Comunista que lutou contra as ditaduras brasileiras, Marighella é combatido 50 anos após sua morte
O filme sobre a vida de Carlos Marighella, militante comunista morto pela ditadura em 1969, tem dificuldades imensas para estrear no Brasil. Dirigido por Wagner Moura, o longa conta a história do homem negro que lutou contra Getúlio Vargas, os militares e acabou se tornando símbolo da luta do proletariado.
O filme, que já foi exibido em alguns festivais internacionais como o de Berlim, chegou a ser aplaudido em pé. O sucesso e a repercussão da história de Marighella irritaram membros da família Bolsonaro e seus seguidores. Em abril deste ano, o presidente postou em suas redes um vídeo chamando o ativista de criminoso, terrorista e que ele seria um apoiador de “ditaduras comunistas”.
Em entrevista coletiva em Berlim, Wagner Moura garantiu que a obra não era direcionada a Bolsonaro, mas que “o filme está em contraste com o grupo que está no poder”, referindo-se ao presidente e aos integrantes de seu governo.
O fato é que o filme agitou o debate em torno de Marighella e as paixões ideológicas, a favor ou contra, mostram que a estreia do filme no Brasil pode até demorar, mas terá impacto. Mas quem de fato foi Carlos Marighella e por que ele, morto há 50 anos, incomoda tanto o clã Bolsonaro?
Baiano que conheceu o ativismo na universidade
Carlos Marighella nasceu em Salvador, em 1911, e tinha outros sete irmãos. Filho de uma mãe negra, descendente de escravos, com um pai imigrante italiano, o baiano conseguiu romper as dificuldades de uma vida simples e ingressou, em 1929, na Escola Politécnica da Bahia para cursar engenharia civil.
Foi na universidade que Marighella conheceu o movimento estudantil. Aos 23 anos, se tornou o líder da luta comunista e conheceu aquilo que o acompanharia para o resto de sua vida: a repressão.
Foi preso por divulgar um poema em que criticava o interventor da Bahia, Juracy Magalhães, nomeado por Getúlio Vargas.
Logo após ser solto, em 1934, Marighella desistiu do curso de engenharia e se mudou para o Rio de Janeiro para ser um militante profissional do Partido Comunista Brasileiro. Ele era responsável pela imprensa e divulgação do partido. (...)
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