19 julho 2016

Minha foto com Paulo Ferreira





Por André Pereira, no Sul21*

"Sim, presto serviços ao PT há um bom tempo e somente para esta sigla pois, por questões ideológicas, de princípios e valores, não trabalharia em outro partido que respeito sem compartilhar  lógicas e filosofias. É claro que podem – e vão – fazer ilações caluniosas os jornalistas velhacos – como um blogueiro balofo e indecente que me acusou sem provas de ganhar ‘por fora’ do PT, inconformado com o salário modesto que está exposto no site transparência."

Deixo claro, de cara.
Para mim, é na cadeia, o recanto ideal para corrupto descarado, ladrão do setor público e líder da iniciativa privada que sonega tributos ou corrompe conselheiros do Conselho Administrativos de Recursos Fiscais, o famoso Carf da Operação Zelotes.
Isso nem se discute.
Não interessa o partido ou o tipo de colarinho branco que enxovalhe.
É cana dura, sol quadrado, xilindró; não conheço outro jeito de pagar o pecado de amealhar, no alheio, o indevido capital.
Mas, para postar nas redes sociais, procurei em todos os escaninhos da web, em arquivo do partido e nas minhas escassa coletânea de fotografias pessoais, uma imagem minha com Paulo Ferreira, ex- deputado federal e alvo favorito do jornal da RBS.
Duvido que alguém tenha merecido mais espaço consecutivo e suitado diariamente nos últimos dias, nas páginas do periódico, do que o ex- tesoureiro do PT, indiciado por corrupção. Sequer foi julgado ou condenado mas ficou 12 dias incomunicáveis na cadeia da PF de São Paulo, graças ao novo regramento jurídico instituído no país, que elimina o direito de defesa e onde se golpeia a presidência por um certo “conjunto da obra”, que inclui, como referência essencial, o quesito “baixa popularidade”.
(Hoje, 14, porém, ao inverso, a Zero Hora sequer noticia o que os outros diários da capital publicaram, que a superempresa Gerdau perdeu quatro ações no Carf e será obrigada a devolver aos cofres públicos da Receita Federal, quase R$ 4 bilhões).
Não encontrei, porém, um retrato meu ao lado do Ferreira.
Mas tive oportunidade, pretérita, por óbvia, de ter este registro visual pois encontrei Ferreira em muitos eventos petistas.
Ouço no rádio que ele virá ao estado para ver o pai, gravemente adoentado. Pode ser que o encontre para prestar solidariedade à família.
Uma vez ele pediu meu e-mail para repassar à esposa, Teresa Campello, depois que escrevi  sobre a luta heroica de sobrevivência dela durante a gravidez de Luiza, filha do casal. Tereza, que fez um trabalho sério e maravilhoso no Bolsa Família, como titular do Ministério do Desenvolvimento Social, queria me contatar para falar acerca do escrito.
Costumava ler Paulo Ferreira na revista Voto onde os seus artigos iluminavam o opaco ranço direitista da publicação.
Não privei de sua amizade, embora ele tenha um jeito cordial e bem humorado que agrega muitas pessoas.
Só troquei impressões casuais com ele, sobre política essencialmente.
Conheço seus dois outros filhos já adultos.
E nem sei bem se é gremista ou colorado.
Mas, acima de tudo, não há nada que me envergonhe nesta relação que, mesmo superficial, autorizaria uma fotografia ocasional.
Por razões profissionais jornalísticas devo ter fotografias em coletivas dos Gerdau ou encontros em que compareceram os Sirotsky.
Não me envergonho, também. Como não sou seletivo em culpar ninguém, até prova em contrário são tão inocentes como frágeis suspiros.
O desembargador José Paulo Bisol foi indenizado em mais de R$ 1 milhão pela RBS por calúnia, ou injuria ou difamação.
Secretário da Segurança Pública de Olívio Dutra foi também acusado de envolvimento com o jogo do bicho e indiciado com o petista bigodudo e outras 41 pessoas na CPI da Segurança, comandada por este mesmo vieira da cunha, que também abandonou os governos Tarso Genro e Ivo Sartori.
Todos foram inocentados. Alguém viu alguma retratação decente da mídia?
Bisol venceu disputas judiciais também contra O Globo, O Estado de S. Paulo e Correio Brasiliense e a revista IstoÉ.
Quem noticiou que ele foi injustamente vilipendiado?
Então, sintam-se à vontade para imaginar ou mesmo fazer montagens minha com o Paulo Ferreira.
Porque esconderia o que faço, na minha atividade profissional de assessor parlamentar  vinculado ao PT, se nada pratico de errado ?
Sim, presto serviços ao PT há um bom tempo e somente para esta sigla pois, por questões ideológicas, de princípios e valores, não trabalharia em outro partido que respeito sem compartilhar  lógicas e filosofias.
É claro que podem – e vão – fazer ilações caluniosas os jornalistas velhacos – como um blogueiro balofo e indecente que me acusou sem provas de ganhar ‘por fora’ do PT, inconformado com o salário modesto que está exposto no site transparência.
É sócio atleta do mesmo grupelho que generaliza o ódio anti-petista, estimula a intolerância,  apequena a função social do jornalismo e,  mais que defender os interesses dos patrões, criminaliza a política. Com esta postura de raiva preconceituosa  contaminam todo tipo de exercício da cidadania ativa e comprometida com um mundo melhor.
.oOo.
*André Pereira é jornalista. 
***
-Nota do Editor do Blog: 
Foi muito oportuno e corajoso o companheiro jornalista André Pereira nessa postagem. Só que, diferentemente dele, eu já tive minha foto divulgada juntamente com o companheiro Paulo Ferreira - em mais de uma oportunidade e em momentos distintos: nas 'boas' e também nas 'más horas'  (nestas últimas por sites e jornalecos mercenários e provocadores, que não perdem por esperar). Mas, assim como o André, nada que me envergonhe, pelo contrário. 
Paulo Ferreira, ex-deputado federal e ex-tesoureiro do PT, assim como os demais dirigentes petistas presos ilegalmente, merecem ter, no mínimo, a 'presunção de inocência' (Art. 5º, inc. LCVII CF/88) assegurada. 
O Devido Processo Legal, em todas as suas etapas, não pode ser atropelado com pré-julgamentos de natureza política/ideológica e pelos atropelos à Constituição e ao Estado Democrático de Direito, como está acontecendo hoje no Brasil - especialmente na chamada 'Operação Lava Jato (ou vaza jato, melhor dizendo). Até agora, só delações e ilações - produzidas pela 'República de Curitiba' - apareceram. Prova cabal, nenhuma. 
Sem provas, o que vale é a presunção de inocência. E o ônus da prova é de quem acusa. Ponto final. (Júlio Garcia)

-A propósito desse tema, clique AQUI para ler mais.

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