31 julho 2013
30 julho 2013
DILMA SEM O PMDB: É UM RISCO OU OPORTUNIDADE?
'Maior partido da base aliada depois do PT, PMDB estressa ao limite relacionamento com presidente; um dia depois de Dilma Rousseff declarar que quer manter 39 ministérios, líder Eduardo Cunha apresenta proposta para reduzir ministros a 20; trombada de frente; chamado de "sabotador" pela esquerda do PT, vice Michel Temer não desmente rumor de que vai procurar chefe do Executivo para ameaçar rompimento; Dilma pode se adiantar a ele e ser a primeira a escapar do cerco dos leões do partido?; risco de base aliada menor pode ser compensado por oportunidade de fazer governo sem compromisso de dar centenas de cargos ao PMDB; mas ruptura viabilizaria presidenciável Eduardo Campos, do PSB, e tiraria precioso tempo da presidente no horário eleitoral gratuito, em 2014;' (...)
-Leia a postagem completa Clicando Aqui
28 julho 2013
Y en eso llegó Fidel
*Carlos Puebla - Y en eso llegó Fidel
(Carlos Puebla cantando "En eso llego Fidel", filmado en Habana, Cuba - de la televisión sueca, 1976).
Aquí pensaban seguir
ganando el ciento por ciento
con casas de apartamentos
y echar al pueblo a sufrir
Y seguir de modo cruel
contra el pueblo conspirando
para seguirlo explotando...
y en eso llegó Fidel
Se acabó la diversión,
llegó el Comandante
y mandó a parar (Bis)
Aquí pensaban seguir
tragando y tragando tierra
sin sospechar que en la Sierra
se alumbraba el porvenir
Y seguir de modo cruel
la costumbre del delito
hacer de Cuba un garito...
y en eso llegó Fidel
Se acabó la diversión,
llegó el Comandante
y mandó a parar (Bis)
Aquí pensaban seguir
diciendo que los ratreros,
forajidos bandoleros
asolaban al país
Y seguir de modo cruel
con la infamia por escudo
difamando a los barbudos...
y en eso legó Fidel
Se acabó la diversión,
llegó el Comandante
y mandó a parar (Bis)
Aquí pensaban seguir
jugando a la democracia
y el pueblo que en su desgracia
se acabara de morir
Y seguir de modo cruel
sin cuidarse ni la forma
con el robo como norma...
y en eso llegó Fidel
Tomado de AlbumCancionYLetra.com
Se acabó la diversión,
llegó el Comandante
y mandó a parar (Bis)
ganando el ciento por ciento
con casas de apartamentos
y echar al pueblo a sufrir
Y seguir de modo cruel
contra el pueblo conspirando
para seguirlo explotando...
y en eso llegó Fidel
Se acabó la diversión,
llegó el Comandante
y mandó a parar (Bis)
Aquí pensaban seguir
tragando y tragando tierra
sin sospechar que en la Sierra
se alumbraba el porvenir
Y seguir de modo cruel
la costumbre del delito
hacer de Cuba un garito...
y en eso llegó Fidel
Se acabó la diversión,
llegó el Comandante
y mandó a parar (Bis)
Aquí pensaban seguir
diciendo que los ratreros,
forajidos bandoleros
asolaban al país
Y seguir de modo cruel
con la infamia por escudo
difamando a los barbudos...
y en eso legó Fidel
Se acabó la diversión,
llegó el Comandante
y mandó a parar (Bis)
Aquí pensaban seguir
jugando a la democracia
y el pueblo que en su desgracia
se acabara de morir
Y seguir de modo cruel
sin cuidarse ni la forma
con el robo como norma...
y en eso llegó Fidel
Tomado de AlbumCancionYLetra.com
Se acabó la diversión,
llegó el Comandante
y mandó a parar (Bis)
Entrevista da Presidenta Dilma ao jornal FSP
Dilma volta a defender plebiscito e diz que está 'misturada total' com Lula
Presidenta destaca necessidade de mudança no financiamento de campanhas eleitorais; para ela, reforma política sem consulta popular fará com que os problemas voltem a ocorrer
São Paulo - RBA - Em entrevista à jornalista Mônica Bergamo, do jornal Folha de S.Paulo, a presidenta Dilma Rousseff (PT) voltou a defender a necessidade de um plebiscito para as mudanças no sistema político brasileiro, citando especificamente “os interesses que se movem conforme o financiamento das campanhas”.
Para ela, a reforma política a partir de consulta popular é “inexorável”. Dilma não criticou o Congresso Nacional, onde a maioria dos parlamentares se move para impedir o plebiscito, mas alertou: “Se você não escutar a voz das ruas, terá novos problemas”.
Em dois momentos da entrevista, quando questionada sobre inflação e emprego, a presidenta fez críticas diretas ao governo do ex-presidente Fernando Henrique Cardoso.
“Em todo o primeiro mandato do Fernando Henrique Cardoso foram gerados 824.394 empregos. Eu, em 30 meses, gerei 4,4 milhões. Você vai me desculpar”, afirmou. Depois, sobre a inflação: “Cumpriremos a meta de inflação pelo décimo ano consecutivo. Sabe em quantos anos o Fernando Henrique não cumpriu a meta? Em três dos quatro anos dele [em que a meta vigorou]”.
Quanto às relações com o ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva, disse que está “misturada com o governo dele total” e que os dois são “indissociáveis”.
“Eu e o Lula somos indissociáveis. Então esse tipo de coisa (intrigas), entre nós, não gruda, não cola. Agora, falar volta Lula e tal... Eu acho que o Lula não vai voltar porque ele não foi. Ele não saiu. (...) Eu tenho uma relação com o Lula que tá por cima de todas essas pessoas. Não passa por elas, entendeu? Eu tô misturada com o governo dele total. Nós ficamos juntos todos os santos dias, do dia 21 de junho de 2005 [quando ela assumiu a Casa Civil] até ele sair do governo. Temos uma relação de compreensão imediata sobre uma porção de coisas.
CLIQUE AQUI para ler os trechos da entrevista publicados pelo jornal na edição de hoje (28).
27 julho 2013
IstoÉ: Assalto tucano em São Paulo foi de R$ 425 milhões
Só o UOL acha que ninguém notou o tratamento desigual dado a iguais...
-CLIQUE AQUI para ler na íntegra (via Viomundo).
A Carta Aberta do companheiro Eduardo Martinez ao PT
"Formalmente,
foram dez anos de militância real, nos espaços públicos e nas ruas, e virtual,
na blogosfera e nas redes sociais, no melhor e mais rico período da história do
PT: a Era Lula e Dilma. Com a conquista da Presidência da República, em 2002,
transformamos o Brasil em um país de todos, nos dois mandatos do companheiro
Lula. No terceiro mandato, em andamento, assumimos o desafio de reafirmar ao
mundo que país rico é país sem pobreza, na gestão da companheira Dilma, de
origem trabalhista como eu.
Com
tristeza, pude acompanhar a descaracterização do PT como um partido dos
trabalhadores em São Borja. Algumas decisões partidárias praticamente
reeditaram os atos institucionais da ditadura militar. (...) Fomos cassados,
expulsos, suspensos e impedidos de participar das eleições internas deste ano
por termos feito antes o que aqueles que nos cassaram, expulsaram, suspenderam
e impediram nossa participação na vida do Partido estão fazendo agora."
(Eduardo Martinez)
-Clique Aqui para continuar lendo.
26 julho 2013
Julian Assange lança partido político na Austrália
Assange disse que o Partido WikiLeaks apresentará sete candidatos para a câmara alta |
Apesar de refugiado na embaixada do Equador em Londres, criador do Wikileaks vai disputar uma vaga no Senado do país
SYDNEY (AFP) - Julian Assange, o fundador do site WikiLeaks, lançou oficialmente um partido político para disputar as eleições australianas deste ano. Ele afirmou que uma vitória de seus candidatos permitirá colocar "os melhores jornalistas investigativos no Senado" do país.
Assange disse que o Partido WikiLeaks apresentará sete candidatos para a câmara alta nos estados de Nova Gales do Sul, Victoria e Austrália Ocidental. Apesar de estar refugiado na embaixada do Equador em Londres há mais de um ano, Assange disse ainda que vai disputar o pleito em Victoria.
"Os valores fundamentais do Partido WikiLeaks de transparência, responsabilidade e justiça constituem o padrão através do qual examinaremos todos os assuntos importantes para os australianos: a reforma fiscal, os pedidos de asilo, política relativa à mudança climática e outros", afirmou em um artigo publicado no jornal The Australian.
A Austrália celebrará eleições antes do final de novembro, nas quais o Partido Trabalhista do primeiro-ministro Kevin Rudd enfrentará os conservadores liderados por Tony Abbott.
Segundo as pesquisas, Abbott venceria por uma estreita margem.
*Leia mais AFP Movel. (Via Carta Capital)
25 julho 2013
Médico que diz que estrangeiros são enganação tem dois filhos “importados” de Cuba
por Conceição Lemes, a partir da dica do leitor Marcus Vinícius Simioni
Quem passa pelo Sindicato Médico do Rio Grande do Sul (Simers) nem precisa perguntar qual a posição da entidade sobre a “importação” de médicos estrangeiros.
O banner cobrindo praticamente toda a frente do edifício-sede sede, em Porto Alegre, fala por si só.
Com 15 mil associados — apenas estão fora da base Santa Maria, Rio Grande, Novo Hamburgo e Caxias –, seu presidente é o médico Paulo de Argollo Mendes. Há 15 anos no poder, ele reeleito para mais um mandato, o triênio 2013-2015.
“Acordo ‘demagógico’ e ‘ideológico’’, classificou Argollo em 7 de maio, dia seguinte à revelação do ministro das Relações Exteriores, Antônio Patriota, de que o governo brasileiro negociava um pacto para trazer 6 mil médicos cubanos.
Em entrevista ao Viomundo, Argollo reforça: “Nós somos frontalmente contrários à vinda médicos estrangeiros, é enganação, pura demagogia. Se um médico estrangeiro cometer eventual barbaridade, quem vai pagar? É uma insegurança absoluta para o próprio paciente”.
Ele acrescenta: “O governo quer trazer médicos pela porta dos fundos, dispensando o Revalida [ Exame Nacional de Revalidação de Diplomas Médicos]. Eu fico achando que eles são incompetentes, pois se não fossem, o governo não evitava o Revalida. São médicos de segunda classe para tratar pacientes de segunda, porque é assim que o governo enxerga os pacientes do SUS”.
Felizmente, em tempos de internet, as máscaras caem muito rápido.
O presidente do Simers tem dois filhos médicos: Paulo Clemente de Argollo Mendes e Marco Antônio de Argollo Mendes. De 1997 a 2004, cursaram medicina no Instituto Superior de Ciências Médicas de Camagüey, em Cuba.
Naquela época, papai Argollo derretia-se em elogios a Cuba e à medicina cubana. (...)
-Continue lendo a postagem de Conceição Lemes no Viomundo clicando AQUI.
24 julho 2013
Lula: 'Elite tem mais preconceito contra Dilma do que contra mim'
Brasília – Carta Maior - Desde que as manifestações de junho recolocaram as políticas públicas para a juventude no centro da agenda do país, cada político tem se virado como pode para tentar traduzir a voz das ruas. O ex-presidente Fernando Henrique Cardoso, por exemplo, foi à TV Globo defender a liberalização da maconha. O também ex-presidente Luís Inácio Lula da Silva tem optado por debater política cara a cara com os jovens, como ocorreu nesta terça (23), durante o Latinidades – Festival da Mulher Afro Latino-americana e Caribenha, em Brasília (DF).
Ovacionado por uma plateia de cerca de 2 mil jovens, Lula defendeu a política como o único caminho possível para a democracia. “Eu nasci fazendo manifestações. Não me peçam para condená-las. Mas eu me preocupo quando essas manifestações começam a negar a política, porque a negação da política é a ditadura. Fora da política não há solução”, afirmou o ex-presidente, reforçando o conselho dado na semana passada aos estudantes da Universidade Federal do ABC, em Santo André (SP). (...)
-Continue lendo Clicando Aqui
23 julho 2013
Aqui estou, Sr. Inverno!
Aqui estou, Sr. Inverno!
"sou veterano de cem vigílias,
sou tapejara de mil insônias"
Aureliano de Figueiredo Pinto*
Já sei que chegas, Inverno velho!
Já sei que trazes - bárbaro! O frio
e as longas chuvas sobre os beirais.
Começo a olhar-me, como em espelho,
nos meus recuerdos... Olho e sorrio
como sorriram meus ancestrais.
Sei que vens vindo... Não me amedrontas!
Fiz provisões de sábias quietudes
e de silêncios - que prevenido!
Vão-se-me os olhos nas folhas tontas
como simbólicos ataúdes
rolando ao nada do teu olvido.
Aqui me encontras... Nunca deserto
do uivo dos ventos e das matilhas
de angústias vindo sem parcimônias.
Chega ao meu rancho que estou desperto:
- sou veterano de cem vigílias,
sou tapejara de mil insônias.
Aqui estarei... Na erma hora morta,
junto da lâmpada, com que sonho,
não temo estilhas de funda ou arco.
Tuas maretas de porta em porta,
os teus furores de trom medonho
não trazem pânico ao bravo barco.
Na caravela ou sobre a alvadia
terra do pampa - cerros e ondas
meu tino e rumo não mudarão.
No alto da torre que o mar vigia,
ou, sem querência, por longas rondas,
não me estrangulas de solidão.
Tua estratégia de assalto e espera
conheço-a muito, fina e feroz:
de neve matas; matas de mágoa;
derramas nalma um frio de tapera;
nanas ausências a meia voz
e os olhos turvos de rasos d'água.
Comigo, nunca... Se estou blindado!
Resisto assédios, que bem conduzes,
no legendário fortim roqueiro.
Brama as tuas fúrias de alucinado!
- Fico mais calmo que as velhas cruzes
braços abertos para o pampeiro.
Os meus fantasmas bem sei que animas
para, num pranto de vãs memórias,
virem num coro de procissão
trazer-me o embalo de velhas rimas.
- À intimidade dessas histórias
tenho aço e bronze no coração.
Então soluças pelas janelas,
gemes e imprecas pelos oitões,
galopas louco sobre as rajadas,
possesso, ululas entre procelas.
E ébrio, nas noites destes rincões
lampejas brilhos de punhaladas.
Inútil tudo! Vê que estou firme.
Nenhum receio me turba o aspeto,
nenhuma sombra me nubla o olhar.
Contigo sempre conto medir-me
frio, impassível, bravo e correto
como um guerreiro que ia a ultramar.
Reconciliemo-nos, velho Inverno!
Nem és tão rude! Tão frio não sou...
Venha um abraço muito fraterno.
Olha...
Esta lágrima que rolou
não a repares...
É de homenagem
a alguém que aos céus se fez de viagem,
e nunca... nunca! Nunca mais voltou...
...
*Aureliano de Figueiredo Pinto foi, sem sobra de dúvida, o expoente maior da poesia regionalista gaúcha. Médico, poeta e romancista nascido em Tupanciretã/RS, era santiaguense por adoção - e 'de coração'.
**Poema postado originalmente neste Blog em 31/05/2008.
22 julho 2013
Por que Barbosa afrontou Dilma?
Cada membro da assessoria de imprensa do ministro Joaquim Barbosa merece até o último centavo de seu salário, pois não passa um dia sem que assessorado obrigue assessores a produzirem verdadeiros malabarismos para explicar seu comportamento bizarro.
Durante a recepção ao Papa Francisco no Rio de Janeiro, enquanto este e Dilma Rousseff, lado a lado, recebiam cumprimentos de autoridades e personalidades, Barbosa cumprimentou o líder religioso e ignorou a presidente.
A falta de educação de Barbosa foi tão acintosa que até a comentarista de uma rede de televisão notou (veja o vídeo ao fim do texto). Em pouco tempo, os grandes portais de internet já comentavam a afronta do presidente do Judiciário à presidente do Executivo.
À noite, começou a ser divulgada mais uma “explicação” da assessoria de imprensa de Barbosa para o inexplicável, como a criada quando insultou pesadamente um jornalista de O Estado de São Paulo por perguntá-lo sobre um assunto que não queria comentar.
Veja a explicação que os heroicos assessores do temperamental presidente do STF produziram:
“O ministro e várias outras autoridades ficaram com a presidente Dilma em uma sala, antes da chegada do papa e, como os dois já tinham se cumprimentado e conversado antes, provavelmente, Barbosa achou que não era o caso de cumprimentá-la novamente”
É ocioso dizer que não cola. Joaquim Barbosa pode ser um desequilibrado, mas não é burro. Sabe perfeitamente que todas as normas mais comezinhas de convivência social impõem que até adversários se cumprimentem em situações solenes. Um homem ignorar uma mulher após cumprimentar outro homem ao lado dela é só um agravante. (...)
CLIQUE AQUI para continuar lendo a postagem do companheiro Eduardo Guimarães (Blog da Cidadania).
21 julho 2013
Propinoduto Tucano - Grave denúncia!
Os governos tucanos de Mario Covas, Geraldo Alckmin e José Serra (acima) nada fizeram para conter o esquema de corrupção |
Um propinoduto criado para desviar milhões das obras do Metrô e dos trens metropolitanos foi montado durante os governos do PSDB em São Paulo. Lobistas e autoridades ligadas aos tucanos operavam por meio de empresas de fachada. (Revista IstoÉ)
-CLIQUE AQUI para continuar lendo.
"Anota aí: eu sou ninguém"
Por Peter Pál Pelbart*
Slavoj
Zizek reconheceu no "Roda Viva" que é mais fácil saber o que quer uma
mulher, brincando com a "boutade" freudiana, do que entender o Occupy
Wall Street.
Não
é diferente conosco. Em vez de perguntar o que "eles", os
manifestantes brasileiros, querem, talvez fosse o caso de perguntar o que a
nova cena política pode desencadear.
Pois
não se trata apenas de um deslocamento de palco - do palácio para a rua -, mas
de afeto, de contaminação, de potência coletiva. A imaginação política se
destravou e produziu um corte no tempo político.
A
melhor maneira de matar um acontecimento que provocou inflexão na sensibilidade
coletiva é reinseri-lo no cálculo das causas e efeitos. Tudo será tachado de
ingenuidade ou espontaneismo, a menos que dê "resultados concretos".
Como
se a vivência de milhões de pessoas ocupando as ruas, afetadas no corpo a corpo
por outros milhões, atravessados todos pela energia multitudinária, enfrentando
embates concretos com a truculência policial e militar, inventando uma nova
coreografia, recusando os carros de som, os líderes, mas ao mesmo tempo acuando
o Congresso, colocando de joelhos as prefeituras, embaralhando o roteiro dos
partidos - como se tudo isso não fosse "concreto" e não pudesse
incitar processos inauditos, instituintes!
Como
supor que tal movimentação não reata a multidão com sua capacidade de sondar
possibilidades? É um fenômeno de vidência coletiva - enxerga-se o que antes
parecia opaco ou impossível.
E a
pergunta retorna: afinal, o que quer a multidão? Mais saúde e educação? Ou isso
e algo ainda mais radical: um outro modo de pensar a própria relação entre a
libido social e o poder, numa chave da horizontalidade, em consonância com a
forma mesma dos protestos?
O
Movimento Passe Livre, com sua pauta restrita, teve uma sabedoria política
inigualável. Soube até como driblar as ciladas policialescas de repórteres que
queriam escarafunchar a identidade pessoal de seus membros ("Anota aí: eu
sou ninguém", dizia uma militante, com a malícia de Odisseu, mostrando
como certa dessubjetivação é condição para a política hoje. Agamben já o dizia,
os poderes não sabem o que fazer com a "singularidade qualquer").
Mas
quando arrombaram a porteira da rua, muitos outros desejos se manifestaram.
Falamos
de desejos e não de reivindicações, porque estas podem ser satisfeitas. O
desejo coletivo implica imenso prazer em descer à rua, sentir a pulsação
multitudinária, cruzar a diversidade de vozes e corpos, sexos e tipos e
apreender um "comum" que tem a ver com as redes, com as redes
sociais, com a inteligência coletiva.
Tem
a ver com a certeza de que o transporte deveria ser um bem comum, assim como o
verde da praça Taksim, assim como a água, a terra, a internet, os códigos, os
saberes, a cidade, e de que toda espécie de "enclosure" é um atentado
às condições da produção contemporânea, que requer cada vez mais o livre
compartilhamento do comum.
Tornar
cada vez mais comum o que é comum - outrora chamaram isso de comunismo.
Um
comunismo do desejo. A expressão soa hoje como um atentado ao pudor. Mas é a
expropriação do comum pelos mecanismos de poder que ataca e depaupera
capilarmente aquilo que é a fonte e a matéria mesma do contemporâneo - a vida
(em) comum.
Talvez
uma outra subjetividade política e coletiva esteja (re)nascendo, aqui e em
outros pontos do planeta, para a qual carecemos de categorias. Mais insurreta,
de movimento mais do que de partido, de fluxo mais do que de disciplina, de
impulso mais do que de finalidades, com um poder de convocação incomum, sem que
isso garanta nada, muito menos que ela se torne o novo sujeito da história.
Mas
não se deve subestimar a potência psicopolítica da multidão, que se dá o
direito de não saber de antemão tudo o que quer, mesmo quando enxameia o país e
ocupa os jardins do palácio, pois suspeita que não temos fórmulas para saciar
nosso desejo ou apaziguar nossa aflição.
Como
diz Deleuze, falam sempre do futuro da revolução, mas ignoram o devir
revolucionário das pessoas.
*Peter Pál Pelbart é professor titular de filosofia na Pontifícia Universidade
Católica de São Paulo, tradutor de Deleuze e autor de "Vida Capital".
** Pescado do Diário Gauche http://diariogauche.blogspot.com.br/
20 julho 2013
'O PT precisa ser muito mais do que tem sido'
O PT e as direitas
Por Marcelo Carneiro da Cunha*
Parece que é apenas uma enzima em nossos cérebros, uminha, que nos informa quando estamos diante de uma virtualidade e quando a coisa é pra valer. Enquanto dormimos e sonhamos, ela reina e tudo é verdade. Quando acordamos ela dorme, e então descobrimos que aquele tigre ali na frente é apenas a nossa imaginação, ou se ele é de verdade, dentes idem.
Assim funcionam os cérebros regulados para lidar com a realidade. Existem os outros, para os quais a divisão não é tão clara, e muitos deles estão ao nosso redor, por todos os lados, vivendo as suas ilusões e tentando convencer a todos nós de que elas são o que vale, contra todas as provas em contrário. O PT, estimados leitores, venceu porque, ao contrário das exquerdas, foi desenhado por mentes que sabiam o que funcionava e o que era papo para bovinos caírem em hibernação. Não que ele só tivesse nos seus quadros e entre seus apoiadores gente com os pés solidamente cravados na realidade. Mas os que definiam, os que controlavam a bola e o apito, esses eram, e isso o tornou o que ele se tornou, para o bem, e para o mal.
Já as exquerdas, seguiram o seu caminho rumo a lugar algum, porque o inexistente é imaginário e tem problemas com coisas como ar, luz, tempo e gente, esses detalhes que fazem o mundo. E, nas horas vagas, como autoritários e anti-democratas que são, vão lá e espalham estrume diante de empresas das quais discordam, sem pensar, ora isso, em quem vai ter que limpar a brincadeira tão divertida quanto ofensiva. Assim são as direitas, elas não pensam, estimados leitores. São músculo e convicção, e saiam da frente os que não combinarem com o modelito mental made in 1860.
Invadir parlamentos, por exemplo. Querem algo mais direitista do que isso? Um parlamento, até mesmo um pequeno parlamento, é um parlamento e representa algo que deveria estar acima de mim, de você que lê, do senhor aqui ao lado. Bom ou mau, ele foi eleito pelo povo, e o representa. Se ele é um mau parlamento, na nossa opinião, fazemos oposição, manifestamos nosso desacordo, tentamos convencer os eleitores de que eles fizeram péssimas escolhas, que tal melhorar na próxima eleição.
Nós, da real esquerda, nunca, jamais, invadimos, porque somos essencialmente democratas. Nós mudamos produzindo mudança, e não impondo nossas ideias e nossa visão de organização e cardápio a um prédio ocupado.
Se fossem outras organizações de direita, vocês que me leem estariam tão confortáveis com essa invasão? Se fossem os pastores evangélicos invadindo para impedir a votação de alguma lei civilizatória? Se fossem a união dos policiais torturadores lutando contra a criminalização da tortura? Se fosse o bom e velho poder militar, os amigos se sentiriam como? Só existe uma forma de sentir uma invasão de um parlamento, e só existe uma forma de justificar essa invasão, e ela é melhor definida pelo que fazia e pensava uma turma lá em 1933, leiam a sua História.
E o PT com tudo isso?
Lula foi ao NY Times dizer que o PT precisa ser mais PT, algo que traz em si a mesma dose de correção e ironia. Lula está certo, porque o PT precisa, e muito, ser mais PT. Mas ele é também o grande responsável pelo PT ter se tornado o que se tornou. Lula é amigo de todo mundo. Era amigo do Bush e tomava cafezinho com Ahmadinejad. Curtia Angela Merkel, e os Castro. Era parça da FIESP, do Henrique Meirelles e dos moradores do agreste pernambucano, que sabiam quem ele era.
Com Lula, o PT virou amigo de todo mundo, em particular do PMDB, que não tem amigos, mas sócios-minoritários, em qualquer cenário. Lula fez a foto, a maldita foto, abraçando Haddad e Maluf, não fez?
Não existe saída para o Brasil a não ser aquela em que o PT se redesenha. Os demais partidos já são o que são, não há o que mudar neles. O PSDB é a mistura de interior paulista com playboy carioca que ele é, vai ser, sempre. O PMDB se remodelou para dominar o Congresso e extrair o que quer de quem quer que sente na cadeira. Tirar ele dali é central para qualquer projeto de país moderno. Os demais, todos, são aquelas roupas de que você nem lembra no armário. Elas não servem mais, mas o sistema é esse e elas não podem ser doadas pra campanha do inverno sem frio. É preciso inventar uma nova relação com elas, onde elas não possam acabar com o mundo por conta dos ácaros e mofo que carregam. O que não dá, Lula, é pra ser tão amigo delas, deles. Não dá pra deixar Magno Malta ser papagaio de pirata a vida inteira. Não dá pra transigir com a bancada evangélica ao primeiro tranco. Há que enfrentar o mal, de cabeça erguida. Há que construir uma relação menos amigável, mesmo que construtiva, com a banca. Há que produzir realidades melhores, que somente são possíveis a partir de menos abraços com gente que leva o braço junto na hora do adeus. Proprietários de empresas de ônibus são apenas um dos muitos exemplos.
Não dá pra dar o Dnit pro PR, porque eles comem asfalto. É preciso comprar um mapa do Amapá e insistir para que o Sarney aprenda onde fica, e fique lá. É preciso saber que algumas brigas, as necessárias, precisam ser compradas e vencidas.
Ninguém sabe o tamanho da briga, porque as direitas, as mais organizadas, são duras, mas não são burras. Até agora elas não precisaram brigar, porque o PT tem sido muito amigável. Alguma briga é necessária, porque em um sistema desenhado para todo mundo ganhar, os mesmos seguem ganhando demais. Nada contra todo mundo ganhar, mas o nosso sistema não é assim. Nele, muita gente saiu ganhando, mas alguns controlam as artérias, e isso se torna inaceitável.
O PT precisa ser mais PT, e isso significa recuperar a inteligência estratégica que o trouxe até aqui, mas com mais alma, com coração, sabendo que as coisas pioram sem a esquerda mandando. O PT precisa criar um novo projeto, e se ater a ele, sem ceder às muitas, muitas tentações que o mundo oferece, e a direita manipula como ninguém.
O PT precisa ser muito mais do que tem sido, e não sei com ele vai fazer para desfazer o próprio nó e tocar o país adiante. Mas o que também sei é que só ele pode fazer isso, só ele, mais ninguém.
...
* Marcelo Carneiro da Cunha é escritor - Via Sul21- Edição final e grifos deste blog
...
* Marcelo Carneiro da Cunha é escritor - Via Sul21- Edição final e grifos deste blog
19 julho 2013
A medicina e o Brasil real
'A sociedade de classes se manifesta no serviço médico: para os muito pobres, nenhum médico; para os muito ricos, hospitais de ponta'
Por Roberto Amaral, na Carta Capital*
A furiosa campanha corporativista dos médicos contra a vinda de colegas estrangeiros procura alarmar o país. No entanto, a atração de profissionais do exterior é prática antiga a que muito devem os Estados Unidos, a Rússia e muitos outros países. Não podemos ceder a essa manifestação de egoísmo classista, sob pena de ofender os direitos básicos da grande maioria de nosso povo, principalmente quando se sabe que um dos gargalos do nosso desenvolvimento é a carência de mão-de-obra qualificada.
Pesquisa do Ipea, realizada com 2.273 pacientes do SUS, mostrou que a falta de médicos é o principal problema de 58% dos brasileiros dependentes da rede pública. Temos algo como 300 mil médicos no exercício da profissão e 700 municípios (15% do total) sem um único profissional de saúde. Em outros 1,9 mil municípios, “3 mil candidatos a paciente disputam a atenção de menos de um médico por 30 segundos por pessoa”! (IstoÉ,10/07/2013). (...)
-Para continuar lendo clique AQUI*
17 julho 2013
Lula: ruas querem “ampliar alcance da democracia”
“Democracia não significa voto de silêncio”, afirma o ex-presidente brasileiro em artigo sobre os protestos no Brasil
Em artigo publicado no jornal International Herald Tribune e no site do The New York Times, o ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva defendeu que os protestos ocorridos no Brasil recentemente indicam não uma recusa à política, mas um desejo de “ampliar o alcance da democracia”.
“Muitos analistas atribuem os recentes protesto a uma rejeição à política. Eu penso precisamente oposto: eles refletem um desejo de ampliar o alcance da democracia, de encorajar as pessoas a participarem mais integralmente do processo”, escreveu Lula no texto, intitulado “Mensagem da juventude brasileira”.
A análise de Lula começa apontando o papel das redes sociais na política, não apenas no Brasil. “Os jovens, teclando rapidamente em seus smartphones, tomaram as ruas de todo o mundo”, afirma ele, no primeiro parágrafo. Em seguida, Lula avalia que é mais fácil explicar por que os jovens vão às ruas em países não democráticos, como Egito e Tunísia, em 2011, ou em que o desemprego atinge altos níveis, como Espanha e Grécia.
[Reprodução da página do NYT na Internet com o artigo de Lula]
O caso brasileiro, acredita Lula, teria outro sentido. Depois de vários sucessos, entre eles a mais baixa taxa de desemprego da história e expansão sem paralelos da economia e de direitos sociais, uma nova geração de estudantes teria tomado as ruas. Esses jovens, muitos deles filhos de famílias pobres, lutam para obter o que seus pais nunca tiveram.
“Estes jovens não viveram a repressão da ditadura militar nos anos 1960 e 1970. Não viveram a hiperinflação dos anos 1980, quando a primeira coisa que fazíamos ao receber o contracheque era correr ao supermercado e comprar o máximo de coisas, antes que os preços subissem, no dia seguinte. E pouco se recordam dos anos 1990, quando a estagnação e o desemprego deprimiam o país. Eles querem mais”, escreve.
Lula afirma que os jovens querem qualidade dos serviços públicos, mas não apenas: querem acesso a lazer e cultura, instituições mais transparentes e reformas na política e no sistema eleitoral. “Democracia não significa voto de silêncio”, diz ele, complementando: “Apenas na democracia um índio pôde ser eleito presidente da Bolívia, um afro-americano presidente dos EUA. E só numa democracia um metalúrgico e uma mulher puderem ser escolhidos presidentes do Brasil.”
Fonte: http://operamundi.uol.com.br
Reforma Política - Debate
Porto Alegre/RS - O Secretário do Planejamento, Gestão e Participação Cidadã do Estado do RS, João Motta, foi o palestrante da primeira edição dos almoços temáticos que irão tratar exclusivamente sobre Reforma Política. A atividade está sendo organizada semanalmente pelo presidente do Diretório Metropolitano do PT, Adeli Sell, com o objetivo de se somar aos esforços do PT nacional, que tem trabalhado por uma reforma que incida sobre os principais problemas do sistema político, melhorando os instrumentos da representação política, consolidando o processo democrático e auxiliando para que a população alcance níveis mais elevados de maturidade política.
Na oportunidade, Motta discursou sobre o voto lista. “O fortalecimento dos partidos políticos é um fator chave para o PT. Há uma crise de representação e nós precisamos reforçar o papel das instituições e dos partidos políticos”, analisou. Assim como o governador Tarso Genro, Motta defendeu o voto em lista fechada como a melhor forma de estabelecer uma identidade partidária e programática. “Numa democracia precisamos ter partidos fortes. Conseguimos isto abrindo um link de discussão com a sociedade. E faremos isto com relação aos nomes propostos”, disse ele, ao justificar que a lista aberta pode favorecer candidatos que queiram se aproveitar dos partidos políticos. (...)
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