O relator da ação que pode levar o Judiciário a cassar o mandato do senador manifestou estranheza com contrato milionário celebrado com advogado
Sérgio Moro (Foto: Agência Senado)
Por Joaquim de Carvalho*
Sergio Moro sentou no banco dos réus, ao prestar depoimento nesta quinta-feira como investigado na ação que apura caixa 2 e abuso de poder econômico na campanha para o Senado.
O relator da ação, desembargador Luciano Carrasco Falavinha, insistiu num ponto: o contrato de R$ 1 milhão de reais entre o União Brasil, partido de Moro, e o advogado Luís Felipe Cunha, que é suplente do senador.
Carrasco Falavinha estranhou o valor do contrato e também o fato de que o advogado eleitoral de Moro era outro profissional, Gustavo Guedes.
Como suplente, Felipe Cunha poderia ter prestado trabalho voluntário, como doação. Só que recebeu R$ 1 milhão, embora não tivesse experiência na área eleitoral.
O site do escritório dele foi alterado na véspera da assinatura do contrato, para incluir serviços na área eleitoral, como pontuou na audiência o relator da ação.
Moro também fugiu das perguntas dos advogados do PT e do PL, autores da ação. O advogado Luiz Eduardo Peccinin considerou que Moro foi covarde.
E entende que o relator deu uma pista do caminho que segue: a suspeita de que o contrato com Luís Felipe Cunha pode ter sido fictício, para fazer frente a outras despesas de Moro.
Veja o vídeo:
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