30 agosto 2022

Eleição de Lula é "decisiva" para Brasil e Europa (Entrevista com Heinz Bierbaum)


*Derrotar Jair Bolsonaro (PL) nas eleições presidenciais deste ano é fundamental para evitar o fortalecimento de um eixo de extrema direita entre Brasil e Donald Trump nos Estados Unidos. A avaliação é de Heinz Bierbaum, presidente do partido da Esquerda Europeia, que agrupa 26 organizações políticas, e elegeu 38 deputados ao Parlamento Europeu. Confire! -Via Brasil de Fato

28 agosto 2022

Marcia Tiburi: Lula foi uma apoteose no Jornal Nacional

"Lula voltará a dar dignidade ao cargo. Bolsonaro não ama o povo, não ama ninguém. Lula ama o povo", disse ela

   Marcia Tiburi e Lula no Jornal Nacional (Foto: Divulgação)

247* – A professora e filósofa Marcia Tiburi avaliou, em entrevista ao jornalista Leonardo Attuch, a performance dos candidatos à presidência da República. "Entrevistas são performances dos candidatos no teatro da política", disse ela. "No caso de Jair Bolsonaro, William Bonner mudou de tom como se falasse com uma pessoa infantil. Eles foram muito amenos com Bolsonaro, cujo objetivo maior é mais não ser preso do que se manter no poder. Por isso, a Globo foi tchutchuca com Bolsonaro", afirmou.

Marcia também afirmou que Lula acertou ao chamar Bolsonaro de bobo da corte. "É um espantalho, que está ali para provocar medo e desviar a atenção. E ele faz um trabalho fenomenal nesse sentido. Isso faz parte da estratégia neoliberal", afirmou. Sobre Ciro Gomes, ela afirmou que o candidato também tem a síndrome de Peter Pan, com alto índice de narcisismo. "Ele tenta criar a mistificação do mais preparado, mas é um coronel", destacou. "Ciro pode se reconciliar com o Brasil, se deixar sua candidatura, votar no Lula e quem sabe entrar no PT. Pode até vir a ser presidente", acrescentou. Em relação à candidata dos bilionários, ela afirmou que Simone Tebet não deve crescer e que a direita não é território para mulheres. "A direita gosta mais de criaturas fascistas", afirmou.

O desempenho de Lula

Sobre o ex-presidente Lula, ela fez grandes elogios. "Lula é verdadeiro, Ciro tenta imitá-lo. Lula consegue falar com cada um e com todo mundo ao mesmo tempo", disse ela. "Lula foi uma apoteose no Jornal Nacional e voltará a dar dignidade ao cargo. Bolsonaro não ama o povo, não ama ninguém. Lula ama o povo. O mundo vai ficar feliz com a vitória de Lula", finalizou. 

-Assista:


25 agosto 2022

A necessidade inadiável de regulação de todas as mídias

A mídia tornou-se uma ameaça ao sistema democrático, mesmo que, agora, abrace o bom-mocismo da defesa das conquistas democráticas



Por Luis Nassif*

Confesso que, desde que me conheço como gente, sempre me assustou a besta das ruas, o sentimento de linchamento que estimula torcidas organizadas, grupos de rua, onde os mais fracos se tornam os mais agressivos e o ritual da malhação do Judas.

Historicamente, a mídia corporativa – e a partidária – sempre se curvaram ao monstro das ruas. Em sua entrevista à revista Piauí, Tutinha, da Jovem Pan, foi verdadeiro:

Não sou político, ofereço apenas o que meu público quer.

Esta é a lógica que, com raras exceções – nenhuma no Brasil – tornou a mídia refém do monstro das ruas. Esse movimento passou meio impressentido no período ditatorial, por conta da censura. E se cobriu de legitimidade na primeira explosão popular, o enorme abraço das “diretas-já”.

A partir dali, endossou todos os processos de linchamento que se seguiram, embarcou em todas as ondas que se formaram, comprou a primeira versão de todos os golpes aplicados. E não foi fraqueza ou malícia de um ou outro jornalista, mas uma prática disseminada.

Quem se lembra da “CPI dos Precatórios”, em que a mídia inteira embarcou na versão de Paulo Maluf, atribuindo a responsabilidade geral a um mero intermediário de seus negócios? Ou mesmo na campanha do impeachment de Fernando Collor, no qual a mera reaplicação diária do saldo em conta corrente – prática habitual na época – foi interpretado como uma soma de novos depósitos?

Nem se diga da campanha eleitoral de 2010, na qual José Serra inaugurou a política de esgoto, criando fake news em torno de questões morais.

A campanha do impeachment de Dilma – iniciada em 2013 – superou tudo o que se conhecia de manipulação da notícia. E o endosso à Lava Jato já entrou para a história como o capítulo mais desmoralizante em toda a existência da mídia corporativa brasileira.

Como se faz? Tem-se uma mídia totalmente pró cíclica – isto é, que tende a atualizar movimentos de opinião pública em uma ou outra direção. Na maioria absoluta das vezes, a opinião pública se move com a besta das ruas, investindo contra inimigos reais ou imaginários. E, como no caso da Lava Jato, criam-se três tipos de públicos:

1. Os que cavalgam as ondas de maneira oportunista.

2. Os que não chegam a entrar na onda, mas evitam combatê-la. É curioso que, no caso da Escola Base, os dois movimentos contra o linchamento foi de veículos que se recusaram a aderir a cobertura, mas não tiveram coragem de combatê-la.

3. Os que combatem os desvios, em geral de forma individual e sem massa crítica para impedir os linchamentos. O reconhecimento só ocorre depois do mal concretizado.

A lógica corporativa


Esses movimentos ocorrem devido ao caráter comercial dos grupos de mídia. Eles dependem dos leitores. Na maior parte das vezes são conduzidos, não conduzem. Há um medo, pânico de discutir assuntos polêmicos de maneira mais complexa, com receio de não serem compreendidos pelos leitores. Esse receio se disseminou sobre toda a cobertura, gerando um padrão de reportagem de um ângulo só. Dificilmente você lerá uma reportagem contextualizada. Todo fato tem uma causa só explicando.

Recentemente, um jovem comentarista internacional, depois de tratar Zelensky como o “heroico humorista”, constatou que pesavam contra ele inúmeras acusações, produzidas por entidades internacionais. Os dois primeiros parágrafos foram de elogios a Zelensky e de pedido de desculpas pelas críticas – para só então reportar as denúncias contra ele.

O advento das redes sociais e das práticas de “cancelamento” pioraram o quadro e contaminaram também blogs e sites que deveriam oferecer o contraditório. Agora, tem-se o “cancelamento” instantâneo, com o aparecimento de linchadores virtuais, dispostos a explorar de forma muito mais rápida esses movimentos do monstro das ruas. E a epidemia atinge todo o espectro político.

Por tudo isso, o conceito da imprensa como um dos pilares da democracia tornou-se comprometido.

Especialmente depois que a maioria do Supremo Tribunal Federal – que deveria ser o grande órgão contra-hegemônico – curvou-se ante as duas armas mais poderosas da mídia: a intimidação e a lisonja.

Em país desenvolvidos, há veículos que, em meio à atoarda da mídia sensacionalista, consegue ainda manter sua posição de mediação e de defesa dos princípios democrático.

Por aqui, como órgão máximo da mediação política, as fragilidades do STF escancararam a fraqueza dos princípios democráticos no país. 

A árdua luta empreendida por todas as instituições, para impedir que o país caia nas mãos do crime organizado, comprova o risco que o país corre sem um sistema adequado de regulação da mídia.

Decididamente, a mídia tornou-se uma ameaça ao sistema democrático, mesmo que, agora, abrace o bom-mocismo da defesa das conquistas democráticas.

Há que se começar a estudar a sério a regulação, em cima de pontos bem definidos: 

1. Separar liberdade de opinião de ataques a pessoas e instituições.

2. Tratar o mercado de opinião com as mesmas regras de combate à cartelização existente para outros mercados. De um lado, coibindo a concentração de propriedade – que caracteriza o monopólio. De outro, enfrentando a questão do cartel. Isto é, de um grupo de veículos dominantes impondo versões unilaterais de fatos ou conceitos. Há que se abrir espaço para grupos minoritários, grupos regionais, direitos de resposta.

3. Usar os mesmos princípios para as redes sociais e as big techs.

4. Definir uma jurisprudência para os chamados crimes de opinião, coibindo o lawfare atual, que visa inviabilizar a atuação de grupos menores.

*Luis Nassif é Jornalista, Editor do site Jornal GGN, fonte desta postagem. 

23 agosto 2022

Entrevista de Bolsonaro ao JN gerou 65% de reações negativas e impactou 9 milhões de pessoas

Mentiras contadas por Jair Bolsonaro, como a de que não debochou dos mortos pela Covid-19, foram claramente percebidas pelos eleitores

    (Foto: Reprodução | Reuters)

*Via 247 – A análise de dados feita por Felipe Nunes, da Quaest, sobre a entrevista de Jair Bolsonaro ao Jornal Nacional mostrou um resultado desastroso para o candidato à reeleição. Embora ela tenha atingido 9 milhões de pessoas, na televisão ou nas redes sociais, 65% das interações foram negativas. Especialmente porque os eleitores perceberam as mentiras contadas por Jair Bolsonaro, como a de que não debochou dos mortos pela Covid-19. Confira:



17 agosto 2022

Quaest: Lula tem 45% e segue 12 pontos à frente de Bolsonaro mesmo após Auxílio Brasil

Ex-presidente continua com larga vantagem e venceria eleição no 1º turno, de acordo com novo levantamento nacional

Lula e Bolsonaro são os dois primeiros colocados na corrida eleitoral pela Presidência da República - Agência Brasil | Montagem: Brasil de Fato

Na sequência, aparece o presidente Jair Bolsonaro (PL), com 33%. Em relação ao estudo publicado pela mesma empresa de pesquisa há 15 dias, os dois líderes da corrida presidencial oscilaram um ponto percentual positivamente.

Com isso, o petista mantém a vantagem de 12 pontos percentuais na liderança, mesmo após o início dos pagamentos do Auxílio Brasil e de outros benefícios sociais implementados pelo governo federal, como o vale-gás e o auxílio-caminhoneiro.

Leia também: Consignado do Auxílio Brasil: conheça os riscos de contratar o empréstimo

A intenção de votos no candidato do PT entre os eleitores que recebem o Auxílio Brasil cresceu entre julho e agosto, passando de 52% para 57%. Já a preferência por Bolsonaro nesse grupo encolheu de 29% para 27%, na mesma base de comparação

Como Lula supera a soma de todos os outros candidatos (45% a 42%), ele venceria a eleição no primeiro turno, de acordo com o levantamento.

Na terceira posição, está o ex-ministro Ciro Gomes (PDT), com 6%. Atrás dele, aparece a senadora Simone Tebet (MDB), com 3%. O percentual de indecisos ficou em 6%. Brancos e nulos também somaram 6%.

:: Campanha começa com expectativa por Ipec e Datafolha: veja quais serão as pesquisas da semana ::

Em um eventual segundo turno contra Bolsonaro, que só ocorreria caso o atual presidente apresente crescimento na primeira rodada, Lula teria 51%, contra 38%.

A pesquisa, realizada pela Quaest para a Genial Investimentos, foi registrada no Tribunal Superior Eleitoral (TSE) sob o número 01167/2022. Foram ouvidas 2.000 pessoas entre os dias 11 e 14 de agosto, de forma presencial nas casas dos eleitores em 123 municípios nas 27 unidades da federação. A margem de erro é de dois pontos percentuais para cima ou para baixo. 

*Edição: Vivian Virissimo

15 agosto 2022

Lula cresce 4 pontos e Bolsonaro fica estagnado, diz FSB/BTG


Por Victor Dias, no DCM*

Pesquisa FSB/BTG divulgada nesta segunda-feira (15) mostra que o ex-presidente Lula cresceu quatro pontos na última semana e voltou ao patamar de 45%, enquanto o presidente Jair Bolsonaro ficou estacionado nos 34%.

Com isso, a diferença entre os dois, hoje, está em 11 pontos. Na simulação de 2º turno, Lula foi a 53%, enquanto Bolsonaro oscilou de 39% para 38%.

O percentual dos que perceberam a baixa do valor nas bombas ficou estável em quase 2/3 do eleitorado (64%). Apenas 21% dos entrevistados afirmam que sua situação financeira individual melhorou nos últimos 30 dias. Outros 44% dizem que permaneceu igual e 34% dizem que ela piorou. Ou seja, uma fatia importante do eleitorado ainda não sentiu efeitos positivos no próprio bolso.

O Instituto FSB ouviu, por telefone, 2.000 pessoas entre os dias 12 e 14 de agosto. A pesquisa está registrada no TSE sob o número BR-00603/2022.

14 agosto 2022

PT SANTIAGUENSE REALIZOU REUNIÃO AMPLIADA DE SUA DIREÇÃO

 

A Direção Executiva do Partido dos Trabalhadores – PT de Santiago/RS, presidida pelo Advogado Júlio Garcia,  realizou importante Reunião Ampliada (Plenária, foto acima) na manhã do último sábado, 13/08, tendo por local a Associação dos Trabalhadores Inativos da  BM (Greminho), no Bairro Maria Alice Gomes. Constou da  Pauta dos trabalhos: Informes, Conjuntura Política, Eleições Gerais de Outubro (cuja campanha oficial inicia na próxima terça-feira, 16/08), Finanças, Organização da Campanha  e Atividades. 

Após várias intervenções dos dirigentes e convidados, foram acordadas as ações a serem realizadas já a partir de terça-feira, 16/08, pelo PT e demais partidos que integram a Federação Brasil Esperança (PTPC do B e PV), assim como de organizações  e partidos de esquerda, democráticos/populares que apoiam a chapa (nacional e/ou estadual), como é o caso do PSOL, Rede, PCO etc..., tanto na cidade quanto no interior. "Mobilizar, divulgar nossas propostas de governo, visitar as periferias, locais de trabalho e estudo,  conversar com o povo trabalhador e com a juventude é fundamental para derrotarmos o retrocesso, o fascismo e a  prepotência dos bolsonaristas (e seus aliados) e, juntos, fazermos o Brasil (e o Rio Grande) ser feliz de novo", enfatizou o Presidente do PT santiaguense. 

No próximo sábado, dia 20/08, haverá uma caminhada no centro da cidade e na maioria dos bairros com distribuição de materiais de campanha de Lula Presidente, Edegar Pretto Governador, Olívio Dutra Senador e dos(as) candidatos(as) à Deputados(as) do PT à Câmara dos Deputados e à Assembleia Legislativa do RS. 

12 agosto 2022

Um dia glorioso para a democracia

"Se a sociedade civil tivesse há mais tempo reagido, talvez Bolsonaro não tivesse ido tão longe", diz Tereza Cruvinel após os atos de 11 de agosto


Ato pela democracia na Faculdade de Direito da USP, São Paulo (Foto: Felipe Gonçalves/Brasil 247)

Por Tereza Cruvinel*

O 11 de agosto lavou a alma dos brasileiros cansados das ameaças e bravatas de Bolsonaro, da verborragia de militares contra o sistema eleitoral, da estupidez dos bolsonaristas que pedem AI-5 e ditadura. O ato na Faculdade de Direito da USP foi um culto ecumênico à democracia e em todos os estados os brasileiros disseram NÃO ao retrocesso, ao obscurantismo, às trevas que supúnhamos ter vencido.

Antes tarde do que muito tarde. Se a sociedade civil tivesse há mais tempo reagido, talvez Bolsonaro não tivesse ido tão longe. Alguns condescenderam dizendo que ele era apenas bravateiro, ou que não se devia esticar a corda, ou que ele mesmo se enforcaria com sua incompetência e ignorância. Outros pensaram, sem dizer, que uma reação grandiloquente acabaria favorecendo Lula.

Foi preciso que Bolsonaro traísse o próprio país difamando seu sistema eleitoral junto a embaixadores estrangeiros,  para justificar um possível "capitólio" em novembro. Foi preciso que os militares explicitassem sua aliança com Bolsonaro fustigando o TSE e se arvorando em fiscalizadores da eleição, embora a Constituição não lhes atribua qualquer papel nessa área.

Foi tarde mas não muito tarde, pois veio antes do mal ser consumado. Mas não pode a luta pela democracia parar no 11 de agosto. O dique de contenção terá que ser mantido até que a eleição aconteça, e até que o presidente eleito tome posse, jurando a Constituição sob a qual haverá de nos devolver à normalidade.

Os movimentos sociais planejam um agosto de lutas, com atos nos dias 18 e 20 de agosto e outro em 10 de setembro, depois da festa bolsonarista no dia da Independência. Não vamos nos misturar com eles. Os juristas, empresários e outras figuras do primeiro andar que muito contribuíram para os atos de ontem não podem também se desmobilizar.

Agora virão também as manifestações no exterior. No dia 13 acontecerá na Union Square o ato "Nova York em Luta pelo Brasil". Outros estão sendo programados na Europa.

A luta não está ganha mas agora de fato começou. Enterremos os restos da ditadura que permitiram a germinação do bolsonarismo e da extrema-direta, e permitiram que milhares de brasileiros fossem abduzidos para uma realidade paralela em que se acredita na força do demônio, na virtude das armas e no benefício do ódio. 

*Teresa Cruvinel é colunista/comentarista do Brasil247, fundadora e ex-presidente da EBC/TV Brasil, ex-colunista de O Globo, JB, Correio Braziliense, RedeTV e outros veículos. - Fonte: Brasil247

11 agosto 2022

ESTADO DE DIREITO SEMPRE - 11 de agosto de 2022: ameaças à democracia unem o Brasil em dia histórico

Brasileiros e brasileiras de diferentes segmentos e ideologias se uniram para fazer frente às novas ameaças ao Estado Democrático de Direito feitas por Jair Bolsonaro

Em 11 de agosto de 1827 foram criados os primeiros cursos superiores de Direito no Brasil. Também em um dia 11 de agosto, do ano de 1992, milhares saíram às ruas em São Paulo em uma passeata que deu início às mobilizações que culminaram no impeachment do ex-presidente Fernando Collor. A data também marca o Dia do Estudante.

Próximo a um dia 11 de agosto, mais precisamente em 8 de agosto de 1977, o jurista Goffredo da Silva Telles Júnior leu a “Carta aos Brasileiros”, na Faculdade de Direito da Universidade de São Paulo (USP). Tratava-se de um manifesto contra a ditadura militar e que marcou um ponto de inflexão na luta contra o autoritarismo dos anos de chumbo.

Não à toa que, diante de novas ameaças à democracia em 2022, encampadas pelo atual presidente Jair Bolsonaro (PL), o dia 11 de agosto foi escolhido para a leitura da “Carta às brasileiras e aos brasileiros em defesa do Estado Democrático de Direito”, elaborada pela Faculdade de Direito da USP.

O documento, que reúne mais de 900 mil assinaturas, foi lido na mesma Faculdade de Direito e reuniu uma multidão de juristas, estudantes, sindicalistas, empresários e políticos. Trata-se da mais ampla mobilização contra Bolsonaro desde o início de seu governo, em 2019.

Apesar de não citar nominalmente o presidente, a carta pela democracia foi elaborada para fazer frente às ameaças que o atual mandatário faz ao sistema eleitoral brasileiro, colocando em risco a realização das eleições e, por consequência, a soberania da escolha popular. Além da instituição em São Paulo, outras 35 universidades, em todo o país, realizaram atos para a leitura da carta.

“Ao invés de uma festa cívica, estamos passando por momento de imenso perigo para a normalidade democrática, risco às instituições da República e insinuações de desacato ao resultado das eleições (...) Nossa consciência cívica é muito maior do que imaginam os adversários da democracia. Sabemos deixar ao lado divergências menores em prol de algo muito maior, a defesa da ordem democrática”, diz um trecho do manifesto, que foi lido, no ato da USP, por pelas professoras da instituição Eunice Aparecida de Jesus PrudenteMaria Paula Dallari BucciAna Elisa Bechara e pelo advogado Flávio Bierrenbach.

Além da carta elaborada pela Faculdade de Direito da USP, foi lido no mesmo evento o manifesto “Em Defesa da Democracia e da Justiça”, organizado pela Federação das Indústrias do Estado de São Paulo (Fiesp) e que teve adesão de 107 entidades. (...)

CLIQUE AQUI para ler [na íntegra] a postagem assinada pelo jornalista Ivan Longo no site da Revista Fórum.

'BLOGOLEONE': REATIVANDO O BLOGUE COLETIVO: CONVITE À L'ARMATA!!!!

 



BLOGO! BLOGO! BLOGO! LEONE! LEONE! LEONE!

Companheiros(as):

Creio que não sejam necessárias muitas explicações [e argumentos] para reafirmar a importância [e a oportunidade] de reativarmos este - já histórico! - Blogue Coletivo, o nosso Blogoleone. O momento conjuntural vivenciado no país - e as próximas e decisivas eleições, em particular - já fala por si.

Fica aqui, portanto,  nosso modesto Convite para que o conjunto da L'Armata de Editores Independentes retomem suas contribuições neste espaço democrático de Resistência - e de Luta!

Júlio C. S. Garcia

Editor do Blogue 'O Boqueirão Online' e do 

'Blogue do Júlio Garcia' 

09 agosto 2022

O inverno do traidor

O poder é efêmero e a infâmia eterna

     (Foto: Domínio Público)

Por Weiller Diniz* 

Os traidores são as criaturas mais vis da humanidade. Não têm escrúpulo, moral, vergonha ou dignidade, apenas ambições. Em geral são medíocres e, por isso, se prostituem por qualquer mísera paga e desprezam os valores da decência e da civilização para que suas insignificâncias adquiram relevância, ainda que efêmera. Na história é a cobiça que engatilha as estocadas traiçoeiras. Elas, invariavelmente, são responsáveis por cicatrizes institucionais permanentes, hemorragias democráticas duradouras, sangramentos civilizatórios e feridas profundas por várias gerações. Para o chanceler de Napoleão Bonaparte, o tortuoso Talleyrand-Périgord, que apunhalou o próprio imperador, “traição é uma questão de datas”. A traição é tradição e transborda de abjetas infidelidades. Judas Iscariotes encabeça a lista dos infames e é a tradução de deslealdade. O mais conhecido tartufo do mundo delatou Jesus Cristo aos soldados romanos em troca de 30 moedas. Atormentado, suicidou-se. Outro emblema secular da perfídia é Marco Júnio Bruto, Brutus. Ele se aliou ao general Caio Cássio para usurpar o poder e assassinar o imperador Júlio César. O discurso de Marco Antônio nas escadarias do Senado romano seccionou os apóstatas, eviscerou os dissimulados, expôs habilmente os reais inimigos do povo e, sobretudo, reabilitou César, vítima da emboscada fatal. Brutus suicidou-se dois anos depois.

O cortejo das falsidades na história é engrossado pelo marechal Phillipe Pétain, oficial francês que esfolou a própria pátria e se curvou a Adolfo Hitler para pisotear a França. Ele foi acusado de deportar 77 mil pessoas para os campos de extermínio. Seu legado foi a vergonha, a infâmia e, ao final, a condenação à morte, convertida depois em prisão perpétua. Heinrich Himmler, carniceiro da SS nazista, antevendo a queda ensaiou a falseta contra Adolf Hitler e negociou a rendição da Alemanha com os Aliados em troca de sua liberdade. Fracassou. Ele foi considerado criminoso de guerra. Preso, se matou. Na América do Sul maior símbolo da insídia é o ditador chileno Augusto Pinochet, ídolo de Bolsonaro. Em agosto de 1973, o presidente Salvador Allende indicou Pinochet para assumir o comando do Exército, um dos militares que considerava mais leais. Semanas depois, Pinochet chefiou uma quartelada internacional para derrubá-lo, bombardeou o Palácio La Moneda e implantou uma ditadura sanguinária. Pinochet ofereceu um avião para a fuga de Allende, mas a conspiração era mais cruel: atirar o presidente golpeado da aeronave.

No Brasil a face mais tenebrosa da impostura é Joaquim Silvério dos Reis, um coronel da cavalaria, reles delator, figura deletéria sacralizada pelos Torquemadas da operação Lava Jato, que também enganou a Nação e experimentou um triunfo temporário, obtido através da usurpação, ilicitudes e transgressões. Joaquim Silvério se tornou um dos traíras mais famosos do país. Para escapar das suas dívidas com a Coroa, ele entregou Joaquim José da Silva Xavier, Tiradentes, líder dos inconfidentes que acabou enforcado e esquartejado. Além das dívidas anistiadas, o alcagueta foi premiado com uma pensão vitalícia. Desnecessário sublinhar qual Joaquim é reverenciado e qual é amaldiçoado. A nova face dessa impostura, da ganância pelo poder e dinheiro é Sérgio Moro. Esse caráter deformado traiu a Constituição, traiu a verdade, traiu a história, traiu o Judiciário, traiu procuradores, traiu o governo que serviu e traiu o partido que o acolheu. Sente agora o fio da lâmina fria da insídia em sua nova legenda, o União Brasil. A legenda escalou uma candidatura fake à presidência e favoreceu Lula, a cabeça guilhotinada por Moro nos cadafalsos traiçoeiros da Lava Jato. 

A histórico de rasteiras é longo. Em 2004, Moro era um obscuro juiz da primeira instância. Naquele ano, o ex-magistrado construiu uma doutrina personalíssima da transgressão jurídica. Um verdadeiro libelo incensando a operação “Mãos Limpas” da Itália e o promotor Antônio Di Pietro, que se tornou o vade mecum dos lavajatistas. Em um artigo ele redigiu uma súmula fascista:  presunção da inocência pode ser mitigada para encarcerar suspeitos indefinidamente; prender para delatar; banalizar coercitivas; deslegitimar a classe política e abusar publicidade opressiva contra os investigados. O código peculiar do então magistrado, recepcionado literalmente pela Lava Jato anos depois, foi capital para fraudar a história e roubar uma eleição presidencial em 2018. A operação “Mãos Limpas” não nasceu como projeto de poder, mas a superexposição ensejou alguns mandatos populares. A origem da Lava Jato é a cobiça pelo poder político. A diferença explica tudo. Sérgio Moro não apenas redigiu um arrazoado bizantino. Aplicou o manual fascista anos depois, quando comandou a Lava Jato. Com esses métodos colocou, por anos, os tribunais superiores de joelhos, temerosos de contrariar as arbitrariedades. Usou impunemente o método de “vazar como peneira” contra os alvos selecionados. Expediente para antecipar a culpa e traficar o julgamento dos autos para a mídia, igualmente manipulada e traída por ele.

O sacerdote da perfídia assumiu ter divulgado um grampo duplamente ilegal. A conversa entre a então presidente Dilma Roussef e Lula, que resultou no veto ilegal do STF à posse do ex-presidente na Casa Civil. O áudio foi captado além do horário autorizado e era estranho da competência da primeira instância. Moro grampeou criminosamente advogados, atuou em férias para abortar a liberdade do ex-presidente Lula, bem como vazou uma delação imprestável de Antônio Palocci às vésperas da eleição em 2018. Não era juiz, era parte. Tudo fez impunemente. Foi julgado como parcial e incompetente pelo STF em março de 2021. A ONU ribombou para o mundo o complô e o mesmo veredito. Jamais se penitenciou pelo desaforo e usurpação. Alegou ter feito em nome do “interesse público”, mas a verdadeira motivação era pessoal. Ao sentenciar Lula rascunhou o salvo-conduto ao fascismo de Bolsonaro e sua corja. Corrupiando entre a militância política e a meliância jurídica, Sérgio Moro converteu-se no demônio da conveniência e exorcizou a prevalência das leis sobre as pessoas. Ele era a própria lei e o Estado, o nosso Luís XIV. Traiu o juramento da magistratura, traiu a toga, traiu a história e traiu a Constituição Brasileira, notadamente o Estado de Direito, as liberdades e as garantias. “Traidor da Constituição é traidor da pátria”, cravou Ulysses Guimaraes na promulgação da Carta cidadã em 1988.

Em meados de 2019 explodiram os diálogos promíscuos da Lava Jato, expondo as vísceras do maior escândalo judicial brasileiro. Moro foi traído pela “língua” e captado por um “hacker”. Nas conversas, o ex-juiz aparece sugerindo inversão de fases da operação, escalando procuradores para oitivas, ditando notas ao MP para desacreditar o “showzinho” da defesa, blindando políticos de sua preferência e indicando fontes para encorpar a acusação contra Lula. Moro empunhou o tridente tendencioso do acusador, investigador e juiz, carbonizando o sistema judiciário.  A infidelidade da Lava Jato contra a soberania nacional, flagrada em várias conversas mencionando a participação de agências estrangeiras, seria recompensada com recursos repatriados. Entre eles os R$ 2,5 bi da Petrobrás, cancelados posteriormente pelo Ministro Alexandre de Moraes. O cachê pelo michê jurídico lubrificaria o projeto próprio de poder com candidatos em todos os estados e a salivação presidencial de Moro. Figuras deploráveis, exibiam-se como puras para piratear o Estado usando baixas artimanhas. Uma procuradora queria atingir “Lula na cabeça”. Dallagnol fala em “arrancar” e “queimar a cabeça do nosso alvo” externando um pervertido “tesão” em escrever a denúncia. Crimes de lesa-pátria, de altíssima traição, embalavam as pretensões políticas da quadrilha. Em conluio, traíram a confiança da Nação reiteradamente e a prostituição acabou parindo um bastardo golpista.

Pela prisão ilegal do favorito em 2018, foi recompensado com o Ministério da Justiça. O falecido Gustavo Bebianno confidenciou em uma entrevista que Paulo Guedes lhe contou ter conversado com Moro “cinco ou seis vezes” antes do segundo turno das eleições sobre a possibilidade de assumir o Ministério da Justiça. O vice-presidente Hamilton Mourão também confirmou as conversas antes do segundo turno. No sim a Bolsonaro, Moro traiu parte da Lava Jato que se sentiu manipulada e apontou o dedo para o comportamento adulterino. “Ele se perdeu e pode levar a Lava Jato junto. Com essa adesão ao governo eleito toda a operação fica com cara de ‘República do Galeão’, uma das primeiras erupções do moralismo redentorista na política brasileira e que plantou as sementes para o que veio dez anos depois”, profetizou o procurador João Carlos de Carvalho Rocha. “Moro já cumprimentou o eleito. Como perde a chance de ficar de boa, pqp”, desabafou a procuradora Janice Ascari. Laura Tessler, procuradora criticada por ele, fez a vezes de oráculo: “além de ele não ter poder para fazer mudanças positivas, vai queimar a LJ (Lava Jato). Já tem gente falando que isso mostraria a parcialidade dele ao julgar o PT. E o discurso vai pegar. Péssimo. E Bozo é muito mal visto … se juntar a ele vai queimar o Moro”. Tão puro… 

Por 14 meses, Moro foi esturricado como um sabujo do capitão e fez vistas grossas para delitos graves de seus amigos alçados ao poder. Nesse período mostrou quem ele verdadeiramente é. “Absolveu” Onyx Lorenzoni pelo crime de caixa 2, silenciou sobre a execução covarde de Marielle Franco, desprezou o laranjal do PSL e capitulou diante da denúncia de peculato contra Flávio Bolsonaro. Na corrupção malcheirosa das rachadinhas se apressou em limpar a sujeira: “Sobre movimentação financeira atípica do senhor Queiroz (Fabrício), o senhor presidente eleito já esclareceu a parte que lhe cabe no episódio”, absolveu o ex-Juiz universal. Moro mostrou ser adepto da vindita e cuspiu no prato onde antes se refestelou. Ao ser enxotado do governo, imputou ao capitão um delito que não pode comprovar. O controle político da PF, segundo a memória imprecisa de Moro, poderia ser atestado na perturbadora reunião ministerial de 22/04/2020 onde são externadas as maiores barbáries institucionais da história brasileira. Depois de perder posição estratégicas no governo (COAF, PF e PGR), o então ministro saiu atirando no governo que ajudou a eleger conspurcando a toga. Depois de trair a Nação para empossar Bolsonaro, traiu o demônio que cultuou e serviu.

Após ser mastigado e excretado pelos infames, migrou para os EUA e virou sócio e consultor em uma firma que faturou alto com a Lava Jato. Confessou, como pré-candidato a presidência pelo Podemos, ter embolsado um cachê espúrio de US$ 45 mil por mês da consultoria americana Alvarez & Marsal. Renda de R$ 10 mil/dia ou R$ 3,7 milhões em 10 meses e não se sabe qual foi o trabalho foi realizado. O patrocínio milionário foi admitido – como estratégia política suicida – para uma nação de famintos e vítimas da fraude jurídica que ele perpetrou para quebrar empresas, paralisar milhares de obras e desempregar em massa. A companhia internacional Alvarez & Marsal obteve 78% do faturamento (R$ 65 milhões) a partir de empresas investigadas pela Lava.  A candidatura presidencial, que já esboroava, esfarelou de vez e ele resolveu rebaixar as aspirações, mudar de partido e disputar o Senado por São Paulo. O trânsfuga correu para o União Brasil. “Para a surpresa de todos, tanto a Executiva Nacional quanto os parlamentares souberam via imprensa da nova filiação de Moro, sem sequer uma comunicação interna do ex-presidenciável”, anotou Renata Abreu, presidente do Podemos, em 31/3/2022. A infidelidade foi dupla: traiu o padrinho político, Álvaro Dias, e o Podemos, partido que o abrigou para disputa presidencial e o esperou o quanto ele pediu. Os cúmplices do farsante no passado são os apunhalados no futuro.

Ardiloso, como todos os impostores, caiu em uma arapuca no União Brasil de Luciano Bivar. Cresceu os olhos gananciosos para a cornucópia do fundo eleitoral e partidário da nova legenda e do tempo de TV. Bivar o tirou da disputa presidencial pois ele próprio, Bivar, seria o candidato da sigla ao Planalto. Moro, então, traiu o povo paranaense e maquinou nova fraude: o suposto domicílio eleitoral em São Paulo, para ciscar uma vaga no Senado Federal. A falsidade grosseira, da índole dos desertores, foi barrada. O possível comprovante do vínculo efetivo com o estado era uma mera hospedagem em um hotel paulista. Por quatro votos a dois, o TRE/SP concluiu que o ex-juiz não comprovou vínculos políticos, afetivos, familiares ou profissionais com São Paulo e o despachou de volta para o Paraná. No estado, ele rivaliza com Álvaro Dias pela única vaga do Senado. Depois de trair os eleitores paranaenses se albergando em São Paulo, pedirá votos aos conterrâneos para destronar seu padrinho político do Senado, um parricídio. Bivar, que o decapitou da tribuna presidencial, recuou da candidatura ao Planalto. Disputará a Câmara em Pernambuco, onde Lula supera os 60% dos votos. A lâmina metálica da traição escorre sobre as veias trêmulas do carrasco, cuja vida estará sempre atormentada pelo sangue dos inocentes esguichado da sua guilhotina traiçoeira na 13 Vara de Curitiba.

A Lava Jato foi, por anos, um Estado paralelo, saqueando a legalidade e conspirando contra a República, a Federação e a democracia através do sequestro do sistema Judiciário. Os diálogos exalam delitos graves e não devem seguir impunes. As transgressões de Sérgio Moro e do MP, além de repulsivas, expõem crimes que envolvem denunciação caluniosa, fraude processual, falsidade ideológica, prevaricação e outras. Deveriam estar presos pelos delitos confessados, além das mensagens que negaceiam. Em 2018, Di Pietro, ídolo de Moro e carrasco da “Mãos Limpas”, confessou: “Fiz uma política sobre o medo e paguei as consequências”. Di Pietro obteve mandatos, criou um partido e, apanhado em malversação de fundos eleitorais, teve uma queda vertiginosa do céu ao inferno. A história sempre se encarregou de desmascarar e condenar os patifes e seus asseclas à fornalha da torpeza. Os facínoras, as ignomínias e a perfídia passam, enquanto os princípios morais que forjaram a humanidade são imorredouros. Os valorosos podem até sucumbir por eles, mas os princípios não morrem jamais.

O mais aterrorizante da meliância jurídica encabeçada por Sérgio Moro e parte do MP foi o esfarelamento generalizado do Brasil: político, institucional, econômico, social e o envenenamento do Estado Democrático de Direito. No Judiciário, lacerando as leis, lanhando os códigos e rasgando o sagrado direito de defesa, Sérgio Moro reencarnou o traiçoeiro Brutus e sacou da toga impura a adaga contra um inocente, uma facada nas costas da Constituição, da Nação, da nossa história. No MP, Deltan Dallagnol, como o cúmplice Caio Cássio em Roma, regeu conspiradores para caçar Lula, com incisões de “power points” e outras perfídias pontiagudas. O que a história registra sobre todos aqueles que se agacharam ao poder de momento, que dilaceraram suas nações, humilharam seus cidadãos e espalharam terror, a opressão e a morte? O poder é efêmero e a infâmia eterna. “O mal que os homens fazem, sobrevive a eles”, sentenciou Marco Antônio no funeral de Júlio Cesar, repleto de “homens honrados”, reles traidores como Sérgio Moro, que se transformou no maior programa de infidelidade do Brasil.

*Weiller Diniz - Jornalista especializado em cobertura política, ganhador do prêmio Esso de informação Econômica (2004) com passagens pelas redações de Isto É, Jornal do Brasil, TV Manchete, SBT. Também foi diretor de Comunicação do Senado Federal e vice-presidente da Radiobrás, atual EBC.

**Fonte: Brasil247

08 agosto 2022

A Legalidade: uma campanha subversiva


Filme mostra a “Campanha da Legalidade” comandada por Leonel Brizola. 

Assista e conheça a história recente do Brasil.

06 agosto 2022

Após convenções, Lula tem apoio de 9 partidos. Bolsonaro fecha com três siglas

O ex-presidente tem apoio de oito partidos, além do PT. Bolsonaro (PL) é apoiado por mais dois. Tebet (MDB) tem apoio de mais três. Ciro só tem o apoio da sua própria legenda

   Ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva (Foto: Ricardo Stuckert)

247* - A candidatura do ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT) terá o apoio de mais oito partidos - PSB, PCdoB, Solidariedade, PSOL, Rede, Avante, Agir (antigo PTC) e PV. Juntas, as legendas elegeram 130 deputados, 12 senadores e oito governadores em 2018. A bancada na Câmara é o principal critério para a divisão do tempo de propaganda eleitoral na rádio e na TV.

Jair Bolsonaro (PL) terá o apoio do PP e do Republicanos. Em 2018, o PL e as outras duas legendas elegeram 101 deputados, sete senadores e um governador, de acordo com informações publicadas nesta sexta pelo jornal O Estado de S.Paulo

A presidenciável Simone Tebet (MDB) terá o apoio do PSDB, do Cidadania e do Podemos. Os quatro partidos elegeram 82 deputados, seis governadores e 11 senadores há quatro anos. 

O presidenciável Ciro Gomes tem somente o apoio do seu próprio partido, o PDT. O partido elegeu 28 deputados, dois senadores e um governador em 2018.

Soraya Thronicke tem apenas o União Brasil. O vice será Marcos Cintra, ex-secretário especial da Previdência no Governo Bolsonaro. Mas, mesmo sem fechar aliança com nenhum outro partido, sua sigla, resultado da fusão entre PSL e DEM, elegeu 81 deputados, oito senadores e cinco governadores em 2018.

*Fonte: https://www.brasil247.com/

04 agosto 2022

LEVANTAMENTO INÉDITO MOSTRA COMO CIDADÃOS COMUNS SE TRANSFORMAM EM ROBÔS DE BOLSONARO EM GRUPOS DE WHATSAPP

Grupos acompanhados por pesquisador desde 2021 funcionam como balões de ensaio para falas de Bolsonaro.


NO FACEBOOK de Salete, praticamente nenhuma postagem pública contém informações verdadeiras. Ela compartilha links de canais bolsonaristas no YouTube com mentiras sobre Lula, os ministros do Supremo Tribunal Federal e as eleições. Vez ou outra, aparece alguma oração ou receita.

Salete é uma cidadã comum do interior de São Paulo, mãe e dona de uma loja online de cosméticos a preços populares. Ela poderia ser apenas uma típica tia do zap, mas, desde 2021, postou sozinha mais de 10 mil mensagens em apenas três grupos bolsonaristas no WhatsApp. É a integrante mais assídua deles.

Esses e outros dados estão em um levantamento inédito feito pelo publicitário Renato Ribeiro, que é mestre em Comunicação, e monitora sistematicamente 25 grupos de WhatsApp bolsonaristas. As mais de 350 mil mensagens analisadas pelo pesquisador de janeiro de 2021 a julho de 2022 revelam que cidadãos comuns, iguais a Salete, funcionam como robôs vivos do bolsonarismo, compartilhando mensagens de forma orgânica. “Podemos dizer que essas pessoas são centrais de distribuição de conteúdo. Elas ajudam as informações desses grupos a chegarem mais longe”.

Segundo Ribeiro, os tios e tias do zap também são usados como cobaias para testar quais argumentos sobre assuntos diversos serão mais aceitos pelos apoiadores. “O que Bolsonaro fala foi experimentado antes nesses grupos. Eles funcionam como uma pesquisa qualitativa diária e constante”, afirmou.

A maioria dos grupos monitorados por Ribeiro foram criados por sistemas automáticos. “Sabemos disso porque os números de telefone são estrangeiros e não existem de fato”, disse o pesquisador. A lógica é quase sempre a mesma: o link para o grupo recém-criado é compartilhado nos que já existem. Depois que as pessoas entram e começam a interagir, é feito um chamado para que alguém assuma a moderação. Os moderadores são pessoas comuns, distantes da cúpula bolsonarista. A partir daí, tudo passa a funcionar de forma orgânica. (...)

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