tanque, de artilharia e de foguetes por caças-bombardeiros contra o Palácio La Moneda, do início do texto, foram ordens dele. Pinochet assumiu o golpe, a face do golpe e o controle do golpe.

Já se apresentando ao povo chileno como novo “comandante” da nação, o general ditador posa para uma foto que se tornaria icônica. Frente a frente com outros militares da junta golpista, Pinochet aparece de óculos escuros, por baixo dos quais era possível ver seus olhos funestos, com cara de poucos amigos, num clique histórico e imortalizado pelo fotógrafo holandês Chas Gerretsen, que décadas depois o classificou como um “ator” que sabia olhar para o retratista e passar seu recado com a postura corporal. Naqueles dias que se seguiram, o mundo soube também que o Estádio Nacional de Chile, em Santiago, onde a final da Copa do Mundo de 1962 foi realizada e o Brasil sagrou-se bicampeão mundial, tinha virado um campo de concentração da ditadura, com suas arquibancadas e gramado servindo como “setor de triagem” para os “comunistas”, em alguns casos baleados e brutalmente espancados ali mesmo. Os demais eram levados para campos em locais isolados do país ou executados em unidades das Forças Armadas e dos Carabineros, a polícia chilena.

Por trás daquele homem que se mostrava duríssimo e implacável em sua “luta contra o comunismo”, desfilando nas cerimônias castrenses com uma pesada capa e de luvas negras de couro, vestido com o fardamento de gala do Ejército de Chile, inspirado na indumentária militar das tropas prussianas do começo do século XX, existia um canalha covarde. Muitas pessoas de seu convívio próximo contaram, com o passar do tempo, que Pinochet não ficava sozinho em cômodos vastos do La Moneda, tampouco dormia no palácio, pois tinha medo do fantasma de Allende.

No livro “A Sombra do Ditador”, de Heraldo Muñoz, o diplomata que chegou ao posto de chanceler no segundo mandato de Michelle Bachelet traça um Pinochet diabólico, como de fato era, mas não sem realçar sua covardia, algo bastante comum entre os tiranos de plantão, especialmente quando perdem o poder e precisam acertar as contas com a Justiça.

Para ilustrar a covardia do canalha assassino outrora valentão, nada melhor que o episódio de sua detenção em Londres, em outubro de 1998. Pinochet viajara com o neto, em setembro, para realizar uma cirurgia ortopédica na capital do Reino Unido, mas foi surpreendido dias depois de tocar o solo do aeroporto de Heathrow com uma ordem de prisão internacional emitida pelo juiz espanhol Baltasar Garzón, um magistrado que jamais se acovardou ou deu refresco para déspotas, torturadores e verdugos de qualquer nacionalidade. A partir daquele momento, Pinochet se fez de senil e de pobre coitado, circulando todo encolhido numa cadeira de rodas para enfatizar que estava muito doente e que não poderia responder pelo genocídio que promoveu e liderou. Aceitou até ser internado num hospital psiquiátrico. Conseguiu se safar só em março de 2000, quando embarcou num avião militar da FACh de volta para Santiago, chegando “inteirão” e bem-disposto para ser recebido com pompa e fanfarra por seus lambe-botas fardados.

Pinochet ainda viveu uns bons anos. Desceu ao inferno em 10 de dezembro de 2006, justamente no Dia Internacional dos Direitos Humanos, algo que ele violou e massacrou sistematicamente nos 17 anos em que esteve à frente de uma ditadura brutal. O lado bom é que o mundo ficou bem melhor sem o monstro genocida, em que pesem todas as feridas e cicatrizes presentes até hoje no Chile por conta de sua maldade e despotismo.

Ainda que por décadas seu legado de horror tenha sido brindado por poucos chilenos alinhados à sua nefasta e sanguinária visão de mundo, o renascimento da extrema direita em várias partes do globo fez também com que seus admiradores saíssem dos esgotos e passassem a advogar em defesa do tirano. Até no Brasil tal fenômeno vergonhoso foi visto nas inúmeras vezes em que um alucinado e malévolo Jair Bolsonaro exaltou o monstro chileno durante o período em que esteve no Palácio do Planalto.

No Chile sacudido por protestos e convulsão social dos últimos tempos, muito em decorrência das leis e da Constituição de Pinochet, a “recuperação” da imagem do ditador pôde ser sentida na última eleição, quando o ultrarreacionário José Antonio Kast foi ao segundo turno contra Gabriel Boric reivindicando as “glórias” da ditadura. Terminou derrotado, mas conquistou ainda 44% do eleitorado.

Neste 11 de setembro, data que marca os 50 anos do sangrento golpe de Estado que terminou com a morte de Allende e o fim da democracia no Chile, é dia de lembrar também o “triunfo” de um canalha, assim como de sua derrocada e execração. Pinochet está morto e o Chile segue vivo. Que a terra lhe pese.

*Via Revista Fórum

10 setembro 2023

Allende vive!

O povo chileno e a resistência histórica de Allende, Victor Jara e Pablo Neruda, são um retrato inesquecível da história de ontem. E de hoje.

Deposto por um golpe militar em 11 de setembro de 1973, Salvador Allende foi eleito presidente do Chile pelo Partido Socialista (PS) em 1970 (Fundação Salvador Allende (FSA))

Por Selvino Heck (*)

A Pablo Neruda e Victor Jara


11 de setembro de 1973. 11 de setembro de 2023. 50 anos passados do Pinochetazo, golpe militar, e da sangrenta ditadura chilena que se seguiu. Muitas brasileiras e muitos brasileiros estavam no exílio no Chile, acolhidos pelo governo do socialista Salvador Allende e pelo povo chileno, para escaparem da perseguição política, da prisão, da tortura e da morte. Entre outros, Paulo Freire, José Ernani Fiori, Diógenes de Oliveira, Emir Sader, Darci Ribeiro, Francisco Weffort, Thiago de Mello, entre outras tantas e tantos. 

As ditaduras se espalharam pela América latina na segunda metade do século XX, numa aliança entre os EUA e seus poderes de dominação do mundo, as FFAA, Forças Armadas, de cada país, a direita historicamente escravocrata, as elites, o latifúndio, a grande mídia. As ditaduras começaram no Brasil em 1964. Depois passaram pelo golpe no Chile, com o ´suicídio´/assassinato de Allende e com todas as suas consequências.

Por outro lado‘quando o povo se junta, o poder se espalha’, como diz uma frase da Rede de Educação Cidadã NE, RECID Nordeste. Quando o povo de um país se levanta, os povos dos demais países também se levantam, exigindo justiça, liberdade, soberania, direitos, democracia.

Não tem primavera sem luta, aprendemos ao longo do tempo e da história na América Latina. Toda vez que indígenas, trabalhadoras e trabalhadores, quilombolas e o povo pobre levantam a cabeça no continente latino-americano, os poderes dominantes estabelecidos secularmente dão golpes, implantam ditaduras, perseguem, matam torturam, exilam. Mas, ao mesmo tempo, os mais pobres entre os pobres lutam, resistem.

O povo chileno e a resistência histórica de ontem, com Victor Jara,  Pablo Neruda, são um retrato inesquecível da história de ontem. E de hoje. 

Declamávamos no Brasil “Os Vinte Poemas de Amor e uma Canção desesperada” e o “Canto Geral” de Pablo Neruda.

E especialmente, com amor e emoção desmedidas, cantávamos nos anos 1970, no movimento estudantil e na PJ, Pastoral de Juventude, as canções de Victor Jara, sabendo suas letras de cor, em espanhol, Victor torturado e assassinado dias depois do golpe, em pleno Estadio do Chile.

Quem daqueles tempos não lembra, por exemplo, de “Te recuerdo Amanda”?: “Te recuerdo, Amanda,/ la caje mojada,/ corriendo a la fabrica onde trabajava Manuel.” E de ´A Desalambrar:  Yo pergunto a los presentes/ se no se han puesto a pensar/ que si las manos son nuestras/ y no de los que tengan más”. E de “Plegaria a un Labrador: Levántate y mira la montaña/ de onde viene el viento, el Sol y la agua,/ tu que manejas el curso de los rios,/ tu que sembraste el vuelo de tu alma./ Juntos unidos em la sangre,/ hoy es el tempo que puede ser mañana.”  E mais ainda de “El Pueblo unido: El pueblo unido jamás sera vencido./ De pie, cantando, que vamos a triunfar/ Avanzan  ya as banderas de unidad.” E tantas outras, como “Duerme, Duerme, Negrito”.

Eram, continuam sendo hinos de resistência popular contra as ditaduras, por democracia, soberania e direitos do povo trabalhador. As canções de Victor Jara continuam assombrando e desafiando brucutus, ressurgindo nas vozes dos jovens e dos estudantes, embalando a liberdade e a democracia.

Está sendo assim no Brasil, com Lula de novo na presidência da Republica, a democracia mais uma vez em reconstrução. Um sopro de luz e esperança atravessa o país, a América Latina, o Caribe, Norte a Sul, Leste a Oeste.

O Chile está logo ali, sabemos. Os golpes dados lá são dados também aqui. E vice-versa. Mas quando a primavera acontece lá, vai acontecer aqui também. E se amanhecer aqui, amanhecerá lá. Ou seja, o povo vai às ruas, o povo se mobiliza, o povo grita liberdade e democracia. O povo, lá e cá, cá e lá, não se entrega nunca. Mais cedo ou mais tarde, golpes e ditaduras são derrotados, golpistas e ditadores são derrubados pelo povo e pela História.

Vale relembrar, nesta hora e tempo históricos, o poema “ALLENDE VIVE”, escrito por mim em 1973, logo depois do ‘pinochetazo’. O poema foi publicado no Mural da Faculdade de Teologia da PUCRS, prédio 5, Porto Alegre, Rio Grande do Sul, onde eu estudava de manhã. 

Aconteceu o seguinte, em acontecimento histórico e que nunca  deixo de lembrar e registrar. Um jovem estudante de Economia da mesma PUCRS, que estudava no mesmo prédio, mas à noite, leu o poema. Seu nome: João Pedro Stédile. Conhecemo-nos e começamos a organizar um grupo de estudantes de diferentes Faculdades, para ganhar a direção do DCE, Diretório Central de Estudantes, num movimento estudantil conservador, como a própria Universidade, conservadora. 

Ganhamos o DCE nos anos seguintes, João Pedro, como o chamo até hoje, já fazendo a pós-graduação na UNAM no México. Tornei-me, a partir do poema, representante dos alunos juntos à direção da Faculdade de Teologia e representante geral dos alunos da PUCRS junto à Reitoria, Reitor Irmão José Otão.

No retorno de João Pedro do México, eu já morador da vila São Pedro, no trabalho popular, comunitário e de CEBs, Comunidades Eclesiais de Base, da Lomba do Pinheiro, periferia de Porto Alegre e Viamão, continuamos a trabalhar e lutar juntos: lutas sindicais, Oposições Sindicais, greves, ocupações urbanas e rurais, Macali e Brilhante, Encruzilhada Natalino, Fazenda Annoni, em Ronda Alta, as ocupações urbanas, ele então Assessor da CPT, Comissão Pastoral da Terra, eu na Pastoral da Juventude e nas CEBs, e depois na PO, Pastoral Operária. No início dos anos 1980, fomos juntos nas reuniões da ANAMPOS, Articulação Nacional dos Movimentos Sociais e Sindical, em São Paulo, com Lula, Frei Betto, Olívio Dutra, Avelino Ganzer, tantas outras e outros. Em 1983, fundamos a ONG CAMP, Centro de Assessoria Multiprofissional, depois a construção da CUT, do MST, e fazendo as mobilizações das Diretas-Já.

Salvador Allende inspirou-nos a todas e todos nestes 50 anos, e continua nos inspirando. O poema, escrito há 50 anos, setembro de 1973, é mais que atual, em tempos em que mais uma vez a democracia foi quase destruída, mas felizmente está em reconstrução, embora ainda ameaçada, no Brasil, no Chile, na América Latina, no Caribe, no mundo. 


ALLENDE VIVE


Uma bala mata o homem.

Uma bala não mata a ideia.

Os dias são muitos, incandescentes.

Ardem na poeira do tempo. 

 

Nada como as horas que se sucedem,

os minutos e segundos,

as batidas do coração que abraçam milhões.

 

Sonhos são para serem sonhados.

Sonhos iluminam o horizonte. 

Sonhos são eternos.

 

Há um tempo para cada coisa. 

Há um tempo para a morte. 

Há um tempo para a vida.

 

Latino-americanamente,

caribenhamente,

sobrevivemos. 

Brasileiramente,

vivemos e ressuscitamos Allende.”


(*) Deputado estadual constituinte do Rio Grande do Sul (1987-1990, pelo Partido dos Trabalhadores - PT). Membro da direção do CAMP.

-Fonte: Sul21

GENTE HUMILDE - TAIGUARA

 


*Letra: Vinícius de Moraes e Chico Buarque de Holanda - Música: Aníbal Augusto Sardinha, o Garoto - Canta: Taiguara - 1970

09 setembro 2023

No G20, Lula cita desastre no RS e cobra recursos de países ricos contra aquecimento global

Presidente afirmou que a falta de compromisso mundial com o meio ambiente levou a uma “emergência climática sem precedentes”

Lula participa da abertura da Cúpula do G20 em Nova Delhi, Índia | Foto: Ricardo Stuckert/PR

Da Agência Brasil* - Os países mais ricos, que contribuíram “historicamente” mais para o aquecimento global, devem arcar com os maiores custos para combater o problema. Essa foi uma das cobranças feitas pelo presidente Luiz Inácio Lula da Silva durante a abertura da Cúpula do G20, neste sábado (9). A reunião fez parte da sessão intitulada “Um planeta Terra” no evento que é realizado em Nova Déli, na Índia.

O presidente exemplificou que as mudanças climáticas, neste momento, afetam o estado do Rio Grande do Sul, com a passagem de um ciclone que deixa desabrigados e mortos. Ele pontuou ainda que os efeitos da mudança do clima têm mais consequências para grupos vulnerabilizados. “São os mais pobres, mulheres, indígenas, idosos, crianças, jovens e migrantes, os mais impactados.”

De acordo com o último balanço da Defesa Civil do Rio Grande do Sul, foram confirmadas 41 mortes e o número de desaparecidos subiu para 46 pessoas. A estimativa do governo estadual é que mais de 120 mil pessoas tenham sido afetadas.

Para Lula, a falta de compromisso dos mais ricos gerou uma dívida “acumulada ao longo de dois séculos”. “Desde a COP [Conferência das Partes] de Copenhague, [em 2009], os países ricos deveriam prover 100 bilhões de dólares por ano em financiamento climático novo e adicional aos países em desenvolvimento. Essa promessa nunca foi cumprida”. (...)

*CLIQUE AQUI para continuar lendo a postagem da Agência Brasil (via Sul21)

08 setembro 2023

Total de mortes causadas pelas chuvas chega a 41 pessoas no RS e 25 estão desaparecidas*

Último boletim da Defesa Civil também aponta 3.037 pessoas resgatadas na maior tragédia por fenômenos naturais no estado

Uma das cidades mais atingidas pela enxurrada dos últimos dias, Roca Sales convive com um cenário de devastação em suas ruas e avenidas. Fotos: Gustavo Mansur/ Palácio Piratini

A tragédia causada por fortes chuvas e enchentes que atingiram o Rio Grande do Sul nos últimos dias causou, até o momento, a morte de 41 pessoas. O número de vítimas fatais foi atualizado às 19h desta quinta-feira (7) pela Defesa Civil Estadual. São mais duas mortes em relação ao boletim divulgado na manhã do Dia da Independência.

As demais vítimas falais eram moradoras dos municípios de Cruzeiro do Sul (4), Muçum (15), Roca Sales (10), Lajeado (3), Estrela (2), Ibiraiaras (2), Mato Castelhano, Encantado, Passo Fundo, Imigrante e Santa Tereza.

O número de desaparecidos também subiu de nove para 25 pessoas – oito em Arroio do Meio, oito em Lajeado e nove em Muçum.

Ao todo, as enchentes que abalaram o RS atingiram 83 municípios, deixaram 2.944 pessoas desabrigados, 7.607 desalojadas e 122.992 afetados. A força-tarefa resgatou 3.037 pessoas.

Alertas

Para receber alertas meteorológicos da Defesa Civil basta enviar o CEP de sua localidade por SMS para o número 40199. Também é possível cadastrar via Whatsapp. Para ter acesso ao serviço, é necessário se cadastrar pelo telefone (61) 2034-4611 ou pelo link https://wa.me/556120344611 e, em seguida, interagir com o chatbot (robô de atendimento), enviando um simples “Oi”.

Após essa primeira interação, o usuário poderá compartilhar sua localização atual ou escolher qualquer outra do seu interesse e, dessa forma, receber as mensagens que serão encaminhadas pelos órgãos de Defesa Civil.

*Fonte: Sul21