22 agosto 2018

Situação de saúde de grevistas de fome preocupa médicos. Movimentos cobram sensibilidade do STF

Fotos: Adilvane Spezia/MPA e Rede Soberania
Da Redação (*)
A repercussão dos atos públicos programados para a terça-feira (21), com a participação dos sete grevistas de fome que representam organizações e movimentos populares vinculados à Frente Brasil Popular e Via Campesina, bem como os dois grevistas que utilizam a mesma técnica de ação individualmente, em frente a Supremo Tribunal Federal, ficaram em segundo plano por conta de um problema de saúde envolvendo uma das manifestantes. A grevista Zonália Santos passou mal no final do primeiro ato e precisou ser atendida inicialmente pelos médicos Ronald Wolff e Maria da Paz, que integram a Rede de Médicos e Médicas Populares e, depois, também pelos paramédicos do SAMU.
Segundo Ronald Wolff, Zonália apresentou uma hipotensão postural bastante acentuada, foi acometida por uma síncope e perdeu os sentidos. “Colocamos ela ao chão, elevamos as pernas e passamos afazer manobras para que ela recuperasse os sentidos”, acrescentou, explicando ainda que a grevista estava com o pulso fraco. Ainda segundo o médico, aos poucos ela foi retomando os sentidos até que chegasse o atendimento pré-hospitalar móvel, a ambulância. “Quando chegaram ela já havia acordado, conseguimos pegar um acesso venoso, colocar soro e ela reagiu relativamente bem, então foi conduzida de ambulância para o hospital”.
Após receber atendimento médico no Hospital Regional Asa Norte, Zonália retornou ao Centro Cultural de Brasil, onde permanece em repouso e segue sob observação da Equipe de Saúde da Greve de Fome.
A situação de risco de saúde dos grevistas têm sido alertada pelos médicos que se revezam para acompanhá-los em tempo integral, desde que o movimento foi deflagrado, em 31 de julho. Embora já tenham sido alertados para os riscos, os sete seguem irredutíveis em seus propósitos e prometem ir até as últimas consequências. Dirigentes ligados ao movimento mostraram-se revoltados com a insensibilidade dos ministros do Supremo, que até o momento, em sua maioria, resistem inclusive a receber os grevistas para conversar.
Para Maria Kazé, dirigente do Movimento dos Pequenos Agricultores (MPA), a culpa dessa situação é do STF, “que não demonstrou até agora um mínimo sinal de sensibilidade para com estes companheiros e companheiras que estão há 22 dias esperando dolorosamente para serem recebidos por um ministro, por uma ministra”. Até o momento o único ministro que recebeu pessoalmente os grevistas foi Ricardo Lewandowski, enquanto Cármen Lúcia conversou com apenas um dos sete, prometendo que atenderia o grupo, sem efetivar a agenda até o momento.
(*) Com informações da equipe de Comunicação de apoio ao movimento da Greve de Fome 
-Via Sul21

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