30 novembro 2012

Gaza's Ark - Construindo a Esperança




* No vídeo (da TeleSur): no dia  31 de maio de  2010,  nas primeiras horas da manhã,  em águas internacionais,  a "Frota da Liberdade"  (organizada por ativistas civis desarmados do 'Free Gaza', oriundos de vários países,  que levavam  ajuda humanitária para o povo palestino confinado em Gazafoi atacada por tropas do exército, da força aérea e da marinha israelense. A barbárie sionista resultou na morte de nove ativistas e no ferimento de dezenas deles que estavam a bordo do  navio "Mavi Marmara", de bandeira turca.

A truculência assassina do governo israelense -  ao contrário do pretendido -   não arrefeceu o ânimo dos lutadores pelos Direitos Humanos e serviu como combustível para aumentar a rede de solidariedade ao povo palestino. A 'Flotilha da Liberdade' está agora em vias de organização também na América Latina, segundo informaram lideranças do movimento, que participam do Fórum Social Mundial Palestina Livre, em Porto Alegre/RS.

*Leia  - e veja - mais em www.GazaArk.org/donate

Palestina Livre!


*Por Latuff

Olívio Dutra será painelista no FSM Palestina Livre




Porto Alegre/RS - O presidente de Honra do PT/RS, ex-governador Olívio Dutra,  será painelista no FSM Palestina Livre. O ex-governador gaúcho tratará dos movimentos de resistência contra os Tratados de Livre Comércio, com foco no Mercosul e Alca. O painel será nesta sexta-feira (30), às 16h30min, no Salão de Festas da Reitoria da UFRGS, Av. Paulo Gama, 110.
*Com  sítio do PT/RS

29 novembro 2012

Palestina Livre!


Milhares de pessoas marcham a favor do Estado Palestino em Porto Alegre/RS

Por Samir Oliveira*

Milhares de pessoas marcharam a favor da criação de um Estado Palestino na tarde desta quinta-feira (29), em Porto Alegre. Reunidos em torno do Fórum Social Mundial Palestina Livre, cidadãos e ativistas de 36 países lotaram as ruas do Centro da Capital gaúcha para manifestar apoio ao povo palestino e repúdio às ações de Israel.
A marcha teve início às 17h, pelo horário de Brasília. Menos de três horas depois, o presidente da Autoridade Nacional Palestina, Mahmoud Abbas, discursava na Assembleia Geral da ONU, pedindo a aprovação do reconhecimento da Palestina como um Estado observador não-membro das Nações Unidas. A moção acabou sendo aprovada perto das 20h, quando os manifestantes em Porto Alegre já estavam concentrados na Usina do Gasômetro, onde ocorre o show de abertura do fórum. (...)
Clique Aqui para ler na íntegra (via Sul21).

28 novembro 2012

A repressão israelense contra os palestinos é 'pior que o apartheid'


"O que Israel está fazendo com os palestinos é muito pior do que o apartheid sul-africano”

Carta Maior - por Katarina Peixoto - Para Ronnie Kasrils (foto), Israel só vai parar com o expansionismo e com a opressão de fora para dentro. “Um movimento de solidariedade internacional aos palestinos tem um papel muito importante. Foi assim que nós derrubamos o apartheid. Nós tínhamos razão. Levou tempo, mas Leclerc teve de libertar Mandela e dizer ‘vamos conversar’, que era o que nós dizíamos que tinha de ser feito. "Eu acredito que este é o aspecto mais importante da luta em solidariedade ao povo palestino. É preciso denunciar os assentamentos, mas é preciso boicotar, também. É preciso constrange-los materialmente, economicamente”, defendeu. (...)

-Leia a postagem - na íntegra - clicando Aqui

Babylon




* Babylon - Zeca Baleiro

Fórum Social Mundial Palestina Livre




Porto Alegre/RS - De 28 de novembro a 1º de dezembro, milhares de ativistas, líderes comunitários, jovens, grupos religiosos, sindicatos, músicos e acadêmicos vão se concentrar em Porto Alegre para o primeiro Fórum Mundial Social dedicado exclusivamente à Palestina.

Os organizadores do Fórum Social Mundial Palestina Livre FSM-PL solicitam aos interessados em participar e não podem comparecer ao país, que organizem protestos simultâneos, ações criativas e esforços de mídia em todo o mundo para chamar a atenção para as metas e estratégias que serão discutidas e promovidas durante este Fórum.

O Fórum Social Mundial Palestina Livre é uma expressão do instinto humano de se unir por justiça e liberdade e um eco dos Fóruns Sociais Mundiais de oposição à hegemonia neoliberal, o colonialismo e o racismo através de lutas de sociais e emergência de alternativas políticas e econômicas para promover a justiça, igualdade e soberania dos povos.

O FSM-PL será um encontro mundial de amplas mobilizações populares e da sociedade civil de todo o mundo.

OBJETIVOS

1. Mostrar a força da solidariedade com o povo palestino e a diversidade de iniciativas e ações destinadas a promover a justiça e a paz na região.

2. Criar ações efetivas para garantir a autodeterminação palestina, a criação de um Estado palestino tendo Jerusalém como sua capital e do cumprimento dos direitos humanos e do direito internacional, com as seguintes ações:
a) o fim da ocupação israelense e da colonização ilegal de todas as terras árabes e a destruição do Muro.

b) Garantir os direitos fundamentais dos cidadãos árabe-palestinos de Israel à fim de gozar igualdade plena, e

c) Implementar, proteger e promover os direitos dos refugiados palestinos de regressar às suas casas e propriedades como estipulado na Resolução 194 da ONU.

3. Ser um espaço de discussão, troca de idéias, estratégia e planejamento, a fim de melhorar a estrutura de solidariedade. 


PROGRAMAÇÃO:

28 de novembro

- Chegada e credenciamento

29 de novembro - Dia Internacional de Solidariedade à Palestina

- 9h-16h30: Conferências e atividades autogestionadas

- 17h-20h: Marcha de solidariedade à Palestina - saindo do Largo Glênio Peres

- 20h: Show de abertura do FSM Palestina Livre

30 de novembro

- Conferências e atividades autogestionadas

- Atividades culturais

- 14h - Forum dos deputados - Plenarinho da Assembleia Legislativa

1º. de dezembro

- Manhã: Conferências

- Tarde: Assembleia de Movimentos Sociais

Show de encerramento  

Fonte: Instituto Humanitas Unisinos - IHU
Link: www.ihu.unisinos.br  - Via http://pauloferreira.net.br

Acesse a Rádio CUT



Este Blog  está disponibilizando (ao alto da página, à direita) alguns links de rádios para que @s prezad@s internautas, ao mesmo tempo em que acessam as postagens, possam escutar  suas programações, notícias  ... e músicas de qualidade. 

Uma das rádios que sugerimos  que seja acessada com regularidade é a Rádio CUT (a rádio da Central Única dos Trabalhadores).

-Confira  a ótima programação da Rádio CUT clicando AQUI

27 novembro 2012

Dez anos da política de cotas




Por Emir Sader*

Há não muito tempo, um estranho conglomerado de jornalistas, artistas, antropólogos, esquerdistas arrependidos, entre outros, se lançou ao ataque contra a politica de cotas, contra as ações afirmativas. Afirmações como as de que estaríamos “introduzindo” (sic) o racismo no Brasil (brilhante afirmação de Ali Kamel, em livro propagandeado por milhares de posters), como se a escravidão não fosse um dos pilares da historia brasileira, a de que constitucionalmente “somos iguais diante da lei”, entre outras expressões da ignorância, da má fé, dos preconceitos, juntaram a antropólogos da USP, a gente como Caetano (que nem parece que nasceu na Bahia, antes de tornar-se um cronista conservador do Globo), a editorialistas indignados, em campanha frenética em torno do igualitarismo.

Não foi o suficiente para brecar esse avanço democrático no Brasil – o país mais desigual do continente mais desigual do mundo. O Judiciário aprovou por unanimidade a politica, o Congresso fez o mesmo, diante da impotência dos conservadores. A própria realidade desmentiu as falsas concepções dos conservadores, mostrando como os cotistas tem excelente desempenho, superior à media, a entrada deles não rebaixou o nível das universidades, ao democratizar o acesso às faculdades pelas cotas.

Estranhamente, durante a recente greve dos professores universitários, reitores de universidades federais, em manifesto, expressaram a opinião de que seriam eles e não os parlamentares – em nome de todo o pais – quem deveria decidir critérios de ingresso nas universidades. (E, em meio a centenas de assembleias da greve, não houve uma única manifestação de desacordo por parte dos grevistas.) São resquícios, junto a editoriais ranzinzas, da resistência à politica de cotas.

Como se o Brasil não tivesse uma divida histórica, gigantesca, com os milhões de pessoas, a primeira geração de trabalhadores da historia brasileira, que durante séculos construiu a riqueza do país, exportada para o consumo das elites europeias. Cometeu-se o maior crime de lesa humanidade, tirando do seu mundo a milhões de pessoas, trazendo-as como gado para as Américas, onde eram consideradas raça inferior, para produzir riquezas para os que cometiam esses horrendos crimes.

A política de cotas, iniciada no Brasil na UERJ, durante a reitoria de Nilcea Freire, cumpre dez anos, com enorme caudal de experiências a aprender, para liquidar de vez os preconceitos e repara, minimamente, as injustiças secularmente cometidas.

Me lembrarei sempre, na reunião com o primeiro grupo de alunos cotistas, quando uma senhora negra disse que ela vivia na favela do Esqueleto, que foi destruída para dar lugar aos prédios da Uerj. Ela passava sempre por ali e lhe doía que sua casa tivesse sido destruída para dar lugar a uma instituição que lhe negava o acesso. Até que finalmente ela pode voltar ao espaço que havia habitado, agora, orgulhosa, como estudante de Serviço Social graças à politica de cotas. Quantas histórias como essas estão aí para serem contadas, mas que a mídia privada esconde, porque não tolera a democratização por que o Brasil passa.

*Via sítio da Agência Carta Maior  http://www.cartamaior.com.br

24 novembro 2012

'E agora, Joaquim?'




Por Saul Leblon*

Joaquim Barbosa assumiu a presidência de uma Suprema Corte manchada pela nódoa de um julgamento político conduzido contra lideranças importantes da esquerda brasileira. 

Monocraticamente, como avocou e demonstrou inúmeras vezes, mas sempre com o apoio indutor da mídia conservadora, e de seu jogral togado --à exceção corajosa do ministro Ricardo Lewandowski, Barbosa fez o trabalho como e quando mais desfrutável ele se apresentava aos interesses historicamente retrógrados da sociedade brasileira --os mesmos cuja tradição egressa da casa-grande deixaram cicatrizes fundas no meio de origem do primeiro ministro negro do Supremo.

Não será a primeira vez que diferenças históricas se dissolvem no liquidificador da vida. 

Eficiente no uso do relho, Barbosa posicionou o calendário dos julgamentos para os holofotes da boca de urna no pleito municipal de 2012.  

Fez pas de deux  de gosto duvidoso com a protuberância ideológica indisfarçável do procurador geral, Roberto Gurgel -aquele cuja isenção exortou o eleitorado a punir nas urnas o partido dos réus.

Num ambiente de aplauso cego e sôfrego, valia tudo: bastava estalar o chicote contra o PT, cutucar Lula com o cabo e humilhar a esquerda esfregando-lhe o relho irrecorrível no rosto. Pronto. Era correr para o abraço dos jornais do dia seguinte ou antes até, na mesma noite, no telejornal de conhecidas tradições democráticas. 

Provas foram elididas; conceitos estuprados ao abrigo tolerante dos doutos rábulas das redações --o famoso 'domínio do fato'; circunstâncias atropeladas; personagens egressos do governo FHC, acobertados em processos paralelos, mantidos sob sigilo inquebrantável, por determinação monocrática de Barbosa (leia:'Policarpo & Gurgel: ruídos na sinfonia dos contentes'); tudo para preservar a coerência formal do enredo, há sete anos preconcebido. 

O anabolizante midiático teve que ser usado e abusado na sustentação da audiência de uma superprodução de final sabido, avessa à presunção da inocência e hostil à razão argumentativa --como experimentou na pele, inúmeras vezes, o juiz revisor. 

Consumada a meta, o conservadorismo e seu monocrático camafeu de toga, ora espetado no supremo cargo da Suprema Corte, deparam-se com a vertiginosa perspectiva de uma encruzilhada histórica. 

Ela pode esfarelar a pose justiceira dos torquemadas das redações  e macular a toga suprema com a nódoa do cinismo autodepreciativo.

Arriadas as bandeiras da festa condenatória, esgotadas as genuflexões da posse solene desta 5ª feira, o espelho da história perguntará nesta noite e a cada manhã ao juiz da suprema instância: -- E agora Joaquim? 

O mesmo relho, o mesmo 'domínio do fato', o mesmo atropelo da inocência presumida, a mesma pressa  condenatória orientarão o julgamento da Ação Penal 536  --vulgo 'mensalão mineiro'? 

Coube a Genoíno, já condenado --e também ao presidente nacional do PT, Rui Falcão-- fixar aquela que deve ser a posição de princípio da opinião democrática e progressista diante da encruzilhada de Barbosa: 'Não quero para os tucanos o julgamento injusto imposto ao PT', fixou sem hesitação o ex-guerrilheiro do Araguaia, no que é subscrito por Carta Maior. 

Mas a Joaquim fica difícil abrigar o mesmo valor sob a mais suprema das togas. Sua disjuntiva é outra.

Se dispensar ao chamado mensalão do PSDB o mesmo tratamento sem pejo imposto ao PT na Ação 470, sentirá o relho que empunhou voltar-se contra a própria reputação nas manchetes do dia seguinte. 

Tampouco terá o eco obsequioso de seus pares na repetição da façanha --e dificilmente a afinação digna dos castrati no endosso sibilino do procurador -geral. 

Ao revés, no entanto, se optar pela indulgência desavergonhada na condução da Ação Penal 536, ficará nu com a sua toga suprema durante longos dois anos, sob a derrisão da sociedade, o escárnio do judiciário, o desprezo da história --e o olhar devastador do espelho a cada noite e a cada dia, a martelar: 'E agora, Joaquim?'

*Via Carta Maior  http://www.cartamaior.com.br

Israel x Estado Palestino



*Charge do Kayser -  ('Solução')

23 novembro 2012

Mudança no Secretariado do Governo do RS




Caleb de Oliveira é o novo secretário de Infraestrutura e Logística do Estado

O governador Tarso Genro deu posse ao novo secretário de Infraestrutura e Logística do RS, Caleb de Oliveira, em solenidade realizada nesta sexta-feira (23), no Palácio Piratini.

Acompanhado do vice-governador Beto Grill e do ex-secretário Beto Albuquerque, Tarso ressaltou a continuidade do trabalho realizado na Pasta, considerada estratégica pelo Executivo, e a confiança na unidade política para a governabilidade do Estado. 

"Esta substituição acontece de uma forma bastante natural, pois o Caleb é extremamente competente e continuará cumprindo com os nossos programas de Governo", afirmou. O governador enalteceu a competência do ex-secretário e a importância da transversalidade e dos partidos para a governabilidade. 

"Muitas ações foram realizadas e outras tantas estão em andamento. O Caleb historicamente é um homem comprometido, com competência e altivez, e irá dar continuidade a este projeto único e vigente de Governo, que é fazer o melhor pelo RS", disse Beto. 

O novo titular da Seinfra, Caleb de Oliveira, relatou a familiaridade e o conhecimento adquirido com os programas de Governo durante seu período como secretário adjunto do CDES, classificando como uma honra assumir a Infraestrutura. "Este é um governo empreendedor, que reverteu o discurso da falta de expectativas em investimentos. O ex-secretário Beto capitaneou R$ 1,7 bilhão em iniciativas e programas para diversas áreas. Quero reiterar minha lealdade, compromisso e gratidão ao governador e ao meu partido, pela oportunidade de colaborar na construção de uma sociedade gaúcha ainda melhor".


*Via http://www.psbrs.org.br
...

-Nota do Editor: O Caleb é meu camarada e amigo desde o final dos anos 70, quando, muito jovens,  militávamos juntos, ainda  na clandestinidade, na mesma 'célula' de resistência  da O.S.I. - a Organização Socialista Internacionalista (estávamos ainda sob o tacão da  famigerada ditadura militar). Juntos, também ajudamos a construir o PT em Caxias e no RS.  Tempos depois,  por divergências políticas que ocorreram no seio do PT, em Caxias,   tomou a decisão -  que lamentamos, mas respeitamos -  de sair do partido, filiando-se após  ao PSB, seguindo assim  seu caminho político ascendente e qualificado que os gaúchos hoje conhecem e admiram.

Não tenho dúvidas de que ele será, com certeza, um grande Secretário de Estado e contribuirá em muito para a consolidação do nosso projeto cidadão/progressista/inclusivo/transformador, ora em  implantação no RS. (Júlio Garcia)

22 novembro 2012

A CPMI de Cachoeira e o papel da mídia


O segundo, tenebroso, o processo ao qual foi submetido o magnata da mídia, Rupert Murdoch, depois de revelados os métodos criminosos do seu tabloide, "The Sun", para obter reportagens sensacionalistas.
O crime do The Sun foi ter se envolvido com baixos e médios escalões da polícia para atentar contra o direito à privacidade de cidadãos ingleses.
***
O relatório da CPMI de Cachoeira, traz dados muito mais graves do que os crimes do "The Sun". Mostra ligações diretas entre jornalistas e o crime organizado.
A acusação maior é contra a revista Veja e seu diretor em Brasília, Policarpo Jr. O relatório mostra, com abundância de detalhes, como Policarpo era acionado para derrubar autoridades e servidores públicos que incomodassem Carlinhos Cachoeira, atacar concorrentes do marginal e como encomendava dossiês a ele, muitos obtidos por métodos criminosos.
***
Já em 2008, a série "O caso de Veja" - que publiquei na Internet - mostrava os resultados dessa parceria.
Um esquema aliado de Cachoeira havia sido afastado dos Correios pelo esquema Roberto Jefferson. Jairo (o araponga de Cachoeira) armou um grampo em cima de um diretor, Maurício Marinho, recebendo propina de R$ 3 mil. A gravação foi entregue a Policarpo, que a considerou insuficiente. Providenciou-se outra gravação, aprovada por Policarpo.
Divulgado o grampo, caiu toda a estrutura montada por Jefferson e entrou a de Cachoeira. Vejacompactuou com o novo grupo, mesmo sendo Policarpo conhecedor íntimo do esquema criminoso por trás dele.
Dois anos depois, a Polícia Federal implodiu o novo esquema. E a revista manteve-se em silêncio, preservando Cachoeira.
***
Nos estudos sobre as chamadas OrgCrim (organizações criminosas), em nível global, identificam-se braços nos três poderes - Executivo, Legislativo e Judiciário - e também na mídia. O relatório descreve bem as funções da organização de Cachoeira no país.
Cachoeira ajudou a eleger o ex-senador Demóstenes Torres. Veja transformou-o em uma figura política poderosa, com sucessivas matérias apontando-o como o paladino da luta contra a corrupção. Com o poder que se viu revestido por Veja, Demóstenes transitava em repartições, junto a Ministros do Supremo, aumentando o poder de lobby da quadrilha de Cachoeira.
***
Veja é um ponto fora da curva no jornalismo brasileiro. Mas não ficou sozinha nessa parceria com o crime.
Um levantamento sobre as premiações do jornalismo investigativo nas últimas décadas vai revelar como fontes, em muitos casos, lobistas e criminosos da pior espécie.
Não apenas isso. Poderiam ser utilizados como fonte e suas informações servirem de ponto de partida para investigações mais aprofundadas. Mas eram utilizadas a seco, sem passar sequer pelo teste da verossimilhança, sem nenhum filtro, fuzilando reputações e, principalmente, atentando contra o próprio exercício do jornalismo.
*Via http://www.advivo.com.br/blog/luisnassif
-'Capa da Veja': http://redecastorphoto.blogspot.com.br

20 novembro 2012

ZUMBI DOS PALMARES





* Zumbi nasceu em Palmares, em 1655. Era neto da princesa Aqualtune, filha de um importante rei do Congo. Ainda bebê, Zumbi foi aprisionado pela expedição de Brás da Rocha Cardoso e entregue ao padre Antônio Melo, em Porto Calvo. Recebeu o nome de Francisco e uma educação formal. Aos 10 anos, já sabia latim e português e, aos 12, tornou-se coroinha. A inteligência do menino recebia elogios do padre, segundo relatam registros existentes.

Com 15 anos, Francisco fugiu de volta a Palmares, adotando o nome de Zumbi e passando a fazer parte da Família Real, pois foi adotado pelo então rei Ganga Zumba. A nação palmarina começou a se formar por volta de 1597, com Aqualtune. Rapidamente a comunidade cresceu, porque era constantemente alimentada pela chegada de negros fugidos, de índios e de brancos pobres. Palmares chegou a ter 30 mil habitantes e, com sua organização e conseqüente fortalecimento, passou a ser visto como uma ameaça perigosa ao poder colonial. Além de praticarem uma agricultura considerada avançada para os padrões da época, desenvolveram uma atividade metalúrgica organizada para sua defesa e subsistência e chegaram a estabelecer comércio com localidades próximas.

Entre 1596 e 1716, os palmarinos resistiram a 66 expedições coloniais, tanto de portugueses como de holandeses. Foi a maior e mais longa expressão contestatória da escravidão em todo o mundo. De todos os líderes da resistência negra, dois se tornaram conhecidos: Ganga Zumba e Zumbi. Zumbi, porém, foi o líder mais famoso da confederação de quilombos de Palmares, que se estendia pelos territórios atuais de Alagoas e Pernambuco.

Ganga Zumba, cansado de muitas guerras, assinou um acordo de paz com os portugueses, em 1678. Isso desagradou uma parte significativa dos quilombolas, que viam a transferência para Cucaú como uma forma de controlar a comunidade, além de não resolver o problema da escravidão. Foi nesse momento que Zumbi rompeu com Ganga Zumba, sendo aclamado Grande Chefe por aqueles que ficaram em Palmares.

Durante um ataque em 1694, Zumbi caiu ferido em um desfiladeiro, o que gerou o mito de que o herói se suicidara para evitar a escravização. No entanto, em 1695, Zumbi voltou a comandar ataques, mostrando que estava vivo.

Depois de 17 anos de combates, Zumbi foi traído por um de seus principais comandantes, Antônio Soares, e assassinado durante expedição de Domingos Jorge Velho, em 20 de novembro de 1695. A cabeça de Zumbi foi decepada e levada para Recife, onde foi pendurada em local público até sua total decomposição. Palmares resistiu ainda por mais de 30 anos antes de sucumbir definitivamente. Em homenagem a Zumbi, a data de sua morte foi escolhida como Dia Nacional da Consciência Negra.

Fonte: http://www.acordacultura.org.br/herois/heroi/zumbidospalmares

Dia Nacional da Consciência Negra



Mensagem das secretarias de Combate ao Racismo / PT


Dia 20 de novembro - Dia Nacional da Consciência Negra
Nós, negros e negras do Partido dos Trabalhadores, acreditamos na derrota do racismo e todas as formas de discriminação a partir da nossa intervenção e participação na política brasileira.
Viva Zumbi!  Viva a Liberdade! Viva o PT!
Secretaria Nacional de Combate ao Racismo do PT

Secretarias Estaduais de Combate ao Racismo do PT

*Via http://www.pt.org.br

19 novembro 2012

Gaza: “Guerra” é inadequado. Terrorismo de Estado soa melhor




Por Leonardo Sakamoto*

Desde o início da operação “Pilar Defensivo”, teriam sido mais de 90 palestinos mortos e 700 feridos na faixa de Gaza. Segundo a administração do território, 70% dos feridos e metade dos mortos eram civis. Pelo menos três civis israelenses tombaram no mesmo período, vítimas de mais de 80 foguetes que atingiram seu território dentre centenas lançados a partir de Gaza.

Por enquanto, dá 30 para 1, mas a tendência é aumentar. Número de mortes não deveriam ser comparadas, pois a dor não é algo mensurável. Mas isso serve para ranquear nossa ignorância e estupidez. Se fosse uma ação violenta da polícia carioca junto a favelas, mesmo as classes mais abastadas – muitas vezes lenientes com a morte dos mais pobres – já teriam chamado a situação de chacina ou massacre. Nesse caso, relutamos em falar em banho de sangue. O próprio recém-eleito Barack Obama saiu em defesa de seu aliado no Oriente Médio: “nenhum país do mundo toleraria una chuva de mísseis sobre seus cidadãos”. Refere-se a Israel, mas poderia se aplicar à Palestina se os Estados Unidos a reconhecessem como país.

Podemos chamar de guerra quando um dos lados é tão superior militarmente ao outro, fato que se traduz na contagem de corpos, como no caso dos ataques israelenses? Considerar normal uma taxa de 50% de “danos colaterais”, ou seja, de morte de civis em confronto? Por que não montamos um placar eletrônico de vez? Ou, melhor ainda, que tal uma tela de LCD gigante, diante da sede das ONU em Nova Iorque, mostrando – em tempo real – quantos anos o Exército israelense está roubando do futuro dos palestinos, tornando real a promessa de seu ministro do Interior, Eli Yishai, de que o país pretende “mandar Gaza de volta à Idade Média”?

Concordo quando dizem que não há crise humanitária em Gaza, aquela pequena faixa de terra entre Israel e o Egito ocupada por palestinos. Crise humanitária existia antes do bloqueio decretado por Israel devido à eleição do Hamas e ao lançamento de foguetes contra seu território anos atrás. Hoje, o que há é algo próximo ao que ficou conhecido como campo de concentração.

Em 2010, uma pequena frota de barcos com ativistas tentava amenizar, levando produtos de primeira necessidade, quando foi atacada pelas forças armadas israelenses, resultando em, ao menos, dez mortos e mais de 30 feridos. Ah, é claro, os barcos também levavam armas de destruição em massa, como estilingues e bastões, com os quais os pobres soldados, armados de simples metralhadoras, foram atacados ao abordá-los. As forças israelenses quase não resistiram às terríveis rajadas de bolas de gude, mais letais que as terríveis pedras lançadas manualmente por palestinos nos protestos em terra.

Presenciamos um massacre unilateral e não uma guerra – dezenas de civis, inclusive mulheres e crianças, morreram desde o início da última operação miliar contra Gaza. E tendo em vista a intensidade e a forma desse cerceamento, o que estamos presenciando soa mais como (mais uma etapa de) genocídio do que crise. Guerra é inadequado, terrorismo de Estado seria melhor.

Se de um lado, estúpidos extremistas palestinos não aceitam a existência de Israel, do outro estúpidos extremistas israelenses reivindicam Gaza e Cisjordânia como parte de seu território histórico. Para estes, árabes em geral são bem aceitos no seu território, desde que sirvam para mão de obra barata. A diferença entre esses dois grupos é que Israel tem poder de fogo para levar esse intento adiante, enquanto o outro lado não.

O certo é que o islamismo radical vai ficando mais forte do que antes. E o Hamas não é o verdadeiro problema nessa equação, há outros grupos mais radicais que não obedecem a sua autoridade. Mesmo que a maioria dos seus líderes morram, surgirão outros, lembrando que as condições de vida em Gaza são uma tragédia, com crianças revoltadas diante de tanta violência social e física, prontas para serem cooptadas por grupos fundamentalistas.

Os dois lados devem parar, mas é estúpido dizer que há um conflito com partes iguais e responsabilidades iguais. Israel acha que vai conseguir controlar os ataques contra seu território com mais porrada? Aliás, será que o governo considera que não foi ele mesmo quem, historicamente, criou essa situação? Portanto, caso queira seguir a política que adotou até agora, não é à Idade Média que Israel terá que mandar Gaza para se sentir segura e sim extirpar um povo do mapa. O tempo passa, os papeis se invertem.

Quais as chances de jovens que veem seus pais, irmãs, namoradas serem mortos hoje não tentarem vingar suas mortes amanhã?

Nenhuma.

*Leonardo Sakamoto é jornalista e doutor em Ciência Política. Cobriu conflitos armados e o desrespeito aos direitos humanos em Timor Leste, Angola e no Paquistão. Professor de Jornalismo na PUC-SP, é coordenador da ONG Repórter Brasil e seu representante na Comissão Nacional para a Erradicação do Trabalho Escravo. Texto publicado originalmente no Blog do Sakamoto. - Foto:  Mahmud Hams - AFP

**Via sítio Sul21

Porto Alegre/RS: Tarso propõe pacto político/administrativo a Fortunati


Porto Alegre/RS - do Portal do Governo do Estado do RS - Um pacto político administrativo em defesa de Porto Alegre foi proposto pelo governador Tarso Genro ao prefeito da capital gaúcha, José Fortunati, na tarde de sábado (17), na abertura oficial da colheita do pêssego (foto), realizada no Centro de Eventos Elvino Besson, na Vila Nova, durante a 28ª Festa do Pêssego de Porto Alegre. (...)

Durante seu discurso, Tarso Genro anunciou um pacto político e administrativo com o prefeito para o desenvolvimento de Porto Alegre. Ele afirmou que algumas questões, como a segurança pública, precisam da integração do Estado e do Executivo Municipal.  (...)

Sobre o pacto proposto pelo governador Tarso Genro, José Fortunati diz acreditar que o trabalho interligado é o melhor caminho para buscar soluções eficazes para os problemas da capital. "Isso é muito positivo, pois há assuntos, como segurança, por exemplo, que precisam ser vistos em conjunto", completou o prefeito. (...)

-Leia mais clicando Aqui

17 novembro 2012

Eleições na OAB/RS

Advogados decidem futuro da OAB/RS



Porto Alegre-RS - Jornal do Comércio - No dia 19 de novembro, cerca de 50 mil advogados votam para eleger o presidente da seccional  gaúcha da Ordem dos Advogados do Brasil (OAB/RS) para o triênio 2013-2015. O Jornal da Lei conversou com os quatro candidatos sobre suas propostas para comandar uma das entidades mais influentes do Rio Grande do Sul. A Chapa 1, OAB Mais, é liderada por Marcelo Bertoluci; a Chapa 2, OAB para os Advogados, tem como representante Ricardo Cunha Martins; a Chapa 3, Advocacia e Justiça, é encabeçada por Carlos Alberto Amaro Cavalheiro; e a Chapa 4, Muda OAB!, é conduzida por Paulo Peretti Torelly.

Jornal da Lei – Quais são as suas principais propostas de gestão para os próximos três anos frente à OAB/RS?
Marcelo Bertoluci – Temos a convicção de que vamos continuar avançando na linha da gestão de Claudio Lamachia. No plano corporativo, nossa grande bandeira é o fortalecimento das prerrogativas profissionais. A atuação permanente contra o aviltamento dos honorários profissionais também. Nessa linha, acompanharemos o projeto de lei, de autoria da atual gestão, já aprovado pela Câmara, que veda a compensação da verba honorária. Outro ponto fundamental nas nossas propostas é a construção de novas sedes de subseção. Uma questão que também nos toca é a defesa intransigente de outro projeto da atual gestão, em tramitação na Assembleia Legislativa, que possibilita aos advogados serem incluídos no Ipe Saúde. Da mesma forma, pretendemos valorizar o jovem advogado. Eles necessitam da OAB para fomentar o início de sua profissão, seja com a concessão de linhas de crédito, com o acesso à informação, de como gerir um escritório de advocacia, enfim, todos os desafios de gestão que esse jovem enfrenta já no início de sua carreira. A manutenção das férias para os advogados também é importante, pois a dignidade da advocacia passa por isso. Somos o único estado da federação em que o advogado tem 32 dias de férias. Nosso objetivo é que esta situação seja mantida, e que avancemos no sentido de garantir as férias por meio de lei federal.
Ricardo Cunha Martins - Queremos criar, a partir no Rio Grande do Sul, um projeto nacional para modernizar a ordem e adaptar a advocacia brasileira ao século XXI, porque estamos atrasados. Mudando a estrutura, vamos tornar a ordem mais democrática e com eleição direta. Temos que inserir as mulheres na OAB e cuidar das mães advogadas, que hoje não têm benefícios. Além disso, queremos construir um sistema previdenciário digno e unificado para a categoria. Os velhos advogados estão completamente abandonados. Em decorrência das novas tecnologias, houve uma evolução do processo digital, e a Ordem não se ocupou com os colegas mais velhos e não fez a transposição deles para as novas tecnologias. Os idosos estão completamente excluídos e sem uma Previdência Social digna. Alguns, mesmo doentes, estão indo trabalhar. Em contrapartida, os jovens advogados estão em uma tremenda crise de identidade, pois existe uma política de aviltamento da verba honorária. Então, os juízes, a partir de um critério subjetivo, arbitram a verba honorária dos advogados, diminuindo-a cada vez mais, a partir de uma política judiciária. Isso tira o incentivo do jovem pela profissão. Na minha gestão, cuidaremos destas questões.
Carlos Alberto Amaro Cavalheiro - Temos a compreensão de que a Ordem deve dar o exemplo para a sociedade de probidade administrativa. Queremos realizar licitação para a compra de bens e para a contratação de serviços, e que se faça concurso público para a formação do quadro de servidores. Queremos também que a Ordem se preocupe mais com as comarcas do Interior. Temos uma convicção pessoal de que é possível economizar 30% do que a atual gestão gasta. Também queremos criar um fundo de aposentadoria para os advogados. Além disso, eu entendo que a OAB não deve fazer campanha publicitária. Ela tem sido utilizada muito para a autopromoção. Está na hora de agradecer os serviços prestados e declarar que certas pessoas já estão aposentadas. É chegada a hora de dar oportunidade para outras pessoas, com visões diferentes. Vivemos hoje uma verdadeira oligarquia na entidade. Defendemos a não utilização de fundos privados nas campanhas para evitar o abuso do poder econômico. As eleições para a diretoria são feitas através das chamadas “chapas-caixão”, nas quais todos os membros da diretoria são eleitos junto com os membros do conselho. Antes, eram 42 titulares e 17 suplentes e, hoje, são 57 titulares e 57 suplentes. Você forma uma chapa com 125 nomes, e todos juntos são eleitos – quem vai dirigir e quem vai fiscalizar. Isso não funciona. Essa lógica tem que ser mudada, pois é totalmente antidemocrática.
Paulo Torelly – Na nossa proposta do decálogo da mudança, eu chamo a atenção para a necessidade de eleição direta para o Conselho Federal da OAB, proporcionalidade no número de votos de cada chapa na composição dos conselhos da Ordem e transparência no controle externo das contas – feita por um órgão independente. Também alertamos para as prerrogativas e para a falta de subseções em Porto Alegre. A OAB tem que ser de todos os advogados. O que vai acontecer nessa eleição é que os votos das três chapas que não obtiverem a maioria simples serão desprezados. É um sistema eleitoral majoritário. A OAB é controlada por um baronato da advocacia. Os grandes escritórios controlam a entidade e remuneram seus funcionários de forma paupérrima para que eles fiquem trabalhando em estruturas dimensionadas. A OAB não é nada mais e nada menos do que um órgão de regulação e autorregulação da profissão. Não pode haver uma hierarquia feudal dentro da entidade, na qual o dinheiro orienta o comando da própria estrutura. Nesta eleição, estamos lançando pela quarta vez uma candidatura que conta com a contribuição espontânea de cada advogado. O nosso orçamento não passa de R$ 30 mil. As outras chapas vão gastar em torno de R$ 500 mil. E, nisso, estão envolvidos interesses muito poderosos. (...)
CLIQUE AQUI para ler a íntegra da  entrevista com os candidatos a Presidência da OAB/RS.

*Via http://alfonsin.com.br/advogados-decidem-futuro-da-oabrs/

Muda OAB!


Obs.: O Editor do Blog identifica-se e também apóia a CHAPA 4 nas eleições para a Presidência da OAB/RS.

16 novembro 2012

LADY D'ARBANVILLE




CAT STEVENS - LADY D'ARBANVILLE (1970)

"(...) Minha Dama d'Arbanville, por que você dorme tão imóvel? / Eu te acordarei amanhã /  E você será meu tudo, sim, você será meu tudo. (...)"

Dois pesos, duas medidas...


Mensalão mineiro está parado há 7 anos no STF
Diário do Comércio - Uma ação civil com pedido de ressarcimento de dinheiro aos cofres públicos por fatos relacionados ao mensalão mineiro está há sete anos parada no Supremo Tribunal Federal (STF).
Nela, o Ministério Público pediu o bloqueio de bens até o limite de R$ 12 milhões do ex-governador, ex-presidente do PSDB e atual deputado federal  Eduardo Azeredo (na foto acima com o senador tucano Aécio Neves) e de outros dez requeridos – entre eles Marcos Valério Fernandes de Souza e o atual senador Clésio Andrade (PMDB-MG).
Além da ação civil, o suposto esquema de desvios de recursos públicos e de empréstimos fraudulentos para bancar a campanha à reeleição de Azeredo ao governo mineiro e de aliados em 1998 é alvo de três ações criminais – duas no STF e uma na Justiça mineira.
O relator da ação civil no caso é Carlos Ayres Britto, que se aposenta no domingo. O ministro indicado para substituí-lo deverá assumir a relatoria da ação, cujo prosseguimento aguarda, desde 2005, o julgamento pelo plenário de dois recursos de defensores.
A expectativa é que a ação civil do Mensalão mineiro só entre na pauta do Supremo após a conclusão do Mensalão federal.
Os procuradores e promotores apontam na ação civil que o governo de Minas autorizou de forma ilegal o pagamento de R$ 3 milhões das estatais Companhia Mineradora de Minas (Comig, atual Codemig) e Companhia de Saneamento do Estado (Copasa) para a SMPB, de Marcos Valério, com o objetivo de patrocinar o evento esportivo Enduro da Independência de 1998. Trata-se da maior parte do dinheiro do desvio apontado na ação do Mensalão mineiro. "O esquema delituoso verificado no ano de 1998 foi a origem e o laboratório" do Mensalão federal, segundo o ex-procurador-geral da República Antonio Fernandes de Souza.
A Promotoria de Defesa do Patrimônio Público também prepara nova ação contra réus do Mensalão mineiro, pedindo bloqueio de bens e a devolução de recursos públicos que saíram do antigo Banco do Estado de Minas Gerais (Bemge) e foram parar na campanha à reeleição de Azeredo.
Outros R$ 500 mil de empresas do grupo Bemge foram destinados supostamente para o patrocínio do Iron Biker, outro evento esportivo organizado pela SMPB. A ação deverá cobrar o ressarcimento, em valores corrigidos, de cerca de R$ 1,2 milhão. 
*Via Luis Nassif Online -  http://www.advivo.com.br -  Edição final deste blog

15 novembro 2012

O PT E O JULGAMENTO DA AP 470


NOTA DO PT 

O PT, amparado no princípio da liberdade de expressão, critica e torna pública sua discordância da decisão do Supremo Tribunal Federal que, no julgamento da Ação Penal 470, condenou e imputou penas desproporcionais a alguns de seus filiados.

1. O STF não garantiu o amplo direito de defesa

O STF negou aos réus que não tinham direito ao foro especial a possibilidade de recorrer a instâncias inferiores da Justiça. Suprimiu-lhes, portanto, a plenitude do direito de defesa, que é um direito fundamental da cidadania internacionalmente consagrado.

A Constituição estabelece, no artigo 102, que apenas o presidente, o vice-presidente da República, os membros do Congresso Nacional, os próprios ministros do STF e o Procurador Geral da República podem ser processados e julgados exclusivamente pela Suprema Corte. E, também, nas infrações penais comuns e nos crimes de responsabilidade, os ministros de Estado, os comandantes das três Armas, os membros dos Tribunais superiores, do Tribunal de Contas da União e os chefes de missão diplomática em caráter permanente.

Foi por esta razão que o ex-ministro Marcio Thomaz Bastos, logo no início do julgamento, pediu o desmembramento do processo. O que foi negado pelo STF, muito embora tenha decidido em sentido contrário no caso do “mensalão do PSDB” de Minas Gerais.

Ou seja: dois pesos, duas medidas; situações idênticas tratadas desigualmente.

Vale lembrar, finalmente, que em quatro ocasiões recentes, o STF votou pelo desmembramento de processos, para que pessoas sem foro privilegiado fossem julgadas pela primeira instância – todas elas posteriores à decisão de julgar a Ação Penal 470 de uma só vez.

Por isso mesmo, o PT considera legítimo e coerente, do ponto de vista legal, que os réus agora condenados pelo STF recorram a todos os meios jurídicos para se defenderem.

2. O STF deu valor de prova a indícios

Parte do STF decidiu pelas condenações, mesmo não havendo provas no processo. O julgamento não foi isento, de acordo com os autos e à luz das provas. Ao contrário, foi influenciado por um discurso paralelo e desenvolveu-se de forma “pouco ortodoxa” (segundo as palavras de um ministro do STF). Houve flexibilização do uso de provas, transferência do ônus da prova aos réus, presunções, ilações, deduções, inferências e a transformação de indícios em provas.

À falta de elementos objetivos na denúncia, deducões, ilações e conjecturas preencheram as lacunas probatórias – fato grave sobretudo quando se trata de ação penal, que pode condenar pessoas à privação de liberdade. Como se sabe, indícios apontam simplesmente possibilidades, nunca certezas capazes de fundamentar o livre convencimento motivado do julgador. Indícios nada mais são que sugestões, nunca evidências ou provas cabais.

Cabe à acusação apresentar, para se desincumbir de seu ônus processual, provas do que alega e, assim, obter a condenação de quem quer que seja. No caso em questão, imputou-se aos réus a obrigação de provar sua inocência ou comprovar álibis em sua defesa—papel que competiria ao acusador. A Suprema Corte inverteu, portanto, o ônus da prova.

3. O domínio funcional do fato não dispensa provas

O STF deu estatuto legal a uma teoria nascida na Alemanha nazista, em 1939, atualizada em 1963 em plena Guerra Fria e considerada superada por diversos juristas. Segundo esta doutrina, considera-se autor não apenas quem executa um crime, mas quem tem ou poderia ter, devido a sua função, capacidade de decisão sobre sua realização. Isto é, a improbabilidade de desconhecimento do crime seria suficiente para a condenação.

Ao lançarem mão da teoria do domínio funcional do fato, os ministros inferiram que o ex-ministro José Dirceu, pela posição de influência que ocupava, poderia ser condenado, mesmo sem provarem que participou diretamente dos fatos apontados como crimes. Ou que, tendo conhecimento deles, não agiu (ou omitiu-se) para evitar que se consumassem. Expressão-síntese da doutrina foi verbalizada pelo presidente do STF, quando indagou não se o réu tinha conhecimento dos fatos, mas se o réu “tinha como não saber”...

Ao admitir o ato de ofício presumido e adotar a teoria do direito do fato como responsabilidade objetiva, o STF cria um precedente perigoso: o de alguém ser condenado pelo que é, e não pelo que teria feito.

Trata-se de uma interpretação da lei moldada unicamente para atender a conveniência de condenar pessoas específicas e, indiretamente, atingir o partido a que estão vinculadas.

4. O risco da insegurança jurídica

As decisões do STF, em muitos pontos, prenunciam o fim do garantismo, o rebaixamento do direito de defesa, do avanço da noção de presunção de culpa em vez de inocência. E, ao inovar que a lavagem de dinheiro independe de crime antecedente, bem como ao concluir que houve compra de votos de parlamentares, o STF instaurou um clima de insegurança jurídica no País.

Pairam dúvidas se o novo paradigma se repetirá em outros julgamentos, ou, ainda, se os juízes de primeira instância e os tribunais seguirão a mesma trilha da Suprema Corte.

Doravante, juízes inescrupulosos, ou vinculados a interesses de qualquer espécie nas comarcas em que atuam poderão valer-se de provas indiciárias ou da teoria do domínio do fato para condenar desafetos ou inimigos políticos de caciques partidários locais.

Quanto à suposta compra de votos, cuja mácula comprometeria até mesmo emendas constitucionais, como as das reformas tributária e previdenciária, já estão em andamento ações diretas de inconstitucionalidade, movidas por sindicatos e pessoas físicas, com o intuito de fulminar as ditas mudanças na Carta Magna.

Ao instaurar-se a insegurança jurídica, não perdem apenas os que foram injustiçados no curso da Ação Penal 470. Perde a sociedade, que fica exposta a casuísmos e decisões de ocasião. Perde, enfim, o próprio Estado Democrático de Direito.

5. O STF fez um julgamento político

Sob intensa pressão da mídia conservadora—cujos veículos cumprem um papel de oposição ao governo e propagam a repulsa de uma certa elite ao PT - ministros do STF confirmaram condenações anunciadas, anteciparam votos à imprensa, pronunciaram-se fora dos autos e, por fim, imiscuiram-se em áreas reservadas ao Legislativo e ao Executivo, ferindo assim a independência entre os poderes.

Único dos poderes da República cujos integrantes independem do voto popular e detêm mandato vitalício até completarem 70 anos, o Supremo Tribunal Federal - assim como os demais poderes e todos os tribunais daqui e do exterior - faz política. E o fez, claramente, ao julgar a Ação Penal 470.

Fez política ao definir o calendário convenientemente coincidente com as eleições. Fez política ao recusar o desmembramento da ação e ao escolher a teoria do domínio do fato para compensar a escassez de provas.

Contrariamente a sua natureza, de corte constitucional contra-majoritária, o STF, ao deixar-se contaminar pela pressão de certos meios de comunicação e sem distanciar-se do processo político eleitoral, não assegurou-se a necessária isenção que deveria pautar seus julgamentos.

No STF, venceram as posições políticas ideológicas, muito bem representadas pela mídia conservadora neste episódio: a maioria dos ministros transformou delitos eleitorais em delitos de Estado (desvio de dinheiro público e compra de votos).

Embora realizado nos marcos do Estado Democrático de Direito sob o qual vivemos, o julgamento, nitidamente político, desrespeitou garantias constitucionais para retratar processos de corrupção à revelia de provas, condenar os réus e tentar criminalizar o PT. Assim orientado, o julgamento convergiu para produzir dois resultados: condenar os réus, em vários casos sem que houvesse provas nos autos, mas, principalmente, condenar alguns pela “compra de votos” para, desta forma, tentar criminalizar o PT.

Dezenas de testemunhas juramentadas acabaram simplesmente desprezadas. Inúmeras contraprovas não foram sequer objeto de análise. E inúmeras jurisprudências terminaram alteradas para servir aos objetivos da condenação.

Alguns ministros procuraram adequar a realidade à denúncia do Procurador Geral, supostamente por ouvir o chamado clamor da opinião pública, muito embora ele só se fizesse presente na mídia de direita, menos preocupada com a moralidade pública do que em tentar manchar a imagem histórica do governo Lula, como se quisesse matá-lo politicamente. O procurador não escondeu seu viés de parcialidade ao afirmar que seria positivo se o julgamento interferisse no resultado das eleições.

A luta pela Justiça continua

O PT envidará todos os esforços para que a partidarização do Judiciário, evidente no julgamento da Ação Penal 470, seja contida. Erros e ilegalidades que tenham sido cometidos por filiados do partido no âmbito de um sistema eleitoral inconsistente - que o PT luta para transformar através do projeto de reforma política em tramitação no Congresso Nacional - não justificam que o poder político da toga suplante a força da lei e dos poderes que emanam do povo.

Na trajetória do PT, que nasceu lutando pela democracia no Brasil, muitos foram os obstáculos que tivemos de transpor até nos convertermos no partido de maior preferência dos brasileiros. No partido que elegeu um operário duas vezes presidente da República e a primeira mulher como suprema mandatária. Ambos, Lula e Dilma, gozam de ampla aprovação em todos os setores da sociedade, pelas profundas transformações que têm promovido, principalmente nas condições de vida dos mais pobres.

A despeito das campanhas de ódio e preconceito, Lula e Dilma elevaram o Brasil a um novo estágio: 28 milhões de pessoas deixaram a miséria extrema e 40 milhões ascenderam socialmente.

Abriram-se novas oportunidades para todos, o Brasil tornou-se a 6a.economia do mundo e é respeitado internacionalmente, nada mais devendo a ninguém.

Tanto quanto fizemos antes do início do julgamento, o PT reafirma sua convicção de que não houve compra de votos no Congresso Nacional, nem tampouco o pagamento de mesada a parlamentares. Reafirmamos, também, que não houve, da parte de petistas denunciados, utilização de recursos públicos, nem apropriação privada e pessoal.

Ao mesmo tempo, reiteramos as resoluções de nosso Congresso Nacional, acerca de erros políticos cometidos coletiva ou individualmente.

É com esta postura equilibrada e serena que o PT não se deixa intimidar pelos que clamam pelo linchamento moral de companheiros injustamente condenados. Nosso partido terá forças para vencer mais este desafio. Continuaremos a lutar por uma profunda reforma do sistema político - o que inclui o financiamento público das campanhas eleitorais - e pela maior democratização do Estado, o que envolve constante disputa popular contra arbitrariedades como as perpetradas no julgamento da Ação Penal 470, em relação às quais não pouparemos esforços para que sejam revistas e corrigidas.

Conclamamos nossa militância a mobilizar-se em defesa do PT e de nossas bandeiras; a tornar o partido cada vez mais democrático e vinculado às lutas sociais. Um partido cada vez mais comprometido com as transformações em favor da igualdade e da liberdade.

São Paulo, 14 de novembro de 2012.

Comissão Executiva Nacional do PT.

Fonte: http://www.pt.org.br