Não nos calarão
Os petroleiros novamente deixam sua
marca na defesa da soberania. A luta contra a privatização da Petrobrás
ganhou a sociedade. A categoria colocou em debate os interesses que
pautam a política de preços dos combustíveis, deixando claro o projeto
da gestão Pedro Parente de sacrificar o povo brasileiro e a soberania do
país para cumprir os ditames do mercado financeiro e das grandes
corporações internacionais.
Antes do protesto legítimo dos
caminhoneiros contra os preços abusivos do diesel, a FUP e seus
sindicatos já haviam aprovado uma greve nacional para deter a escalada
descontrolada de aumentos do gás de cozinha e dos derivados, cobrando a
retomada da produção a plena carga das refinarias e o fim das
importações de derivados.
Diante da situação caótica em que se
encontra o país, desgovernado e refém das imposições do mercado que
manda e desmanda na Petrobrás, uma empresa que é estratégica para a
nação, os petroleiros não poderiam se omitir. E, como em outros momentos
da história, se levantaram e enfrentaram os desmandos do Tribunal
Superior do Trabalho, que mesmo ciente de que a greve de advertência da
categoria não causaria riscos de desabastecimento, tomou a decisão
arbitrária e política de decretar a ilegalidade do movimento, assumindo o
golpe e agindo como um tribunal do capital.
Os petroleiros não recuaram e seguiram
em frente, ganhando a solidariedade dos movimentos sociais e de várias
outras categorias, dentro e fora do país. A população veio junto e
apoiou a greve, pois sofre os efeitos do desmonte da Petrobrás, que vão
muito além da disparada dos preços do gás de cozinha e dos combustíveis.
A privatização conduzida por Pedro Parente, os desinvestimentos, a
transferência para a Ásia das encomendas de plataformas e navios
desmontaram a indústria nacional, aumentaram o desemprego em massa e
fizeram o PIB despencar.
O TST joga o jogo do capital e não
deixaria barato a greve dos petroleiros. As multas diárias de R$ 500 mil
saltaram para R$ 2 milhões, acrescidas da criminalização do movimento. O
tribunal cobrou da Polícia Federal investigação das entidades sindicais
e dos trabalhadores, em caso de desobediência. Essa multa abusiva e
extorsiva jamais seria aplicada contra os empresários que submetem o
país a locautes para se beneficiarem política e economicamente. Jamais
seria imposta aos empresários que entregam patrimônios públicos, aos que
destroem empregos e violam direitos dos trabalhadores.
A decisão do TST é claramente para
criminalizar e inviabilizar os movimentos sociais e sindicais. Diante
disso, a FUP orienta os sindicatos a suspenderem a greve. Um recuo
momentâneo e necessário para a construção da greve por tempo
indeterminado, que foi aprovada nacionalmente pela categoria. Essa grave
violação dos direitos sindicais será amplamente denunciada.
Estamos diante de mais um desdobramento
do golpe que fragiliza cada vez mais as instituições e o Estado
Democrático de Direito. O enfrentamento é de classe e precisa da união
de toda a sociedade.
A pauta pela mudança da política de
preços da Petrobrás é de todos os brasileiros, pois diz respeito à luta
histórica contra a exploração do país, que desde os tempos de colônia
vem tendo seus bens minerais espoliados pelas nações imperialistas. É
assim que ocorre ainda hoje com o nosso petróleo. E por isso, a
população está pagando preços absurdos pelo gás de cozinha e pelos
combustíveis.
Os petroleiros saem da greve de cabeça
erguida, pois cumpriram um capítulo importante dessa luta, ao
desmascarar os interesses privados e internacionais que pautam a gestão
da Petrobrás. O representante da Shell que o mercado colocou no Conselho
de Administração da empresa já caiu. O próximo será Pedro Parente.
Sigamos em frente, pois a defesa da Petrobrás é a defesa do Brasil.
[FUP]