30 abril 2011

Si Somos Americanos



* Si Somos Americanos - Inti-Illimani*

Si somos americanos,
somos hermanos señores,
tenemos las mismas flores,
tenemos las mismas manos.

Si somos americanos,
seremos buenos vecinos,
compartiremos el trigo,
seremos buenos hermanos.

Bailaremos marinera,
resbalosa, huayno y son.
Si somos americanos,
seremos una canción.

Si somos americanos,
no miraremos fronteras,
cuidaremos las semillas,
tiraremos las banderas.

Si somos americanos,
seremos todos iguales,
el blanco, el mestizo, el indio
y el negro son como tales
...

(Neste 1º de Maio -  Dia Internacional dos Trabalhadores - ,  a singela homenagem do Editor deste blog sujo).
...

*Inti-Illimani é um conjunto musical chileno, formado em 1967. É, junto com o Quilapayún um dos grupos mais conhecidos internacionalmente, pertencentes ao movimento Nueva Canción Chilena. Seu nome significa "Sol-Illimani" em idioma aimará. Assumidamente socialista e revolucionário, detacou-se no apoio ao governo da Unidade Popular (Presidente Allende) e, após o golpe de 1971, na  luta sem tréguas contra a ditadura militar. (Com o wikipedia.org)

'Reflexão Política'



-Como diria o meu amigo Ruy Gessinger (grande advogado, produtor rural, comunicador, músico e blogueiro... y otras cositas más...), 'peço licença' aos meus caros leitores de outras plagas  para abordar um tema que, apesar da relevância, é  mais restrito ao município de Santiago e Região. O post abaixo é oriundo da coluna que mantenho no  blog 'O Boqueirão', do qual sou um dos editores:

Crítica & Autocrítica - nº 72

* O meu amigo Miguel Bianchini tem uma história peculiar. Oficial bombeiro (agora da reserva), pedreiro/carpinteiro/pescador/agricultor e outros tantos mais de 'mão cheia', ecologista, motociclista, vereador... Conheço-o e admiro-o há mais de 30 anos (foi meu colega de Cientifico no Colégio Estadual Cristóvão Pereira, segunda metada da década de 70 em Santiago)... Pois o Bianchini, depois de 25 anos servindo à gloriosa BM, foi convidado por amigos a concorrer a vereador pelo PP (falha nossa, o convite poderia ter sido feito pelo PT, mas...); concorreu com dignidade, garra e com muito entusiasmo e, - isso foi fundamental - devido ao grande apoio expontâneo de amigos e admiradores, elegeu-se bem e, reeleito com uma votação consagradora, tornou-se Presidente da Câmara de Vereadores de Santiago. Convenhamos, isso não é pouca coisa!
...

* Pois o Miguel Bianchini tem surpreendido nos últimos meses seus pares e setores de sua atual agremiação partidária, o PP, mostrando, além de um profundo compromisso com o mandato confiado pelo povo santiaguense, um elevado grau de independência, fazendo, não raras vezes, fortes questionamentos à forma autoritária, coronelista e assistencialista com que é exercido o comando partidário hegemonista em Santiago (há décadas, com breves interregnos, no poder - via PSD/UDN, ARENA e, depois, PDS - agora chamado de 'Partido Progressista' (sic), o atual PP).
...

* Pois, para espanto de alguns, satisfação de muitos, nas últimas eleições Bianchini abriu voto e fez campanha aberta para o candidato Tarso Genro, para Dilma Roussef e Paulo Paim. Quer mais?!
...

* Recentemente o vereador Bianchini manifestou em seu blog (um dos mais lidos da região) que está reavaliando sua permanência no PP. Informou que está conversando com amigos, companheiros e apoiadores para, no momento oportuno, tomar a decisão que lhe parecer mais correta sobre seu rumo político. E está fazendo tudo de forma cristalina, transparente, democrática. Não se esconde nos bastidores, não faz jogo duplo, não manda ninguém dizer por ele, não planta nada na mídia: vai lá e faz. Ele é assim, essa é sua marca. Mais pontos para ele! (...)

-Clique  Aqui para ler a postagem, na íntegra.

29 abril 2011

Poema










Ao Amor Antigo

O amor antigo vive de si mesmo,
não de cultivo alheio ou de presença.
Nada exige nem pede. Nada espera,
mas do destino vão nega a sentença.

O amor antigo tem raízes fundas,
feitas de sofrimento e de beleza.
Por aquelas mergulha no infinito,
e por estas suplanta a natureza.

Se em toda parte o tempo desmorona
aquilo que foi grande e deslumbrante,
a antigo amor, porém, nunca fenece
e a cada dia surge mais amante.

Mais ardente, mas pobre de esperança.
Mais triste? Não. Ele venceu a dor,
e resplandece no seu canto obscuro,
tanto mais velho quanto mais amor.
 
         Carlos Drummond de Andrade

28 abril 2011

Vendidos


Latuff responde a Iotti: conjugando o verbo vender

Do blog Jornalismo B: Após o nosso post de ontem, que comentou algumas charges de Iotti, publicadas em Zero Hora, que se repetiam para criminalizar as instituições brasileiras (no caso de ontem o MST), o chargista Carlos Latuff produziu, especialmente para o Jornalismo B, uma charge sobre a escolinha RBS, e o bom aluno Iotti.

Todos os agradecimentos ao craque Latuff, que presenteia os leitores do Jornalismo B como mais um desenho genial.

-Leia mais acessando o ótimo blog: http://jornalismob.wordpress.com/

27 abril 2011

Antonio Norival Soave: Presente!


Vida e morte do bêbado equilibrista

'Caía a tarde feito um viaduto/ E um bêbado trajando luto me lembrou Carlitos... / A lua, tal qual a dona do bordel, pedia a cada estrela fria um brilho de aluguel/ E nuvens! Lá no mata-borrão do céu chupavam manchas torturadas / Que sufoco! Louco! /O bêbado com chapéu-coco fazia irreverências mil prá noite do Brasil / Meu Brasil /Que sonha com a volta do irmão do Henfil / Com tanta gente que partiu / num rabo de foguete /Chora a nossa Pátria mãe gentil / choram Marias e Clarisses / no solo do Brasil.../ 'Chora a nossa Pátria mãe gentil, choram Marias e Clarisses no solo do Brasil... / Mas sei que uma dor assim pungente /não há de ser inutilmente / A esperança... dança na corda bamba de sombrinha / e em cada passo dessa linha pode se machucar... / Azar! / A esperança equilibrista / sabe que o show de todo artista / tem que continuar...' 


*Por Otto Filgueiras

O operário aposentado Antonio Norival Soave, ex-militante da Ação Popular (AP), morreu na madrugada de 5 de abril de 2011 no Hospital das Clínicas de Porto Alegre e foi finalmente jogado para fora da ponte da vida.
 
Seu corpo foi cremado. Mas os sonhos desse operário que viveu rebelde, bêbado e equilibrista não serão queimados pelos antigos companheiros que continuam acreditando na esperança, vermelha, socialista.

Ele estava com a vida por um fio, lutando e tentando ludibriar a morte. Nos últimos sete meses, por conta de um tumor cancerígeno em um dos pulmões, ele emagrecera mais de dez quilos e perdera toda a massa muscular do lado esquerdo do corpo, pois o tumor inflamou, cresceu e pressionava algumas vértebras junto à coluna cervical.

A biópsia comprovou que se tratava do tumor maligno carcinoma. E os médicos que o atenderam disseram não ser recomendável cirurgia e sim tratamento com rádio e quimioterapia, mas sem possibilidade de cura.

Quando ele ainda estava morando no ABC paulista falava com Soave por telefone todos os dias e num domingo de setembro do ano passado fui até Santo André, onde ele residia sozinho numa velha casa na rua Guadalupe 490, no bairro Parque das Nações, e constatei sua magreza esquelética, sentindo muitas dores e com o braço esquerdo praticamente paralisado. Vi um homem de 63 anos, mas que aparentava ter mais de 75, fragilizado pela doença.

Na visita encontrei sua filha Semíramis e a neta Camile, de um ano e meio de idade, que vieram de Porto Alegre dispostas a levar o pai e o nono para a capital do Rio Grande do Sul e assim tentar tratá-lo da terrível moléstia no Hospital das Clínicas gaúcho.

Por conta da sua aparência envelhecida, doente e pelas informações que obtive com a filha e irmãs de Soave, fiquei com a certeza de que o operário estava sem força física para prolongar o tempo que lhe foi concedido nesta terra.
 
No Hospital das Clínicas de Porto Alegre ele foi tratado com quimioterapia e radioterapia, até que os médicos identificaram que o câncer se ramificara para o cérebro, onde surgiram outros dois tumores malignos.
 
Um dos muitos personagens do livro que estou terminando de escrever sobre a organização de esquerda Ação Popular, Antonio Norival Soave nasceu em família operária, em Santo André, na região metropolitana paulista, em 24 de agosto de 1947. É o único varão entre quatro irmãs – Iracema, Aparecida, Tereza e Hilda -, filhos de José Soave e Roma Carolina Fantanesi, já falecidos e descendentes de migrantes do norte da Itália que vieram para o Brasil no final do século 19.

Em Santo André, a família Soave construiu os seus sonhos, primeiro vendendo frutas, verduras e legumes em feiras livres, e depois com macacões nas fábricas do ABC paulista, onde José Soave e Roma Carolina tornaram-se operários e trabalharam quase quarenta anos nas caldeiras e tecelagens de indústrias têxteis.

Da mesma forma que os pais operários, e morando em Santo André, no ABC paulista, desde que nasceu, Antonio Norival Soave começou a trabalhar ainda menino. Com apenas 11 anos já levantava às 3 horas da madrugada para trabalhar na feira. Depois, já com 14 anos tornou-se operário na linha de montagem da Pirelli, onde fazia moldes de colchões de espuma látex. A empresa também produzia pneus, cabos, fios, entre outros produtos.

Em 1 de abril de 1964 ele tinha 16 anos, quando o então presidente da República, João Goulart, foi deposto pelo golpe civil-militar e trabalhava na Cooperativa da Rhodia. Um ano depois foi demitido por participar de greve por melhores salários, mas em seguida conseguiu trabalho como preparador de máquinas na metalúrgica Cima (Companhia Industrial de Materiais Automobilísticos) e se filiou no Sindicato dos Metalúrgicos de Santo André.

A partir de 1966, além de atuar no movimento sindical, ele começou a militar na organização política de esquerda Ação Popular, que também atuava entre os operários no ABC paulista, com origem principalmente na JUC (Juventude Universitária Católica), e tinha sido fundada em Salvador (BA), em 1963.
 
A partir de 1966 é que ele foi entender melhor as coisas da política e a mecânica da vida, suas leis e contradições. Ele viveu aquele momento do Brasil da resistência ao golpe militar e em 1968 já estava trabalhando como inspetor de qualidade na Chrysler do Brasil, em São Bernardo do Campo, quando explodiram greves, manifestações estudantis e populares contra a ditadura pelo país. Na Chrysler ele participou da organização de paredes por melhores salários e melhores condições de trabalho. E teve atuação destacada no Primeiro de Maio de 1968, na Praça da Sé.

Em Santo André, ele e seus camaradas começaram a organizar o primeiro de maio de 1968 com uma passeata de 20 mil pessoas pelas ruas da cidade. E depois alugaram vários ônibus para trazer os trabalhadores de São Bernardo e de Santo André até a Praça da Sé, onde já estavam operários de Osasco, de São Paulo e do interior paulista, além de muitos estudantes.

Soave estava à frente dos operários da Mercedes Benz que romperam o cerco dos agentes do DEOPS, na Praça da Sé, e ocuparam o palanque onde estavam os representantes da ditadura, entre os quais o então governador Abreu Sodré, seu Secretário de Finanças, Delfim Neto, e os pelegos das diretorias do Sindicato dos Metalúrgicos de São Paulo e da Federação dos Metalúrgicos, que tinham preparado uma comemoração oficial e festiva para o regime militar.
 
No momento em que os operários ocuparam o palanque, pelegos e representantes da ditadura saíram correndo, o microfone foi entregue ao líder sindical da oposição e militante da AP José Nanci, que discursou e denunciou o regime militar, conclamando o povo a enfrentá-lo, exigindo democracia e liberdades democráticas, liberdade de atuação sindical e o fim do arrocho salarial.

Depois os operários saíram em passeata, com milhares de pessoas, até a Praça da República, onde o líder metalúrgico de São Bernardo do Campo, José Barbosa, militante da AP e recentemente falecido, também discursou, denunciando a ditadura.

A partir de então José Nanci, o operário José Barbosa, além de outros sindicalistas de oposição e muitos de militantes da AP passaram a ser perseguidos pela polícia política da ditadura. Ainda assim eles conseguiram realizar greves na Chrysler, na Mercedes Benz, na Volkswagen, na Wyllis Overland do Brasil que hoje é Ford, e em algumas outras indústrias menores do ABC, onde a AP tinha atuação.

A repressão não tardou a chegar. No final daquele ano de 1968, quando a ditadura baixou o Ato Institucional número 5, centenas de operários foram sendo demitidos e perseguidos no ABC, a exemplo do que aconteceu com Antonio Norival Soave, em janeiro de 1969, quando foi dispensado da Chrysler por causa das lutas que ele e outros operários estavam levando adiante.

O cerco da ditadura aos movimentos sindical e popular ficou ainda pior com a nova Lei de Segurança Nacional que entrou em vigor em setembro de 1969, e depois que Emílio Garrastazu Médici foi escolhido para ser o novo general-presidente da ditadura desde dezembro daquele ano. Além disso, em maio de 1970, a famigerada Operação Bandeirantes, de São Paulo, foi legalizada e passou a se chamar DOI-CODI.

Organizados em várias capitais brasileiras, os DOI-CODI se tornaram uma espécie de campos de concentração, de tortura e assassinatos praticados pelo regime militar e, junto com o Centro de Informações da Aeronáutica (CISA), Centro Nacional de Informações da Marinha (CENIMAR) e Serviço de Informação do Exército (CIEX) e os DEEOPS, estabelecem um regime ainda mais sanguinário contra os brasileiros, contra as organizações políticas de esquerda e os movimentos de oposição à ditadura.

Era o tempo do "milagre econômico" dos militares, que precisavam de um Brasil sem resistência à nova etapa de brutal acumulação capitalista no país. Um "milagre" baseado no arrocho dos salários dos operários, com o aviltamento de suas condições de vida, com a retenção ao máximo da mais-valia do trabalho produzido.

Depois de demitido da Chrysler, Antonio Norival Soave fez testes de inspetor de qualidade na Volkswagen, passou com as notas mais altas, passou nos testes da Wyllis Overland do Brasil, mas não foi admitido em nenhuma delas porque havia uma lista negra entre as indústrias, que perseguiam os operários que ousavam lutar. Muitas vezes ele chegou a entrar na fila de emprego da Mercedes Benz, mas o chefe do departamento de pessoal já o tinha identificado e sempre o mandava sair.

Apesar de toda a repressão, o operário e seus companheiros continuaram a lutar e o preço disso foi a perseguição e prisão de centenas e centenas de pessoas pela polícia política da ditadura.

Antonio Norival Soave estava entre elas e a sua prisão ocorreu em 20 de outubro de 1973, quando foi seqüestrado por agentes do DOI-CODI, sob armas, por volta das 19 horas, na rua Oratório, no bairro Parque das Nações, em Santo André, próximo à casa dos seus pais. Naquele dia tinha passado na casa da família, que estava sendo vigiada e não sabia.

Depois de imobilizado pelos agentes do Exército, foi colocado num carro e levado para a rua Tutóia, onde funcionava uma delegacia de polícia do estado de São Paulo e utilizado pelo DOI-CODI, também chamado de OBAN - Operação Bandeirantes -, que aplicava os meios mais hediondos de tortura para obter informações e liquidar a oposição ao regime militar.
 
Lá chegando, ele foi colocado em um compartimento debaixo de uma escada que servia de depósito dos cavaletes usados na tortura do pau-de-arara. Pouco tempo depois, foi retirado desse compartimento por dois torturadores com tapas e socos e levado até a sala de torturas.

Sob o comando do "Capitão Ubirajara", chefe da equipe B da OBAN, e com a permissão do então major do Exército, Carlos Alberto Brilhante Ustra, comandante do DOI-CODI e conhecido como "o carniceiro da rua Tutóia", ele foi colocado na "cadeira do dragão", onde ficou levando choques elétricos nos dedos e braços. Em seguida, foi despido e colocado no pau-de-arara onde por toda a noite os torturadores intercalavam socos e pontapés, batiam com palmatória nas nádegas e aplicavam choques elétricos nos testículos, pênis, anus, dedos das mãos e dos pés, na garganta, língua, orelhas e no interior dos ouvidos, quando perfuraram seus tímpanos.

No início da manhã, após dois desmaios, ele foi medicado por um médico do Exército e levado para uma sala totalmente vedada e com iluminação por 24 horas, lá ficando completamente isolado durante uns 40 dias, e saindo somente para a sala de torturas.

Depois desse período, foi levado para a cela X 1, onde estavam outros presos, e os interrogatórios e tortura psicológica continuaram. Em 29 de novembro de 1973, conduziram-no para prestar o depoimento formal no DEOPS e no mesmo dia trazido de volta para o DOI CODI, onde continuou incomunicável até os dez primeiros dias do mês de dezembro daquele ano, quando a sua prisão foi finalmente admitida e os torturadores permitiram que sua família o visitasse.

Na segunda quinzena de dezembro de 1973, foi transferido com outros companheiros para o presídio do Hipódromo, onde continuou preso sem assistência médica, o que agravou o problema nos ouvidos perfurados durante as torturas.

Somente em março de 1974 é que a ditadura encaminhou para a 1ª Auditoria da 2ª Circunscrição Judiciária Militar a denúncia contra ele e outros presos, acusados e processados por militância na organização política de esquerda Ação Popular Marxista Leninista do Brasil.

Em 9 de abril daquele ano foi qualificado e interrogado na Auditoria Militar, quando denunciou as torturas a que foi submetido, denunciou o desaparecimento e assassinatos dos seus companheiros Paulo Stuart Wright, José Carlos da Mata Machado e Gildo Macedo Lacerda, militantes da Ação Popular, mortos pela ditadura de Emílio Garrastazu Médici.

Em agosto de 1974, no julgamento do tribunal militar, ele foi condenado a dois anos de prisão e, portanto, reconduzido ao presídio do Hipódromo para cumprir a pena, de onde foi transferido depois para a Casa de Detenção de São Paulo (Carandiru), e mais adiante para o Presídio da Justiça Militar Federal (Romão Gomes), que funcionava no interior do Quartel da Polícia Militar do Estado de São Paulo, no bairro Barro Branco.
 
Finalmente, na segunda quinzena de maio de 1975, após julgamento no Superior Tribunal Militar (STM), que em sessão realizada em 16 de maio de 1975 decidiu reduzir sua pena para 16 meses de reclusão, Soave foi libertado depois de passar 19 meses na prisão, incluindo o período em que esteve encarcerado e torturado no DOI-CODI.

Quando saiu da cadeia Antonio Norival Soave estava com uma perda acentuada de audição, problema que foi relatado por mim na época em carta dirigida ao advogado Hélio Navarro, em 13 de maio de 1975, que denunciou o fato no STM e entregou a carta ao Congresso Nacional. Posteriormente, em 1978, trecho da carta foi publicado pela revista IstoÉ.

Depois de sair da prisão, Soave se apaixonou e casou com Nilce Azevedo Cardoso, também ex-militante da AP, e mudou para Porto Alegre (RS), onde tiveram dois filhos, Semíramis e Paulo.
 
Nesse período, Soave combateu com o povo brasileiro na luta da anistia, pela volta do irmão do Henfil com tanta gente que saiu... Ainda atuou na organização e fundação do Partido dos Trabalhadores e trabalhou no jornal O Companheiro.

Mas o seu casamento com Nilce fracassou e, embora continuassem amigos e solidários, eles se separaram. Morando sozinho em Porto Alegre, com problemas de saúde, incluindo a perda de muitos dentes, deprimido e praticamente sem amigos, Soave voltou para Santo André em 1997, foi morar com seu pai José, que estava muito doente e com o mal de Alzheimer.

Em junho de 1998, o operário sofreu um acidente quando pintava a casa, teve o globo ocular esquerdo perfurado por uma faca e desde então estava completamente cego de um olho e enxergando apenas 40% com o olho direito, assim mesmo com ajuda de óculos e lente de contato.

De lá para cá o pai José terminou morrendo, velhinho, mas sempre amparado e bem cuidado pelo filho e filhas até o instante final.
 
Mais uma vez morando sozinho, embora sempre visitado por suas irmãs, pelos filhos Semíramis, Paulo e a ex-mulher Nilce, Antonio Norival Soave ou Ernesto e Bento (nomes pelos quais seus amigos da AP o conheceram) teve pneumonia e outros graves problemas de saúde.
 
Ernesto Soave sobrevivia materialmente com muitas dificuldades e contava apenas com aposentadoria de pouco mais de um salário mínimo. Seu plano de saúde era o SUS, a exemplo do que acontece com os brasileiros pobres, a imensa maioria da população do Brasil privatizado.

Na verdade, Ernesto Soave vivia igual ao Bêbado e o Equilibrista, da canção de João Bosco, Aldir Blanc e eternizada na voz de Elis Regina.
 
Mas o homem não desistia da caminhada, solitária, embora aos tropeços, desequilibrando-se e lutando para não ser jogado fora da ponte da vida.

Retraído e solitário, política, pessoal e socialmente, ele sentia falta dos velhos amigos, antigos camaradas e não conseguiu fazer novas amizades para compartilhar alegrias, tristezas e dores inerentes à vida.

Mas esse bêbado equilibrista permanecia embriagado pelos sonhos socialistas e teimava com teimosia vermelha no direito de sonhar.
 
E continuou sonhando até o dia em que tombou, seu sangue coalhou, ele dormiu para sempre e nunca mais vai acordar.
 
Viverá na eternidade e despertará apenas no derradeiro sonho, quando estará mais uma vez com o macacão sujo de graxa, caminhando pelas fábricas do ABC paulista e lutando com a sua gente contra a espoliação capitalista, pela revolução socialista e libertação da sua classe.

Nesse derradeiro sonho, com certeza, Ernesto Soave lembrará aos seus antigos camaradas, e aos que virão depois de nós, que os revolucionários socialistas não podem perder a ternura jamais. Mas ainda assim esse operário, que lutou e viveu com a mesma brandura e suavidade que carregava no sobrenome, dizia que os revolucionários de ontem e de hoje não podem se esquecer de que a vida dos pobres na sociedade capitalista é dura, pesada.

Por isso mesmo, homens e mulheres precisam sonhar. Mas com a condição de acreditar nos seus sonhos, de examinar atentamente a vida real e de confrontar seus sonhos com a realidade. Aí, então, dizia o operário rebelde, bêbado e equilibrista, mulheres e homens conseguirão finalmente realizar as suas fantasias.

* Otto Filgueiras é jornalista.

Fonte: Correio da Cidadania

26 abril 2011

RS Tecnópole


Programa RS Tecnópole

Mercadante e Tarso Genro firmam parceria pela retomada do desenvolvimento do RS

Porto Alegre/RS - Sul 21 - por Rachel Duarte - A execução de um projeto de governo em redes, de forma integrada entre estado, União, iniciativa privada e sociedade, começa a ficar mais visível na gestão de Tarso Genro. O governador gaúcho recebeu a visita do ministro da Ciência e Tecnologia, Aloísio Mercadante, nesta segunda-feira, (25), para lançar o Programa RS Tecnópole. Em ato político, no final da manhã, no Palácio Piratini, Tarso anunciou a abertura do edital 01/2011, disponibilizando R$ 12 milhões como fomento aos Parques Tecnológicos do Estado. O valor é o maior volume já investido pelo governo gaúcho em parques tecnológicos. Na ocasião, o ministro e o governador pactuaram uma parceria entre estado e União para realização de novos editais e ações pelo desenvolvimento tecnológico e inovação do estado.

Segundo o governador, a instalação do programa complementa outras medidas já instaladas pela gestão estadual em busca do desenvolvimento do estado. “O desenvolvimento em rede é a partir de uma reorganização do perfil burocrático/técnico/institucional do RS. Por meio das reformas que já fizemos, como a criação da Agência de Desenvolvimento e Promoção do Investimento (AGDI); reestruturação do Badesul (ex-Caixa RS), colocando o estado como vetor do desenvolvimento e disponibilizando o estoque de renúncia fiscal para induzir a base produtiva do RS; e a organização de um pacto interacadêmico para integração dos três sistemas de ensino superior (privado, federal, comunitário e Uergs)”, explicou.

O ministro da Ciência e Tecnologia, Aloísio Mercadante, se disse muito satisfeito com a iniciativa do governo estadual, devido à possibilidade de integração do Centro Nacional de Tecnologia Eletrônica Avançada S.A. (Ceitec) no programa anunciado por Tarso. “O Ceitec pode ser um polo de atração de cadeias importantes de investimentos na área de eletroeletrônica e tecnologia de ponta no Rio Grande do Sul. Só faz sentido o governo montar uma indústria como esta para fazer parcerias e desenvolver outras indústrias para participar junto com ela”, disse.

A Ceitec S.A. é uma estatal vinculada ao Ministério de Ciência e Tecnologia, especializada no desenvolvimento e produção de Application-Specific Standard Products (ASSPs). O Design Center, localizado em Porto Alegre/RS, tem capacidade para desenvolver chips de alta tecnologia, exercendo papel estratégico para a indústria microeletrônica do País. A fábrica, em fase final de implantação e certificação, será a única da América Latina capaz de produzir chips. A Ceitec S.A. coloca o Brasil entre os principais países do mundo no desenvolvimento de microeletrônica avançada.

Inaugurado pelo ex-presidente Lula, em 5 de fevereiro de 2010, em Porto Alegre, o Centro Nacional de Excelência em Tecnologia Eletrônica Avançada (Ceitec) surgiu quando o atual presidente da Assembleia Legislativa, Adão Villaverde (PT), era secretário estadual de Ciência e Tecnologia do governo Olívio Dutra (PT), há mais de 10 anos.

À tarde, o ministro Mercadante e Villaverde visitaram a fábrica, que deverá entrar em funcionamento até o final do ano. “A primeira providência em relação ao Ceitec foi solicitar o respeito rigoroso ao calendário das obras. Vínhamos de muitos atrasos e concluímos a obra em fevereiro deste ano. Contratamos outra empresa que está fazendo atualmente o chekout final da entrega da obra. Depois iremos montar as linhas de produção”, explicou. (...)
-Clique Aqui para ler a íntegra da matéria. 

25 abril 2011

Salve a Revolução dos Cravos!



*Grândola, Vila Morena - de Zeca Afonso -  Esta música foi escolhida pelos jovens oficiais - capitâes na maioria - do  Movimento das Forças Armadas (MFA) para ser a segunda senha de sinalização do início da Revolução dos Cravos - que livrou o povo português do jugo da ditadura salazarista que infelicitava o país há 40 anos. Era o dia 25 de abril de 1974.
-Neste vídeo, a belíssima homenagem ao Zeca - falecido em 1987 - e à Revolução.

Grândola, vila morena
Terra da fraternidade
O povo é quem mais ordena
Dentro de ti, ó cidade

Dentro de ti, ó cidade
O povo é quem mais ordena
Terra da fraternidade
Grândola, vila morena

Em cada esquina um amigo
Em cada rosto igualdade
Grândola, vila morena
Terra da fraternidade


Terra da fraternidade
Grândola, vila morena
Em cada rosto igualdade
O povo é quem mais ordena


À sombra duma azinheira
Que já não sabia a idade
Jurei ter por companheira
Grândola a tua vontade


Grândola a tua vontade
Jurei ter por companheira
À sombra duma azinheira
Que já não sabia a idade

24 abril 2011

RS: Estado Protagonista


O ESTADO DA PARTICIPAÇÃO

*Por João Motta

No fim da década de 1990, quando o Brasil experimentava avanços democráticos que viraram exemplos universais, o Orçamento Participativo tornou-se uma estrela brilhante a partir de Porto Alegre. Já naquela época, o OP foi pensado e instituído antes de tudo como uma forma de aproximar governo e sociedade para realizar negócios públicos, de forma transparente, levando em conta a justiça social.

Foi com esse entendimento que não só Porto Alegre, mas também Belo Horizonte e outras cidades desenvolveram processos de participação consagradores, que levaram desenvolvimento social a inúmeros cidadãos e comunidades. As experiências foram tão significativas que chamaram a atenção da comunidade acadêmica mundial, de muitos países e cidades importantes da Europa e dos Estados Unidos, trazendo pesquisadores a investigar o sistema implantado no Rio Grande do Sul.

O Governo do Estado considera todo esse acúmulo. Essas experiências são fruto de uma forma avançada de gerir os processos públicos, dialogando a sociedade. E é assim que vamos constituir o Sistema de Participação Cidadã, ampliando o diálogo com todos os setores, de maneira que se forme uma rede de relações tão intensa e organizada que inclua a representatividade de todo o cidadão, que considere todos os temas e soluções que a sociedade já manifestou ao governo, através dos Conselhos Regionais de Desenvolvimento, dos Conselhos Setoriais de Direitos e Políticas Públicas, dos estudos e pesquisas realizados por especialistas.

Não se trata, porém, de neutralidade ideológica ou acomodação de interesses. A ótica da concertação, defendida por este governo, entende o Estado pelo viés democrático e desenvolvimentista, que percebe na sociedade gaúcha uma visão plural, multipartidária e de inclusão social e política. Isso passa pela construção de um novo sistema de participação, que aprendeu com a concepção e as experiências de Orçamento Participativo, que considera a experiência das Consultas Populares, que leva em conta o planejamento estratégico dos Conselhos Regionais e Municipais de Desenvolvimento e que, na semana em curso, organiza um seminário sobre as “Bases Conceituais” do sistema.

A estrutura que a cidadania terá à disposição se constitui de nove coordenações macrorregionais, 28 coordenações microrregionais, que organizarão a participação nas diferentes regiões do Estado e que irão trabalhar pela atuação conjunta dos órgãos estaduais. A interação será feita através de assembléias, plenárias, reuniões, sem deixar de valorizar as novas formas de comunicação entre o governo e a sociedade, através da participação virtual.

Com essas iniciativas, temos certeza, o Estado se coloca de forma protagonista diante do futuro que queremos construir, diante das necessidades que precisamos.
 
*João Motta, advogado, Secretário de Planejamento, Gestão e Participação Cidadã do Rio Grande do Sul.
 

FHC x Lula


'O príncipe surtou de vez'

-Recomendo a leitura deste  post, intitulado 'A fantástica democracia fernandista' extraído do ótimo blog 'Óleo do Diabo', pilotado pelo  Miguel do Rosário -  a propósito das declarações de FHC publicadas na coluna da jornalista Renata Lo Prete, da Folha 'Ditabranda' de São Paulo:

(...) O príncipe surtou de vez. Depois de ser ridicularizado até entre seus pares por uma visão partidária absurdamente classista, o ex-presidente, em vez de dar uma resposta geral a todos os que criticaram o teor de seu artigo, dá uma resposta ad hominem, inflada de inveja, aquele que é o novo sucesso do circuito internacional de palestras.

Não comento os pitis de inveja, visto que estes são, a meu ver, autodesmoralizantes. Ressalto, porém, algumas pérolas do pensamento fernadista acerca do que seja uma democracia, as quais ilustram bem a esquizofrenia a que chegaram setores da oposição, ao trocarem a ciência política clássica, e o pensamento lógico, por uma visão sectária, tacanha, medíocre, submissa aos preconceitos mais vulgares da imprensa conservadora:

"Sou contra o que ele fez com o povo: cooptar movimentos sociais; enganar os mais carentes e menos informados trocando votos por benefícios de governo; transformar direitos do cidadão em moeda clientelista. Quero que o PSDB, sem esquecer nem excluir ninguém, se aproxime das pessoas que não caíram na rede do neoclientelismo petista."

Cooptar movimentos sociais? Claro, ao dar-lhes voz, ao lhes respeitar, ao ouvi-los e recebê-los no Palácio do Planalto, Lula estimulou os movimentos sociais a encaminharem suas propostas por vias democráticas, pacíficas, institucionais. Já FHC preferiu criminalizar os movimentos sociais, levando-os a se radicalizarem. (...)
-Clique Aqui para ler a íntegra da postagem.

23 abril 2011

Cuba II



* 'Mambo Congrí' -  vídeo clipe (lançamento) dirigido pelo cubano  Alfredo Ureta, que promove a música do álbum Crianças de Cuba em Guarandinga. (Coisas que o PIG, claro,  não divulga). 
Clique Aqui para ver mais.

Cuba


Baía dos Porcos e o caráter socialista da Revolução Cubana

"Companheiros operários e camponeses: esta é a revolução socialista e democrática dos humildes, com os humildes e para os humildes". Fidel Castro

Por Atílio Boron*

Na madrugada de 15 de abril de 1961, aviões de combate camuflados como se fossem cubanos bombardearam os principais aeroportos militares de Cuba. As agências de notícias do império confirmavam que havia ocorrido um levante da força aérea "de Castro" e o embaixador dos Estados Unidos na ONU, Adlai Stevenson – expressão da ala mais "progressista" do Partido Democrata, menos mal! – tratou que o Conselho de Segurança desse organismo emitisse resolução autorizando a intervenção dos EUA para "normalizar" a situação na ilha. Não teve respaldo, mas o plano já estava em marcha.

Aquele bombardeio foi a senha para que uma brigada mercenária, que com absoluto descaro a CIA e o Pentágono vinham preparando durante mais de um ano, desembarcou na Baía dos Porcos, com o declarado propósito de precipitar o que em nossos dias os melífluos porta-vozes dos interesses imperiais denominariam eufemisticamente como "mudança de regime". Em março de 1960 – transcorrido apenas um ano do triunfo da Revolução Cubana – o presidente Eisenhower tinha firmado uma ordem executiva dando via livre para que se desencadeasse uma campanha terrorista contra Cuba e sua revolução. (...)

E em 19 de abril, na Baía dos Porcos, se daria o combate decisivo, que culminaria com a primeira derrota militar do imperialismo em terras americanas. A América Latina, e sua respiração contida ante essa clássica reedição do enfrentamento entre David e Golias, recebeu com imensa alegria a notícia da derrota das forças do império, e nossos povos terminaram se convencendo de que o socialismo não era uma ilusão, mas uma alternativa real. Outra história começava a ser escrita nessa parte do mundo.

Durante aquelas históricas jornadas, a camarilha contra-revolucionária estava à espera, em Miami, pronta para embarcar para Cuba assim que os invasores controlassem por 72 horas uma "zona liberada" que os permitisse se constituir em governo "provisório" e, a partir dali, solicitar o reconhecimento da Casa Branca e da OEA, além da ajuda militar dos EUA para derrotar a Revolução. Mas Fidel também sabia, e por isso sua voz de mando foi a de massacrar a invasão sem perder um minuto, coisa que efetivamente ocorreu. (...)
-Leia a íntegra do artigo, postado originalmente no *Correio da Cidadania, Clicando Aqui

-Foto: Fidel Castro e Che Guevara comandando a resistência cubana durante a invasão da Baía dos Porcos (1961) organizada e financiada pelos EUA.

22 abril 2011

Eu Sou Assim



* Meu Mundo é Hoje (Eu Sou Assim) - de Vilson Batista, canta Paulinho da Viola

Eu sou assim, quem quiser gostar de mim eu sou assim.

Eu sou assim, quem quiser gostar de mim eu sou assim.
Meu mundo é hoje não existe amanhã pra mim
Eu sou assim, assim morrerei um dia.
Não levarei arrependimentos nem o peso da hipocrisia.

Tenho pena daqueles que se agacham até o chão
Enganando a si mesmo por dinheiro ou posição
Nunca tomei parte desse enorme batalhão,
Pois sei que além de flores, nada mais vai no caixão.

Eu sou assim, quem quiser gostar de mim eu sou assim.

21 abril 2011

Juros


BC sobe juro de novo, recebe críticas mas surpreende mercadistas

'Pela terceira vez no governo Dilma, Banco Central aumenta taxa de juros para frear inflação. Para CUT, decisão "sangra o país" e "atrapalha desenvolvimento". Indústria vê "graves danos à atividade produtiva". Sistema financeiro perde aposta e leva juro menor do que esperava.' (André Barrocal)
 
BRASÍLIA – A diretoria do Banco Central (BC) estava espremida dos dois lados, quando se sentou nesta quarta-feira (20/04) para decidir pela terceira vez, no governo Dilma Rousseff, se o rumo da inflação exigiria mudar a taxa básica de juros da economia. O mercado previa (queria?) alta de ao menos meio ponto percentual, enquanto o mundo real da economia – trabalhadores e empresários – torcia para que a taxa ficasse igual. Pois o BC tomou uma decisão intermediária. Subiu o juro, sim, e recebeu críticas do “mundo real”. Mas surpreendeu o "mercado" e aumentou menos do que o setor defendia e menos do que o próprio BC já havia feito duas vezes desde janeiro. (...)
 
-Leia a íntegra do artigo de André Barrocal, postado no sítio da Carta Maior, Clicando Aqui

20 abril 2011

Cuba Hoje



Cante “La Internacional” con Fidel y Raúl

Havana/Cuba - Uno de los momentos más emotivos del VI Congreso del Partido Comunista fue, sin dudas, cuando al final se escuchó la música de “La Internacional”, que entonaron todos los delegados e invitados, y por supuesto, Fidel y Raúl. Cubadebate les ofrece ese momento en video, audio y fotos. Para que usted la cante con nosotros: “Arriba los pobres del mundo, en pie los esclavos sin pan…”

Letra de La Internacional

Arriba los pobres del mundo
En pie los esclavos sin pan
y gritemos todos unidos:
¡Viva la Internacional!

Removamos todas las trabas
que oprimen al proletario,
cambiemos el mundo de base
hundiendo al imperio burgués.

Agrupémonos todos,
en la lucha final,
alzan la voz los pueblos con valor
por la Internacional. (Bis)

El día que el triunfo alcancemos
ni esclavos ni dueños habrá,
los odios que al mundo envenenan
al punto se extinguirán.

El hombre del hombre es hermano
derechos iguales tendrán
la Tierra será el paraíso,
patria de la Humanidad

Agrupémonos todos
en la lucha final.
Y se alzan los pueblos
por la Internacional.

Agrupémonos todos
en la lucha final.
Y se alzan los pueblos ¡con valor!
por la Internacional.

*Acima: Fidel, Raúl y Nemesia Rodríguez en la Clausura del VI Congreso del PCC. Foto: Ismael Francisco
 
**Veja mais em: http://www.cubadebate.cu/

Meio Ambiente


O RS e o Zoneamento Econômico Ecológico

Governo busca parceria do Ministério do Meio Ambiente para realização de zoneamento ecológico

Porto Alegre/RS - O governador Tarso Genro, durante almoço no Palácio Piratini, entregou nesta terça-feira (19) à ministra do Meio Ambiente, Izabella Teixeira, proposta do Estado para a realização do Zoneamento Econômico Ecológico (ZEE) no Rio Grande do Sul. O ZEE insere-se na Política Nacional de Meio Ambiente e será um instrumento dos gestores e da sociedade para assegurar a utilização sustentável dos territórios a partir de seus recursos naturais, socioeconômicos e ambientais.

Tarso explicou que parte dos recursos destinados ao zoneamento já está prevista na carta-consulta ao Banco Mundial. O restante deverá vir do Governo Federal, por meio de construção conjunta entre Ministério do Meio Ambiente, Ministério do Planejamento e Secretaria Estadual do Meio Ambiente. Após o almoço, em reunião de trabalho, a ministra Izabella colocou à disposição do Governo gaúcho uma equipe técnica para ajustar a parceria. Com isso, a expectativa é de que os investimentos necessários à realização do ZEE sejam inseridos no Plano Plurianual Federal de 2011. (...)
-Clique Aqui para ler a postagem na íntegra (oriunda do Portal do Gov. do RS).

*Foto acima: Governador Tarso Genro, Ministra Izabella Teixeira e o dep. Adão Villaverde (PT/RS), Pres. da AL/RS.

18 abril 2011

Charles Chaplin (II)



Chaplin: a silenciosa crítica de um gênio


Alex Minoru*  escreve:


Nossa homenagem a Charles Chaplin pelo seu 122º aniversário. Esse artista que revolucionou o cinema e soube fazer de sua obra um poderoso instrumento de crítica à sociedade moderna e ao seu modo de produção com tremenda sensibilidade e senso de humor.

O fantasma da pobreza

Charles Spencer Chaplin, o genial criador do personagem Carlitos e de obras clássicas do cinema, nasceu em 16 de abril de 1889.

Ele, no entanto, tinha tudo para ser mais um garoto de enorme potencial e talento a ser engolido pelo capitalismo na batalha diária pela sobrevivência. Sobre sua infância em Londres ele declararia anos mais tarde:

“Durante a infância, a fome e o medo do amanhã eram duas constantes em minha existência. Por mais rico que possa vir a ser, jamais conseguirei me libertar desse medo. Sinto-me como um homem perseguido por um fantasma – o fantasma da pobreza.”


Seus pais eram artistas de music hall, espécie de teatro de variedades muito popular na Inglaterra vitoriana. A vida confortável começou a decair quando o pai de Chaplin rendeu-se ao alcoolismo e separou-se de sua mãe, Hannah Hill.

Ela passou a cuidar sozinha de seus dois filhos, Charles e Sydney. A voz de Hannah começou a falhar e ela teve que abandonar os palcos, sem emprego e sem dinheiro, realizou um esforço sobre-humano para manter os filhos limpos, protegidos e aquecidos, inclusive utilizou tecido de seus vestidos para costurar agasalhos a eles. A fome os rondava permanentemente, mudavam sempre para uma casa pior que a anterior. Sem moradia acabaram em um asilo. Nesse período, Charles e Sydney tiveram que se afastar da mãe, poucas semanas depois os dois foram transferidos para um orfanato, aumentando ainda mais essa distância.

No filme O Garoto há uma cena memorável: os funcionários de um orfanato, com a ajuda de um policial, tentam separar Carlitos da criança que ele cuidava como seu filho desde bebê, o desespero do Vagabundo e do Garoto com essa separação, a luta para permanecerem juntos mesmo com toda a pobreza que os rodeava, sem dúvida é uma alusão ao período em que Chaplin foi forçado a afastar-se de sua mãe. (...)

-Leia a íntegra da postagem  Clicando Aqui


*Alex Minoru é formado em artes cênicas pela Universidade Estadual Paulista e dirigente da tendência Esquerda Marxista do PT.

17 abril 2011

Boa noite!



- Led Zeppelin - Stairway to Heaven (live, 1972).

16 abril 2011

Charles Chaplin



O último discurso

Charles Chaplin*


Sinto muito, mas não pretendo ser um imperador. Não é esse o meu ofício. Não pretendo governar ou conquistar quem quer que seja. Gostaria de ajudar – se possível – judeus, o gentio... negros... brancos.

Todos nós desejamos ajudar uns aos outros. Os seres humanos são assim. Desejamos viver para a felicidade do próximo – não para o seu infortúnio. Por que havemos de odiar e desprezar uns aos outros? Neste mundo há espaço para todos. A terra, que é boa e rica, pode prover a todas as nossas necessidades.

O caminho da vida pode ser o da liberdade e da beleza, porém nos extraviamos. A cobiça envenenou a alma dos homens... levantou no mundo as muralhas do ódio... e tem-nos feito marchar a passo de ganso para a miséria e os morticínios. Criamos a época da velocidade, mas nos sentimos enclausurados dentro dela. A máquina, que produz abundância, tem-nos deixado em penúria. Nossos conhecimentos fizeram-nos céticos; nossa inteligência, empedernidos e cruéis. Pensamos em demasia e sentimos bem pouco. Mais do que de máquinas, precisamos de humanidade. Mais do que de inteligência, precisamos de afeição e doçura. Sem essas virtudes, a vida será de violência e tudo será perdido.

A aviação e o rádio aproximaram-nos muito mais. A própria natureza dessas coisas é um apelo eloqüente à bondade do homem... um apelo à fraternidade universal... à união de todos nós. Neste mesmo instante a minha voz chega a milhares de pessoas pelo mundo afora... milhões de desesperados, homens, mulheres, criancinhas... vítimas de um sistema que tortura seres humanos e encarcera inocentes. Aos que me podem ouvir eu digo: “Não desespereis! A desgraça que tem caído sobre nós não é mais do que o produto da cobiça em agonia... da amargura de homens que temem o avanço do progresso humano. Os homens que odeiam desaparecerão, os ditadores sucumbem e o poder que do povo arrebataram há de retornar ao povo. E assim, enquanto morrem homens, a liberdade nunca perecerá.

Soldados! Não vos entregueis a esses brutais... que vos desprezam... que vos escravizam... que arregimentam as vossas vidas... que ditam os vossos atos, as vossas idéias e os vossos sentimentos! Que vos fazem marchar no mesmo passo, que vos submetem a uma alimentação regrada, que vos tratam como gado humano e que vos utilizam como bucha de canhão! Não sois máquina! Homens é que sois! E com o amor da humanidade em vossas almas! Não odieis! Só odeiam os que não se fazem amar... os que não se fazem amar e os inumanos!

Soldados! Não batalheis pela escravidão! Lutai pela liberdade! No décimo sétimo capítulo de São Lucas está escrito que o Reino de Deus está dentro do homem – não de um só homem ou grupo de homens, ms dos homens todos! Está em vós! Vós, o povo, tendes o poder – o poder de criar máquinas. O poder de criar felicidade! Vós, o povo, tendes o poder de tornar esta vida livre e bela... de faze-la uma aventura maravilhosa. Portanto – em nome da democracia – usemos desse poder, unamo-nos todos nós. Lutemos por um mundo novo... um mundo bom que a todos assegure o ensejo de trabalho, que dê futuro à mocidade e segurança à velhice.

É pela promessa de tais coisas que desalmados têm subido ao poder. Mas, só mistificam! Não cumprem o que prometem. Jamais o cumprirão! Os ditadores liberam-se, porém escravizam o povo. Lutemos agora para libertar o mundo, abater as fronteiras nacionais, dar fim à ganância, ao ódio e à prepotência. Lutemos por um mundo de razão, um mundo em que a ciência e o progresso conduzam à ventura de todos nós. Soldados, em nome da democracia, unamo-nos!

Hannah, estás me ouvindo? Onde te encontrares, levanta os olhos! Vês, Hannah? O sol vai rompendo as nuvens que se dispersam! Estamos saindo da treva para a luz! Vamos entrando num mundo novo – um mundo melhor, em que os homens estarão acima da cobiça, do ódio e da brutalidade. Ergue os olhos, Hannah! A alma do homem ganhou asas e afinal começa a voar. Voa para o arco-íris, para a luz da esperança. Ergue os olhos, Hannah! Ergue os olhos!

* O ator e diretor inglês Charles Spencer Chaplim (1889 - 1977), se vivo fosse, comemoraria 122 anos neste 16 de abril. Ao grande 'Carlitos', a singela homenagem do Blog. - Discurso oriundo do filme  'O Grande Ditador'.

15 abril 2011

Blogueiros e Tuiteiros


Assembleia apoia 1º Encontro de Blogueiros e Tuiteiros do RS

Deputado Villaverde recebeu os organizadores do evento na Sala da Presidência

Porto Alegre/RS - O presidente da Assembleia Legislativa, Adão Villaverde (PT), recebeu organizadores do 1º Encontro de Blogueir@s e Tuiteir@s do RS, na Sala da Presidência do Palácio Farroupilha, nesta quinta-feira (14). Durante o encontro (foto acima), Villaverde confirmou apoio da Casa para a divulgação do evento, que será realizado entre os dias 27 e 29 de maio, na Câmara de Vereadores de Porto Alegre.

O presidente do Parlamento gaúcho apresentou o programa Destinos e Ações para o Rio Grande aos organizadores do encontro, convidando-os a participar e divulgar a programação da Casa Legislativa. Entre os grandes debates previstos neste ano pela ALRS, está o que abordará o tema educação e inclusão digital, no 18 de maio.

De acordo com Pedro Loss, organizador do encontro, está se fortalecendo no estado o movimento voltado a quem utiliza a internet e seus espaços. “As pessoas querem a democratização da comunicação e há interesse de que realmente a comunicação seja para todos e livre, sem o privilégio de somente a grande mídia pautar e informar a sociedade”, destacou Loss.

Participaram também da audiência a organizadora do encontro, Cristina Rodrigues, e o diretor do departamento de Publicidade da ALRS, Tiago Senandes Silva Machado.

Outras informações podem ser obtidas no endereço http://blogprogrs.com.br/

...

*Fonte: sítio da AL/RS http://www.al.rs.gov.br e Blog 'O Boqueirão' http://oboqueirao.zip.net/