31 outubro 2016

As eleições do desencanto com a política e da ilusão com os “não políticos”





Por Benedito Tadeu César, no Sul21*
Diferentemente do que noticiou a grande imprensa corporativa e do que tentam nos fazer crer alguns analistas oficiais, o resultado do 1º Turno das eleições municipais de 2016 não representou a vitória das forças políticas que depuseram Dilma Rousseff e que se dedicaram ao aniquilamento do PT e de seu projeto de governo e de país.

O resultado expressou, em primeiro lugar, o desencanto com as instituições políticas e, ainda, o crescimento de candidaturas apresentadas como “antipolíticas” ou “novas” na política.
O somatório das abstenções (não comparecimento), dos votos brancos e dos nulos, que em ciência política é denominado de alienação eleitoral (com o significado de que o eleitor abre mão de sua capacidade de interferir no resultado do processo eleitoral) registrou, em 2016, um aumento expressivo frente às eleições anteriores.

Tomando-se os exemplos das capitais dos estados de São Paulo e do Rio Grande do Sul, verifica-se, de acordo com os dados do TSE, que a alienação eleitoral praticamente dobrou durante o período das cinco eleições municipais realizadas de 2000 até 2016.
Como se pode verificar nos gráficos e tabelas abaixo, a alienação eleitoral para a Prefeitura de São Paulo saltou de 22,60% em 2000 para 34,70% em 2016, enquanto praticamente dobrou em Porto Alegre em igual período, passando de 19,04% em 2000 para 38,40% em 2016. (...)
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30 outubro 2016

No Caminho com Maiakóvski












Assim como a criança
humildemente afaga
a imagem do herói,
assim me aproximo de ti, Maiakóvski.
Não importa o que me possa acontecer
por andar ombro a ombro
com um poeta soviético.
Lendo teus versos,
aprendi a ter coragem.

Tu sabes,
conheces melhor do que eu
a velha história.
Na primeira noite eles se aproximam
e roubam uma flor
do nosso jardim.
E não dizemos nada.
Na segunda noite, já não se escondem:
pisam as flores,
matam nosso cão,
e não dizemos nada.
Até que um dia,
o mais frágil deles
entra sozinho em nossa casa,
rouba-nos a luz, e,
conhecendo nosso medo,
arranca-nos a voz da garganta.
E já não podemos dizer nada.

Nos dias que correm
a ninguém é dado
repousar a cabeça
alheia ao terror.
Os humildes baixam a cerviz;
e nós, que não temos pacto algum
com os senhores do mundo,
por temor nos calamos.
No silêncio de meu quarto
a ousadia me afogueia as faces
e eu fantasio um levante;
mas manhã,
diante do juiz,
talvez meus lábios
calem a verdade
como um foco de germes
capaz de me destruir.

Olho ao redor
e o que vejo
e acabo por repetir
são mentiras.
Mal sabe a criança dizer mãe
e a propaganda lhe destrói a consciência.
A mim, quase me arrastam
pela gola do paletó
à porta do templo
e me pedem que aguarde
até que a Democracia
se digne aparecer no balcão.
Mas eu sei,
porque não estou amedrontado
a ponto de cegar, que ela tem uma espada
a lhe espetar as costelas
e o riso que nos mostra
é uma tênue cortina
lançada sobre os arsenais.

Vamos ao campo
e não os vemos ao nosso lado,
no plantio.
Mas ao tempo da colheita
lá estão
e acabam por nos roubar
até o último grão de trigo.
Dizem-nos que de nós emana o poder
mas sempre o temos contra nós.
Dizem-nos que é preciso
defender nossos lares
mas se nos rebelamos contra a opressão
é sobre nós que marcham os soldados.

E por temor eu me calo,
por temor aceito a condição
de falso democrata
e rotulo meus gestos
com a palavra liberdade,
procurando, num sorriso,
esconder minha dor
diante de meus superiores.

Mas dentro de mim,
com a potência de um milhão de vozes,
o coração grita – MENTIRA!

     Eduardo Alves da Costa - 1964

A desconcertante confissão involuntária de Deltan Dallagnol

Isenção a esta algura dos acontecimentos?
Isenção a esta altura dos acontecimentos?

Por Paulo Nogueira*
Escondidinha, uma nota na primeira página da Folha de hoje traz o que se pode definir como uma confissão aterradora.
A nota chama para um artigo de Deltan Dallagnol e outro procurador, e o título é este: “Lata Jato avança ao atingir todos sem distinção”.
Vou repetir, tamanha a importância da frase:
“Lata Jato avança ao atingir todos sem distinção”.
Quer dizer: agora, e somente agora, a Lava Jato atinge — alegadamente — a todos?
Ao longo de todo este tempo Moro e seus comandados trataram de destruir o PT. Num jogo combinado com a mídia, a começar pela Globo, armaram operações cinematográficas quando se tratava de prender pessoas de alguma forma vinculadas a Lula.
Como esquecer as cenas da condução coercitiva de Lula para um depoimento para o qual ele sequer fora convocado?
E o vazamento ilegal das falas entre Lula e Dilma?
E tantas, tantas, tantas outras coisas que colaboraram decisivamente para a derrubada de Dilma e que, pelo script previsto, levariam a tirar Lula do caminho em 2018?
Uma democracia foi destruída. 54 milhões de votos foram incinerados para que a plutocracia chegasse ao lugar a que não consegue pelas urnas.
E agora somos obrigados a engolir que a Lava Jato é, aspas e gargalhadas, “apartidária”? Isenta?
Coloquemos assim: a Lava Jato tem a isenção que está fixada na missão do Jornal Nacional. Nela, o JN diz que noticia os fatos do dia com “isenção”.
A Lava Jato foi, desde o início, tão isenta quanto o Jornal Nacional.
As coisas saíram do controle de seus mentores, e da própria mídia, quando delatores graúdos citaram pessoas, de novo aspas e gargalhadas, “acima de qualquer suspeita”.
Veio o caos, para os administradores da Lava Jato e para a imprensa. Nenhum entre eles poderia esperar que da Odebrech saísse a informação preciosa de que Serra recebera 23 milhões de dólares num banco suíço para a campanha de 2010.
E atenção: em dinheiro de 2010. Hoje, seriam 34 milhões.
A confusão entre as corporações jornalísticas ficou estampada notavemente nisso: a Folha deu manchete e o JN ignorou.
O fato é que mudaram as circunstâncias: Moro já não é o mesmo. Caminha para ser o juiz de primeira instância de origem. Hoje é menor do que foi ontem, e amanhã será menor do que é hoje.
E a ideia disparatada de Dallagnol de que a Lava Jato “avança ao atingir a todos sem distinção” merece que evoquemos Wellington.
Só acredita nela quem acredita em tudo. A não ser que a tomemos como uma confissão de que ela até aqui pegou apenas um lado.
Paulo Nogueira
*Sobre o Autor:
O jornalista Paulo Nogueira é fundador e diretor editorial do site de notícias e análises Diário do Centro do Mundo (fonte desta postagem). 

"RESTAURAÇÃO NEOLIBERAL" - CUT: forças que apoiaram o golpe não temem pôr a democracia em risco



Em resolução da executiva, central fala em ruptura do Estado de direito e agenda regressiva. Entidades preparam Dia Nacional de Greve para 11 de novembro

São Paulo – RBA - Em resolução divulgada hoje (28), a CUT definiu estratégias para o chamado Dia Nacional de Greve, no próximo dia 11, contra a ameaça de retirada de direitos pelo "governo ilegítimo" de Michel Temer. Os dirigentes da executiva da central, que se reuniu dois dias atrás, em Brasília, também ressaltam aspectos políticos que, segundo eles, mostram os interesses do atual governo. "Na avaliação da CUT, para atingir seu objetivo de restauração neoliberal, as forças que apoiaram o golpe não se importam em colocar em risco a democracia brasileira e desconstruir o Estado de Direito."

Por isso, sustenta a CUT, é preciso se preparar para "um longo e duro período de luta e de resistência". Nesse sentido, começa a convocar sindicatos, categorias em campanha salarial e movimentos sociais para o dia de protestos e paralisações, em 11 de novembro. Ao mesmo tempo, a entidade defende "continuar a pressão" no Senado durante a tramitação da Proposta de Emenda à Constituição (PEC) 55, aprovada como 241 na Câmara. A votação em primeiro turno deve ser realizada daqui a um mês, no dia 29.
Segundo a central, o projeto em curso prevê defesa do Estado mínimo, política de austeridade como mecanismo para combater a crise econômica, redução do investimento social, retirada de direitos trabalhistas, privatização e criminalização de movimentos sociais. "Esses processos estão intimamente entrelaçados. Significam a inequívoca ruptura do Estado de Direito e a transição em direção a um regime de exceção, acobertado pela imagem transmitida pela mídia de normalizada democrática e respeito às normas constitucionais", afirma a resolução.
Os dirigentes também manifestam solidariedade aos estudantes e trabalhadores "que estão protagonizando em todo o país" a resistência à PEC 55 e à reforma do ensino médio, simbolizada pela Medida Provisória (MP) 746. O calendário de mobilização inclui, em 4 de novembro, a participação na Jornada Continental pela Democracia e contra o Neoliberalismo – promovida pela Central Sindical das Américas (CSA) – e uma plenária nacional do setor de transportes.
-Via http://www.redebrasilatual.com.br/

29 outubro 2016

Poema




A Flor e a Náusea

Preso à minha classe e a algumas roupas, vou de branco pela rua cinzenta.
Melancolias, mercadorias, espreitam-me.
Devo seguir até o enjôo?
Posso, sem armas, revoltar-me?

Olhos sujos no relógio da torre:
Não, o tempo não chegou de completa justiça.
O tempo é ainda de fezes, maus poemas, alucinações e espera.
O tempo pobre, o poeta pobre
fundem-se no mesmo impasse.

Em vão me tento explicar, os muros são surdos.
Sob a pele das palavras há cifras e códigos.
O sol consola os doentes e não os renova.
As coisas. Que tristes são as coisas, consideradas sem ênfase.

Vomitar este tédio sobre a cidade.
Quarenta anos e nenhum problema
resolvido, sequer colocado.
Nenhuma carta escrita nem recebida.
Todos os homens voltam para casa.
Estão menos livres mas levam jornais
e soletram o mundo, sabendo que o perdem.

Crimes da terra, como perdoá-los?
Tomei parte em muitos, outros escondi.
Alguns achei belos, foram publicados.
Crimes suaves, que ajudam a viver.
Ração diária de erro, distribuída em casa.
Os ferozes padeiros do mal.
Os ferozes leiteiros do mal.

Pôr fogo em tudo, inclusive em mim.
Ao menino de 1918 chamavam anarquista.
Porém meu ódio é o melhor de mim.
Com ele me salvo
e dou a poucos uma esperança mínima.

Uma flor nasceu na rua!
Passem de longe, bondes, ônibus, rio de aço do tráfego.
Uma flor ainda desbotada
ilude a polícia, rompe o asfalto.
Façam completo silêncio, paralisem os negócios,
garanto que uma flor nasceu.

Sua cor não se percebe.
Suas pétalas não se abrem.
Seu nome não está nos livros.
É feia. Mas é realmente uma flor.

Sento-me no chão da capital do país às cinco horas da tarde
e lentamente passo a mão nessa forma insegura.
Do lado das montanhas, nuvens maciças avolumam-se.
Pequenos pontos brancos movem-se no mar, galinhas em pânico.
É feia. Mas é uma flor. Furou o asfalto, o tédio, o nojo e o ódio.

                                    Carlos Drumond de Andrade

Serra virou Cunha




Vejam o ridículo a que o Brasil está submetido.
Lula é réu porque uma empresa teria pago o aluguel de um guarda-móveis para conservar o acervo presidencial, o que a lei o obriga a fazer mas não provê recursos para que se faça.
José Serra é ministro e representante do Brasil no mundo mas não é réu por ter recebido, segundo dirigentes da Odebrecht, R$ 34,5 milhões (R$ 23 milhões, em dinheiro da época) como “mimo” para sua campanha presidencial em 2010. Segundo a Folha, os delatores têm os recibos dos depósitos feitos, com a intermediação do então (e sempre) tucano Ronaldo Cezar Coelho.
Haverá manifestação coxinha na Avenida Paulista?
Boneco do Serra vestido de presidiário?
Panelas batendo? Editoriais moralistas?
Embora nada disso vá acontecer, o fato é que o chanceler brasileiro traz agora a marca da cruz suíça como um alvo em sua testa.
Imagine a ironia do ministro José Serra tendo, por dever funcional, de assinar um pedido, oriundo da justiça, para que o governo suíço entregue os documentos relativos às transações feitas em seu benefício, tais como os “trusts” de Eduardo Cunha.
N’est pas sérieux, dizia ao velho De Gaulle.
(Por Fernando Brito, no Tijolaço)

Eleições 2016, 2º turno - Dia 30, Canoas/RS vota #BETH10!



*CANOAS está com Beth e Mário, está com o BOM (Bloco do Orgulho Municipal - PRB, PT & Aliados):

 "Para manter as conquistas e continuar as mudanças"!
- Não ao Retrocesso! 

"VAI TER PREFEITA!" #BETH10

28 outubro 2016

Mais um ataque do STF aos direitos fundamentais: enterrado o direito de greve no serviço público



(Barroso e a serenidade no rosto de quem acabou com o direito de greve no serviço público. Foto: José Cruz/Agência Brasil)

Por Pedro Breier, correspondente policial do Cafezinho*
Os ataques da direita, que controla o Executivo, o Legislativo e o Judiciário, se sucedem, implacáveis, contra os direitos sociais e individuais previstos na Constituição.
O Executivo nos presenteou com a PEC 241, que impõe a austeridade - a ideologia econômica da direita que não deu certo na Europa pós crise de 2008, na Argentina com Macri, nem no segundo governo Dilma com Joaquim Levy - aos próximos cinco presidentes da República.
No Legislativo a PEC já foi aprovada em dois turnos na Câmara dos Deputados e a tendência é a sua aprovação também no Senado. Afinal, quem resiste a um jantar de gala oferecido pelo excelentíssimo presidente golpista, não é mesmo?
O Judiciário, por meio do STF, fechou o caixão: decisão de ontem determina que o poder público deve cortar o salário dos servidores que entrarem em greve.
Ou seja, acabou o direito fundamental à greve no serviço público.
Em um ambiente de avanço conservador e criminalização diária da esquerda e dos sindicatos, operada pela mídia corporativa, onde já é difícil mobilizar as categorias de servidores públicos para que lutem por seus próprios direitos, o STF torna a tarefa praticamente impossível.
Luiz Fux deixou clara a harmonia entre os três poderes: ‘Na situação atual do Brasil muitas greves virão. Nós estamos aqui para evitar que o Brasil pare’.
O relator, Luís Roberto Barroso, afirmou que 'A certeza do corte de ponto, em prejuízo do servidor de um lado, e a possibilidade de suspensão de parte do corte de ponto em desfavor do Poder Público de outro, onera ambos os pólos da relação e criam estímulos para celebração de acordo que ponha fim à greve de forma célere e no interesse da população.'
Reparem no nível da argumentação do ministro: a CERTEZA do corte de ponto é equiparada à POSSIBILIDADE de suspensão de PARTE do corte de ponto. Estariam ambos os pólos da relação onerados igualmente, o servidor que terá a certeza da perda do salário, fonte da sua sobrevivência e da sua família, e o poder público que terá a 'possibilidade de suspender parte do corte'. Seria risível não fosse trágico.
O ministro Marco Aurélio Mello, que votou contra o corte no ponto, falou o óbvio: 'Não concebo que o exercício de início de um direito constitucional possa de imediato implicar esse prejuízo de gradação maior, que é corte da subsistência do trabalhador e da respectiva família'.
Após a destruição do direito fundamental da presunção da inocência, com a decisão que considerou constitucional o cumprimento da pena antes do trânsito em julgado, agora o STF, suposto guardião da Constituição, parte para cima do direito fundamental à greve.
Com essa ofensiva conservadora no Supremo Tribunal Federal fica evidente a monumental incompetência de Lula e Dilma para nomear ministros.
Dos seis que votaram a favor do corte do salário dos servidores grevistas - Toffoli, Barroso, Teori, Luiz Fux, Gilmar Mendes e Carmem Lúcia - nada menos que cinco foram nomeados pelos governos petistas (você sabe qual destes foi nomeado por FHC).
Trata-se, juntamente com a inércia total na questão da democratização da mídia, do grande erro cometido pelo PT durantes os seus governos, pelo qual já estamos pagando muito caro.
*Fonte desta postagem - http://www.ocafezinho.com/

27 outubro 2016

QUE VIVAM LOS ESTUDIANTES!!




*Que vivan los estudiantes! - de Violeta Parra, com Mercedes Sosa


Com a palavra, a brava estudante ANA JÚLIA. Não deixe de assistir!




*Ana Julia Ribeiro, da escola Senador Manuel Alencar Guimarães, discursa no plenário da Alep (AL/Paraná)

ONU: como Lula cortou as asas do Moro



"ONU conspurcou o currículo internacional do herói da Província" (Paulo Henrique Amorim*)
Como se sabe, o PiG cuspiu na ONU: não deu a menor bola para a histórica vitoria do Lula sobre o Moro, essa vitória com que o Lula vai, sim, desmoralizar o Brasil e seus Golpistas – todos eles não são mais altos que o Cristóvam Buarque.
Os “juristas” do PiG, com a incansável colaboração do ministro globista Joaquim Falcão, correrão para dizer que a decisão da ONU é “non binding”.
Não obriga o Brasil a fazer nada.
Exatamente.
O problema é fama, a reputação – a vergonha!
A derrota política!
POLÍTICA!
O Moro não vai ter que usar camisas sociais brancas depois de levar a surra na ONU.
Ele vai continuar a vidinha de sempre: prender o PT e quebrar a Economia brasileira, sob os gratificantes aplausos da Globo.
Mas, acontece que o Lula cortou as asinhas dele.
Moro se tornou – ou ensaia ser – uma astro de dimensão internacional!
Do Departamento de Estado a Harvard, à subsidiária do Estadão em Washington, o Wilson Center.
Será natural que, como todo jurista brasileiro que se preze, de Francisco Rezek, advogado de Daniel Dantas, e Ellen Gracie - aquela que, no Supremo, assegurou que Dantas não é Dantas, mas Dantas - todo gilmárico brasileiro pretende chegar à Corte Internacional de Haia.
Ser um Super Juiz do Mundo, com jetons incalculáveis e viagens internacionais de Primeiríssima Classe para proferir memoráveis aulas magnas irrelevantes.
O Supremo para o Moro será, de certa forma, um capitis diminutio.
Micharia!
Depois da Obra Prima da Lava Jato, esse Monumento babilônico, Moro deve aspirar à Corte Suprema – do Mundo!
E isso … lamento informar… bye-bye!
A decisão da ONU conspurcou irremediavelmente o currículo internacional do Juiz Imparcial de Curitiba!
Como é que vai se sentar na Corte de Haia um condenado na ONU?
Só se for como réu…
O Moro deve se achar mais esperto que o Lula.
Não é.
Moro está, desde já, condenado a ser um Juizeco do circuito Maringá-Curitiba.
Daqui a pouco, nem a Globo se lembra mais ele.
PHA 

26 outubro 2016

E a gasolina ... baixou?!!!




*Charge do KAYSER (Gasolina Temerária)

(Clique na charge p/ampliar)

ELEIÇÕES 2º TURNO: EM CANOAS/RS, #BETH10 (PRB/PT) LIDERA COM FOLGA



Do Correio do Povo - Pesquisa realizada pelo Instituto Methodus e pelo Correio do Povo, entre os dias 23 e 25 de outubro, sobre a intenção de voto dos eleitores de Canoas, indica que na menção estimulada a candidata Beth Colombo {PRB/PT}, mantém a liderança da corrida eleitoral com 37,6%. Luiz Carlos Busato {PTB/Rede}, aparece com 28,6% das intenções de votos. Brancos e nulos somam 22,8% e indecisos (não sabem) 11,0%. Na mesma questão quando são calculados os votos válidos, excluindo-se brancos/nulos e indecisos (não sabem), Beth Colombo obtém 56,8% seguida por Busato com 43,2%.
Na menção espontânea, a candidata Beth Colombo obtém 35,4% da intenção de voto e Busato 26,0%. Brancos e nulos somam 22,9% e indecisos (não sabe) 15,7%. Na rejeição múltipla, onde o entrevistado pode rejeitar mais de um candidato, Busato, do PTB, aparece com 49,5% e Beth Colombo, do PRB, com 43,8%. Não rejeita nenhum 21,6% e não sabem 4,6%.
CLIQUE AQUI para ler na íntegra.

25 outubro 2016

Arrocho fiscal - Câmara congela gastos sociais por duas décadas


Em 2º turno de votação, PEC 241 teve 359 votos favoráveis, 51 acima do necessário. Senado deve avaliar proposta até 13 de dezembro

Protesto na Câmara

Parlamentares da oposição protestam contra o que chamam de 'PEC da Desigualdade'
Carta Capital - A Câmara dos Deputados aprovou, em segundo turno de votação, o texto-base da Proposta de Emenda à Constituição que congela os gastos públicos por 20 anos, com profundo impacto nos orçamentos da saúde, educação e assistência social. A votação dos destaques apresentados pela oposição deve ser encerrada na noite desta terça-feira 25.
Para angariar apoio à drástica proposta de arrocho fiscal do governo Temer, o presidente da Casa, Rodrigo Maia (DEM), promoveu um jantar na noite anterior para parlamentares da base governista. Após a mesura, 359 deputados votaram a favor da chamada PEC 241, 51 acima do necessário.
O convescote parece uma reedição do bem sucedido banquete oferecido por Michel Temer – e custeado com recursos públicos – a deputados aliados às vésperas da votação em primeiro turno da proposta. Na ocasião, o texto do relator Darcísio Perondi, do PMDB, foi aprovado pelo dilatado placar de 366 votos favoráveis e 111 contrários.
A PEC 241 segue, agora, para o Senado, onde também precisará passar por dois turnos de votação. Pelo calendário proposto pelo presidente da Casa Legislativa, Renan Calheiros, a emenda pode ser aprovada definitivamente em 13 de dezembro.
De acordo com a proposta, todas as despesas públicas serão corrigidas de um orçamento para o outro apenas com base na inflação do ano anterior. Não haverá aumentos reais. Desse modo, crê o governo, o pagamento da dívida pública não correrá perigo, os investimentos privados na economia voltarão e o crescimento virá a reboque.
Rodrigo Maia
Na véspera da votação, Maia promoveu um jantar para parlamentares da base governista (Zeca Ribeiro/Ag.Câmara)
A decisão de congelar os gastos públicos ameaça, porém, o conjunto de políticas que permitiu a ascensão social de milhões de brasileiros ao longo dos últimos anos. No estudo “O Novo Regime Fiscal e suas Implicações para a Política de Assistência Social no Brasil”, o Instituto de Pesquisa Econômica Aplicada (Ipea) alerta para o possível desmantelamento de programas como Bolsa Família, Proteção Social Básica (PSB), Programa de Segurança Alimentar e Benefício de Prestação Continuada, previdência para cidadãos de baixa renda que não contribuíram na vida ativa. 

De acordo com a pesquisa, esses programas consumiram 1,26% do PIB em 2015 e, com a aprovação da PEC do teto, o gasto encolheria para 0,7% do PIB em 20 anos. O estudo conclui, assim, que em 2036 a assistência social contaria com “menos da metade dos recursos necessários para manter a oferta de serviços nos padrões atuais”. Em termos absolutos, a perda acumulada do setor será de 868 bilhões de reais.
Campello: "Na assistência social, será um retorno ao início dos anos 1990"
“Com a PEC 241, chegaríamos em 2036, na melhor das hipóteses, com recursos que tínhamos no inicio dos anos 1990. É um retrocesso muito grande”, avalia a economista Tereza Campello, ex-ministra do Desenvolvimento Social do governo Dilma Rousseff. “Quem de fato fica vulnerável é a população mais pobre, as crianças em situação de violência, as mulheres, a população de rua. Com o congelamento dos recursos, todas as áreas serão impactadas, mas áreas mais consolidadas como política pública, como a saúde e a educação, tem mais condição de resistir”.

No Brasil, o principal operador das políticas de assistência social são os municípios, que recebem co-financiamento do governo federal para executá-las, explica Campello. As prefeituras são responsáveis, por exemplo, pelos abrigos para crianças em situação de rompimento do vínculo familiar. “Esse co-financiamento vai desaparecer. Acho que os novos prefeitos não estão cientes dessa realidade com a qual vão se deparar”.
Campello
'Os novos prefeitos não sabem a realidade que vão se deparar', diz a ex-ministra Tereza Campello (José Cruz/ABr)
Receosos da impopularidade da medida, o relator Perondi havia feito uma alteração: no caso específico de saúde e educação, o congelamento começará só em 2018, último ano de mandato de Temer. Com isso, espera-se que a população não sinta muito os efeitos em escolas e hospitais a tempo de punir seus representantes nas urnas na eleição de 2018. A propósito: na campanha de 2014, Temer doou 100 mil reais à candidatura de Perondi. 
Emenda ignora crescente demanda por serviços de saúde
O congelamento de gastos sociais ignora as transformações pelas quais o Brasil passa e que vão impactar diretamente a área da saúde. José Gomes Temporão, ex-ministro da Saúde do governo Lula, observa que o Brasil passa uma transição demográfica bem peculiar, marcada pelo acelerado envelhecimento da população, praticamente na metade do tempo que a França levou para concluir esse mesmo processo.

Em recente entrevista a CartaCapital, ele também aponta uma mudança no padrão das enfermidades: “A Organização Mundial da Saúde projeta que, em 2030, as principais causas de mortalidade no mundo não serão mais as doenças cardiovasculares ou cerebrovasculares, e sim o câncer, que tem um custo de tratamento altíssimo”.
Enquanto a tendência da população é demandar mais da saúde pública, o Congresso propõe um congelamento de gastos por vinte anos que implica em uma perda acumulada de 654 bilhões de reais para a saúde, em um cenário de crescimento do PIB de 2% ao ano, segundo uma nota técnica divulgada pelo Instituto de Pesquisa Econômica Aplicada (Ipea).
SUS
O SUS já sente os efeitos do envelhecimento da população (Foto: Raul Spinassé/A Tarde/Futura Press)
O conteúdo do documento irritou o presidente do Ipea, Ernesto Lozardo, que usou o site e os canais de comunicação da instituição para questionar publicamente o estudo, algo inédito na história do Ipea. Lozardo disse que as análises feitas “são de inteira responsabilidade dos autores”. A situação levou a pesquisadora Fabíola Sulpino Vieira, uma das autoras, a pedir exoneração. 
Sem recursos para incluir 3 milhões de crianças e adolescentes nas escolas
A emenda constitucional também acarretará em impactos profundos na educação. No Brasil, o setor é subfinanciado e precisa resolver gargalos como a universalização do atendimento, em especial na pré-escola e na creche. De acordo com o Censo Escolar, 3 milhões de brasileiros de 4 a 17 anos estão fora das salas de aula. Ademais, se o País deseja sair da rabeira dos rankings internacionais de qualidade de ensino, terá de investir na formação dos professores e na valorização da carreira docente.

"Com a manutenção dos gastos no atual nível, como propõe a PEC 241, não será possível nem sequer incluir todos os brasileiros com 4 a 17 anos na escola, muito menos com professores competentes e bem formados", analisa o filósofo Renato Janine Ribeiro, professor da Universidade de São Paulo (USP) e ex-ministro da Educação.
O desafio torna-se ainda maior diante da perversão do sistema orçamentário. "No orçamento, as despesas mais difíceis de se abater são aquelas mais injustas, enquanto as mais fáceis de cortar são as justas", opina o filósofo, citando a dificuldade de se reduzir as despesas do Legislativo e do Judiciário.  “É mais fácil cortar o que é mais essencial".
Educacao
Secundaristas se mobilizam em mais de mil ocupações contra a PEC 241 e a reforma do Ensino Médio (Arquivo)
Presidente da Comissão de Cultura da Câmara dos Deputados, o deputado Chico D'Angelo (PT-RJ) alerta que a PEC 241 trará profundo impacto para setores como meio ambiente, ciência e cultura. "As despesas com saúde e educação são obrigatórias. Com a cultura, são discricionárias, não obrigatórias. Nisso reside um problema da maior gravidade". 

"A ideia original do governo era extinguir o Ministério da Cultura, fato que só não ocorreu em virtude da reação da sociedade. Agora, arma-se o cenário para a inviabilização da pasta e configura-se um modelo que desmantelará políticas públicas no campo da cultura", emenda D'Angelo.
A falácia do equilíbrio das contas públicas
Desde 2003, com exceção aos dois últimos anos, os governos federais gastaram menos do que arrecadaram em despesas primárias como saúde, educação e assistência social. Segundo o economista João Sicsú, professor da UFRJ e colunista de CartaCapital, o déficit orçamentário está relacionado mais ao pagamento de juros, atualmente fixados em 14%.

"Não precisa ser economista, especialista em contas públicas, para perceber que o que faz o déficit orçamentário são as despesas com o pagamento de juros da dívida pública. Se dependesse dos gastos somente nas áreas que fazem o gasto primário sempre haveria superávit orçamentário, exceto em conjunturas específicas", analisa o economista.

"A PEC desmontará o Estado brasileiro e suas políticas sociais pelo simples fato de que o que necessitamos são mais gastos per capita em diversas áreas, com destaque para saúde e educação", afirma Sicsú. "Não temos, tais como diversos países europeus, um Estado de bem-estar conformado. E o desenvolvimento brasileiro é essencialmente a construção de um Estado de bem-estar social."
*Fonte: http://www.cartacapital.com.br/