30 novembro 2017
28 novembro 2017
Os donos da República
Quem pensa que está na turma do Bolsonaro o núcleo do pensamento
autoritário no Brasil, com nítida inclinação fascista, engana-se.
O centro deste pensamento está no Ministério Público e em parcela cada vez maior do Judiciário.
Se você duvida, leia a reportagem de O Globo sobre o encontro de promotores lavajateiros do MP, ontem, no Rio.
Já seria grave apenas o aspecto eleitoreiro, com o Dr. Deltan
Dallagnoll recomendando que o eleitor vote “na renovação”(sic) , o que
não é papel do MP sugerir em quem se deva votar, se vai renovar ou
conservar mandatários ou representantes. Nos tempos antigos, uma ação
criminal tinha fato específico, acusado específicos por atos
específicos. Agora, para ele, o importante é “a mobilização”:
A operação [Lava Jato] não
vai ser julgada por quem ela prendeu ou condenou. Será julgada pela
capacidade de mobilizar a sociedade e catalisar esforços para que
reformas contra a corrupção sejam feitas e, para que assim possamos
alcançar um país mais justo. Isso depende do Congresso que elegeremos em
2018. Será uma grande vitória se forem eleitos para os cargos de
deputado federal e senador candidatos com passado limpo, compromisso com
a democracia e com a agenda anticorrupção.
Ou seja, o aspecto penal não é o mais importante; importante é o processo político.
Mas foi ainda pior o que disse o sombrio Carlos Fernando dos Santos
Lima, o Golbery do Ministério Público. Disse ele que os acordos de
delação premiada que os promotores firmam “devem ser respeitados pelo
Judiciário”. Ou seja, que os juízes devem aceitar passivamente que o MP
defina perdão judicial, duração e forma de cumprimento das penas,
valores de multas.
Numa palavra, que usurpem o poder de julgar dos juízes. Estes
ficariam reduzidos a carimbadores do que o promotor defina ser “o
justo”.
Tornam-se “donos”, em instância única, do poder de soltar ou prender, do quão longa será a prisão, se será domiciliar ou não.
Os homens de preto não querem ser controlados, como qualquer agente público deve ser.
Querem todo o poder, todo mesmo. E sem um voto sequer.
*Por Fernando Brito no Tijolaço
27 novembro 2017
A promiscuidade Globo-MP chega ao máximo: “cadeia na TV”
O Fantástico da noite de domingo superou todos os graus imagináveis de promiscuidade entre uma emissora de televisão e uma instituição parajudicial, o Ministério Público.
O MP cedeu ao programa global todas as imagens de uma “vistoria” que realizou no presídio de Benfica, no Rio, e às celas de Sérgio Cabral, Anthony Garotinho, Jorge Picciani e de Rosinha Matheus e da mulher de Cabral, Adriana Ancelmo( na imagem reproduzida acima)
Um exposição mórbida que nenhum ser humano, nem mesmo meu pior inimigo, merece.
Carregar presos em carroças pela praça pública é prática medieval.
Não me prendo, porém, às minhas opiniões.
Uso as da presidente do Supremo, a Ministra Cármem Lúcia que, ao que tudo indica, fará cara de paisagem diante deste abuso:
Vivemos, nos tempos atuais, o Estado-espetáculo. Porque muito velozes e passáveis, as imagens têm de ser fortes. A prisão tornou-se, nesta nossa sociedade doente, de mídias e formas sem conteúdo, um ato de grande teatro que se põe como se fosse bastante a apresentação de criminosos e não a apuração e a punição dos crimes na forma da lei.(…)
O ser humano não é troféu para ser apresentado por outro, inclusive com alguns adereços que podem projetar ainda mais uma situação vexaminosa e de difamação social (Habeas Corpus nº 91.952/SP)
O ser humano não é troféu para ser apresentado por outro, inclusive com alguns adereços que podem projetar ainda mais uma situação vexaminosa e de difamação social (Habeas Corpus nº 91.952/SP)
Se as palavras da presidente da Suprema Corte não são um exercício de hipocrisia, a esta altura a equipe do Ministério Público que entregou à Globo, para sensacionalismo, as imagens de uma ação funcional que invade a intimidade a que todo ser humano, mesmo preso, tem direito, estaria afastada.
Os juízes com a função de execução penal estariam pulando nos cascos, porque são “seus” presos, não do MP.
Quando cheguei ao governo do Estado, com Brizola, compramos uma imensa briga. É que era praxe a polícia pegar o acusado pelos cabelos e levantar seu rosto para as câmaras dos fotógrafos e para a TV.
Fomos acusados de proteger bandidos, por causa deste simples gesto de civilização.
Bandido é todo o que viola a lei em grupo (bandido, bando, grupo).
É como procede o Ministério Público, neste caso.
E bandido tem de ser punido.
*Via Tijolaço
Marco Maia apresenta emendas à Medida Provisória 808/2017 para revogar a Reforma Trabalhista
Brasília/DF - O deputado federal Marco Maia (PT/RS) apresentou no início desta semana, 15
emendas que alteram totalmente a Medida Provisória (MPV808/2017), que
trata da Consolidação das Leis do Trabalho – CLT.
Onze destas emendas à proposição são aditivas (propõe acréscimo de novas disposições ao texto da proposição principal) e outras quatro são substitutivas (propõe substituição do texto da proposição principal por outro).
“O que todas elas têm em comum é o seu objetivo principal: defender os direitos dos nossos trabalhadores. A Reforma Trabalhista teve como escopo a proteção do empregador e não do emprego. Ela é um verdadeiro crime contra os trabalhadores, pois modifica as férias, os horários de trabalho, as regras para mulheres gestantes, enfim, promove a precarização das condições de trabalho e direitos dos trabalhadores”, explicou Marco Maia.
Onze destas emendas à proposição são aditivas (propõe acréscimo de novas disposições ao texto da proposição principal) e outras quatro são substitutivas (propõe substituição do texto da proposição principal por outro).
“O que todas elas têm em comum é o seu objetivo principal: defender os direitos dos nossos trabalhadores. A Reforma Trabalhista teve como escopo a proteção do empregador e não do emprego. Ela é um verdadeiro crime contra os trabalhadores, pois modifica as férias, os horários de trabalho, as regras para mulheres gestantes, enfim, promove a precarização das condições de trabalho e direitos dos trabalhadores”, explicou Marco Maia.
Uma das emendas substitutivas, apresentadas por Marco Maia, entra na
defesa das mulheres, gestantes ou lactantes diante de atividades,
operações ou locais insalubres. As gestantes, por exemplo, só serão
afastadas se as atividades forem consideradas insalubres em grau máximo.
Nos outros casos, a mulher só será afastada de apresentar atestado de
saúde.
“O conjunto das 15 emendas apresentadas revoga na íntegra a Reforma Trabalhista aprovada pelo Congresso Nacional e, sancionada pelo presidente em 13 de julho deste ano, não vamos aceitar que os trabalhadores continuem a perder direitos”, concluiu Marco Maia.
-Conheça a íntegra das emendas à proposição clicando Aqui…
*Com o site http://www.marcomaia.org
“O conjunto das 15 emendas apresentadas revoga na íntegra a Reforma Trabalhista aprovada pelo Congresso Nacional e, sancionada pelo presidente em 13 de julho deste ano, não vamos aceitar que os trabalhadores continuem a perder direitos”, concluiu Marco Maia.
-Conheça a íntegra das emendas à proposição clicando Aqui…
*Com o site http://www.marcomaia.org
25 novembro 2017
O DNA punitivista do MPF
Por Eugênio Aragão*
Não surpreenderam as alegações finais apresentadas ontem pela
Procuradora-geral da República, Doutora Raquel Dodge, contra a Senadora
Gleisi Hoffmann e o ex-Ministro Paulo Bernardo. Como na parábola do
escorpião e da tartaruga, Sua Excelência não podia negar sua natureza.
Afinal, para chegar lá, não contou com a indicação de um chefe de
governo eleito e com contas a prestar à sociedade. Contou tão e só com
eleição corporativa na qual, para constar de ilegítima e ilegal lista
tríplice, teve que prometer rios e fundos a seus colegas, muitos dos
quais não primam por sentimentos democráticos e fidelidade à
constituição. A grande maioria do colégio eleitoral de Raquel Dodge
aplaude o punitivismo tosco e redentor que fez a instituição
descarrilhar e se alimenta da bronca antipetista disseminada pela mídia
tupiniquim.
Não foi por outra razão que a Senhora Procuradora-geral da República
escolheu para compor sua equipe criminal os procuradores da República
José Alfredo, Raquel Branquinho e Alexandre Espinosa, todos eles do time
de Antônio Fernando e Roberto Gurgel, que despontaram na elaboração da
canhestra denúncia do Mensalão e em suas pornográficas alegações finais,
ambas obras primas da ficção jurídica que talvez só encontrem par nas peças do processo Dreyfus, na França do final do século XIX.
A Doutora Raquel Dodge tem virtudes ausentes em seu antecessor. Não
fica a tagarelar para a mídia. É comedida e assentada. Tem maior e
melhor conhecimento técnico. Elabora mais. Não parece conspirar.
Internamente, ninguém jamais teve dúvida sobre seu lado. Mas, por não
saber se desvencilhar da marca genética de sua corporação, acaba por
torná-la tão perniciosa quanto o ex-PGR para a democracia brasileira.
O Ministério Público Federal (MPF) se livrou do aventureirismo de
Janot, mas está longe de se livrar da praga do punitivismo que foi
plantado contra o PT e acabou por se alastrar por toda a política, para
ceifar, por igual, guerreiros democráticos como Gleisi Hoffmann e atores
reacionários e antipopulares, que têm no patrimonialismo e no
clientelismo corruptos sua prática cotidiana.
Nisso o MPF não é diferente dos generais que reprimiram a sociedade
brasileira por vinte e um anos. Também eles jogaram no mesmo saco
pessoas que qualificavam de subversivas - os democratas - e os que
rotulavam de degenerados ou corruptos. Decapitavam-nos por igual com uso
de seus atos institucionais. E deixaram um triste legado para o
processo de redemocratização, quando todos, anistiados também por igual,
retornaram à vida pública podendo, sem distinção, se gabar de terem
resistido à ditadura. Misturaram os heróis e mártires com os
aproveitadores e canalhas que, por algum acaso mal calculado, tropeçaram
na rede da repressão que haviam sustentado.
Nossa democracia pagou um preço alto por isso. Formou-se, ainda antes
da Constituinte de 1987-1988, o centrão político infestado dos falsos
resistentes da ditadura, que passou a chantagear todos os governos
eleitos desde então. Plantaram, com essa anistia para os reacionários
descomprometidos com a causa nacional, a semente o golpe de 2016.
Não tardará de a sociedade se conscientizar do estrago promovido
pelos arroubos autoritários do MPF, que provocaram não só o maior
terremoto político da jovem democracia pós-constituinte, mas destruíram
um promissor projeto de inclusão social e, de lambuja, todo parque
industrial da construção civil pesada, da engenharia naval, da produção
petrolífera e da engenharia nuclear, sem falar da instalação do governo
mais alheio à probidade da história do país. O problema, ao acordar
desse pesadelo, será mais uma vez, como na anistia de 1979, distinguir
entre os que lutaram contra o atraso e o golpismo dos que, aliados do
golpe, foram igualmente apeados pelo MPF em sua fúria redentorista.
Todos foram vítimas do arbítrio e do excesso de poder persecutório. Mas
nem todos são bons para a reconstrução democrática.
Já passou da hora de acordarmos dessa letargia e de enfrentarmos esse
processo de deformação de nosso esboço de Estado democrático de
Direito. É urgente reavaliar o modo de o MPF trabalhar, com uso de
ficções processuais e delações programadas, tendentes, apenas, a tornar
hegemônica sua ideologia fascista de depuração moral e, com isso,
realizar seu projeto de poder corporativo. A revisão constitucional do
papel e dos poderes do ministério público é, do mesmo modo que a
superação da ditadura militar, pressuposto para a recuperação das
instituições democráticas e, quanto antes acontecer, menos dificuldade
teremos para separar, na política, o joio do trigo, entre os vitimados
pelo abuso de autoridade.
*Advogado, ex-ministro da Justiça
21 novembro 2017
A Justiça que negou a absolvição de Marisa Letícia é a mesma que ajudou a matá-la
Por Kiko Nogueira*
O Tribunal Regional Federal da 4.ª Região negou na terça-feira, dia 21, a ‘absolvição sumária’ de Marisa Letícia.
A defesa de Lula havia pedido o reconhecimento da inocência de Marisa nas duas ações penais nas quais ela era ré.
Os advogados de Lula argumentam que
Marisa não praticou nenhum ato ilícito e recorreram ao TRF4 para que
fosse reconhecido que ela é inocente.
Para o desembargador federal João Pedro
Gebran Neto, relator da Operação Lava Jato no tribunal, “a questão é
absolutamente estéril”.
“Se isso se dá na forma da absolvição
sumária ou posteriormente, com a extinção da punibilidade, é irrelevante
do ponto de vista material”, argumenta.
Ora. Pode ser irrelevante para ele, mas
não o é para a família de Marisa Letícia, que morreu humilhada,
submetida ao massacre de sua honra, seu espírito e sua mente.
Em coma no Sírio Libanês, sua tomografia ainda foi divulgada por criminosos cafajestes.
O desembargador Victor Luiz dos Santos
Laus chamou a decisão de Gebran de “democrática” e alegou que ela
“salvaguardou a memória da falecida”.
Alguém sabe onde ela está salvaguardada? Talvez em Curitiba?
Neste exato momento a mesma canalha que
atacou a mulher está de volta às redes, chafurdando na lama,
bezuntando-se com o que os juízes fizeram.
O processo é uma mistura de mesquinharia com maldade.
Moro absolveu a esposa de Eduardo Cunha, a
jornalista Cláudia Cruz, que pagou despesas de cartão de crédito no
exterior em um montante superior a US$ 1 milhão num prazo de sete anos,
entre 2008 e 2014.
Segundo Moro, Cláudia “foi negligente
quanto às fontes de rendimento do marido e quanto aos seus gastos
pessoais e da família. Não é, porém, o suficiente para condená-la por
lavagem dinheiro”.
Um deslize que acontece nas melhores famílias, enfim.
Por que o mesmo não foi feito com Marisa? A resposta é óbvia em se tratando de qualquer coisa relativa a Lula.
Desde 2008, uma adaptação da lei a
tratados internacionais, manda que, com a morte e a consequente extinção
da punibilidade de um réu, este seja declarado absolvido.
É impossível dissociar o AVC de Marisa Letícia da perseguição que ela sofreu. Pagou com a vida.
Marisa, ao menos, teve a sorte de não ver a que ponto a Justiça brasileira desceu.
*Jornalista, via DCM
http://www.diariodocentrodomundo.com.br
20 novembro 2017
A nota do deputado Paulo Ramos, expulso pelo PSOL por votar em favor da legalidade
O deputado Paulo Ramos (PSOL-RJ), que foi expulso do Psol por ter votado
pela soltura dos parlamentares presos ilegalmente pela Lava Jato
fluminense, divulgou uma nota à imprensa, que reproduzimos abaixo*.
***
"A Constituição de 88, da qual sou um dos signatários, diz que os
Poderes (Legislativo, Executivo e Judiciário) são independentes e
harmônicos entre si.
Se são independentes, qual a razão do Judiciário ser obrigado a submeter uma decisão sua ao referendo do Legislativo?
Ao fazê-lo, o próprio Judiciário rasga a Constituição e confessa que extrapolou da sua competência.
A Constituição também diz que o Deputado somente pode ser preso em caso de flagrante delito pela prática de crime inafiançável,
Não há na Constituição prisão cautelar de Deputado.
A bem da verdade, ao invés de criar tamanho conflito, deveria ter
antecipado a decisão da lide, através de sentença condenatória.
Se os magistrados tivessem acolhido as provas apresentadas pelo
Ministério Público, observado o devido processo legal e condenado os
parlamentares, teria cumprido o seu dever, evitando todos os
transtornos.
É claro que compreendo a revolta, especialmente dos servidores
públicos, tenho radicalmente me posicionado contra o governo, mas quem
pensa que vai surfar na mídia, descumprindo a Constituição, quando,
amanhã, for afogado, há de se lembrar do dia de hoje.
Em relação ao PSOL, eu já estava afastado há muito tempo. Mesmo
tentando manipular a verdade, da forma hipócrita de sempre, o PSOL não
vai anular a minha permanente, aguerrida e decisiva atuação aqui na
ALERJ, sempre na defesa dos interesses maiores da população e do Estado
Democrático de Direito.
Paulo Ramos"
***
PS Cafezinho: É um absurdo que o PSOL, num momento
de tamanha fragilidade dos partidos de esquerda, ceda às pressões
demagógicas do regime de exceção e prefira ficar ao lado de Malafaia,
Bolsonaro e Dallagnol. E para não acharem que é implicância com o PSOL,
lembro que faço a mesma crítica ao PT, que agiu exatamente da mesma
forma. Os partidos de esquerda, que já são minoritários, agora vão ficar
expulsando seus próprios membros, apenas para obedecer às narrativas da
meganhagem midiática?
*Via O Cafezinho
18 novembro 2017
Assembleia do RJ manda soltar Picciani e conclui a farsa
Por Fernando Brito*
Como estava previsto, a maioria dos deputados estaduais do Rio de Janeiro votou pela revogação da ordem de prisão de Jorge Picciani e de mais dois deputados, detidos desde ontem na tal Operação Cadeia Velha.
Todos sabiam que isso ia acontecer, inclusive os desembargadores que a decretaram.
Reafirmo o que escrevi ontem:
A prisão é, portanto, cenográfica.
Destina-se a produzir um estado de excitação – não injustificável – na opinião pública.
Não a fazer Justiça, que todos eles merecem, mas para fazer espuma.
Amanhã, quando forem libertados, estarão mais desmoralizados o Legislativo e o Judiciário.
Destina-se a produzir um estado de excitação – não injustificável – na opinião pública.
Não a fazer Justiça, que todos eles merecem, mas para fazer espuma.
Amanhã, quando forem libertados, estarão mais desmoralizados o Legislativo e o Judiciário.
Arranjou-se um “flagrante” – única oportunidade de prender parlamentar – inexistente para viabilizar um espetáculo. Não que falte culpa aos três em qualquer cartório que se imagine, mas o processo legal foi direcionado para produzir o espalhafato.
E fazer propaganda – ou propaganda de si próprio – certamente não é papel de um Judiciário sóbrio, que não seja afeito a decisões do tipo “me engana que eu gosto”.
Porque o descrédito que gera com isso só serve como estímulo àquilo que juízes deveriam detestar: apelos a deixar-se o estado de direito.
Por mais horror e nojo que esta turma provoque, nada é pior do que uma farsa.
*In Tijolaço
16 novembro 2017
A GloboNews e “Os Transgressores”
Por Kátia Gerab Baggio*, especial para o Viomundo**
Liguei na GloboNews hoje, 12/11, à tarde. Desde 2014 e da campanha
pró-impeachment, passei a assistir cada vez menos à emissora, por não
suportar a mesmice da pauta neoliberal, na economia, e reacionária, em
relação aos direitos sociais, que passou a rechear os horários do canal
noticioso do Grupo Globo.
Estava sendo transmitido o GloboNews Documentário. Quando liguei a
TV, o tema era Paulo Freire e seu papel fundamental para a educação e a
alfabetização. Depois, o filme abordou a militância do estilista Carlos
Tufvesson e sua luta contra a homofobia.
Na sequência, o documentário passou a tratar da trajetória de Celso
Athayde e da criação da CUFA, a Central Única das Favelas. Por fim, a
retratada foi Lucinha Araújo e a Sociedade Viva Cazuza, que dá
assistência a crianças e adolescentes portadores do vírus da AIDS.
Centrado nesses quatro personagens — Paulo Freire, Carlos Tufvesson,
Celso Athayde e Lucinha Araújo — e em suas lutas por causas sociais, é,
indiscutivelmente, um documentário favorável à inclusão e contra a
intolerância.
Uma coprodução da Cinética Filmes com a GloboNews e a Globo Filmes,
de 2017, o documentário tem por título “Os Transgressores” e foi
dirigido por Luis Erlanger, jornalista de longa trajetória no jornal “O
Globo” e na TV Globo.
Por que resolvi escrever este texto?
No auge da campanha pró-impeachment, em que o Grupo Globo buscou, por
todos os meios, insuflar as pessoas a ir às ruas de verde e amarelo,
contra o PT, Dilma e Lula, documentários como este não eram usuais na
programação dos veículos “globais”. Era necessário fazer vistas grossas à
presença da extrema-direita nas ruas.
Ao lado do antipetismo, estavam intolerantes e violentos: racistas,
misóginos e homofóbicos. Gente simpatizante de Bolsonaro e que vota em
parlamentares da bancada BBB, da “Bala, Bíblia e Boi”.
Neste momento, o Grupo Globo está buscando dissociar-se da
extrema-direita. A mesma extrema-direita com a qual somou forças para
que o golpe de 2016 fosse consumado.
Nos atos de 2015 e 2016 a favor do impeachment, cartazes homofóbicos,
racistas e contrários aos direitos humanos estavam nas ruas, junto com
aqueles de ódio aos “petralhas”, às esquerdas e aos movimentos sociais.
Cartazes com frases como “Fora Dilma e leve o PT junto”, “A nossa
bandeira jamais será vermelha”, “A culpa não é minha, eu votei no
Aécio,” e “Chega de doutrinação marxista, basta de Paulo Freire”
proliferavam. Tudo isso com o aval do Grupo Globo, que os endossava ou
os escondia, no caso daqueles empunhados pela direita mais intolerante e
extremista.
Mais de um ano depois de consumado o golpe, o Grupo Globo quer
enganar a quem? Quer esconder que esteve aliado à extrema-direita para
golpear a democracia? E, junto com a democracia, os direitos sociais e
os direitos humanos?
Quer esconder que apoiou a chegada ao poder deste projeto excludente do (des)governo de Temer?
A família Marinho apoiou o golpe civil-militar de 1964 e o regime
ditatorial militar, que durou duas décadas. Apoiou o golpe de 2016 e a
campanha virulenta que visou à destruição do PT, de Dilma, Lula e de
todas as esquerdas.
E agora resolveu endossar campanhas antirracistas, anti-homofóbicas e em defesa dos direitos humanos.
Mas continua a favor de um projeto neoliberal de enxugamento do
Estado, de privatizações do patrimônio público a preços vis, e de
retirada de direitos trabalhistas e sociais.
Não é possível deixar-se enganar pelo “canto da sereia”.
O Grupo Globo foi golpista em 1964 e 2016. E continua sendo a #GloboGolpista.
*Kátia Gerab Baggio é historiadora e professora de História das Américas na Universidade Federal de Minas Gerais (UFMG).
**Fonte desta postagem - http://www.viomundo.com.br
‘Começa uma longa marcha para reconstruir o país, recuperar direitos, reflorestar as palavras’ (Flavio Koutzii)
Sul21- “Mesmo
no tempo mais sombrio temos o direito de esperar alguma iluminação”. A
escolha de epígrafe feita pelo historiador Benito Bisso Schmidt para
abrir a biografia de Flavio Koutzii
marca o que o biografado acabou definindo como atualidade inesperada da
obra. A reflexão de Hannah Arendt, em “Homens em Tempos Sombrios”
dialoga com as sombras que voltaram a encobrir o presente e de como
alguns exemplos de vida podem lançar alguma luz sobre elas:
“(…)
mesmo no tempo mais sombrio temos o direito de esperar alguma
iluminação, e que tal iluminação pode bem provir, menos de teorias e
conceitos, e mais da luz incerta, bruxuleante e frequentemente fraca que
alguns homens e mulheres, nas suas vidas e obras, farão brilhar em
quase todas as circunstâncias e irradiarão pelo tempo que lhes foi dado
na Terra (…)”.
O
lançamento de “Flavio Koutzii – Biografia de um militante
revolucionário. De 1943 a 1984” (Editora Libretos), no final da tarde de
terça-feira (14), foi ele próprio um momento de iluminação. A sala
Leste do Santander Cultural ficou completamente lotada, deixando muita
gente no lado de fora. Depois, uma longa fila se formou na Praça de
Autógrafos da Feira do Livro de Porto Alegre, em busca de uma assinatura
do militante revolucionário criado no Bom Fim e que saiu mundo afora
para defender os ideais que forjaram sua alma e sua trajetória política.
Em um encontro carregado de emoção, autor e biografado falaram sobre o
longo e penoso caminho que percorreram para reconstruir a memória de uma
vida em tempos sombrios que, numa dramática ironia, voltam a sobrevoar o
presente.
CLIQUE AQUI para
ler - na íntegra - a (excelente) cobertura do lançamento do livro
biográfico de Flávio Koutzii realizada pelo jornalista Marco Weissheimer
-fotos do Guilherme Santos - no Sul21
...
Nota do Editor do Blog: Tenho o
privilégio de ser amigo e companheiro de militância do Flávio, com quem
muito aprendi, principalmente ao longo dos últimos 25 anos
(especialmente a partir do glorioso governo do PT e da Frente Popular -
1999/2002, liderado pelo Governador Olívio Dutra, quando trabalhei na
Casa Civil, comandada que foi - com galhardia - pelo companheiro Flávio
Koutzii.
Quem o
conhece minimamente sabe que o Flávio Koutzii é um exemplo de militante
aguerrido, internacionalista, lúcido, ético, companheiro, culto,
política e intelectualmente privilegiado; quem ainda não o conhece - ou o
conhece parcialmente, especialmente as novas gerações -, terá agora uma
rica oportunidade de conhecê-lo mais profundamente. Basta adquirir o
livro... e boa leitura!
Em que pese ser uma obra biográfica, como o próprio Flavio coloca, o livro contém "uma inesperada atualidade"... “São
períodos distintos, mas eles acabam se encontrando no presente. Não tem
como não misturar. Essa trajetória acaba interpelando o que estamos
vivendo hoje. A minha vivência e a de outros combatentes da minha
geração interroga o trágico presente que vivemos. Neste sentido, o livro
acabou adquirindo uma atualidade paradoxal e inesperada”. Leitura imprescindível.
Flavio
Koutzii, não é exagero dizer - pela 'obra' da sua vida -, é uma das
pessoas que Bertold Brecht consideraria como "imprescindíveis". Mais do
que merecidas, portanto, o reconhecimento e as homenagens que lhe estão
sendo prestadas. (Júlio Garcia)
*Com o Portal O Boqueirão Online
14 novembro 2017
10 novembro 2017
Zé Dirceu: Criar um, dois, três, mil comitês em defesa de Lula
Por José Dirceu*
O ano de 2017 seguramente se encerra de forma tragicômica, com o
espetáculo da Suprema Corte e do Senado fazendo justiça unicamente para
Aécio Neves.
Antes valia tudo: ônus da prova cabendo ao acusado, condenação sem
provas (por convicção ou pela literatura jurídica), domínio do fato (uma
aplicação que nem o autor da teoria aprova) e trânsito em julgado
parcial, com execução penal após condenação em segunda instância.
Paralelamente, o país assiste, bestificado, ao festival de compra de
votos e de barganhas para livrar o usurpador de ser processado por
denúncia apoiada em delações altamente suspeitas, forjadas a fórceps. À
base de chantagem, fraude e escutas arquitetadas a quatro mãos, entre a
Procuradoria Geral da República e investigados também suspeitos de
tramarem nas sombras a montagem de falsas provas e flagrantes.
Tudo pode acontecer. Menos anular delações, por mais ilegais que
sejam. Não importa se fraudadas e montadas por meios criminosos, sob a
suspeita de colaboração com os delatores, inclusive de membros da
própria PGR.
A ladainha é que ilegalidades e práticas condenáveis não contaminam
as delações, como se elas se constituíssem em provas em si e de per si,
por um sopro divino. Mas o que se constata é a interferência da mão um
tanto demoníaca, vingativa e punitiva da PGR.
Enquanto isso, vende-se o país, violentam-se e extinguem-se direitos.
Até o da liberdade do próprio trabalho, por meio de um decreto infame,
restabelecendo a escravidão.
Nada detém a sanha dos que traíram o juramento constitucional e o
pacto social e político que refundou nossa democracia. Por dinheiro e
poder, não descartam o uso da força, como alertam seus apaniguados
mercenários, pois há que proteger e sustentar o rentismo e a usura, em
nome de promessas que jamais serão cumpridas. Como não foram no passado
recente, seja na ditadura ou na era FHC.
Não satisfeitos com o golpe, praticam o poder sem limites, delegado
por um Congresso Nacional submisso e vendido em praça pública. Não se
inibem com a vizinhança de uma Suprema Corte entretida com discursos
retóricos sobre a moralidade e os princípios constitucionais que os
próprios ministros rasgaram ao darem passagem a um golpe parlamentar
agora desmascarado, porque comprado com dinheiro da corrupção. Fato que
se tornou público e notório e que todos os integrantes do STF estavam
cansados de saber – é vedado a eles o direito de alegar desconhecimento,
engano ou engodo.
E a força do poder real se manifesta no mercado, no capital
financeiro bancário, nos interesses dos rentistas. Assim como na
tecnoburocracia policial e judicial encastelada no Estado, ávida por
ascender à faixa do 1% habitada pelos mais ricos, com seus estilos de
vida luxuosos e faustosos, almejando ser celebridade. Manifesta-se
também na mídia controlada pela família Marinho, uma das mais ricas do
país – riqueza conquistada à sombra da ditadura, manchada pelo sangue
dos torturados e assassinados, pela corrupção sistêmica e impune da era
militar.
Essa tríplice aliança decretou que Lula não pode ser candidato, que
nosso povo não pode ser nacionalista, que o Estado não deve e não pode
ser de bem-estar social. E que o trabalho e sua renda, como toda renda,
devem servir ao deus mercado – leia-se, ao interesse da minoria
dominante.
A eleição acontecerá, apesar de desejo explícito das elites de
acabarem com ela, seja pelo prolongamento do golpe parlamentar, com um
quê de legalidade e moralidade via parlamentarismo e voto distrital.
Mas o medo do povo — afinal, os políticos têm que salvar a própria
pele e precisam pensar nas próximas eleições — emperra as reformas
“salvadoras” e já derrotou o distritão. E a reação dos trabalhadores das
cidades e do campo e das classes médias, duramente atingidos pelas
reformas, certamente irá colocar em risco a reeleição de centenas dos
hoje servidores fieis do golpista – e que amanhã serão opositores desde
sempre.
Tudo estava preparado para a eliminação civil e, se possível, física
de Lula, com condenação de dezenas de anos de prisão, sem direito de
responder em liberdade, após condenação em segunda instância. Mas eis
que o povo não desiste e insiste em eleger Lula presidente pela terceira
vez, incapaz de entender os desejos dos senhores da vez. Não por
ignorância, mas por desconfiança, conhecimento e experiência passada.
Não podemos nos comportar como se nada tivesse ocorrido. Nem o golpe e
nem a perseguição implacável a Lula e ao PT, com sistemática campanha
de criminalização do ex-presidente e do nosso partido. Tampouco toda a
violência estimulada pela mídia contra nós, desde as manifestações de
2013. Manifestações copiadas e manipuladas pela direita e pelos
golpistas com apoio externo – hoje comprovado -, a serviço das
privatizações e da entrega do patrimônio nacional. Indignação, revolta e
protestos que desapareceram não só da mídia e dos tribunais, mas também
das ruas, quando chegou a hora do PSDB, da mídia, dos bancos e da
própria Justiça.
Nenhum de nós poderá, de boa-fé, alegar desconhecimento do que
significa o golpe em marcha, até pela experiência histórica do caráter
violento e da total ausência de qualquer compromisso moral por parte de
nossos adversários, da nossa direita e da nossa elite. Eles jamais
vacilam e são capazes de toda violência e do uso da força, como vimos
várias vezes em nossa história e das quais estamos agora mesmo sendo
vítimas.
Daí, a necessidade urgente de dizer em alto e bom som que é preciso
se preparar para fazer Lula candidato, garantir seu registro, fazer sua
campanha, vencer a eleição e garantir sua posse. Uma vez no governo,
garantir o exercício do poder para fazer as mudanças estruturais que o
país exige, sob pena de governarmos para eles, para gerir sua crise e
atender a seus interesses, não os da nação e do povo.
E só há uma forma, uma maneira de garantir a eleição de Lula e o
exercício do governo: com poder. E o único que temos para garantir o
poder é a consciência política e social de nosso povo, sua organização e
mobilização, a luta nas ruas, bairros, fábricas, campos, escritórios,
comércios, escolas de todo o país. Começando por organizar um, dois,
três…centenas, milhares de comitês em defesa de Lula, com o povo, ao
lado do povo e pelo povo trabalhador. Fora disso, vamos lançar nosso
país e nosso povo numa aventura e, como sempre acontece, quem pagará o
preço da reação dos de cima será o próprio povo trabalhador e seus
filhos, incluindo seus legítimos líderes e condutores.
Não temos o direito de errar de novo, como no impeachment, quando não
fomos capazes de defender a Constituição e o mandato popular soberano
da presidente eleita em 2014.
Que a lição nos ensine que não há alternativa, a não ser a luta e o
combate no nosso campo, com nossas armas. E não no campo e com as armas
do adversário, ou inimigo – se formos tratá-los como eles nos tratam.
A hora é de definições, de escolher o lado e a luta, criar um, dois,
três…muitos comitês, tantos quantos forem necessários para fazer Lula
candidato, vencer a eleição, tomar posse e governar com o povo.
*Postado originalmente no Nocaute
A sórdida campanha contra Dilma ganha um capítulo canino, diz assessoria
Ainda sobre a morte do cachorro Nego
A propósito de notícias divulgadas pela imprensa sobre a abertura
de investigação para apurar as circunstâncias da morte do cachorro
Nego, o labrador de Dilma Rousseff, a assessoria de imprensa da
presidenta eleita esclarece:
1. Nego nasceu em setembro de 2003 e morreu em setembro de 2016. Foi
dado de presente por José Dirceu ainda em 2005 para Dilma Rousseff,
quando ela assumiu a chefia da Casa Civil no governo Lula. Nego foi
criado e amado pela presidenta e familiares durante os quase 12 anos em
que conviveu com ela. Era um cão grande e forte, que gostava de nadar e
correr. Era um dos prediletos de Dilma Rousseff.
2. A partir de 2015, Nego passou a apresentar displasia coxo-femural,
doença típica dos labradores, além de mielopatia degenerativa. Ele
tinha dificuldade de andar e, por conta da mielopatia, ficava agitado e
buscava se movimentar de qualquer jeito. Por isso, sofria muito e
deveria ser sacrificado, conforme orientação médica.
3. A presidenta relutou e adiou o quanto pode, com a esperança de uma
recuperação da saúde do labrador. E isso, infelizmente, não veio a
ocorrer. Nego foi sacrificado, para tristeza de Dilma Rousseff em
setembro do ano passado. Era um cachorro excepcional, companheiro e
inteligente.
4. Diante disso, é lamentável que, mais uma vez, queiram usar a
relação de carinho e lealdade entre um cachorro e sua dona para reforçar
a sórdida campanha acusatória que criou o ambiente para o Golpe de
2016, por meio do fraudulento impeachment sem crime de responsabilidade.
5. Essa campanha hedionda, baseada em falsidades, violência,
intolerância e preconceito se perpetua mesmo agora, um ano após ter sido
consumado o golpe parlamentar que retirou Dilma Rousseff do poder.
6. A perseguição chegou a ponto do ex-procurador-geral da República
Rodrigo Janot determinar a abertura de um inquérito policial. Como se
investigações mais graves não devessem ser apuradas, como a compra de
votos para a aprovação do impeachment.
7. É lamentável que isso ocorra no país que virou sinônimo de Estado
de Exceção. Aos olhos do mundo, vale tudo para achincalhar a imagem e a
honra de Dilma Rousseff.
8. Tudo tem sido feito para satisfazer a sanha doentia de golpistas.
Como mostra o deputado Ricardo Izar Júnior (PP-SP), que proferiu
sórdidos ataques a Dilma, e se vangloria de ir depor contra a presidenta
eleita do país numa história da qual não tem conhecimento nem sequer
envolvimento direto. Apenas a busca pelos holofotes abjetos da mídia.
Leia também:
*Fonte: Viomundo
Pesquisa mostra que retrocesso trabalhista está claro para o brasileiro
Por Fernando Brito*
Quatro em cada cinco brasileiro (81%) desaprovam a reforma das leis
trabalhistas que entram em vigor amanhã, sábado. Pesquisa da
Vox Populi, encomendada pela CUT e realizada no final de outubro (dias
27 a 31), mostra uma aprovação mínima, semelhante á de seu autor, Michel
Temer: apenas 6% aprovam.
Talvez nem isso tenha, a partir de segunda-feira, quando os
empregados começarão a ser chamados para “acordos individuais” sobre
jornada de trabalho, banco de horas, parcelamento de férias e intervalos
para amamentação. Ou quando entrar em operação o “bico legalizado”,
chamado de trabalho intermitente, onde o sujeito só trabalha quando for
chamado pelo patrão, e recebe de acordo com as horas de serviço
prestadas. Nem mesmo um mínimo de horas a ele se garante: é o “só uso
quando preciso” transferido para as relações de trabalho.
Mesmo com o pouco, quase nenhum, espaço dado na mídia para a crítica à
nova legislação e a enxurrada de empresários e colunistas que a louvam,
67% dos brasileiros sabem que ela será boa para os patrões e outros 15%
que não será boa para nem para eles, nem para os empregados.
Talvez estes últimos sejam os que mais razão têm, o que se verá
quando a enxurrada de ações judiciais começar a crescer no horizonte.
*Via Tijolaço
09 novembro 2017
Marco Maia é contra Decreto que amplia privatização das empresas estatais
Já iniciou o processo de venda da Petrobrás, Eletrobras e outras
estatais. Aprovado pelo Presidente Temer no último dia 1º de novembro, o
Decreto (9.188) cria um regime especial para venda de empresas de
economia mista como a Petrobrás e a Eletrobras.
O deputado federal Marco Maia (do PT/RS, foto) apresentou nesta terça-feira (07) o
Projeto de Decreto Legislativo n º 838/2017, que susta o Decreto 9.188
apresentado pelo Presidente Temer na quarta-feira (01), véspera de
feriado.
Este Decreto, aprovado na surdina, cria um regime especial para venda
de empresas de economia mista como a Petrobrás e a Eletrobras,
reforçando que a privatização e a redução do Estado são os projetos
centrais de seu governo.
O decreto que trata do chamado “regime especial de desinvestimento de
ativos de empresas de economia mista”, previsto para as subsidiárias e
as empresas controladas pelas estatais, busca garantir “segurança
jurídica” para as diversas operações de venda de ativos, criando
comissões de avaliação e alienação para acelerar as privatizações.
“Este é mais um ato de extrema gravidade para os brasileiros. Michel
Temer coloca em perigo todas as empresas de sociedades de economia mista
do Brasil, Banco do Brasil, Eletrobras, Petrobrás e outras, a exemplo
do que fez no passado FHC que vendeu várias estatais, as quais rendeu
míseros recursos não vistos pelos brasileiros, supostamente usados, em
parte, para garantir a reeleição”, disse Marco Maia e complementou “Este
decreto do Presidente golpista, liberando a venda de todas as estatais,
é inconstitucional, fere os artigos 37 e 173 da Constituição Federal,
um verdadeiro show de desrespeito constitucional”, finalizou.
A intenção do deputado federal é conseguir apoio na Câmara dos Deputados
para sustar o Decreto imposto por Temer e, desta forma, garantir que as
estatais mistas não sejam vendidas.
*Assessoria de Imprensa do Gabinete do Deputado Federal Marco Maia PT/RS - Via http://www.marcomaia.org
Assinar:
Postagens (Atom)