02 junho 2025

VÍDEO: Chico Buarque visita Gil no show Tempo Rei em encontro histórico

Os dois fizeram uma interpretação arrebatadora de “Cálice”, canção composta por eles em plena ditadura militar, marcada como um grito contra a censura e a repressão


Um dos momentos mais memoráveis da música brasileira se reencenou na noite deste domingo (1º), no Rio de Janeiro. Durante apresentação da turnê Tempo ReiGilberto Gil surpreendeu o público ao receber Chico Buarque no palco da Marina da Glória para uma interpretação arrebatadora de “Cálice” — canção composta nos anos 1970, em plena ditadura militar, e marcada como um grito contra a censura e a repressão.

A aparição de Chico não estava anunciada, o que intensificou a emoção da plateia ao vê-lo surgir para dividir os vocais com Gil em um dos mais emblemáticos hinos da resistência cultural do país. A performance, carregada de significado histórico, foi também um reencontro de duas figuras centrais da música popular brasileira.

A noite de domingo deu continuidade à sequência de encontros especiais que vêm marcando a nova turnê de Gil. No sábado (31), foi a vez de Djavan se juntar ao anfitrião no palco. Juntos, eles interpretaram “Estrela”, balada lançada por Gil em 1997 e que ganhou nova vida na voz de dois mestres da MPB.

Turnê celebra legado e promove encontros inéditos

A Tempo Rei é mais do que uma celebração da obra de Gilberto Gil: é um tributo vivo à música brasileira. Com apresentações iniciadas em Salvador e já realizadas também em São Paulo e no Rio de Janeiro, a turnê segue agora para Brasília, Belo Horizonte, Curitiba, Belém, Porto Alegre, Fortaleza e Recife.

Um dos principais atrativos da série de shows tem sido justamente a presença de convidados surpresa. Nomes como Sandy, Marisa Monte e Arnaldo Antunes já subiram ao palco ao lado de Gil, proporcionando ao público experiências únicas em cada cidade.

Aos 82 anos, Gil segue renovando sua conexão com o público e com outros artistas, relembrando canções históricas e reafirmando a força da música como expressão política, cultural e afetiva. A apresentação ao lado de Chico Buarque, neste domingo, foi mais uma prova disso: um momento raro e potente em que memória e arte caminham juntas no presente.

*Por Julinho Bittencourt na Fórum

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