31 outubro 2018

Resolução da Comissão Executiva Nacional do PT

Por uma frente de resistência pela democracia e pelos direitos do povo

A candidatura de Fernando Haddad e Manuela D’Ávila, representantes da democracia e do projeto de desenvolvimento com inclusão social inaugurado no governo do ex-presidente Lula, recebeu a votação de mais de 47 milhões de eleitores. Elegemos a maior bancada na Câmara dos Deputados e uma das maiores representações nas Assembleias Legislativas, quatro governadores do PT e muitos de partidos aliados.
Agradecemos a todos os militantes do PT, do PCdoB, do PSB, do PROS, do PSOL, do PCO e de todos de outros partidos que votaram em Haddad em defesa da democracia e dos direitos do povo. Neste segundo turno, formou-se uma verdadeira frente democrática, em defesa do estado de direito e da civilização, ameaçados pela candidatura fascista de Jair Bolsonaro; uma frente que contribuiu para manter acesa a luta pelo progresso e pela justiça social.
O processo eleitoral foi marcado, desde o início, pela violência e pelo ódio político, a começar pela cassação da candidatura do ex-presidente Lula. A cúpula do Judiciário ignorou uma determinação da ONU sobre o direito de Lula ser candidato. E foi incapaz de conter a indústria de mentiras nas redes sociais financiadas pelo caixa 2 de Jair Bolsonaro. Pela primeira vez desde a redemocratização tivemos uma eleição sem debates no segundo turno.
Diante da sociedade brasileira e dos observadores internacionais, que testemunharam os desvios e violência desta campanha, a Justiça Eleitoral e o Supremo Tribunal Federal têm o dever de investigar as ocorrências denunciadas pela população, pela imprensa e pelo PT na campanha de Jair Bolsonaro.
O PT e Fernando Haddad continuarão ao lado dos trabalhadores, do povo sofrido, da soberania do Brasil e da democracia, como sempre esteve há quase 40 anos. Vamos defender os movimentos sociais, como o MST e o MTST, e as pessoas que pensam ou são diferentes de Bolsonaro: os negros, os indígenas, o povo LGBTI. Contra a violência que já se mostrou por agressões e até assassinatos de quem se opôs à candidatura Bolsonaro.
Vamos resistir à reforma da Previdência que Michel Temer e Jair Bolsonaro querem fazer, contra os aposentados e os trabalhadores. Resistir à entrega do patrimônio nacional, das empresas estratégicas, das riquezas naturais do Brasil aos interesses estrangeiros. Vamos resistir à submissão do país aos Estados Unidos. Nossa bandeira é a do Brasil. Nunca beijaremos a bandeira dos Estados Unidos como fez Bolsonaro.
Vamos resistir à extinção do Ministério do Meio Ambiente e a todos os retrocessos que atingem a agricultura familiar, os direitos de negros e mulheres, a valorização da Cultura e dos direitos humanos
Diante das ameaças às organizações e à integridade física de quem defende a democracia, inclusive com um ataque organizado às universidades, vamos construir uma frente de resistência pelas liberdades democráticas, de organização e de expressão.
Vamos criar uma Rede Democrática de Proteção Solidária, com o lema “Você não está só”, reunindo advogados voluntários para reagir aos casos de violação dos direitos humanos e direitos civis, de violação às liberdades de organização, de imprensa e de expressão.
Vamos reforçar a campanha Lula Livre no Brasil e no exterior, não só para fazer justiça a quem foi condenado e preso arbitrariamente, mas porque esta campanha simboliza a defesa da liberdade, da democracia e dos direitos humanos.
Convocamos os diretórios regionais e municipais a se integrar com os movimentos sociais, a Frente Brasil Popular e a Frente Povo Sem Medo, organizando plenárias de articulação da resistência a partir de amanhã.
A eleição de um aventureiro fascista é fruto de uma campanha de ódio e de mentiras, que nos últimos anos manipulou o desespero e a insegurança da população.
Vamos resistir numa grande frente pela democracia e pelos direitos do povo.
São Paulo, 30 de outubro de 2018

30 outubro 2018

Tempestade





Na confusão do mais horrendo dia,

Painel da noite, em tempestade brava,

De fogo e ar o ser se embaraçava,

De terra e ar o ser se confundia. 


Bramava o mar, o vento embravecia, 

A noite em dia, enfim, se equivocava, 

E com estrondo horrível se assombrava 

A terra, e se abalava, e se estremecia... 


Desde os altos aos côncavos rochedos,

Desde o centro aos mais altos obeliscos,

Houver temor nas nuvens e penedos; 


Pois dava o céu, ameaçando riscos,

Com assombros, com pasmos e com medos,

Relâmpagos, trovões, raios, coriscos... 


                       Gregório de Matos Guerra


Do livro: Os cem melhores sonetos brasileiros, Livraria Freitas Bastos, 4ª ed., 1941

“Verás que um professor não foge à luta!”: Haddad agradece e faz chamado de coragem


Candidato se colocou à disposição para a luta contra o retrocesso, a violência e os ataques à democracia: “Nós não vamos deixar este país ir para trás”

Findadas as eleições presidenciais de 2018, o candidato Fernando Haddad fez um pronunciamento aos brasileiros. O candidato fez um chamado de coragem aos mais de 45 milhões de eleitores que se opuseram ao autoritarismo e violência representados pela candidatura adversária.

Ele se colocou à disposição para a luta contra o retrocesso e os ataques à democracia, em um discurso espontâneo aclamado pelos apoiadores que acompanhavam a apuração, em São Paulo. “Coloco a minha vida à disposição desse país, e tenho certeza de que falo a milhões de pessoas.”

Agradeceu a militância aguerrida, grande responsável pelo crescimento nas vésperas do pleito. “Gente que saiu às ruas, passou a panfletar no país inteiro, passou a dialogar e reverter o quadro que se anunciava na primeira semana do primeiro turno.”

Também lembrou que o Brasil já enfrente há alguns anos a fragilidade das instituições, refletidas no golpe contra Dilma Roussefff e na prisão de Lula, impedido de registrar sua candidatura, contrariando recomendações da ONU. E que a luta é por democracia e soberania continua.

“Daqui a quatro anos teremos uma nova eleição. Temos que garantir as instituições e não vamos deixar de exercer nossa cidadania. Talvez o Brasil nunca tenha precisado tanto do exercício da nossa cidadania como agora. E quero dizer que senti uma angústia e um medo em muitas pessoas. Não tenham medo. Nós estaremos aqui, estaremos juntos. Vamos abraçar a causa de vocês. Coragem. Viva o Brasil!”

Confira os principais trechos:


“Aprendi o valor da coragem para defender a justiça a qualquer preço, aprendi que a coragem é um valor muito grande em sociedade, e que a gente depende dela.

Uma parte expressiva do povo brasileiro precisa ser respeitada nesse momento. Diverge da maioria e tem uma visão diferente do Brasil.

Gente que saiu às ruas, passou a panfletar no país inteiro, passou a dialogar e reverter o quadro que se anunciava na primeira semana do primeiro turno.

Vivemos um período já longo, em que as instituições são colocadas a prova a todo instante. A começar em 2016, com a derrubada da presidenta Dilma e com a prisão do presidente Lula.

Fomos a todos os rincões levar a mensagem que precisávamos levar. Que a soberania e a democracia estão acima de todos nós. Entendemos a democracia não só do ponto de vista formal, são os direitos civis, políticos e trabalhistas que estão em jogo nesse momento. Temos uma tarefa enorme, que é defender os interesses e os pensamentos desses 45 milhões que nos acompanharam até aqui. Nós temos um compromisso com a prosperidade do país (…) e temos que fazer oposição.

Nós não vamos deixar este país ir para trás. Nós vamos colocá-lo acima de tudo e vamos defender os nossos pontos de vista, respeitando a democracia, respeitando as instituições, mas sem deixar de colocar nosso ponto de vista, sobre tudo que está em jogo no Brasil.

Verás que um professor não foge à luta! (…) Temos uma longa trajetória e reconhecemos a cidadania, não vamos deixar esse país para trás. Vamos colocar nosso ponto de vista em todo. Vamos reconectando com as bases, nos reconectando com os pobres desses país.

Daqui a quatro anos teremos uma nova eleição. Temos que garantir as instituições e não vamos deixar de exercer nossa cidadania. Talvez o Brasil nunca tenha precisado tanto do exercício da nossa cidadania como agora. E quero dizer que senti uma angústia e um medo em muitas pessoas. Não tenham medo. Nós estaremos aqui, estaremos juntos. Vamos abraçar a causa de vocês. Coragem. Viva o Brasil!”


*Grifos deste Blog

29 outubro 2018

Não há barbárie que dure para sempre


Por Valter Pomar*
O TSE acaba de informar que o candidato da extrema-direita ganhou as eleições presidenciais de 2018, com 10 milhões de votos de vantagem.
Nossa resposta é: resistiremos.
O Brasil tem mais de 200 milhões de habitantes e mais de 140 milhões de eleitores.
O neofascista e ultraliberal não tem o apoio da maioria do povo brasileiro.
A votação em Haddad é um dos muitos indicadores de que, contra o neofascismo e o ultraliberalismo, haverá muita resistência.
Não devemos ter ilusões: a extrema-direita já demonstrou estar disposta a implementar, mesmo que a ferro e fogo, seu programa ultraliberal e antidemocrático.
E um dos principais obstáculos para isso é e continuará sendo o conjunto das organizações da esquerda brasileira, com destaque para o PT, a CUT, o MST, a UNE e a Frente Brasil Popular.
Foram estas forças que vertebraram a luta contra o golpe e contra a extrema-direita.
No curto prazo, caberá a estas organizações:
a/contribuir na resistência democrática e popular contra o neofascismo e o ultraliberalismo, mobilizando imediatamente contra o que tentará fazer Temer, no apagar das luzes de seu governo golpista;
b/reforçar as medidas em defesa dos direitos humanos, da vida e da integridade de seus militantes, atividades e sedes, impedindo que a violência combinada de grupos para-militares e a cumplicidade ativa ou passiva de setores do aparato judicial e de segurança destruam, intimidem e/ou desorganizem o funcionamento da esquerda brasileira;
c/formular uma estratégia e um modelo organizativo adequados ao novo momento histórico, articulando partidos e movimentos, bancadas parlamentares e governos liderados pelo PT e aliados, em uma frente democrática e popular em defesa das liberdades democráticas e dos direitos econômicos e sociais do povo;
d/retomar com toda energia a campanha Lula Livre.
No médio e longo prazos, o êxito da resistência, a derrota do neofascismo ultraliberal, a reconquista do governo federal, a luta por transformações democrático populares e socialistas, dependerão de que percebamos que não estamos em 1968, nem em 1987 ou 1995.
A estratégia adotada pela maior parte da esquerda brasileira, nos momentos citados, não é adequada para o momento que teve início na noite de 28 de outubro.
Um dos maiores desafios do PT será ajudar a construir e implementar uma linha política estratégica e uma conduta cotidiana à altura desta nova situação histórica.
As vitórias da extrema-direita nos estados de SP, RJ e MG, bem como a força da centro-esquerda e do PT no Nordeste precisam ser objeto de análise detida.
Nossa linha política deve dar grande destaque à questão regional, que sobressai a cada eleição.
Nossa linha também deverá combinar, de maneira adequada, a luta em defesa das liberdades democráticas, com a defesa dos interesses econômicos e sociais das classes trabalhadoras, evitando tanto o economicismo quanto a defesa “em abstrato” da “democracia”.
E nossa linha inclui continuar defendendo e construindo o Partido dos Trabalhadores.
O Partido dos Trabalhadores foi construído em 1980, na luta contra a ditadura e a “transição conservadora”.
Em 1989 quase ganhamos à presidência da República. Nos anos 1990 estivemos na linha de frente da oposição ao neoliberalismo.
De 2002 a 2016 governamos o Brasil. Desde então, lutamos contra o golpe e lideramos o enfrentamento contra o neofascismo.
Essa trajetória nos converte, automaticamente, em inimigo principal do governo que tomará posse em janeiro de 2019.
Terão continuidade a perseguição midiática, o arbítrio judicial e as violências paramilitares.
Tentarão invibializar nosso funcionamento, dividir nossas fileiras e, inclusive, cassar nossa legenda.
Só derrotaremos estas e outras agressões — a começar pela prisão política de Lula — se mantivermos uma linha política correta, o que inclui reconstruir os nossos vínculos com setores da classe trabalhadora que se distanciaram de nós.
Faz parte da defesa do PT o balanço de nossa campanha eleitoral.
Balanço dos acertos (entre os quais destacamos a defesa até o limite da candidatura de Lula), dos erros políticos (entre os quais destacamos o tempo gasto e as concessões feitas no sentido de atrair setores de “centro”, quando mais importante teria sido priorizar a desconstrução de Bolsonaro e a conquista do voto popular) e organizativos (onde se destaca o atraso com que se enfrentou o tema da comunicação nas chamadas redes sociais).
Ao fazer o balanço da campanha presidencial, articulado ao balanço das campanhas para governador, senado e proporcionais, devemos ser os primeiros a apontar nossos erros.
Entre eles, o de não termos conseguido impedir, nem reverter, a conquista de parcelas das classes trabalhadoras pelo discurso neofascista e ultraliberal.
Ao reconhecer erros, não nos furtaremos a desmascarar aqueles que criticam e pedem autocrítica do PT apenas para esconder a contribuição que deram, por ação ou omissão, para o crescimento político e eleitoral da extrema-direita. Inclusive, em alguns casos, não tomando posição explícita na reta final do segundo turno.
A covardia destes contrasta com a valentia de milhares de “famosos” e milhões de “anônimos” que dedicaram tempo, suor e saliva para impedir a catástrofe.
A militância do PT ocupou seu lugar na primeira fila no combate contra o neofascismo ultraliberal.
O PT deve estar aberto para acolher a militância que despertou para a luta desde o golpe, bem como aquela que hoje está abrigada em outros espaços, como o MST e organizações próximas.
No caso do PCdoB, o PT deve abrir um diálogo que permita a este partido contornar os problemas criados pela cláusula de barreira.
Diálogo similar deve ser feito no terreno sindical e das frentes Brasil Popular e Povo Sem Medo, na perspectiva de unificar ao máximo que for possível as forças da esquerda.
O candidato neofascista e ultraliberal ganhou na apuração dos votos, com o apoio da fraude, do arbítrio, da mentira, do abuso de poder econômico e da manipulação midiática.
O período que se inaugura será de imensos desafios e dificuldades. Sem subestimar as dificuldades do governo da extrema-direita, tampouco devemos minimizar o tempo e o esforço que serão necessários para derrotá-lo.
Mas a vitória é possível, se ao lado de uma linha política correta, formos capazes de nos manter como expressão do povo consciente e que luta, da classe trabalhadora, dos movimentos populares e sindical, da cidadania democrática e da militância de esquerda. E se formos capazes de continuar construindo o Partido dos Trabalhadores.
*Valter Pomar (foto) é membro da Direção Nacional do PT. Via Viomundo - Edição deste Blog

28 outubro 2018

Haddad se apresenta como líder da oposição a Bolsonaro



Fernando Haddad, fez um discurso forte pouco depois de 20h em São Paulo no qual, com uma frase tomada do hino nacional brasileiro, apresentou-se como um dos líderes da frente de oposição ao governo Bolsonaro: "verás que um professor não foge à luta" -em seguida, citou literalmente o hino: "nem teme quem te adora, a própria morte"; foi uma uma referência indireta ao fascismo que, historicamente, tem a morte como um de seus símbolos; Haddad disse que não é hora de "aceitar provocações nem ameaças" e nem "deixar nosso país para trás"; afirmou ainda que está "à disposição do país" e que, "como milhões de pessoas, coloco o país acima do meu bem-estar". CLIQUE AQUI para continuar lendo (via 247)

27 outubro 2018

Pesquiza Vox 247: Haddad empata, tem 50% e disputa será voto a voto



247 - Pesquisa Vox 247 realizada neste sábado 27 aponta empate entre Fernando Haddad (PT) e Jair Bolsonaro (PSL), apontando para uma virada real neste domingo 28, data da votação do segundo turno.

Nos votos totais, as intenções de voto são de exatamente a 43% a 43%. Ninguém/Brancos/Nulos são 9% e "não sabe" ou "não respondeu", 5%.

Nos votos válidos, os percentuais são de exatamente 50% a 50%.

Os votos espontâneos para presidente, quando os eleitores citam o nome do candidato espontaneamente, são de 51% a 49% para Bolsonaro.

Esta pesquisa foi registrada junto à Justiça Eleitoral no dia 21 de outubro, sob o número BR-09614/2018. Foram entrevistados 2.000 eleitores de 16 anos ou mais, em 121 municípios. A margem de erro é de 2,2 pontos percentuais, estimada em um intervalo de confiança de 95%.

A pesquisa Vox 247 foi a segunda encomendada pela Editora 247 ao instituto Vox Populi financiada totalmente por eleitores, membros da comunidade 247, assinantes solidários ou não do portal e da TV 247. Para isso, foi aberta uma campanha de financiamento coletivo no site Catarse, ainda aberta.

A pesquisa Vox 247 do dia 6 de outubro, véspera da votação do primeiro turno, foi a que mais se aproximou do resultado das urnas no primeiro turno das eleições de 2018, em comparação às dos outros dois institutos de pesquisa mais tradicionais do país, o Ibope e o Datafolha. - via https://www.brasil247.com

Multidão vai às ruas para apoiar Haddad em Salvador


“Está tendo uma grande reviravolta nessa eleição, começou por São Paulo, minha cidade. Lá, nós ultrapassamos Bolsonaro e isso está acontecendo em todas as capitais", disse Fernando Haddad


Salvador antecipou o Carnaval para receber a visita de Fernando Haddad, candidato à presidência da República da coligação “O Povo Feliz de Novo”. A capital da Bahia se vestiu de festa e milhares de pessoas seguiram o petista pelas ruas da cidade, provando, mais uma vez, o apoio maciço da região Nordeste à candidatura de Haddad. CLIQUE AQUI para continuar lendo e assistir ao vídeo (via Revista Forum)

26 outubro 2018

‘Não aceitamos exílio nem prisão, nossa opção é a rua’, diz Boulos em Porto Alegre


Foto: Guilherme Santos/Sul21

Por Débora Fogliatto, no Sul21*

O viaduto do Brooklyn, próximo ao campus central da UFRGS, têm sido palco de diversas manifestações culturais, rodas de samba, confraternizações e mobilizações políticas. Nesta quinta-feira (25), o local foi tomado por milhares de pessoas que se reuniram para ver e ouvir Guilherme Boulos (PSOL), que concorreu à presidência do Brasil, juntamente com Tarso Genro (PT), ex-governador do Rio Grande do Sul, Fernanda Melchionna (PSOL), vereadora de Porto Alegre e deputada federal eleita, e Maria do Rosário (PT), deputada federal.

O vão do viaduto localizado na avenida João Pessoa foi escolhido como palco do ato pela democracia, organizado pela Frente Povo Sem Medo, após a Justiça Eleitoral proibir que fosse realizado nas dependências da Universidade Federal do Rio Grande do Sul (UFRGS). O evento se colocava como uma atividade “contra o fascismo, pela democracia”, e o Tribunal Regional Eleitoral (TRE) acatou o argumento de que se trataria de um ato favorável à candidatura de Fernando Haddad (PT) e contrário a Jair Bolsonaro (PSL).

Esse teor não foi negado por nenhum dos palestrantes, que deixaram explícito que Haddad é o candidato que representa a continuidade democrática, enquanto com Bolsonaro haveria a ameaça de uma ditadura. “Se a decisão judicial disse que uma aula sobre fascismo era uma campanha eleitoral, é porque está identificando que entre os candidatos há um fascista”, apontou Tarso Genro.

Para o ex-governador, “estamos atravessando um período histórico inédito”, pois nesse momento o fascismo vem da própria sociedade, através da manipulação feita pela mídia e pelos empresários que querem a vitória de Bolsonaro. Segundo ele, os apoiadores do fascismo “querem destruir o Estado democrático de direito porque querem destruir na sociedade a possibilidade das relações humanas, da solidariedade e da justiça”. “A luta social se dá em termos de civilização ou barbárie, democracia ou ditadura, liberdade ou fascismo. E nós estamos do lado da liberdade”, afirmou Tarso. (...)

Recebido com aplausos e gritos pela plateia, Boulos começou sua fala mencionando a decisão judicial que proibiu que o ato acontecesse dentro da UFRGS. “A gente faz aqui fora, a gente é da rua. A rua é a nossa casa”, disse. Ele lembrou a luta de Leonel Brizola pela legalidade, destacando que “do Sul vem muita resistência”, a qual irá fazer com que haja uma virada favorecendo Haddad até domingo. Ao mencionar os outros políticos presentes no evento, destacou a luta de Maria do Rosário na Câmara contra Bolsonaro.

Em uma fala esperançosa, em que afirmou que a campanha a favor de Haddad está “virando votos todos os dias”, ele criticou declarações recentes do candidato do PSL, que disse representar “a continuidade mais perversa dos golpes que foram dados nesse país, do golpe que colocou Temer no governo, que aprovou uma agenda anti-popular, do golpe que prendeu Lula de maneira ilegal e arbitrária. Mas mais do que isso, ele representa o retorno a um passado sombrio, de ditadura, de tortura, de prisões políticas”. (...)

-*Continue lendo clicando AQUI

BOLSONARO DESABOU PORQUE ELEITOR DESCOBRIU NELE UM PROJETO DE DITADOR




Os diretores do Datafolha Mauro Paulino e Alessandro Janoni afirmam que o presidenciável Jair Bolsonaro apresenta tendência de queda em quase todos os segmentos socioeconômicos e demográficos; eles ressaltam que, apesar de cair em maior proporção entre os jovens, o deputado também desabou em estratos onde costumava ter desempenho positivo como no Sul, entre os homens, entre os mais escolarizados e, surpreendentemente, entre os mais ricos; Paulino e Janoni ainda destacam que o 'viés ditatorial' do candidato foi 'descoberto' pelo eleitor nessa reta final e que há chances consideráveis de a tendência de queda em sua candidatura se prolongar até o dia da votação.

CLIQUE AQUI para ler na íntegra (via 24/7)

25 outubro 2018

Não adianta pedir desculpas daqui a 50 anos


Por Eleonora de Lucena, na Folha de SP*
Ninguém poderá dizer que não sabia. É ditadura, é tortura, é eliminação física de qualquer oposição, é entrega do país, é domínio estrangeiro, é reino do grande capital, é esmagamento do povo. É censura, é fim de direitos, é licença para sair matando.
As palavras são ditas de forma crua, sem tergiversação –com brutalidade, com boçalidade, com uma agressividade do tempo das cavernas. Não há um mísero traço de civilidade. É tacape, é esgoto, é fuzil.
Para o candidato-nojo, é preciso extinguir qualquer legado do iluminismo, da Revolução Francesa, da abolição da escravatura, da Constituição de 1988.
Envolta em ódios e mentiras, a eleição encontra o país à beira do abismo. Estratégico para o poder dos Estados Unidos, o Brasil está sendo golpeado. As primeiras evidências apareceram com a descoberta do pré-sal e a espionagem escancarada dos EUA. Veio a Quarta Frota, 2013. O impeachment, o processo contra Lula e sua prisão são fases do mesmo processo demolidor das instituições nacionais.
Agora que removeram das urnas a maior liderança popular da história do país, emporcalham o processo democrático com ameaças, violências, assassinatos, lixo internético. Estratégias já usadas à larga em outros países. O objetivo é fraturar a sociedade, criar fantasmas, espalhar medo, criar caos, abrir espaço para uma ditadura subserviente aos mercados pirados, às forças antipovo, antinação, anticivilização.
O momento dramático não permite omissão, neutralidade. O muro é do candidato da ditadura, da opressão, da violência, da destruição, do nojo.
É urgente que todos os democratas estejam na trincheira contra Jair Bolsonaro. Todos. No passado, o país conseguiu fazer o comício das Diretas. Precisamos de um novo comício das Diretas.
O antipetismo não pode servir de biombo para mergulhar o país nas trevas.
Por isso, vejo com assombro intelectuais e empresários se aliarem à extrema direita, ao que há de mais abjeto. Perderam a razão? Pensam que a vida seguirá da mesma forma no dia 29 de outubro caso o pior aconteça? Esperam estar livres da onda destrutiva que tomará conta do país? Imaginam que essa vaga será contida pelas ditas instituições –que estão esfarrapadas?
Os arrivistas do mercado financeiro festejam uma futura orgia com os fundos públicos. Para eles, pouco importam o país e seu povo. Têm a ilusão de que seus lucros estarão assegurados com Bolsonaro. Eles e ele são a verdadeira escória de nossos dias.
A eles se submete a mídia brasileira, infelizmente. Aturdida pelo terremoto que os grandes cartéis norte-americanos promovem no seu mercado, embarcou numa cruzada antibrasileira e antipopular. Perdeu mercado, credibilidade, relevância. Neste momento, acovardada, alega isenção para esconder seu apoio envergonhado ao terror que se avizinha.
Este jornal escreveu história na campanha das Diretas. Depois, colocou-se claramente contra os descalabros de Collor. Agora, titubeia –para dizer o mínimo. A defesa da democracia, dos direitos humanos, da liberdade está no cerne do jornalismo.
Não adianta pedir desculpas 50 anos depois.
*Via Tijolaço - Grifos deste Blog

CUT/Vox Populi: com apenas 5 pontos de diferença, virada está no horizonte



A nova rodada da pesquisa CUT/Vox Populi realizada nos dias 22 e 23 (terça e quarta) apresenta números idênticos ao do levantamento realizado nos dias 16 e 17; a diferença entre Haddad e Bolsonaro é de apenas 5 pontos nos votos totais e 6 pontos nos válidos; 44% para Bolsonaro e 39% para Haddad nos votos totais e 53% a 47% nos válidos.

CLIQUE AQUI para ler na íntegra (via 247)

23 outubro 2018

Sem medo, somos muitos mais



Temos ainda um trunfo nestes últimos dias, mesmo quando uma imprensa vil e uma Justiça acovardada fazem tudo parecer perdido.
Explico os adjetivos, antes de falar do trunfo.
Imprensa vil, sim, porque premia com o cancelamento do último debate entre os candidatos aquele que quer se esconder, fugir, alegando inconveniências médicas que não existem quando vai visitar quartéis e delegacias, numa afronta à lei eleitoral e ao apartidarismo necessários a órgãos públicos como estes.
Justiça acovardada porque, diante das bofetadas desferidas pelo “garoto” de 1,8 milhões de votos gagueja defesas formais e inefetivas.
Mas nossos trunfos residem, justamente, em sermos diferentes desta gente.
O que nos anima não são cargos, não é dinheiro, muito menos é a morte, a violência, o sofrimento de quem quer que seja.
A ideia de banir brasileiros deste país é, para nós, tão sórdida que nem para os que ameaçam ser estes algozes a queremos.
Nós temos os olhos no futuro, eles os têm num passado que – pior ainda – nunca existiu.
Nós queremos unir, convencer, reconhecemos erros – embora todos os críticos calem sobre os acertos – e colocamos os interesses da coletividade acima dos nossos.
Eles carregam o egoísmo como marca.
Nós reclamamos da Justiça, até nos termos mais duros, mas respeitamos a lei
O líder fascista não respeita a lei, como diz muito bem o jornalista José Roberto de Toledo: “ele é a lei”. “Quem diverge do líder fascista não é, portanto, opositor, mas criminoso. Como criminoso, não tem direitos, mas três destinos: cadeia, banimento ou coisa pior”.
É por isso que você pode falar àquelas pessoas que ainda não estão mortalmente contaminadas pelo ódio.
Fale, converse, apele se necessário. Invoque o direito de todos a viverem com liberdade, a viverem no Brasil e, até mesmo, a viverem sem serem massacrados por bordunas ou balas.
Pergunte aos seu interlocutor se ele acha que, depois de entrarem nos palácios, fuzis e baionetas vão se retirar calmamente ao final de seu turno.
Indague se ele se sentirá seguro com uma polícia com licença para matar quando quiser.
Questione se pode defender a vida e a família aquele que faz apologia da morte, da tortura, do estupro, de sandices do tipo “matar 30 mil”.
Use a razão. Pergunte o que é melhor, correr o risco de errar e poder consertar ou errar e nunca mais ter o direito de discordar.
Nós podemos falar, eles só podem rosnar, como o próprio Bolsonaro está fazendo e, nas poucas vezes em que é confrontado, foge e silencia.
Peça um voto pela vida, deixe que eles o peçam pela morte.
...
*Nota do Editor do Blog: A postagem acima é do jornalista Fernando Brito (RJ), Editor do Blog Tijolaço (fonte desta postagem)  Grifos deste Blog.
**Este Editor assina embaixo. (Júlio Garcia)   
 E.T.: Fernando Brito não é filiado ao PT.

22 outubro 2018

Deputado do PT pede a prisão de Jair Bolsonaro



O deputado federal Jorge Solla (PT-BA) ingressou nesta segunda-feira (22) com uma representação na Procuradoria Geral da República (PGR) contra o candidato a presidente Jair Bolsonaro (PSL) por crime contra a Segurança Nacional, requerendo sua prisão imediata. Neste domingo (21), Bolsonaro afirmou, em vídeo, que caso eleito iria perseguir os opositores políticos de esquerda. "A faxina agora será muito mais ampla (... ) Ou vão pra fora ou vão pra cadeia. Esses marginais vermelhos serão banidos de nossa pátria", disse.

"Defender a prisão ou a expulsão do país de opositores políticos está fora do ordenamento jurídico brasileiro, é uma clara manifestação pública que tenta legitimar através do voto, por exposto em campanha eleitoral, ações que confrontam com a Constituição Brasileira e que possuem caráter arbitrário e persecutório só possíveis em regimes ditatoriais", disse o parlamentar, no texto enviado à PGR.

O deputado [na foto acima, à esquerda do 'coiso'] pediu a investigação e punição de Bolsonaro nas linhas dos artigos 1º, II e III, 22, I, 26, parágrafo único, 28 e 31, II, todos da Lei nº 7.170/83, que define os crimes contra a segurança nacional, a ordem política e social.

Número da manifestação: 20180117363
Chave de Consulta: 93b407b127cb8f5da87c2aaf8186d33a
Data da manifestação: 22/10/2018


AMEAÇA TAMBÉM É DENUNCIADA

Em outra representação à PGR, Solla também pede investigação de um eleitor de Bolsonaro, Marcos Filho, que em sua conta no Facebook ameaçou de dar uma facada no petista, em comentário numa postagem que parabenizava os médicos pela passagem do seu dia. "Vms dar uma facada na sua barriga e ver ser você se recupera em 1 mês boraaaa? Vms vai ser legal kkk".

"Não é só por mim, é por toda a militância de esquerda, por todas as minorias políticas, por todos os brasileiros que estão sendo intimidados pelos fascistas que agem legitimados no discurso de ódio de Bolsonaro. Eles precisam saber que vamos reagir, que não vamos aceitar calados. Quem comete crime precisa pagar, precisa responder. Não abrimos mão da democracia, e na democracia a resposta ao crime é a lei", disse. O pedido à PGR cita o Art. 147 do Código Penal, que trata dos crimes de ameaça.


Número da manifestação: 20180116711
Chave de Consulta: eeb03543d235fe075fd807226d084d73
Data da manifestação: 19/10/2018

Fonte: Brasil247

21 outubro 2018

O tirano já não tem receio: é “Brasil, ame-o ou deixe-o”





Já não há nenhum receio, depois do espetáculo de frouxidão que deu hoje a Justiça Eleitoral.

Em teleconferência para seus adeptos, conforme registra a Folha, Jair Bolsonaro anunciou a ditadura que será o seu governo:

Em fala de cerca de dez minutos, prometeu “uma limpeza nunca vista na história desse Brasil” se eleito.

“Vamos varrer do mapa esses bandidos vermelhos do Brasil”, afirmou, sob gritos de “Fora PT”.

“Essa turma, se quiser ficar aqui, vai ter que se colocar sob a lei de todos nós. Ou [então] vão para fora ou vão para a cadeia.”

“Esses marginais vermelhos serão banidos de nossa pátria”,acrescentou.

“Senhor Lula da Silva, se você estava esperando o Haddad ser presidente para assinar o decreto de indulto, vou te dizer uma coisa: você vai apodrecer na cadeia”, disse Bolsonaro, aos gritos de “mito”.

“Brevemente você terá (o senador petista) Lindbergh Farias para jogar dominó no xadrez. Aguarde, o Haddad vai chegar aí também, mas não será para visitá-lo não, será para ficar alguns anos ao seu lado.”


Realmente, só quem fala em fechar o STF é que precisa de psiquiatra?

Ou será que, quando os fanáticos saírem pelas ruas a “varrer do mapa” os que julgam vermelhos, ou negros, ou gays, ou sindicalista, ou qualquer coisa que não se enquadre no padrão “coxinha” ou no de “pobre obediente”, o fascista dirá que “não tem controle sobre este pessoal”?

Se o “fuhrer” nem sequer espera as urnas, porque as suas tropas hão de esperar? Ainda mais com uma imprensa e uma justiça que saíram da covardia para a cumplicidade.

A Folha, aliás, apesar de diretamente ameaçada, chamada de “maior fake news do Brasil” e avisada que não terá mais publicidade estatal está tão acovardada que nem mesmo chama estes absurdos na capa do site, quatro horas depois de te-los registrado.

E dias depois de, num ato de cinismo que agora está evidente, ter dito que ambos os candidatos era iguais.

A “pistolinha” com as mãos está virando a nossa saudação nazista e o “mito” o nosso “heil”.

É evidente que se uma ditadura militar como as dos anos 70 não se sustenta no século 21, menos ainda uma ressurreição do nazismo prevalecerá.

E quem se aliou a isso, sejam os liberais covardes, seja a pseudoesquerda oportunista, seja os que enlameiam, outra vez, o Exército Brasileiro, vai para a lama junto com o esterco que estão levando ao poder.

O fantasma de Emílio Médici está diante de nós. Mas fantasmas podem aparecer, mas não podem existir.

*Jornalista, Editor do Blog Tijolaço