31 outubro 2008
Artigo
Peço desculpas
*Por Frei Betto
Estou gravemente enfermo. Gostaria de manifestar publicamente minhas escusas a todos que confiaram cegamente em mim. Acreditaram em meu suposto poder de multiplicar fortunas. Depositaram em minhas mãos o fruto de anos de trabalho, de economias familiares, o capital de seus empreendimentos.
Peço desculpas a quem assiste às suas economias evaporarem pelas chaminés virtuais das Bolsas de Valores, bem como àqueles que se encontram asfixiados pela inadimplência, os juros altos, a escassez de crédito, a proximidade da recessão.
Sei que nas últimas décadas extrapolei meus próprios limites. Arvorei-me em rei Midas, criei em torno de mim uma legião de devotos, como se eu tivesse poderes divinos. Meus apóstolos – os economistas neoliberais – saíram pelo mundo a apregoar que a saúde financeira dos países estaria tanto melhor quanto mais eles se ajoelhassem a meus pés.
Fiz governos e opinião pública acreditarem que o meu êxito seria proporcional à minha liberdade. Desatei-me das amarras da produção e do Estado, das leis e da moralidade. Reduzi todos os valores ao cassino global das Bolsas, transformei o crédito em produto de consumo, convenci parcela significativa da humanidade de que eu seria capaz de operar o milagre de fazer brotar dinheiro do próprio dinheiro, sem o lastro de bens e serviços.
Abracei a fé de que, frente às turbulências, eu seria capaz de me auto-regular, como ocorria à natureza antes de ter seu equilíbrio afetado pela ação predatória da chamada civilização. Tornei-me onipotente, supus-me onisciente, impus-me ao planeta como onipresente. Globalizei-me.
Passei a jamais fechar os olhos. Se a Bolsa de Tóquio silenciava à noite, lá estava eu eufórico na de São Paulo; se a de Nova York encerrava em baixa, eu me recompensava com a alta de Londres. Meu pregão em Wall Street fez de sua abertura uma liturgia televisionada para todo o orbe terrestre. Transformei-me na cornucópia de cuja boca muitos acreditavam que haveria sempre de jorrar riqueza fácil, imediata, abundante.
Peço desculpas por ter enganado a tantos em tão pouco tempo; em especial aos economistas que muito se esforçaram para tentar imunizar-me das influências do Estado. Sei que, agora, suas teorias derretem como suas ações, e o estado de depressão em que vivem se compara ao dos bancos e das grandes empresas.
Peço desculpas por induzir multidões a acolher, como santificadas, as palavras de meu sumo pontífice Alan Greenspan, que ocupou a sé financeira durante dezenove anos. Admito ter ele incorrido no pecado mortal de manter os juros baixos, inferiores ao índice da inflação, por longo período. Assim, estimulou milhões de usamericanos à busca de realizarem o sonho da casa própria. Obtiveram créditos, compraram imóveis e, devido ao aumento da demanda, elevei os preços e pressionei a inflação. Para contê-la, o governo subiu os juros e a inadimplência se multiplicou como uma peste, minando a suposta solidez do sistema bancário.
Sofri um colapso. Os paradigmas que me sustentavam foram engolidos pela imprevisibilidade do buraco negro da falta de crédito. A fonte secou. Com as sandálias da humildade nos pés, rogo ao Estado que me proteja de uma morte vergonhosa. Não posso suportar a idéia de que eu, e não uma revolução de esquerda, sou o único responsável pela progressiva estatização do sistema financeiro. Não posso imaginar-me tutelado pelos governos, como nos países socialistas. Logo agora que os Bancos Centrais, uma instituição pública, ganhavam autonomia em relação aos governos que os criaram e tomavam assento na ceia de meus cardeais, o que vejo? Desmorona toda a cantilena de que fora de mim não há salvação.
Peço desculpas antecipadas pela quebradeira que se desencadeará neste mundo globalizado. Adeus ao crédito consignado! Os juros subirão na proporção da insegurança generalizada. Fechadas as torneiras do crédito, o consumidor se armará de cautelas e as empresas padecerão a sede de capital; obrigadas a reduzir a produção, farão o mesmo com o número de trabalhadores. Países exportadores, como o Brasil, verão menos clientes do outro lado do balcão, portanto, trarão menos dinheiro para dentro de seu caixa e precisarão repensar suas políticas econômicas.
Peço desculpas aos contribuintes dos países ricos que vêem seus impostos servirem de bóia de salvamento de bancos e financeiras, fortuna que deveria ser aplicada em direitos sociais, preservação ambiental e cultura.
Eu, o mercado, peço desculpas por haver cometido tantos pecados e, agora, transferir a vocês o ônus da penitência. Sei que sou cínico, perverso, ganancioso. Só me resta suplicar para que o Estado tenha piedade de mim.
Não ouso pedir perdão a Deus, cujo lugar almejei ocupar. Suponho que, a esta hora, Ele me olha lá de cima com aquele mesmo sorriso irônico com que presenciou a derrocada da torre de Babel.
* Frei Betto é escritor, autor de "Cartas da Prisão" (Agir), entre outros livros.
Fonte: Jornal Correio da Cidadania
30 outubro 2008
Lula, a crise e a credibilidade do PIG...
'O Estadão e a crise'
*Do blog do jornalista Mino Carta (Revista Carta Capital) extraio esta verdadeira pérola narrativa, mescla de deboche e seriedade:
Liga Jean-Paul Lagarride. De Cingapura. Diz: “Estou muito preocupado”. Logo explica: “O Lula vai dar a grande guinada”. Não entendo, ele vai mais fundo: “Ontem li o editorial do Estadão”. Segue-se o seguinte diálogo.
Eu: Sobre?
Jean-Paul: Sobre as medidas do governo para enfrentar a crise.
Eu: E daí?
Ele: O Lula vai estatizar os bancos. A gente sabe muito bem o que isso significa.
Eu: Não, o governo toma medidas, diria eu, de inspiração européia, britânica, se você quiser.
Ele: Como assim?
Eu: É uma forma de socorro que leva em conta os interesses dos empresários, dos correntistas, da comunidade em geral, ao menos no papel, bem ao contrário do Proer inventado pelos tucanos por ocasião de crises muito, mas muito menores que a atual.
Ele: Mas você tem certeza? O Estadão tem credibilidade, autoridade, tradição. Competência.
Eu: Permito-me evitar qualquer digressão sobre a credibilidade do Estadão.
Ele: Mas os donos, os Mesquita, sempre foram campeões da democracia.
Eu: Pessoalmente, não tenho queixas da família. E entre os patrões que tive até o momento de me tornar inventor dos meus empregos, foram os melhores. Confiaram mais em mim que quaisquer outros. Mas, tenho de ser sincero, a democracia deles não prevê a presença do povo. É a democracia sem povo.
Ele: Quer dizer que o Brasil não está à beira do socialismo marxista-leninista?
Eu: Nunca esteve tão distante.
Ele: Mas o torneiro mecânico...
Eu: (interrompo) O torneiro mecânico é um conciliador nato. Marxista-leninista? Não me faça gargalhar...
Ele: O Estadão o enxerga como revolucionário incompetente.
Eu: Revolucionário sou eu. O Estadão é perfeito para representar aquela classe que não aceita um torneiro mecânico na presidência. De todo modo, não se assuste: os editoriais do Estadão são peças únicas do humorismo verde-amarelo. Como tais têm de ser tratados.
*Do blog http://www.blogdomino.com.br/page:2
Governo Yeda: mais autoritarismo...
Deputado Raul Pont critica governo Yeda por intimidar grevistas
Na tarde desta quarta-feira (29), o líder da bancada do PT na Assembléia Legislativa, deputado Raul Pont, criticou o decreto da governadora Yeda Crusius que determina o corte do salário dos servidores públicos grevistas. No entendimento do petista, o ato governamental publicado no Diário Oficial desta quarta-feira objetiva intimidar o exercício do direito de greve do funcionalismo estadual.
“Além das constantes violências praticadas contra os movimentos sociais, agora a governadora endurece ainda mais em relação ao funcionalismo estadual e, de forma autoritária, decide cortar a efetividade dos grevistas”, frisou. Raul Pont observa que o argumento da governadora ampara-se na lei federal 7.783/89. “No entanto, esta legislação estabelece garantias ao direito de greve e não apenas obrigações, como sugere o decreto”, elucida.
....
À seguir, a Nota divulgada pela UGEIRM Sindicato sobre a ameça da governadora Yeda:
“Yeda Rorato Crusius ameaça cortar ponto de policiais paralisados. A tucana, depenada pelas inexplicáveis situações que rondam seu governo e sua própria casa, baixou hoje, dia 29, um decreto. É um tiro. O alvo é você. Compete a você, e somente a você, fazer com que esse tiro saia pela culatra. No pior estilo paulista de tratar com as reivindicações dos policiais civis, a conhecida arrogância do Palácio Piratini partiu para a ofensiva. A governadora pretende fazer do delegado de Polícia, igualmente vítima do arrocho salarial, o X-9 que vê a miséria dos agentes e deve delatar os injustiçados que não têm mínimas condições de trabalho”.
* Fontes: Assessoria de Imprensa do PT/AL e sítio da Ugeirm Sindicato
28 outubro 2008
27 outubro 2008
Canoas/RS - O Dia Seguinte
JAIRO JORGE DETALHA SUAS PRIMEIRAS MEDIDAS COMO PREFEITO ELEITO DE CANOAS
O prefeito eleito de Canoas, Jairo Jorge (PT), em entrevista concedida a órgãos da imprensa estadual no dia de hoje, informou as principais medidas que estará tomando nos próximos dias visando a organização do seu futuro governo. São elas:
- Criará uma Equipe de Transição através da coordenação de sua campanha, do PT e dos partidos que integraram o Bloco de Oposição Municipal (BOM) para trabalhar as prioridades elencadas no Programa de Governo, bem como diagnosticar e buscar acesso aos dados reais da prefeitura (situação das finanças, por exemplo);
- Assim que assumir, promoverá um 'choque de honestidade' na prefeitura de Canoas 'que foi o epicentro dos principais escândalos que ocorreram ultimamente no RS, como foi o escândalo do DETRAN e da Merenda Escolar'; criará uma Controladoria Geral do Município para auxiliar nesse processo;
- Fará uma Auditoria nos contratos já existentes e cancelará os irregulares e lesivos ao município;
- Acabará com a 'Agência Reguladora' recentemente formada pelo atual governo municipal e com o cabide de empregos que ela traz no seu lastro, assim como acabará com a taxa de esgoto municipal;
- Buscará os melhores advogados para viabilizar a batalha jurídica que deverá ser travada para viabilizar o fim dessa Agência;
- Adequará, desde agora, o Programa de Governo que norteou sua campanha à realidade de Canoas, discutindo-o com as comunidades de todas as regiões do município;
- Adotará um critério que contemple 'sensibilidade política, conhecimento técnico e vínculo com a cidade' na escolha das pessoas que integrarão a equipe de assessores (Cargos de Confiança) que lhe ajudarão a administrar Canoas.
- Criará o Orçamento Participativo no município.
Eleições 2008: Canoas/RS
Capa do Jornal Diário de Canoas - 27/10/2008
RESULTADO FINAL: JAIRO JORGE (PT/BOM): 98.736 votos (52,63%)
Jurandir Maciel (PTB/DEM): 88.851 votos (47,37%)
*Obs.: Canoas foi o único dos três municípios gaúchos em que o PT venceu a eleição neste 2º turno. Em Porto Alegre reelegeu-se José Fogaça (PMDB), derrotando a petista Maria do Rosário. Em Pelotas, reelegeu-se Feter Jr (PP), derrotando o ex-prefeito Fernando Marroni.
26 outubro 2008
Porto Alegre/RS
Ação pede investigação sobre uso da máquina pública por Fogaça
Frente Popular entrou na justiça com base em denúncia publicada na Folha de S. Paulo
A assessoria jurídica da campanha Maria do Rosário Prefeita ingressou, às 13h deste domingo (26), com uma representação no plantão da Justiça Eleitoral. A ação pede investigação sobre uso da máquina pública e abuso do poder político. A iniciativa da Frente Popular tomou como base reportagem do jornal Folha de S. Paulo, que, na edição deste sábado (25), denunciou mais um caso de uso da máquina pública pela campanha do candidato José Fogaça. Se as denúncias forem confirmadas, a pena é a cassação do registro da candidatura.
A Justiça já havia determinado a retirada do ar do site oficial da prefeitura por veiculação indevida de anúncios de campanha. Desta vez, trata-se de irregularidades na concessão de bônus para a compra de casas populares. "Parar as indenizações será desastroso para a campanha", escreveu um assessor da Secretaria de Gestão em um e-mail em setembro.
A coordenação da Frente Popular também alega que o prefeito abordou a concessão do bônus-moradia no último debate da campanha, ocorrido sexta à noite na RBS TV, como uma tentativa de obter dividendos eleitorais com a irregularidade.
Confira a fala:
"Quando nós chegamos, não havia o projeto do bônus-moradia. O que havia era um projeto de retirar as famílias em bloco dali e levá-las a outro lugar. No entanto, essas famílias não querem viver longe, não querem se afastar do seu emprego, não querem se afastar dos seus familiares. O modelo que encontramos estabelece esta impossibilidade de deslocamento das famílias. Tivemos de criar um outro modelo, que agora foi aprovado pela Câmara de Vereadores e está em plena vigência e produzindo resultados, chamado bônus-moradia. A deputada se enganou. O dinheiro não é dado para as famílias. O recurso é dado diretamente para o vendedor. As famílias sequer tocam no dinheiro. Elas recebem acompanhamento, escolhem o lugar que querem viver, a casa passa por um exame rigoroso da nossa equipe de apoio, depois disso, a família é transferida com toda a integridade documental e jurídica. Este bônus-moradia recebeu desde logo uma rejeição. Só foi aprovado, muito contrariamente pela bancada do PT, depois de muito debate e muita discussão".
Confira a íntegra da matéria:
Prefeitura dá bônus-moradia a moradores
DA AGÊNCIA FOLHA, EM PORTO ALEGRE
DA ENVIADA A PORTO ALEGRE
A menos de 48 horas da votação, a Prefeitura de Porto Alegre distribuiu bônus para a compra de casas a moradores afetados por um obra na periferia da cidade.
A Folha obteve cópia de e-mails em que assessores da prefeitura dizem que interromper as indenizações teria impacto na eleição. O prefeito José Fogaça (PMDB) concorre à reeleição. As indenizações começaram a ser pagas em 4 de setembro e pelo menos 34 famílias -8 delas ontem- receberam bônus para a compra de imóveis (de R$ 35 mil a R$ 40 mil).
Os pagamentos fazem parte de um programa -bancado pela prefeitura, pelo BID (Banco Interamericano de Desenvolvimento) e pela União- que prevê o reassentamento de 1.680 famílias que vivem em áreas de risco .
Para deixar o local, as primeiras 225 famílias removidas puderam optar entre receber casas (74) em um novo conjunto habitacional ou indicar imóveis a serem pagos com o bônus (151).
Em setembro, gestores do programa perceberam que ao menos 12 casas indicadas pelos indenizados tinham problemas burocráticos. "Parar as indenizações será desastroso para a campanha", escreveu Rodrigo Kunde Maldini, assessor jurídico da Secretaria de Gestão, num e-mail, em 24 de setembro, para o secretário interino de Gestão, Virgílio Costa (PTB), e para o chefe da assessoria jurídica da pasta, Maurício Gomes da Cunha.
A campanha do PMDB diz tratar "de um assunto do município sem relação com a eleição". A Secretaria de Gestão afirma que "a prefeitura não avaliza este tipo de procedimento". Costa e Maldini não se manifestaram. Cunha negou que as indenizações tenham sido usadas eleitoralmente.
*Fonte: Assessoria de Imprensa da Frente Popular
25 outubro 2008
Porto Alegre/RS
Maria: Vitória é decidida pelo voto na urna e não por pesquisa
Caminhada da virada contou com lideranças e milhares de militantes
As bandeiras de todos os partidos que estão com Maria do Rosário tomaram conta das ruas de Porto Alegre no final da tarde desta sexta-feira (24) na caminhada da virada e da vitória. “Somos de chegada e quem decide a eleição é o povo com seu voto nas urnas”, disse Maria, ao lado do vice Marcelo Danéris, do ministro Tarso Genro (Justiça), do senador Paulo Paim, do presidente estadual do PT, Olívio Dutra, do dirigente do PT nacional, Paulo Ferreira, da presidente do Grupo Hospitalar Conceição, Jussara Cony (PCdoB), do líder do governo Lula, deputado federal Henrique Fontana, do líder da bancada do PT na Assembléia Legislativa, deputado Raul Pont, e do deputado Raul Carrion (PCdoB), entre outros.
“Quero ser prefeita para trabalhar desde o primeiro minuto em prol dos porto-alegrenses. Dedicarei toda minha energia para que Porto Alegre volte a ser uma cidade limpa, iluminada, com segurança e sua população tenha acesso à saúde, à educação e ao lazer”, disse Maria, que viu sua campanha crescer com a integração de setores da esquerda gaúcha, que vêem nela a chance de uma cidade melhor para todos.
Danéris lembrou que Maria é o metrô e a integração, enquanto o adversário político defende a ultrapassada baldeação, ou seja, o infindável entra e sai de ônibus, que só prejudica as pessoas. “Pelos chamados Portais de Fogaça, o passageiro terá de pegar dois ônibus para chegar ao Centro”, disse, alertando que a volta dos antigos terminais é um atraso para a cidade.
* Crédito da foto: Inês Arigoni
** Com a Assessoria de Imprensa da Frente Popular
Canoas/RS
'Vergonha em Canoas II'
Mesmo com o aumento das baixarias protagonizadas pelos apoiadores do atual vice-prefeito, o candidato da oposição, Jairo Jorge (PT/BOM), se mantém firme na liderança
Como já colocávamos em postagem anterior, a campanha eleitoral, que já foi barra pesada no 1º turno do pleito canoense, neste 2º turno descambou de vez, graças à política 'bem comportada' e 'civilizada' dos apoiadores do candidato Jurandir Maciel, do PTB/DEM (que anda mal no trânsito, na campanha e nas pesquisas). Jurandir, atual vice-prefeito, é apoiado agora também pelo PSDB da governadora Yeda e pelo PMDB do senador Pedro Jorge Simon. Simon já se manifestou, mas Yeda, à exemplo de Porto Alegre, ainda não deu o ar da graça de aparecer publicamente na campanha.
Jurandir, no início do 2º turno, sofreu um estranho acidente de carro quando dirigia-se sozinho para Porto Alegre, fato que motivou sua hospitalização e, na sequência, livrou-o dos debates agendados com o candidato do PT/BOM (Bloco de Oposição Municipal), Jairo Jorge. Enquanto ele estava hospitalizado, posando de 'vítima' (?!), seus apoiadores multiplicaram a onda de baixarias na campanha. Pesquisas e enquetes frias mostrando uma suposta 'virada' eleitoral de sua candidatura fazem parte da rotina dos últimos dias da campanha canoense.
Pois além da boataria caluniosa generalizada difundida pelos cabos-eleitorais do atual vice-prefeito, circulam na cidade panfletos apócrifos atacando o passado, o presente e até ... o futuro do candidato Jairo Jorge (PT/BOM). Uma demonstração cabal disso está disponível no Youtube, onde os internautas podem conferir o nível que chegou a baixaria. Basta acessar o endereço a seguir: http://www.youtube.com/watch?v=iGvB4SHlf6M
O vídeo em questão contém uma 'preleção' realizada pelo deputado Luiz Carlos Busato (do PTB, coordenador da campanha de Jurandir). A propósito disso, apoiadores da campanha de Jairo Jorge comentam: "Ele traz trechos de um discurso do deputado federal Busato, coordenador da campanha do Jurandir Maciel. Aparentemente alguém gravou uma preleção do deputado aos apoiadores de Jurandir no segundo turno. A voz é dele mesmo. Os trechos do discurso são um rosário de preconceitos. É uma vergonha. Parece reunião de seita fundamentalista. Jurandir posa de santinho mas é uma traíra". Enfatizam ainda que "a lógica do discurso do deputado é Collor de Mello: primeiro tem a promessa de muito dinheiro, depois vem o mais rasteiro preconceito anti-comunista, mostra a força e arrogância da "máfia" e por fim diz que o candidato vai fazer o papel de bonzinho mas ele e seu exército vão fazer o trabalho sujo.... A campanha que o deputado Busato desencadeou é essa mesma. Baixaria e mentiras. Canoas hoje é palco de uma guerra".
ÚLTIMA PESQUISA
Nesse clima tenso que antecede o dia do pleito, saiu a última pesquisa do instituto Fato sobre a intenção de voto dos canoenses. A pesquisa, para o desespero de Jurandir (que já saiu do hospital e ontem estava em plena campanha nas ruas da cidade) e de seus aliados, mostra a liderança do candidato do PT/BOM à prefeitura, Jairo Jorge, com 47,6% das intenções de voto, enquanto o candidato do PTB/DEM, Jurandir Maciel, aparece com 42,3%.
A margem de erro é de 3,5 pontos para mais ou para menos. Mas o que se vê nas ruas de Canoas, especialmente neste segundo turno, é que a diferença pró Jairo Jorge deverá ser bem maior do que apontam os números dessa pesquisa (encomendada e divulgada pela RBS) e a oposição, liderada pelo PT, pela primeira vez na história da cidade terá a oportunidade de mostrar a que veio, administrando a partir de 2009 esse que é um dos mais populosos e importantes municípios gaúchos.
24 outubro 2008
23 outubro 2008
Lula
Mensagem do presidente Lula
O presidente Lula, aos 44 minutos do segundo tempo, 'entrou em campo' para mostrar que, em Porto Alegre, tem lado neste 2º turno: ontem, finalmente, o presidente gravou o seguinte depoimento para o programa eleitoral que se encerra amanhã, manifestando seu inequívoco apoio à candidata da Frente Popular, companheira Maria do Rosário:
“Meus amigos e minhas amigas de Porto Alegre. Dia 26 encerra-se o processo eleitoral de 2008. E você vai decidir quem vai será eleito para governar a sua cidade. Faça uma reflexão. Quem esteve junto com o governo federal nestes últimos anos. Quem votou contra ou votou a favor do governo federal para que a gente pudesse atingir este momento excelente que o Brasil está vivendo, que o RS está vivendo. Com a recuperação da indústria do calçado. Com a recuperação da indústria de máquinas agrícolas. Com a recuperação da agricultura. E com a quantidade de obras enormes que o governo federal está fazendo em Porto Alegre e em todo o RS. Quem esteve comigo em todo este período, até nos momentos mais difíceis, foi uma mulher: Maria do Rosário. E eu peço a você, que no dia 26, vote Maria do Rosário para prefeita. Vote no 13″.
....
Em Canoas e Pelotas, cidades gaúchas onde o PT, a exemplo de Porto Alegre, também disputa o segundo turno, o presidente Lula manifestou seu apoio à Jairo Jorge e Fernando Marroni ainda no primeiro tempo do jogo eleitoral.
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Já a ex-candidata do PC do B/PPS, deputada neocomunista Manuela Dávila, prometeu aparecer aos 44,30 min do segundo tempo da atual corrida eleitoral, no sábado, para manifestar seu irrestrito apoio à candidata da Frente Popular de Porto Alegre. A eleição é no domingo...
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Ainda a propósito de apoios, o candidato José Fogaça (PMDB & cia) ainda não exibiu no horário eleitoral o importante e entusiástico apoio que lhe dá a governadora Yeda Crusius (PSDB)...
22 outubro 2008
Mídia Livre
UNE assina Manifesto
O documento será encaminhado ao presidente Lula e aos presidentes do Senado, Câmara dos Deputados e Superior Tribunal Federal (STF)
Saiu no sítio da União Nacional dos Estudantes (UNE): O Fórum de Mídia Livre está coletando assinaturas de dirigentes de entidades, intelectuais e lideranças políticas para o manifesto pela democratização da comunicação e em defesa da 1ª Conferência Nacional de Comunicação (leia abaixo).
A UNE acaba de aderir a essa luta. "Os movimentos devem ir à ofensiva para conquistar avanços, pois a existência de monopólios de mídia restringem e comprometem o processo democrático'', disse a diretora da Comunicação da UNE, Luana Bonone.
''Temos um bem público, social, que se encontra usurpado, pois foi entregue na bandeja a grupos privados. Não se trata apenas da população ter acesso a esses meios, mas de criarmos as condições de debater um projeto de país'', frisou.
O documento, que aponta a importância de fomentar a diversidade informativa e a garantia do amplo direito à comunicação, será entregue ao Presidente da República, Luiz Inácio Lula da Silva e aos presidentes do Senado, da Câmara dos Deputados e do Superior Tribunal Federal (STF).
Leia o manifesto na íntegra:
Manifesto da Mídia Livre
Pelo fortalecimento da mídia livre, por políticas públicas democráticas de comunicação e pela realização da Conferência Nacional de Comunicação Brasil, outubro de 2008.
O setor da comunicação no Brasil não reflete os avanços que ao longo dos últimos trinta anos a sociedade brasileira garantiu em outras áreas. Tal conjuntura é uma das responsáveis pelo não crescimento democrático do país, impedindo que se torne socialmente mais justo.
A democracia brasileira precisa de maior diversidade informativa e de amplo direito à comunicação. Para que isso se torne realidade, é necessário modificar a lógica que impera no setor e que privilegia os interesses dos grandes grupos econômicos.
Não é mais possível aceitar que os movimentos sociais, protagonistas de muitos dos nossos avanços democráticos, sejam sistematicamente criminalizados – sem defesa, espaço ou meios para responder –, pela quase totalidade dos grupos midiáticos comerciais. Não se pode mais aceitar que, numa sociedade que se almeja democrática, apenas as idéias e informações ligadas aos interesses políticos e econômicos de pequenos grupos tenham expressão pública. Tal cenário nega o direito de todas e todos a ter acesso ao contraditório, violando o direito à informação dos cidadãos.
Um Estado democrático deve assegurar que os mais distintos pontos de vista tenham expressão pública, situação tão distante da realidade em nosso país. No Brasil, menos de uma dezena de famílias controla a quase totalidade dos meios de comunicação, numa prática explícita de monopólios e oligopólios – que seguem sendo realidade, embora proibidos pela Constituição Federal.
Ainda segundo a Constituição, deve-se criar um amplo e diversificado sistema público de comunicação, produzido pelo público, para o público, com o público. Um sistema que ofereça à sociedade informação jornalística e programação cultural-educativa para além da lógica do mercado, sintonizadas às várias áreas do conhecimento e à valorização da produção regional e independente.
Por fim, um Estado democrático precisa defender a verdadeira liberdade de expressão e de acesso à informação, em toda sua dimensão política e pública. Um avanço que acontece, essencialmente, quando cidadãs e cidadãos, bem como os diversos grupos sociais, têm condições de expressar suas opiniões, reflexões e provocações de forma livre, e de alcançar, de modo equânime, toda a variedade de pontos de vista que compõe o universo ideológico de uma sociedade.
Para que essa luta democrática se fortaleça, apresentamos a seguir propostas debatidas e aprovadas entre os cerca de 400 participantes do 1° Fórum de Mídia Livre, realizado na Universidade Federal do Rio de Janeiro nos dias 14 e 15 de junho de 2008.
Ficam estabelecidos os seguintes compromissos:
1. Promover uma campanha e mobilização social pela democratização das verbas publicitárias públicas, com a realização, entre outras, das seguintes ações:
- Desenvolvimento, pelo Fórum de Mídia Livre e organizações parceiras, de critérios democráticos e transparentes de distribuição das verbas públicas que visem à democratização da comunicação e que se efetivem como legislação e políticas públicas
- Proposta de revisão dos critérios e "parâmetros técnicos de mídia" (tais como custo por mil etc.) utilizados pela administração pública, de forma a combater os fundamentos exclusivamente mercadológicos e viabilizar o acesso a veículos de menor circulação ou sem verificação
2. Contribuir na promoção de outras políticas públicas de incentivo à pluralidade e à diversidade por meio do fomento à produção e à distribuição;
3. Cobrar do Executivo federal que convoque e dê suporte à realização de uma Conferência Nacional de Comunicações nos moldes das conferências de outros setores já realizadas no país.
4. Lutar pelo estabelecimento de políticas democráticas de comunicação, na perspectiva de um novo marco regulatório para o setor que inclua um novo processo de outorga das concessões, a democratização e universalização da banda larga e a adoção do padrão nacional nos sistemas brasileiros de TV e rádio digital, além do fortalecimento das rádios comunitárias.
5. Criar uma ferramenta colaborativa que reúna diversas iniciativas de mídia livre e contemple a diversidade de atuação dos veículos e dos midialivristas, em formato a ser aprimorado nos próximos meses pelo grupo de trabalho permanente e aprovado no próximo Fórum de Mídia Livre;
6. Mapear as diversas iniciativas da mídia livre visando o conhecimento sobre a realidade do setor e o reconhecimento dos diversos fazedores de mídia;
7. Propor a implementação de pontos de mídia, como política pública, integrados e articulados aos pontos de cultura, veículos comunitários, escolas e ao desenvolvimento local, viabilizando, por meio de infra-estrutura tecnológica e pública, a produção, distribuição e difusão de mídia livre;
8. Buscar espaços para exibição de conteúdo produzido por movimentos sociais na TV pública;
9. Incentivar a consolidação de redes de produtores de mídia alternativa, a começar da comunicação interna (listas de discussões) e externa (portal na web) dos próprios integrantes do Fórum de Mídia Livre, que deve funcionar como rede flexível, difusa e permanente;
10. Estimular a criação e fortalecimento de modelos de gestão colaborativa das iniciativas e mídias, com organização não-monetária do trabalho, por meio de sistemas de trocas de serviço.
Em função destes compromissos, nos propomos a:
» realizar encontros de mídia livre em todos os estados brasileiros no segundo semestre de 2009;
» realizar um Fórum de Mídia Livre de alcance Latino-Americano ou mundial em Belém, às vésperas do Fórum Social Mundial, em janeiro de 2009;
» realizar no 2º semestre de 2009 o II FML Brasil, com indicativo de Vitória (ES) como sede;
» somar-se às entidades de luta pela democratização na luta por uma conferência ampla, democrática e descentralizada, passando a integrar a Comissão Pró-Conferência Nacional de Comunicação;
» envolver os movimentos sociais nas ações pelo fortalecimento da mídia livre;
» agendar em âmbito federal, estadual e municipal reuniões com o Poder Executivo, Legislativo e Judiciário para apresentar as reivindicações tiradas no Fórum;
» criar o selo Mídia Livre para estar em todos os veículos, blogues etc. que se identificam e reconhecem como mídia livre;
» realizar ato público de rua em Brasília, com pauta e mobilização conjunta com outros movimentos da comunicação e outros movimentos sociais, articulado com a entrega do manifesto aos três poderes, como parte de semana de mobilização que contará também com ações de guerrilha midiática e viral.
Fórum de Mídia Livre
*Fonte: sítio da UNE http://www.une.org.br/
** O Manifesto continua aberto à adesões.
21 outubro 2008
Porto Alegre/RS : Eleições 2008
'SILÊNCIO' DA MÍDIA CORPORATIVA FAVORECE FOGAÇA
Saiu no blog RS Urgente: O prefeito José Fogaça(PMDB) está feliz da vida com o fato de que a onda de escândalos e denúncias envolvendo o governo Yeda Crusius (PSDB) não “contaminou” a campanha eleitoral em Porto Alegre. Afinal de contas, em todos estes episódios estiveram envolvidos políticos e partidos que integram a coalizão de forças que sustenta Fogaça na prefeitura. Se essa relação fosse um tema freqüente na mídia e no debate político, a campanha poderia ser muito mais complicada para o atual prefeito. O capítulo mais recente dessa história de silêncio foi a declaração de apoio da governadora ao prefeito, assunto tratado com muita discrição na imprensa. E com maior discrição ainda na propaganda de Fogaça, onde a governadora é uma ilustre ausente. Cabe lembrar alguns dos episódios recentes envolvendo o governo Yeda e os respectivos partidos envolvidos:
- As polêmicas quedas dos secretários Ênio Bacci (Segurança, PDT), Nelson Proença (Sedai, PPS), Cézar Busatto (Casa Civil, PPS), Delson Martini (Secretaria Geral, PSDB).
- A fraude do Detran, envolvendo políticos aliados de Yeda e Fogaça.
- As gravações do vice-governador Paulo Feijó (DEM) com o e então chefe da Casa Civil, Cézar Busatto (PPS).
-O flagrante do choppinho de Lair Ferst com o então secretário do Planejamento, Ariosto Culau (PSDB).
- As conversas entre José Otávio Germano (PP), Antônio Dorneu Maciel (PTB) e Flávio Vaz Netto (PP), entre outros, no escândalo do Detran.
- A criação do gabinete da crise (que acabou antes da crise).
- As investigações sobre a compra da casa da governadora Yeda.
- As investigações sobre a evolução patrimonial do ex-chefe da Casa Civil, ex-secretário de Desenvolvimento e Assuntos Internacionais e ex-coordenador da campanha de José Fogaça, Luiz Fernando Záchia (PMDB).
- Os desvios na área da Cultura (LIC) e a gestão medíocre de Mônica Leal (PP).
- Os desmandos do truculento coronel Paulo Mendes.
- A queda de Mercedes Rodrigues (ex-procuradora do município de Porto Alegre na gestão Fogaça) do gabinete da Transparência que saiu por falta de interesse do governo em implantar práticas de gestão transparente.
Todos esses assuntos passaram longe da campanha eleitoral e, se as últimas pesquisas estiverem corretas, a maioria da população de Porto Alegre poderá estar votando justamente nos partidos envolvidos nestes episódios. Essa relação passou longe também das análises das principais colunas políticas da imprensa gaúcha. O silêncio veio acompanhado de uma interdição. Antes de iniciar a campanha, a direção da RBS enviou correspondência aos partidos proibindo expressamente a utilização, na propaganda eleitoral, de recortes de jornais, de imagens de televisão e de áudios de veículos pertencentes ao grupo. Com isso, uma parte expressiva de documentos e registros relacionadas à CPI do Detran, por exemplo, ficaram na gaveta. Comportamento bem distinto foi adotado pela imprensa gaúcha nas eleições estaduais de 2006, quando as manchetes relacionadas ao mensalão freqüentaram assiduamente a campanha eleitoral. Fogaça e Yeda agradecem a gentileza.
* Fonte: Blog http://www.rsurgente.net/
19 outubro 2008
Porto Alegre/RS
Maré Vermelha abre semana da virada e da vitória de Maria do Rosário
Nesta segunda-feira (20), às 19h, ocorre comício final no Largo Glênio Peres
Uma verdadeira maré vermelha tomou conta do Brique da Redenção na semana da virada para garantir a vitória de Maria do Rosário e de Marcelo Danéris. Neste domingo (19), os candidatos da Frente Popular caminharam pela Rua José Bonifácio, acompanhados pelo ministro da Pesca, Altemir Gregolin, pelo ex-ministro do Desenvolvimento Agrário, Miguel Rossetto, pelo líder do governo Lula, deputado Henrique Fontana, pelo músico Bagre Fagundes e por militantes de oito partidos que estão com Maria no 2º turno.
"Alô, Porto Alegre. A Frente Popular quer abraçar a cidade inteira num ritual de amor, de carinho e de mudança de verdade. Nosso compromisso é com a população, com a saúde, com os ônibus decentes e não de baldeação, com a educação, com a diversidade. Porto Alegre é a capital da democracia e tem de voltar a sediar o Fórum Social Mundial e não ficar apenas ouvindo a choradeira do atual prefeito. Por isso, a gente tem energia e vamos ganhar as eleições no próximo domingo", destacou Maria, cercada pela maré vermelha.
Para Danéris, nesta reta final prevalecerá o mutirão da virada, protagonizado pela militância, pelos simpatizantes e por todos aqueles que acreditam numa Porto Alegre melhor. Gregolin disse que a sua presença na caminhada objetiva garantir a vitória da candidata, que é orgulho para todos por ser uma mulher guerreira e comprometida com os projetos sociais.
Carreata
No sábado, Maria comandou carreata do Largo Zumbi dos Palmares em direção à Restinga. Na frente do cortejo de 400 carros, os candidatos acenavam para a população ao lado do ministro da Justiça, Tarso Genro, do presidente estadual do PT, Olívio Dutra, do senador Paulo Paim e do líder da bancada do PT na Assembléia Legislativa, deputado Raul Pont. Entre tantos rostos, lá também estava um dos mais queridos músicos gaúchos, Nei Lisboa.
Comício
Nesta segunda-feira (20), a partir das 19h, acontece o comício final da campanha de Maria do Rosário. Já estão confirmados os ministros Dilma Rousseff (Casa Civil), Tarso Genro (Justiça), Guilherme Cassel (Desenvolvimento Agrágrio) e Édson Santos (Igualdade Racial), além dos ex-prefeitos Olívio Dutra, Raul Pont e João Verle. Também estarão presentes no Largo Glênio Peres o senador Paulo Paim, deputados federais e estaduais da Frente Popular e dos partidos que estão com Maria no 2º turno (PCdoB, PSC, PR e PTdoB).
* Crédito das fotos: Caroline Morelli
** Com o sítio www.mariadorosarioprefeita.com.br
Poema
Navegar é Preciso
Navegadores antigos tinham uma frase gloriosa:
"Navegar é preciso; viver não é preciso".
Quero para mim o espírito [d]esta frase,
transformada a forma para a casar como eu sou:
Viver não é necessário; o que é necessário é criar.
Não conto gozar a minha vida; nem em gozá-la penso.
Só quero torná-la grande,
ainda que para isso tenha de ser o meu corpo e a (minha alma) a lenha desse fogo.
Só quero torná-la de toda a humanidade;
ainda que para isso tenha de a perder como minha.
Cada vez mais assim penso.
Cada vez mais ponho da essência anímica do meu sangue
o propósito impessoal de engrandecer a pátria e contribuir
para a evolução da humanidade.
É a forma que em mim tomou o misticismo da nossa Raça.
Fernando Pessoa
...
Nota: "Navigare necesse; vivere non est necesse" - latim, frase de Pompeu, general romano, 106-48 aC., dita aos marinheiros, amedrontados, que recusavam viajar durante a guerra, cf. Plutarco, in Vida de Pompeu]
18 outubro 2008
Canoas/RS
Coordenação da campanha do BOM preocupada com agressividade na campanha eleitoral em Canoas
Em reunião na 134ª zona da Justiça Eleitoral em Canoas, na manhã desta sexta-feira, a coordenação de campanha do BOM (Bloco de Oposição Municipal, que tem como candidato a prefeito o petista Jairo Jorge) manifestou preocupação com o aumento da agressividade na campanha no final do segundo turno. A reunião contou com a participação das assessorias jurídicas das duas coligações que disputam o segundo turno, além da coordenação de campanha do BOM, do juiz eleitoral Paulo César Filippon e das promotoras eleitorais Andréa Uequed e Lisandra Demari.
A procuradora do BOM Andréa Almeida citou na reunião os materiais de propaganda apócrifos e ofensivos, além de episódios envolvendo armas de fogo e uma degravação de um vídeo, no qual o coordenador da campanha de Jurandir Maciel diria palavras agressivas em relação à candidatura de Jairo Jorge. Segundo Andréa, a campanha do BOM está disposta a responder apenas nos âmbitos político e jurídico. (...)
O coordenador da campanha Róbson Medeiros lamentou o fato da coordenação da campanha de Jurandir Maciel não estar presente na reunião. "Há uma discrepância entre o que é dito pelo procurador Figueiredo e a realidade das ruas. Há problemas nas caminhadas, militantes nossos são corridos das ruas com armas. Nossa preocupação é com os episódios sucessivos de violência, pois nos últimos dias um militante sofreu seis disparos enquanto acompanhava um carro de som do adversário", declarou. "A nossa preocupação principal é com a vida das pessoas", afirmou o procurador do BOM Alexandre César. (...)
CAMINHADA
Nem mesmo a chuva fina que insistiu em cair durante a tarde desta sexta, 17 impediu que os candidatos à Prefeitura de Canoas Jairo Jorge e Beth Colombo, a deputada federal (PCdoB), Manuela D’Avila, o deputado estadual (PPS) Berfran Rosado, o deputado federal (PT), Marco Maia e lideranças dos partidos que compõem o Bloco de Oposição Municipal – PT, PP, PPS, PSB, PCdoB e PR, caminhassem junto com a militância pelas principais ruas do centro de Canoas (foto acima). Cerca de duas mil pessoas acompanharam os candidatos e os visitantes até o comitê do BOM, onde foi improvisado um comício.
Jairo agradeceu a militância, que chamou de “a mais aguerrida de Canoas” e disse o caminho da campanha está sendo trilhado por quem tem perseverança, esperança, quem acredita na mudança e na boa política.
”Nós enfrentamos a arrogância com humildade, a corrupção com honestidade e a inoperância com competência”, afirmou o candidato, enfatizando o desejo de continuar fazendo uma campanha em alto nível e prezando apenas a verdade.
*Com o sítio http://jairojorge.com.br/
17 outubro 2008
Sobre a violência do governo Yeda, aliada de Fogaça...
Maria do Rosário questiona contradições do 'discurso pacifista' de Fogaça
Ao dirigir-se aos porto-alegrenses, na tarde desta sexta-feira (17), Maria do Rosário condenou a violência desferida pelo governo estadual contra os movimentos sociais que, na quinta-feira (16), manifestavam-se nas ruas da Capital. Na Esquina Democrática, a candidata chamou a atenção da população para as contradições do discurso pacifista do atual gestor municipal que, ao invés de cobrar da administração estadual os 2 mil brigadianos ausentes das ruas de Porto Alegre, endossa a atitude truculenta de Yeda Crusius e se declara orgulhoso por ter o apoio dela. Para a petista, tal postura mancha a cidade berço do Fórum Social Mundial, que se tornou conhecida no mundo inteiro pelo respeito à democracia participativa.
Maria do Rosário também lamentou o fato de o atual administrador ter desprezado verbas federais importantes para o município. “Quando o prefeito perde as oportunidades, quem sofre é o povo”, frisou, ao reafirmar sua disposição para acelerar Porto Alegre, incentivando a abertura de novos mercados de trabalho, garantindo saúde, educação e segurança para a população.
Candidata petista apresentou propostas para o Centro
Investir no Centro da cidade, transformando prédios abandonados em moradia popular, foi outro compromisso assumido por Maria. Além disso, ela confirmou que fará a reforma urbana e que preservará o Largo Zumbi dos Palmares para atividades culturais e de lazer, ao invés de fazer, do local, um ponto de baldeação, como propõe seu adversário político com o projeto Portais da Cidade.(...)
...
Bancada do PT repudia violência contra os movimentos sociais
A ação truculenta da Brigada Militar em Porto Alegre nesta quinta-feira (PT) contra trabalhadores em greve e movimentos sociais organizados é um sinal cristalino do retrocesso democrático em curso no Rio Grande do Sul. Não estamos diante, como alardeiam alguns setores, de fatos isolados, mas de uma rotina que tem feito com que os protestos e manifestações em nosso Estado culminem em lamentáveis cenas de pancadaria, típicas dos regimes totalitários. O uso desproporcional da força contra manifestantes tem sido a regra da corporação, que tem a governadora Yeda Crusius como Comandante em Chefe, configurando uma política deliberada do atual governo.
Não há nada que justifique a repressão a trabalhadores que exercem o direito constitucional de greve ou contra manifestações pacíficas. Além disso, não há como ignorar que o forte aparato policial mobilizado pela governadora para calar os protestos, certamente, desfalca o já precário policiamento das ruas, penalizando a população.
A bancada do PT irá levar o tema para a discussão na mesa diretora da Assembléia Legislativa. É preciso que o parlamento gaúcho se manifeste publicamente sobre as ações truculentas, as agressões e o abuso da força contra os cidadãos gaúchos e contra deputados no livre exercício de seus mandatos.
Raul Pont - Líder da Bancada do PT
...
* Crédito da foto: Caroline Morelli
** Fonte: Assessoria de Imprensa da FP e sítio PTSul
16 outubro 2008
Cenas de Porto Alegre
* Na sequência de fotos de Caco Argemi (pescadas do RS Urgente), a violenta repressão efetivada pela Brigada Militar gaúcha, comandada pelo fascista cel. Mendes (amigo dileto da governadora Yeda Crusius 'credo', do PSDB) contra bancários em greve. Mais tarde, a cena repetiu-se frente ao Palácio Piratini, desta vez contra movimentos sociais que participavam da Marcha dos Sem. Sobrou inclusive para parlamentares da oposição...
** Seguramente não por acaso, quase no mesmo momento, a tropa de choque da polícia militar paulista do gov. Serra (também do PSDB) reprimia violentamente manifestação de policiais civis, deixando mais de uma dezena de feridos graves...
*** A pergunta que não quer calar: Até quando vamos aguentar isso?
15 outubro 2008
Eleições 2008: Canoas/RS
'Vergonha em Canoas'
A campanha eleitoral, que já foi barra pesada no 1º turno do pleito canoense, neste 2º turno descambou de vez, graças à política 'bem comportada' e 'civilizada' dos apoiadores do candidato Jurandir Maciel, do PTB/DEM (que anda mal na campanha e nas pesquisas). Jurandir é apoiado agora também pelo PSDB da governadora Yeda e pelo PMDB do senador Pedro Jorge Simon. Pois além da boataria caluniosa generalizada difundida pelos cabos-eleitorais do atual vice-prefeito, circulam na cidade panfletos apócrifos atacando o passado, o presente e até ... o futuro do candidato Jairo Jorge (PT/BOM). Uma demonstração cabal disso está disponível no Youtube, onde os internautas podem conferir o nível que chegou a baixaria. Basta acessar o endereço a seguir: http://www.youtube.com/watch?v=iGvB4SHlf6M
O vídeo em questão contém uma 'preleção' realizada pelo deputado Luiz Carlos Busato (do PTB, coordenador da campanha de Jurandir). A propósito disso, apoiadores da campanha de Jairo Jorge comentam: "Ele traz trechos de um discurso do deputado federal Busato, coordenador da campanha do Jurandir Maciel. Aparentemente alguém gravou uma preleção do deputado aos apoiadores de Jurandir no segundo turno. A voz é dele mesmo. Os trechos do discurso são um rosário de preconceitos. É uma vergonha. Parece reunião de seita fundamentalista. Jurandir posa de santinho mas é uma traíra". Enfatizam ainda que "a lógica do discurso do deputado é Collor de Mello: primeiro tem a promessa de muito dinheiro, depois vem o mais rasteiro preconceito anti-comunista, mostra a força e arrogância da "máfia" e por fim diz que o candidato vai fazer o papel de bonzinho mas ele e seu exército vão fazer o trabalho sujo.... A campanha que o deputado Busato desencadeou é essa mesma. Baixaria e mentiras. Canoas hoje é palco de uma guerra".
*Leia mais também no blog RS Urgente http://www.rsurgente.net/
14 outubro 2008
Artigo
Onde está a esquerda?
Por José Saramago
Ausento-me deste espaço por vinte e quatro horas, não por necessidade de descanso ou falta de assunto, somente para que a última crónica se mantenha um dia mais no lugar em que está. Não tenho a certeza de que o mereça pela forma como disse o que pretendia, mas para lhe dar um pouco mais de tempo enquanto espero que alguém me informe onde está a esquerda…
Vai para três ou quatro anos, numa entrevista a um jornal sul-americano, creio que argentino, saiu-me na sucessão das perguntas e respostas uma declaração que depois imaginei iria causar agitação, debate, escândalo (a este ponto chegava a minha ingenuidade), começando pelas hostes locais da esquerda e logo, quem sabe, como uma onda que em círculos se expandisse, nos meios internacionais, fossem eles políticos, sindicais ou culturais que da dita esquerda são tributários. Em toda a sua crueza, não recuando perante a própria obscenidade, a frase, pontualmente reproduzida pelo jornal, foi a seguinte: “A esquerda não tem nem uma puta ideia do mundo em que vive”.
À minha intenção, deliberadamente provocadora, a esquerda, assim interpelada, respondeu com o mais gélido dos silêncios. Nenhum partido comunista, por exemplo, a principiar por aquele de que sou membro, saiu à estacada para rebater ou simplesmente argumentar sobre a propriedade ou a falta de propriedade das palavras que proferi. Por maioria de razão, também nenhum dos partidos socialistas que se encontram no governo dos seus respectivos países, penso, sobretudo, nos de Portugal e Espanha, considerou necessário exigir uma aclaração ao atrevido escritor que tinha ousado lançar uma pedra ao putrefacto charco da indiferença.
Nada de nada, silêncio total, como se nos túmulos ideológicos onde se refugiaram nada mais houvesse que pó e aranhas, quando muito um osso arcaico que já nem para relíquia servia. Durante alguns dias senti-me excluído da sociedade humana como se fosse um pestífero, vítima de uma espécie de cirrose mental que já não dissesse coisa com coisa. Cheguei até a pensar que a frase compassiva que andaria circulando entre os que assim calavam seria mais ou menos esta: “Coitado, que se poderia esperar com aquela idade?” Estava claro que não me achavam opinante à altura.
O tempo foi passando, passando, a situação do mundo complicando-se cada vez mais, e a esquerda, impávida, continuava a desempenhar os papéis que, no poder ou na oposição, lhes haviam sido distribuídos. Eu, que entretanto tinha feito outra descoberta, a de que Marx nunca havia tido tanta razão como hoje, imaginei, quando há um ano rebentou a burla cancerosa das hipotecas nos Estados Unidos, que a esquerda, onde quer que estivesse, se ainda era viva, iria abrir enfim a boca para dizer o que pensava do caso.
Já tenho a explicação: a esquerda não pensa, não age, não arrisca um passo. Passou-se o que se passou depois, até hoje, e a esquerda, cobardemente, continua a não pensar, a não agir, a não arriscar um passo. Por isso não se estranhe a insolente pergunta do título: “Onde está a esquerda?” Não dou alvíssaras, já paguei demasiado caras as minhas ilusões.
*Texto publicado pelo escritor português José Saramago (foto) em seu site, O Caderno de Saramago, no dia 1° de outubro de 2008.
** Obs. do Blog: o PT bem que poderia colocar este artigo como prioritário dentre os que nortearão suas reflexões futuras, inclusive no balanço dos acertos - e desacertos - da campanha/batalha eleitoral travada neste ano da graça de 2008. (Júlio Garcia)
***Fonte: Agência Carta Maior
13 outubro 2008
Porto Alegre/RS
Maria criará Agência Metropolitana de Desenvolvimento
Ato na Esquina Democrática reuniu prefeitos eleitos da Região Metropolitana
O compromisso de criar uma Agência Metropolitana de Desenvolvimento foi firmado nesta segunda-feira (13) entre Maria do Rosário e os cinco prefeitos da Frente Popular eleitos no pleito de 5 de outubro. O ato político foi celebrado na Esquina Democrática, seguido de almoço no Mercado Público.
Maria do Rosário disse que o projeto de desenvolvimento da Frente Popular ultrapassa as fronteiras da cidade. “Olhamos para a Região Metropolitana com a tarefa de resolvermos, conjuntamente, problemas afetos às áreas da saúde, do transporte, do meio ambiente e da segurança pública”, frisou a candidata do presidente Lula à Prefeitura. Ao agradecer pessoalmente a presença de cada um dos prefeitos, a petista sentenciou: “Hoje, vocês nos inspiram. Vamos à luta. O nosso partido é o povo e a qualidade de vida dos cidadãos da Região Metropolitana. Vocês nos trazem os bons ventos da vitória”.
Marcelo Danéris, candidato à vice-prefeito, disse que será feito um cinturão vermelho em prol do desenvolvimento econômico e social da Região Metropolitana. “Exigiremos, do governo estadual, serviços públicos de qualidade nas áreas da saúde, da educação e da segurança pública, além do pagamento das dívidas do Estado com o Município”.
Como funcionará a Agência
A Agência Metropolitana de Desenvolvimento valorizará as vocações regionais, integrando ações dos municípios em áreas como planejamento, infra-estrutura, captação de recursos, fomento à atividade econômica, geração de emprego, desenvolvimento urbano e ambiental e transportes.
Unidos a um objetivo comum, Maria e Danéris e os prefeitos eleitos e reeleitos Ary Vanazzi, de São Leopoldo; Rita Sanco, de Gravataí; Tarcísio Zimmermann, de Novo Hamburgo; Nelson Spolaor, de Sapiranga e Alex Boscaini, de Viamão, trocarão informações sobre a dinâmica econômica das cidades. Além disso, executarão programas específicos para cada segmento, buscando recursos onde eles estiverem.
Através desta iniciativa será possível impulsionar projetos que, isoladamente, os municípios não teriam condições de abarcar. Na prática, a Agência efetivará a extensão empresarial, apoiará a participação em feiras e em eventos, expandindo as atividades econômicas de toda a região.
*Crédito da foto: Caroline Morelli
**Fonte: sítio www.mariadorosarioprefeita.com.br
Canoas/RS
Jairo Jorge (PT): "O povo votou na mudança para a Prefeitura de Canoas"
Petista recebe apoio do PDT e pretende ampliar margem
Saiu no sítio do jornal O Timoneiro, de Canoas: Consciente de que será difícil superar o número de votos que fez no primeiro turno sem apoio de um grande partido em Canoas, Jairo Jorge (foto) explica união com o PDT. O partido além de administrar secretarias no governo Ronchetti, indicou o candidato a vice-prefeito a coligação com Nedy de Vargas Marques (PMDB), apoiado pelo prefeito.
“Não conseguimos mais votos. Temos que ter humildade para perceber que o apoio do PDT é importante neste momento. Nós os procuramos”. Sobre os demais partidos da base de sustentação do governo tucano, Jairo é enfático:
“Não procuraria oficialmente nem o PMDB nem o PSDB, pois ambos dirigiram esse governo. Ambos tiveram participação decisiva e relação direta com os escândalos divulgados. Não os aceito e não os procurarei. Sou oposição. Apesar do PMDB fazer parte do governo Lula, a realidade em Canoas é bem diferente. Hoje o partido está muito vinculado com a atual gestão. O candidato deles foi apoiado pelo Ronchetti”.
Cargos I - O petista comentou as declarações publicadas na imprensa de que o PDT gostaria de fazer parte do novo governo com cargos políticos. “Isso – cargos- irá depender do resultado eleitoral. Isso é uma tarefa após a eleição. Ainda não fui eleito pelo povo”.
Sobre o convite ele explica: “Meu convite é de integrar nosso governo de coalizão. O PDT irá participar do governo. Agora, quem negocia cargos antes de eleito é no mínimo arrogante”.
Resultado I - Jairo comentou o resultado das urnas que foi bem diferente das diversas pesquisas divulgadas às vésperas das eleições. Segundo o político, pesquisas internas demonstravam sua liderança, ao contrário das publicadas na imprensa. “Na nossa última pesquisa interna estávamos 10 pontos à frente do segundo colocado e a dois pontos para ganharmos no primeiro turno. Havia dissintonia entre o que estava sendo divulgado. As pesquisas erraram feio em Canoas”.
O jornalista acredita que acertou no discurso que tem feito aos canoenses. “O povo provou que quer mudança. Vamos continuar da mesma forma que trabalhamos no primeiro turno. Nossa campanha é sem agressões. Temos uma militância aguerrida, independente de termos ou não recursos nosso povo sai às ruas. Eles não fazem em função de cargos, espaços, mas em função de um ideal maior. O PT luta há 23 anos para chegar à Prefeitura de Canoas. Sinto que desta vez o eleitor deseja que isto aconteça”.
*Do sítio do jornal O Timoneiro http://www.otimoneiro.com.br/ e Blog O Boqueirão http://oboqueirao.zip.net/
12 outubro 2008
11 outubro 2008
Artigo
A derrocada dos bancos americanos e seus efeitos no mundo
*Por Bernardo Kucinski
O terremoto financeiro americano já derrubou seis de seus grandes bancos de financiamento habitacional, três dos cinco maiores bancos de investimento e sua maior seguradora. Seis desses gigantes sumiram do mapa, engolidos por outros bancos. Quatro foram estatizados. Um cenário desolador com prejuízos de 200 bilhões de dólares a cidadãos e bancos comerciais , pânico e perda de confiança no sistema financeiro. Tentando estancar uma corrida generalizada a bancos, o governo Bush elevou de 100 mil dólares para 250 mil a garantia para depósitos pessoais e já fala em mais estatizações. (1)
Os bancos de investimento americanos eram os reis da selva financeira, sugando e reaplicando milhões de todo o mundo, de bilionários, de outros bancos, e de fundos de pensão. Os únicos sobreviventes, Goldman Sachs e o Morgan Stanley, ficaram tão mal que o governo autorizou sua transformação em conglomerado financeiro, forma disfarçada de permitir que tenham acesso a linhas de crédito do FED. (2)
O terremoto atingiu com intensidade o mercado financeiro londrino, o maior importante da Europa e o mais ligado ao sistema financeiro americano, reverberando no continente, embora a Inglaterra não tenha aderido ao Euro. A economia da Inglaterra já estava deprimida, com queda de quase 30% nos valor dos imóveis desde janeiro. Além da estatização parcial do grande banco hipotecário Bradford& Bingley e venda de suas agências ao Santander numa operação de 733 milhões de Euros, outro banco de financiamento da habitação, o HBOS foi absorvido pelo Lloyds TBS por cerca de US$ 20 bilhões.
Na terça-feira, dia 9, quando rumores de quebra atacaram o Stanley Morgan- Chase nos Estado Unidos e o Banco Real da Escócia, a Europa entrou em pânico. As ações dos principais bancos ingleses desabaram e o governo anunciou o pacote de salvamento maior do que o de Bush, e com mais ênfase na estatização parcial dos bancos (3): o pacote destina 50 bilhões de libras (cerca de 90 bilhões de dólares) à compra de ações de bancos, ou seja estatização parcial, 200 bilhões de libras a empréstimos aos bancos, e mais 250 bilhões para garantia de empréstimos de curto e longo prazo.
Antes, a onda de choque já havia derrubado bancos isolados do Norte e do centro da Europa metidos na especulação com o mercado imobiliário e com os fundos do Merril Lynch e do Lehman. A pequena Islândia estatizou todos os seus três bancos: o Glitnir, o Kaupthing e o Landsbanki Islands. Estima-se que 300 mil ingleses aplicavam pela internet no banco virtual do Landsbanki, chamado Icesave.
Na Holanda quebrou o grande banco de investimento Fortis, de atuação mundial, na Alemanha quebrou o hipotecário Hypo Real State e na Bélgica o franco-belga Dexia. Os três estão em processo de estatização ou absorção parciais (4). Embora pesadas, essas quebras não haviam abalado o sistema financeiro europeu, reforçado semanas antes por algumas injeções do banco Central europeu, e as medidas de cada governo foram tomadas em separado. A proposta de Sarkozy de criar um fundo conjunto europeu de salvamento foi barrada pela chanceler alemã, Ângela Merkel.
Mas depois do tremor do Real Banco da Escócia, governos europeus entraram em pânico. Acharam que a onde de choque havia mudado de direção e coordenaram cortes generalizados nas taxas de juros, e novas injeções no sistema financeiro, além de novos pacotes de salvamento em vários países. A filosofia geral das intervenções na Europa tem sido a de injetar o máximo possível de liquidez no mercado e estatizar o mínimo necessário para salvar o sistema. (5)
Até agora, nenhum banco quebrou no cinturão mediterrâneo da Espanha, Portugal, Itália, e Grécia, assim como nenhum banco suíço (6). Houve fusões preventivas. Na Dinamarca, o Banco de Roskilde foi absorvido por outros bancos do país e da Suécia. Na França, a financeira do grupo Rotschild vendeu 20% de suas ações ao Banco da China e dois dos principais bancos mútuos (em que os clientes são também acionistas) o Caísse d Épargne e o Banque Populaire, decidiram fundir-se, frente à tormenta que os balançava. Essa fusão cria o segundo maior grupo bancário francês.
Espanha e Itália anunciaram a criação de fundos de emergência para comprar ações de bancos. Na Espanha, o prejuízo total dos bancos com papéis americanos foi estimado entre 1 e 2,5 bilhões de euros, facilmente assimiláveis pelo sistema bancário. O Santander deve amargar 500 milhões de euros em perdas com papéis do Lehman, que pode tirar de letra, graças inclusive aos lucros fabulosos que obtém no Brasil. E mais: está aproveitando a crise para crescer, comprando fatias do Bradford & Bingley Stanley. Os demais bancos espanhóis perderam quantias menores.
Na Rússia, agora capitalista mas com um sistema bancário ainda frágil, o governo antecipou-se estatizando os bancos Svyaz Bank e Kit Finance de São Petesburgo e injetando em duas etapas o equivalente a 57 bilhões de dólares no mercado financeiro para dar liquidez (20 e depois mais 37). Putin sentiu-se suficientemente forte para diagnosticar que a liderança econômica dos Estados Unidos ficou “arruinada para sempre.” Acusou o governo americano de incapaz. E num ousado movimento em separado, o governo russo convidou as potências mundiais a discutirem um tratado que proíba o uso da força nas relações internacionais.
Na Ásia e Oriente Médio, a onda de choque chegou bem arrefecida. Bancos amargaram prejuízos, mas nenhum quebrou nesta fase. Corridas a um banco na Índia e outro em Hong Kong, foram estancadas com facilidade. O grupo indiano Tata aproveitou a crise para abocanhar por US$ 505 milhões uma unidade financeira local do grupo americano Citicorp.
O maior banco da China, o Industrial and Commercial Bank, ICBC, tinha US$ 158 milhões em bônus do Lehman, e outro banco o China Merchants Bank tinha US$ 70 milhões. O governo chinês entrou comprando no mercado de ações, cancelou uma taxa sobre transações em bolsa e criou uma linha de financiamento de exportações para pequenas empresas.
Na Austrália, praticamente todos os bancos vão perder, mas o prejuízo total estimado em US$ 800 milhões com a quebra da AIG e mais US$ 500 milhões com a do Lehman são facilmente absorvíveis. Representam apenas 0,9% dos 130 bilhões do patrimônio dos bancos envolvidos e menos de 5% do seus lucros do ano passado (7). Todos estão chiando porque querem abocanhar recursos de um Fundo Futuro, criado pelo governo para financiar aumentos do funcionalismo.
No Japão, a exposição total dos bancos, foi estimada em pouco mais de US$ 2 bilhões, dos quais US$ 1,2 pelo Mitsubishi, 463 milhões pelo Aozora Bank e 382 milhões pelo Mizuho Bank. Tudo facilmente absorvível pela banca japonesa, com a ajuda do Banco Central, que injetou US$ 200 bilhões no sistema até o final de setembro.
Assim como o Santander espanhol, o Mitsubishi, apesar do seu próprio prejuízo, aproveitou a crise para comprar 21% das ações do grande banco americano Morgan Stanley ( não confundir com o J. P. Morgan Chase) .
Em países mais receptores do que emissores de investimentos especulativos ou com economias em crescimento, como Chile, Argentina, Uruguai e África do Sul, não foram informados prejuízos importantes em bancos até agora. No Brasil, há apenas a notícia do fechamento preventivo da financeira do banco Credibel, voltada a financiamentos de automóveis e o fechamento, inclusive para saques, do fundo GWI-FI, um fundo muito exclusivo, de pouca gente, que sistematicamente rendia mais do que os outros.
Acontece que o juro que o nosso Tesouro paga por seus papéis, de 13,7% ao ano, é tão sedutor, que permite o retorno um mês e sem nenhum risco do que lá fora levaria um ano. Mas alguns bancos, mais agressivos, brasileiros ricos e até empresas podem ter aplicado no Brasil através de uma triangulação via fundos de investimento de fora, já que o imposto de renda, é isento para investidores estrangeiros (8). Se os bancos estrangeiros gestores desses fundos quebrarem vai dar prejuízo aqui.
Os bancos brasileiros negam ou não revelam envolvimento com títulos dos bancos americanos. Uma exceção é a sociedade entre o Unibanco e a AIG formando uma empresa de “private equity”, ou seja criada para investir em projetos empresariais. Mas, a decisão do Banco Central de liberar parte do depósito compulsório dos bancos desde que o dinheiro seja aplicado na compra de carteiras de titulo de bancos pequenos, denota que há dificuldades entre pequenos bancos.
A principal conseqüência da crise entre nós tem sido o grande prejuízo de algumas empresas que se deixaram seduzir por um novo “derivativo”, inventado pelos bancos, quando o Banco Central começou a baixar a taxas da Selic em 2007. Por esse derivativo, eles ofereciam a empresas empréstimo a um juro abaixo da média do mercado, e em troca a empresa se comprometia a pagar um juro maior, se a cotação do dólar ultrapasse um determinado valor. Com isso o banco se protegia contra uma alta do dólar, já que os empréstimos eram captados já fora e teriam que ser devolvidos pelo banco em dólar.
Esse derivativo, nada mais era do que um hedge cambial (proteção contra variações na taxa do dólar), para as operações de empréstimo dos bancos fundeadas em dólar. Mas o esquema era apresentado de modo tão complexo e sedutor, que diretores financeiros de empresas pensaram que a proteção cambial era da empresa. A Sadia perdeu R$ 760 milhões, a Aracruz perdeu R$ 1,9 bilhão. Como cada banco sabe para quem vendeu o derivativo, mas não para quem o outro banco vendeu, e há desconfiança de que várias empresas se ferraram com esse derivativo, todos pararam de emprestar.
Também ficou mais difícil renovar os adiantamentos de crédito para exportação (ACC), obtidos com recursos externos. Por isso o governo reagiu injetando R$ 75 bilhões no mercado, somadas todas as suas iniciativas de reforço do capital do BNDES e redução do compulsório de bancos que se dispuserem a assumir carteiras de financiamento de bancos menores. Salvou-nos até agora de uma crise maior, o fato dos bancos comerciais no Brasil não serem financiadores de investimentos pesados e projetos de longo prazo, cabendo esse papel aos bancos estatais, em especial o BNDES. E também nos salvou a demora na abertura do mercado de seguros do Brasil ao capital estrangeiro e a não adesão a ALCA.
Muitos analistas endossam a tese da chanceler alemã, de que “os Estados Unidos perderão seu status de super- potência do sistema financeiro mundial”. Robert Kurz antevê o fim dos EUA como potência mundial e o enfraquecimento do dólar como moeda mundial de troca. Além do terremoto, o PIB americano soma 16 trilhões de dólares e já foi ultrapassado pelo Europeu que está em 17 trilhões. Desde que se mantenha coesa politicamente, a União Européia é hoje a potência econômica mundial, e muito menos complicada por contradições, déficits impagáveis e guerras insustentáveis. A parte européia que mais se estressou foi a mais ligada à economia americana.
* Matéria disponibilizada simultaneamente para a Revista do Brasil
Notas
(1) Um dos maiores prejuízos já anunciados foi o de 15,7 bilhões de dólares do Morgan Stanley, no entanto uma fração de apenas 2% seu patrimônio estimado em 786 bilhões.
(2) A quebra do primeiro banco, o Coutry Wide, em janeiro, passou desapercebida. Mas ao quebrar o grande banco de investimentos Bearn Sterns, em março, o FED teve que persuadir o J. P. Morgan em menos de 12 horas a comprar o que sobrou do banco, antes que abrissem os mercados asiáticos. Em julho foi preciso estatizar o IndyMac, maior banco hipotecário de Los Angeles e o sétimo maior dos Estados Unidos. A crise estava começando.
Setembro foi o mês do pânico. O Lehman Brothers faliu, mesmo vendendo parte de suas operações nos Estados Unidos ao Barclay e as da Europa e Àsia ao Nomura Holdings. O Merryl Linch foi engolido pelo Bank of America, mais juma vez com a ajuda do FED. E ruíram as mega-financiadoras da habitação, Fannie Mae e Freddie Mac, estatizadas com a injeção de US$ 200 bilhões. Em seguinda, quebrou a maior seguradora americana e mundial, a American International Group Inc (AIG), também comprada pelo governo americano e vitaminada com US$ 85 bilhões.
No final do mês desabou o Washington Mutual Fund, sexto maior banco americano, tradicional institução de poupança e empréstimo fundada em 1889. Foi a maior quebra de um banco comercial americano desde o colapso do Continental Illinois em 1984. Mais uma operação de emergência do FED e a foi comprada pelo J. P. Morgan Chase por US$ 1,9 bilhões. O último a cair foi o Wachovia, quarta maior holding bancária americana, um impressionante conglomerado financeiro com sede na Carolina do Norte e 15 milhões de clientes. Deve ser engolido pelo Wells Fargo, depois do Citi ter oferecido apenas um dólar por ação que na semana anterior valia cem vezes isso.
(3) As ações do RBS caíram 39% as do Lloyds 13% e as do Barclays 9%.
(4) O Fortis foi parcialmente estatizado pelo governo da Holanda. O Real Estate teve que ser reforçado com 35 bilhões de Euros do governo alemão e de um consórcio de bancos privados. Governos da França e Bélgica injetaram 9,6 bilhões de dólares para manter de pé o Dexia.
(5) Austrália e Emirados cortaram um ponto Suécia, Suiça, França, Grã Bretanha, Estados Unidos e Hong Kong e o Banco Central Europeu cortaram meio ponto da taxa básica de juros. A China cortou 0,75 e Canadá 0,25.
(6) O UBS (União dos Bancos Suíços) admitiu perdas que podem chegar a 44 milhões de Euros mas já separou 27,9 milhões em provisão para cobrir prejuízos.
(7) Os três grandes, ANZ ,National Austrlian Bank e West Bank estão expostos em cerca de US$ 250 milhões cada. Os demais bancos estão expostos em quantiasm menores.
(8) É o que pode explicar, além das perdas em bolsa, as retiradas em massa dos fundos de investimentos brasileiros dos mega- especuladores, Luis Fernando Figueiredo, Luiz Carlos Mendonça de Barros e Ilan Goldfajn, todos ex-diretores do BC ou ex-ministros. O patrimônio do Fundo Mauá, de Figueiredo virou pó, caindo de 1,7 bilhões de reais para 192 milhões, o de Mendonça de Barros o mesmo: de 1,8 bilhão para 269 milhões e o de Goldfajn encolheu em um terço, de 364 milhões para 207. Safou-se apenas o fundo Gávea, de Armínio Fraga, ex- presidente do BC.
*Jornalista da Carta Maior
www.cartamaior.com.br
10 outubro 2008
09 outubro 2008
Artigo
O Surrealismo e a Esquerda
*Por Luiz Pilla Vares
A morte do trotskista histórico Pierre Lambert traz à lembrança de todos as relações entre a esquerda e o movimento surrealista. Em sua turbulenta história, o surrealismo não foi apenas um movimento estético. Foi também visceralmente político. E assumidamente de esquerda, seja ao lado dos trotskistas, com André Breton, o principal nome do movimento, e o grande poeta Benjamin Péret, também militante revolucionário, seja ao lado dos anarquistas, com a colaboração de vários de seus integrantes com a Federação Comunista Libertária. Breton assinou juntamente com Trotsky o famoso Manifesto Por Uma Arte Revolucionária Indepedente, que tinha como conclusão "a revolução pela liberdade da arte e a liberdade da arte pela revolução".
Benjamin Péret também simboliza a unidade do surrealismo com as posições de esquerda e participa ativamente, ao lado de Breton, na tentativa de construção da FIARI (Federação Internacional da Arte Revolucionária Independente), com o apoio entusiasmado de Trotsky. Junto com Grandizu Munis, esteve sempre muito ligado politicamente a Natália Sedova, a companheira de Trotsky.
Mas, por que a lembrança de Lambert?
É ele mesmo quem explica, em uma entrevista de outubro de 2004: "Eu estava muito ligado a Péret e a Breton...Péret tinha uma alegria vibrante, um esquerdismo notável. Ele era inacreditável, de um comportamento anarquista...Comíamos freqüentemente juntos, nos divertíamos muito. Com ele, as posições eram claras e a gente discutia...era um militante ativo e sincero da 4ª Internacional".
André Breton compareceu, em 29 de janeiro de 1962, aos funerais de Natália Sedova Trotsky, no cemitério Père Lachaise em Paris. Seu discurso fúnebre foi considerado o mais contundente: "Sessenta anos de uma luta que se confunde com a do prestigioso companheiro que ela escolheu...Nestes sessenta anos, viu-se colocar pela primeira vez, em termos concretos, o problema da emancipação humana...Pelo que nos liga a ela, é tranquilizador, é quase uma felicidade que ela tenha vivido o suficiente para denunciar aqueles mesmos que receberam a herança, o banditismo stalinista, que usou contra ela os piores requintes de crueldade. Ela teria sabido enfim que o processo evolutivo imporia uma revisão radical da história revolucionária destes últimos 40 anos, história cinicamente refeita, e que ao término deste processo irreversível, não somente toda a justiça seja feita a Trotsky, mas às idéias pelas quais ele deu sua vida tomariam todo vigor e toda a amplitude".
Breton passou sua vida de poeta tentando unir Karl Marx e Rimbaud: " A ambição de transformar o mundo e a de mudar a vida, o surrealismo as une tornando-as um só imperativo indivisível...a luta ideológica entre o stalinismo e sua corja, de uma parte, e o anti-stalinismo revolucionário de outra parte, é baseada na concepção geral da vida material e espiritual da humanidade". São palavras que mantém uma impressionante atualidade para toda a visão de mundo da esquerda mundial.
* O Blog presta sua singela homenagem ao companheiro Pilla Vares com a postagem deste artigo (publicado originalmente em 30/01/2008, no sítio PTSul/Cultura).
LUTO
Faleceu o jornalista e militante petista Luiz Pilla Vares
Morreu nesta madrugada o jornalista e escritor Luiz Pilla Vares. Ele estava em casa, com a mulher, na Rua Venâncio Aires, em Porto Alegre. Segundo informações preliminares da família, a morte teria sido por causa natural.
Bacharel em Direito e estudioso de política e filosofia, começou militando no Partido Comunista Brasileiro no início dos anos 60, mas logo aderiu às posições de Leon Trotsky e Rosa Luxemburgo, ingressando primeiro no Partido Operário Revolucionário (POR) e depois na Política Operária (Polop).
Ao lado de Marco Aurélio Garcia (atual assessor especial para Assuntos Internacionais do governo Luiz Inácio Lula da Silva), de Flavio Koutzii e do deputado estadual Raul Pont, foi um dos fundadores do Partido Operário Comunista (POC). Ingressou no PT e tornou-se presidente municipal do partido em Porto Alegre.
Ligado à área cultural, foi secretário da Cultura na capital gaúcha nas gestões de Olívio Dutra e Tarso Genro. Também assessorou Raul Pont e João Verle quando estes foram prefeitos. Na gestão de Olívio à frente do Executivo estadual, assumiu a Secretaria Estadual de Cultura.
O corpo de Pilla Vares será velado no Crematório Metropolitano à partir das 14 h.(Informações do clicrbs)
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Obs. do Blog: por coincidência, o companheiro Pilla Vares falece justamente na data em que ocorreu, quarenta e um anos atrás, a morte (assassinato) de outro companheiro, o revolucionário Ernesto 'Che' Guevara!
08 outubro 2008
Avaliação (1)
'A vitória do PT no Rio Grande do Sul'
1- O PT é o partido que obtém a maior vitória eleitoral no RS nessas eleições municipais de 2008. Foi o partido que mais ampliou o número de municípios que governará, passando dos 43 conquistados em 2004 para 63 a partir de 1º de janeiro de 2009 – cerca de 50% de crescimento de titularidade de prefeituras municipais gaúchas. Foram vitórias importantes, que aumentam o ativo político do PT na política gaúcha e que ajudam a recompor a primazia do partido no debate público no RS.
A geografia deste desempenho eleitoral do PT começa com a “varrição petista” na região metropolitana de Porto Alegre e em todo o eixo da BR-116: Viamão, Gravataí, Novo Hamburgo, São Leopoldo, Esteio, Sapiranga, Sapucaia do Sul, Dois Irmãos. Abrange cidades-pólo e sub-pólo, como Erexim, Santa Rosa, Bagé, Bento Gonçalves. E se plasma em muitos municípios encravados bem no interior do Rio Grande.
Teve também outros 17 vice-prefeitos/as eleitos/as e, além disso, disputa em segundo turno a eleição em Canoas, Pelotas e Porto Alegre. Caxias do Sul, a quarta cidade gaúcha com mais de 200 mil eleitores, e palco de emocionantes disputas entre o PT e o PMDB, teve o resultado definido em primeiro turno em favor do candidato do PMDB, mas outra vez o PT polarizou o debate político.
Os partidos que sofreram as maiores baixas em relação à quantidade de municípios governados foram o DEM, que passará das 18 prefeituras conquistadas em 2004 para 13 nesta eleição; e o PDT, que perdeu 33 cidades administradas em relação a 2004 – passou de 97 municípios governados para 64.
A avaliação conclusiva do resultado eleitoral no RS, contudo, só depois do segundo turno em Canoas, Pelotas e Porto Alegre. E cotejada com um balanço final do resultado no plano nacional.
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2- Enquanto isso, na cidade “gaulesa” de Porto Alegre, a principal vitória do PT foi a confirmação da ida da Maria do Rosário ao segundo turno para enfrentar o atual prefeito Fogaça. O desempenho do PT na capital, porém, exigirá um brutal trabalho de superação para vencer Fogaça e o condomínio conservador que se aglutinará em torno dele no segundo turno.
O PSOL, com os 9,22% de Luciana Genro e a eleição de duas vagas na Câmara de Vereadores, é um dos partidos que melhor se beneficiou na eleição em Porto Alegre. No contra-fluxo, o DEM e Ônix Lorenzoni diminuíram mais da metade dos votos que o candidato fez em 2004, despencando de mais de 80 mil votos na eleição para a prefeitura em 2004 para os 38 mil obtidos nesta eleição.
E para o PCdoB, a dureza foi grande: não só não se classificou para o segundo turno, como não elegeu nenhum vereador. Mas, devido à força de atração eleitoral da Manuela, o partido foi veículo para a eleição de 3 vereadores do PPS.
O PSDB da governadora Yeda, apesar de amargar o pior desempenho em eleições majoritárias em todas as eleições disputadas na capital, conseguiu eleger dois vereadores. (...)
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*Números e avaliação extraídos do blog Biruta do Sul http://www.birutadosul.blogspot.com/