Da Redação*
O Ministério de Relações Exteriores do Brasil divulgou uma nota na noite desta sexta-feira (3) em que “manifesta seu apoio à luta contra o flagelo do terrorismo”. A nota do Itamaraty foi emitida exatamente um dia após o presidente dos Estados Unidos, Donald Trump, ordenar um bombardeio contra o general iraniano, Qassem Soleimani.
Algumas horas antes, Jair Bolsonaro havia dito que o governo brasileiro não iria se manifestar sobre o ataque dos Estados Unidos. “Eu não tenho o poderio bélico que o americano tem para opinar neste momento. Se eu tivesse, opinaria”, disse o presidente. Perguntado se o Itamaraty emitiria algum comunicado sobre o assunto, como outros países têm feito, Bolsonaro disse que, por enquanto, essa possibilidade “estava descartada”. Algumas horas depois a nota foi divulgada.
“Ao tomar conhecimento das ações conduzidas pelos EUA nos últimos dias no Iraque, o Governo brasileiro manifesta seu apoio à luta contra o flagelo do terrorismo e reitera que essa luta requer a cooperação de toda a comunidade internacional sem que se busque qualquer justificativa ou relativização para o terrorismo”, diz a nota.
O Brasil diz que também está pronto para somar esforços na “luta contra o terrorismo”. A nota não condena a morte do general iraniano, mas condena o ataque à embaixada dos Estados Unidos em Bagdá.
“O Brasil condena igualmente os ataques à Embaixada dos EUA em Bagdá, ocorridos nos últimos dias, e apela ao respeito da Convenção de Viena e à integridade dos agentes diplomáticos norte-americanos reconhecidos pelo governo do Iraque presentes naquele país”. Leia abaixo a íntegra da nota:
Acontecimentos no Iraque e luta contra o terrorismo
Ao tomar conhecimento das ações conduzidas pelos EUA nos últimos dias no Iraque, o Governo brasileiro manifesta seu apoio à luta contra o flagelo do terrorismo e reitera que essa luta requer a cooperação de toda a comunidade internacional sem que se busque qualquer justificativa ou relativização para o terrorismo.
O Brasil está igualmente pronto a participar de esforços internacionais que contribuam para evitar uma escalada de conflitos neste momento.
O terrorismo não pode ser considerado um problema restrito ao Oriente Médio e aos países desenvolvidos, e o Brasil não pode permanecer indiferente a essa ameaça, que afeta inclusive a América do Sul.
Diante dessa realidade, em 2019 o Brasil passou a participar em capacidade plena, e não mais apenas como observador, da Conferência Ministerial Hemisférica de Luta contra o Terrorismo, que terá nova sessão em 20 de janeiro em Bogotá.
O Brasil acompanha com atenção os desdobramentos da ação no Iraque, inclusive seu impacto sobre os preços do petróleo, e apela uma vez mais para a unidade de todas as nações contra o terrorismo em todas as suas formas.
O Brasil condena igualmente os ataques à Embaixada dos EUA em Bagdá, ocorridos nos últimos dias, e apela ao respeito da Convenção de Viena e à integridade dos agentes diplomáticos norte-americanos reconhecidos pelo governo do Iraque presentes naquele país.
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