21 outubro 2024

O PT, o joio e o trigo

"Trata-se de uma pergunta retórica de Berlinguer, secretário geral do PCI, em um texto publicado em 1981, na revista Rinascita", escreve Pomar


Por Valter Pomar*

Recebi de um amigo uma citação.

Reproduzo abaixo a tal citação, mas com uma pequena alteração, que já explicarei.

"(...) um partido eleitoral, um partido à moda 'americana', isto é, um partido que pensaria só em ganhar votos, que desvalorizaria o trabalho de direto contato com a gente para lhes ajudar a pensar, a organizar-se, e a lutar, que esvaziaria de todo o conteúdo a militância política, que pensaria apenas em ter deputados, mais senadores, mais vereadores, mais assessores, mais postos de poder.... Mas um partido 'renovado' deste modo seria ainda o Partido dos Trabalhadores? (...)"

A alteração que fiz na citação original foi apenas no final.

A citação original fala do Partido Comunista Italiano, não do PT brasileiro.

Trata-se, segundo me disse o amigo citado, de uma pergunta retórica de Berlinguer, secretário geral do PCI, em um texto publicado em 1981, na revista Rinascita.

Em 1981, o Partido Comunista Italiano era chamado, por alguns, de o maior partido comunista do Ocidente.

Berlinguer morreu em 1984.

O Partido Comunista Italiano suicidou-se em 1991.

Uma das versões acerca do suicídio pode ser lida na obra resenhada aqui: Valter Pomar: Sobre "O alfaiate de Ulm"

Pano rápido.

De aqui até 27 de outubro, devemos fazer de tudo para ganhar o segundo turno das eleições municipais, especialmente em São Paulo, Fortaleza, Cuiabá, Porto Alegre e Natal.

Passada a eleição, se possível em um ambiente de vitória, teremos que enfrentar o debate sobre nosso presente e nosso futuro.

E nesse momento vamos separar o joio do trigo.

De um lado quem defende seguir trilhando o caminho gringo.

De outro lado quem defende reafirmar o PT como partido militante e socialista.*

Transcrevo a mensagem do meu amigo: Pergunta retórica de Berlinguer em um texto para a revista "Rinascita" de dez. de 1981: "um partido eleitoral, um partido à moda 'americana', isto é, um partido que pensaria só em ganhar votos, que desvalorizaria o trabalho de direto contato com a gente para lhes ajudar a pensar, a organizar-se, e a lutar, que esvaziaria de todo o conteúdo a militância política, que pensaria apenas em ter deputados, mais senadores, mais conselheiros (vereadores), mais assessores, mais postos de poder.... Mas um partido 'renovado' deste modo seria ainda o Partido Comunista Italiano?" (Citado em Guido Liguori, Berlinguer Rivoluzionario. Il pensiero politico di un comunista democratico, Carocci, 2014)

*Valter Pomar é  Historiador e integrante da Direção Nacional do PT - Fonte: https://www.brasil247.com/

20 outubro 2024

Em debate, Maria do Rosário denuncia inércia do prefeito de Porto Alegre nas enchentes*

“Obrigação de cuidar das casas de bomba e sistema de comportas é do prefeito,” apontou Rosário em debate da Band, na noite de segunda (14). Melo tentou responsabilizar o governo federal mas acabou desmascarado

Maria do Rosário expôs como a negligência do prefeito agravou os efeitos das enchentes em Porto Alegre

Maria do Rosário (PT) criticou o prefeito de Porto Alegre, Sebastião Melo (MDB) durante o debate da TV Band na noite de segunda-feira (15), apontando a negligência na manutenção das estações de bombeamento e do sistema de drenagem como fatores que contribuíram para causar uma das maiores tragédias da capital gaúcha. A deficiência na prevenção de enchentes durante a gestão de Sebastião Melo e a falta de um plano de enfrentamento à tragédia foram novamente temas centrais do debate.

Ao afirmar que a responsabilidade pelo sistema de proteção contra cheias é do governo federal e questionar se Rosário conhecia a norma disposta na Constituição Federal, Maria do Rosário rebateu: “É sempre um problema dos outros. É culpa do PT. O PT estava no poder em 2004. Depois, apenas o Melo esteve no poder e ele ainda diz que a culpa é do PT”.

“Eu respeito a Constituição. E sei que quem planeja e constrói o sistema de proteção é o governo federal. Mas não é o presidente da República quem deve, de Brasília, ver se as borrachas de vedação das comportas estão funcionando, se as casas de bombas estão em boas condições. Quem tem esta obrigação é o prefeito, era o senhor”, rebateu Rosário.

Leia maisGleisi exalta fortalecimento do PT nas eleições municipais

Maria do Rosário é a candidata que apresenta o plano de governo mais abrangente para enfrentar questões climáticas e de infraestrutura relacionadas às enchentes, em contraste com Melo, conhecido por seu discurso de negacionismo climático, alinhado com seus apoiadores bolsonaristas.

“Como é possível não ter cuidado com as casas de bomba em nenhuma região da cidade, nem no Centro Histórico?”,  questionou Maria do Rosário, ressaltando a urgência de soluções concretas. Ela afirmou que pretende elaborar projetos para obter financiamento federal para a execução de serviços 100% públicos, com o Dmae como gestor do fornecimento de água potável e tratamento de esgoto. Além disso, propôs a recriação do Departamento de Esgotos Pluviais (DEP), que foi extinto em 2017 durante o governo de Nelson Marchezan, para administrar a drenagem, manutenção e controle de cheias na cidade.

Recursos federais socorreram RS

A deputada federal Maria do Rosário, que atuou intensamente durante a enchente para agilizar o envio de recursos do governo federal – que totalizaram R$ 98,7 bilhões para ações emergenciais e para a reconstrução da infraestrutura e apoio à população e empresários do Rio Grande do Sul – também propõe a criação do Conselho da Reconstrução de Porto Alegre.

Este órgão será composto por especialistas, universidades, conselhos profissionais e técnicos, e, especialmente, moradores afetados pelas enchentes, levando em conta as necessidades de todos os envolvidos.

Leia mais: Vencedor em 248 prefeituras, PT se fortalece e supera as 183 da última eleição

Transporte de má qualidade

Durante o primeiro bloco, que tratou sobre temas como mobilidade urbana e saúde, Maria do Rosário contestou a privatização da Carris (operadora do transporte público de Porto Alegre) e descreveu o que considera um rebaixamento da qualidade do sistema de ônibus da Capital, com menos oferta de linhas e horários disponíveis.

Ela também criticou a redução de benefícios de isenção para idosos e de meia passagem para estudantes e destacou que seu plano de governo inclui tarifa zero nos ônibus e passe livre estudantil.

Denúncias de corrupção na saúde

Sobre o tema saúde, Maria do Rosário destacou as suspeitas de corrupção envolvendo o Hospital da Restinga e Extremo Sul, que é gerido pelo governo municipal. O atual prefeito refutou a ideia de que o caso esteja sendo investigado pela Polícia Federal e atacou o partido da adversária. No entanto, o Ministério Público Federal (MPF) já confirmou a abertura de um inquérito para investigar as denúncias.

Maria do Rosário observou ainda que a atual gestão implementou um programa que resultou em um aumento de dez vezes nas filas nos hospitais. “Não sou eu quem está falando de corrupção, é a polícia. Não quero mais que a cidade se torne um caso de polícia. Esse governo Bolsonaro está repleto de envolvimentos em corrupção”, afirmou.

A candidata do PT lembrou que Porto Alegre se tornou uma cidade desumana, que não atende adequadamente gestantes, mulheres e crianças. “Uma mulher grávida precisou de atendimento no hospital, mas não conseguiu. Teve que ir a outro, mas não tinha dinheiro para a passagem”, ressaltou.

O plano de governo de Maria do Rosário inclui a criação de quatro novas policlínicas voltadas para exames de especialidades, além de um aumento no número de equipes de saúde da família, que passariam a totalizar 444.

Supostos casos de corrupção na Secretaria de Educação

Maria do Rosário – que é professora e cujo tema é um dos principais focos de seu plano de governo – criticou a situação da educação em Porto Alegre, afirmando que a educação não pode continuar do jeito que está, especialmente ao mencionar que a cidade obteve o segundo pior resultado no Índice de Desenvolvimento da Educação Básica (Ideb).

Maria do Rosário também questionou supostos desvios na Secretaria Municipal de Educação, mencionando que  “a secretária de Educação foi presa por comprar um apartamento com dinheiro de corrupção” e que “tem gente andando de Ferrari com dinheiro de corrupção, enquanto as crianças têm merenda de qualidade inferior”.

Rosário lamentou que as crianças não estão aprendendo, pois falta apoio pedagógico e turnos integrais. — Há uma escassez de vagas na cidade. Eu sou professora, a nota que eu daria para o senhor, é zero. Eu me comprometo a resolver o problema das vagas que o senhor não resolveu — frisou.

*Da Redação do site do PT/RS

19 outubro 2024

Com a presença do presidente, 60 mil cubanos marcham pela Palestina em Havana - Cuba

Miguel Díaz-Canel e outras autoridades governamentais participaram de manifestação convocada por jovens, que denunciam o genocídio de Israel e a cumplicidade dos EUA

X/El Necio - Convocada e organizada por estudantes, a manifestação pró-Palestina de 60 mil pessoas contou com a presença do presidente Miguel Díaz-Canel Bermúdez, do primeiro-ministro Manuel Marrero Cruz e de outros líderes do governo

Por Gabriel Vera Lopes, do BdF - Havana*

Mais de 60 mil jovens cubanos fizeram um ato na capital, Havana, em solidariedade à causa palestina e em denúncia ao genocídio perpetrado pelo Estado de Israel. Convocada e organizada por estudantes, a manifestação contou com a presença do presidente Miguel Díaz-Canel Bermúdez, do primeiro-ministro Manuel Marrero Cruz e de outros líderes do governo.

Minutos antes do início da mobilização, o porta-voz da Federação de Estudantes do Ensino Médio (FEEM), Daniel Gómez Martínez, foi o primeiro orador a tomar a palavra. 

Diante da multidão, afirmou que “aqueles que escolhem o silêncio quando sabem que um povo está exigindo justiça são, sem dúvida, traidores da essência da humanidade. Sabemos por nossos atos revolucionários que o silêncio diante da opressão é cumplicidade. E nós, o povo cubano, a juventude cubana, não somos cúmplices deste ato”.

Enquanto sua voz ecoava nos alto-falantes, destacou que “hoje, em nossas escolas, estamos falando sobre o genocídio que está sendo cometido, aproximando-nos da realidade das crianças e adolescentes palestinos que só sonham em ver seus pais, irmãos e outros membros da família.” 

Essa foi a quarta manifestação pública realizada no país, com a participação de autoridades governamentais, em solidariedade ao povo palestino desde que há um ano se iniciou uma nova escalada genocida. A manifestação foi convocada e organizada por estudantes universitários, que nos dias que antecederam o evento organizaram vários encontros de debate e reflexão com adolescentes de escolas secundárias. 

Em entrevista ao Brasil de Fato, Mario Almeida, secretário da União dos Jovens Comunistas (UJC) da Faculdade de Jornalismo, destacou os pontos em comum nas diversas lutas anti-imperialistas, apontando também a relação entre o genocídio contra os povos originários da América Latina e do Caribe e o genocídio contra os palestinos. 

“Há poucos dias foi comemorado o aniversário de 12 de outubro. É um aniversário que, para a América Latina, marca o início da dominação, o início de um genocídio que durou mais de 500 anos. Portanto, sabemos muito bem quais são as consequências da chegada da Europa e da colonização, quais são as consequências dessa dominação”. 

Apontando contra a propaganda da grande mídia, ressalta que “se hoje chamam de terroristas aqueles que lutam pela liberdade no Oriente Médio, no Caribe eram chamados de canibais os que enfrentavam a colônia espanhola, os primeiros conquistadores. Essa foi a deformação do nome do Caribe, que eram aqueles índios, aqueles nativos do Caribe que enfrentaram os europeus que chegaram. Portanto, sabemos muito bem o que é a manipulação midiática do discurso da conquista.”

Dessa forma, a mobilização se uniu às ações globais em solidariedade ao povo palestino, que busca o fim da ocupação e a autodeterminação. Com uma forte carga simbólica, o evento central ocorreu na histórica Tribuna Anti-Imperialista, em frente à Embaixada dos EUA. Durante o evento, todos os palestrantes eram membros de diferentes organizações de jovens. Enquanto as crianças montavam uma bandeira humana para a Palestina, uma iniciativa que partiu das próprias escolas.  

“A ideia da bandeira veio de alguns amigos com quem combinamos com uma professora de fazer uma bandeira pela Palestina. Queríamos fazer algo sobre o que está acontecendo”, explica Alba, uma estudante de 12 anos, ao Brasil de Fato.

“Tivemos várias ideias para chegar a uma ideia central, que era fazer uma bandeira de brinquedo. Mas a mesma professora que estava conosco foi a outras escolas, onde ela explicou a mesma coisa que explicou para nós, e nessas escolas eles tiveram a ideia de fazer a bandeira com as crianças. Nossa ideia principal era fazer uma bandeira palestina muito, muito, muito grande.”

Durante o evento, o primeiro orador foi Mohammed Swan, um jovem médico palestino, que afirmou que “por mais de 75 anos, eles não conseguiram derrotar nossa existência. Eles não conseguiram nos derrotar. Não conseguiram exterminar nossa Palestina. Apesar de terem as armas mais desenvolvidas do mundo e o apoio militar, político e logístico ilimitado dos ianques. Isso, meus amigos, é uma grande vitória. Esse é o pesadelo que os sionistas, os líderes fascistas, têm todos os dias há mais de sete décadas. Nós escolhemos resistir, resistir e resistir.” 

Swan é um dos milhares de jovens que estudaram em Cuba graças ao sistema de bolsas de estudo que a ilha oferece há 50 anos para permitir que jovens palestinos viajem à ilha e tenham acesso às universidades. 

Por sua vez, apontando o dedo para a embaixada dos EUA, a primeira secretária da União de Jovens Comunistas (UJC), Meyvis Estévez, afirmou que “o genocídio é de total responsabilidade de Israel e dos Estados Unidos, que dão apoio militar, logístico e político à barbárie e provocam pânico em toda uma população, usando a fome e a sede como arma de destruição em massa”, disse.

*Via OPERAMUNDI

18 outubro 2024

PT e PSDB revivem no 2º turno em Santa Maria/RS a disputa que dominou o Brasil por 20 anos

Histórica rivalidade tem sido avaliada pelos eleitores na comparação de governos de ambos os partidos na cidade

Valdeci Oliveira (à esquerda) e Rodrigo Decimo (à direita) disputam o voto dos eleitores de Santa Maira para ser o novo prefeito da cidade. Foto: Divulgação

Os eleitores de Santa Maria escolherão no dia 27 de outubro o novo prefeito que governará a cidade de 2025 até 2028. De um lado, Valdeci Oliveira (PT) busca voltar à prefeitura pela terceira vez. De outro, o atual vice-prefeito Rodrigo Decimo (PSDB) quer também um terceiro mandato para os tucanos. A disputa entre os dois revive os grandes embates protagonizados por PT e PSDB entre 1994 e 2014, quando ambos os partidos dominaram a cena política nacional.

Desde então, muita coisa mudou para os dois partidos. O PSDB viu seu capital político derreter desde quando apoiou o impeachment da ex-presidente Dilma Rousseff em 2016, enquanto os petistas sofreram grande desgaste com casos de corrupção e a Operação Lava Jato, porém conseguiram retornar ao Palácio do Planalto com a vitória de Luiz Inácio Lula da Silva em 2022.

Experiente observador da cena política de Santa Maria, o jornalista José Mauro Batista recorda que a disputa entre o PT e o PSDB se intensificou na cidade a partir de 2016, ano da primeira eleição local com segundo turno. Naquela ocasião, Jorge Pozzobom (PSDB) e Valdeci Oliveira (PT) protagonizaram a disputa, com a vitória do candidato tucano (que depois seria reeleito em 2020).

“Foi o segundo turno mais disputado do Brasil. A diferença de votos a favor do candidato do PSDB foi de 226 votos”, recorda Batista. (...)

*CLIQUE AQUI para ler , na íntegra, a postagem de Luciano Velleda no Sul21.

Apagão em São Paulo - Charge

 


*Por Helô D'Angelo - via BdF

17 outubro 2024

*'Cara & Coragem II - Poemas Reunidos' - Registros


*Do meu face:

Prezados/as:
Repassando aqui para agradecer a todos/as que nos honraram com suas presenças no lançamento do nosso segundo livro de Poemas (na noite de sábado, 12/10, na 26a. Feira do Livro de Santiago/RS), à Casa do Poeta de Santiago, que o editou e, também, avisar que o nosso 'CARA & CORAGEM II - Poemas Reunidos' já está disponível para venda também via postal.

O custo é R$ 45,00, já incluída a despesa de envio. É só digitar o endereço completo, encaminhar para o meu watts 55-984595009 e fazer o PIX 28152433004 (CPF) que imediatamente despacharei o livro (devidamente autografado) pelo Correio. (Júlio C. S. Garcia)


**Mais alguns registros fotográficos do evento podem ser acessados no meu face clicando aqui

16 outubro 2024

Apagão em São Paulo e corrupção em Porto Alegre podem abalar reeleição de Nunes e Melo

"A culpa pela incompetência gerencial deles mesmos nunca é deles, porque o culpado sempre é o Lula, o PT, a natureza...", ironiza Jeferson Miola

Sebastião Melo (MDB) (Foto: Mauricio Tonetto/Secom | Gustavo Mansur/Palácio Piratini)

Por Jeferson Miola*

A onda de transferir responsabilidades pelo caos das cidades que governam pegou forte nesta eleição.

Ricardo Nunes, em São Paulo, e Sebastião Melo, em Porto Alegre, têm em comum o fato de serem candidatos bolsonaristas do MDB que agem como no conto Entre quatro paredes, de Jean-Paul Sartre: para eles, o inferno [sempre] são os outros.

A culpa pelo desastre operacional-administrativo e pela incompetência gerencial deles mesmos nunca é deles, Nunes e Melo, porque o culpado sempre é o Lula, o PT, a natureza; são os temporais, os ventos fortes, as árvores, os governos anteriores …

Com mentiras deslavadas e propaganda fantasiosa, tentam se livrar de cobranças pelo fracasso das suas escolhas políticas e pela defesa das bandeiras ultraliberais que no governo do aliado Bolsonaro foram levadas ao paroxismo com privatizações indecentes e corruptas e a colonização das agências reguladoras por extremistas servis às empresas concessionárias.

O padrinho eleitoral de Nunes, o governador bolsonarista e privatista Tarcísio de Freitas, que privatizou a Sabesp, companhia de abastecimento de água, agora culpa o governo federal pelos efeitos nefastos da entrega da companhia estatal para a italiana ENEL.

Ricardo Nunes segue o mesmo caminho de transferir a responsabilidade para a União, quando na realidade é grandemente culpado pelos prejuízos causados à população e à economia da cidade com o apagão, pois falhou em fazer o básico do básico de uma administração municipal, que é o trabalho de zeladoria, como o manejo de árvores.

Nunes é reincidente na incompetência e omissão. Em novembro de 2023 mais de três milhões de pessoas ficaram sem energia elétrica na capital paulista por falhas da ENEL e queda de árvores não podadas pela Prefeitura.

A situação caótica durou seis dias, com milhares de casas e estabelecimentos sem luz devido à incompetência conjugada da ENEL e do governo Nunes. E hoje, três dias depois do apagão ocorrido no dia 11, 400 mil imóveis ainda continuam sem energia, vítimas do jogo de empurra-empurra do prefeito e a ENEL.

Assim como Nunes, o bolsonarista Sebastião Melo também faz muito mal a Porto Alegre e à população da capital gaúcha. Ele é responsável direto pelo desastre catastrófico vivido em Porto Alegre devido ao evento climático severo de maio passado.

Mesmo depois dos temporais de setembro e novembro de 2023, quando alguns bairros alagaram apesar do nível baixo das águas do Guaíba, a administração Melo nada fez para prevenir e proteger a cidade diante de novos eventos previstos pela meteorologia para acontecerem na época que de fato aconteceram.

Melo continua deixando a cidade desprotegida e exposta a riscos de novas catástrofes. Na sexta-feira 13 de setembro, vários bairros da cidade ficaram alagados devido a uma chuva de baixa intensidade e curta duração porque a prefeitura não fez o básico do básico, ou seja, a limpeza e desentupimento de bueiros, a energização das casas de bombas e a manutenção do sistema de proteção de enchentes.

Portanto, a cidade continua desprotegida até hoje em decorrência da gestão incompetente do governo Melo. E, também, devido à corrupção.

Um diretor do DMAE, o Departamento de Águas e Esgotos de Porto Alegre, foi denunciado pelo MP por receber propina nos serviços de manutenção preventiva e corretiva do sistema de drenagem da água da chuva.

A corrupção, porém, não é restrita ao DMAE; é sistêmica no governo Melo.

No ano passado a Polícia Civil desbaratou um esquema que desviou quase R$ 100 milhões na Secretaria de Educação. A secretária da Pasta, assim como outros/as três diretores/as, foram presos/as.

Como tem dito a candidata Maria do Rosário, enquanto falta apoio aos professores, as escolas estão abandonadas e as crianças estão fora da creche e da pré-escola, tem gente andando de Ferrari comprada com dinheiro de corrupção.

Em agosto último o MPF mandou a PF abrir inquérito para investigar pelo menos R$ 173 milhões desviados na parceria da secretaria de Saúde com um grupo privado para gerir um hospital do extremo-sul da cidade.

Os recursos do orçamento municipal que não chegam ao SUS para reduzir filas e aumentar os atendimentos são desviados em esquemas corruptos de diretores da administração Melo com empresários.

Ricardo Nunes e Sebastião Melo começaram o segundo turno com franco favoritismo à reeleição.

No entanto, a repetição do descalabro em São Paulo com o apagão elétrico, e a evidenciação da corrupção sistêmica na prefeitura de Porto Alegre podem abalar as pretensões destes dois bolsonaristas.

*Via https://www.brasil247.com/