30 abril 2019

Luto no samba: Morre a cantora Beth Carvalho aos 72 anos



Madrinha do Samba e um dos maiores nomes da música brasileira, Beth Carvalho estava internada no Rio desde janeiro

Por Redação*
Autora de verdadeiros “hinos” da música brasileira como “Andança” e “Coisinha do pai”, a cantora e compositora Beth Carvalho morreu no final da tarde desta terça-feira (30), aos 72 anos, no Rio de Janeiro. A Madrinha do Samba estava internada Hospital Pró-Cardíaco, em Botafogo, Zona Sul da cidade, desde o início de 2019. A causa da morte ainda não foi divulgada.
“Nossa querida Beth Carvalho partiu hoje as 17:33, cercada do amor de seus familiares e amigos. Agradecemos todas as manifestações de carinho e solidariedade nesse momento. Beth deixa um legado inestimável para a música popular brasileira e sempre será lembrada por sua luta pela cultura e pelo povo brasileiro. Seu talento nos presenteou com a revelação de inúmeros compositores e artistas que estão aí na estrada do sucesso. Começando com o sucesso arrebatador de “Andança”, até chegar a Marte com “Coisinha do Pai”, Beth traçou uma trajetória vitoriosa laureada por vários prêmios, inclusive um Grammy pelo conjunto da obra. Assim que possível, informaremos sobre o sepultamento”, diz uma nota divulgada por Afonso Carvalho, empresário da cantora.
Desde 2009 Beth Carvalho vinha lutando contra fortes dores na coluna. Com 50 anos de carreira, ela chegou, nos últimos meses, até mesmo a fazer shows deitada.
Madrinha de sambistas conhecidos como Zeca Pagodinho e Jorge Aragão, a cantora, além de sua atuação na música, tinha firme posicionamento político à esquerda. Admiradora do ex-presidente da Venezuela, Hugo Chávez e ex-eleitora de Leonel Brizola, Beth Carvalho chegou, em 2018, a gravar um samba em homenagem ao ex-presidente Lula, que havia acabado de ser preso. Relembre aqui.

Chefe das forças armadas da Venezuela: “Golpistas querem derramamento de sangue”

López falou à imprensa e classificou tentativa de golpe como “ato terrorista” de uma oposição “golpista e selvagem” / Foto: Cancilleria Venezuela / Twitter
Publicado no Brasil de Fato*
Por volta das 13h, horário de Brasília, o ministro de Defesa venezuelano Vladimir Padrino López fez um comunicado televisivo em cadeia nacional para dar informações sobre a tentativa de golpe liderada por Juan Guaidóna manhã desta terça-feira (30) e sobre a situação das Forças Armadas Revolucionárias Bolivarianas (FARB).
López considerou que os atos golpistas da oposição estão “buscando mortos, buscando derramamento de sangue em Caracas”. “Todo o derramamento de sangue que aconteça a partir de agora será de responsabilidade dessa tentativa de golpe fascista e antipatriótica. Responsabilizamos vocês por todos os atos de violência que aconteçam nas ruas da Venezuela. São vocês que estão gestando golpes de estado usando nossos militares”, afirmou.
Segundo López, a insurreição golpista por um grupo de oficiais da Base Aérea de La Carlota, localizada no bairro de Altamira, na capital Caracas, já vinha sendo prevista pela inteligência. “Trata-se de uma tentativa de golpe de estado de magnitude medíocre, porque, entre outras coisas, estimamos que 80% do efetivo que foi até a central de distribuição de Altamira foi enganado. Faz parte de uma conduta mitômana de engano para instaurar o caos e até levar à morte um grupo de soldados da pátria que estão cumprindo sua missão. É um ato terrorista”, declarou o chefe das forças armadas.
O ministro informou, ainda, que um “mínimo” grupo de oficiais se insurgiu e sequestrou veículos, metralhadoras calibre 7.62 mm, fuzis de assalto e pistolas, além de munição. Destacou que rapidamente todos os comandos militares do país se comunicaram e que os comandantes naturais se colocaram a frente de suas tropas, “rechaçando uma vez mais a tentativa golpista”. “Todo o resto do país está em completa normalidade cumprindo suas tarefas”, explicou.
Por fim, López reafirmou que “a soberania venezuelana reside no povo, não em nenhum outro país, nem na violência e nem nos golpes de estado” e que “nenhuma agressão à lei, à institucionalidade, à democracia e à constituição será admitida”. “Se tivermos que usar armas para defender esses princípios, usaremos”, concluiu.

DIA DO TRABALHADOR - Com greve geral na mira, centrais finalizam preparação do 1º de Maio

Entidades definiram 14 de junho como data de paralisação nacional contra reformas do governo Bolsonaro

Centrais fizeram greve nacional de impacto em abril de 2017. Agora, querem repetir a dose contra Bolsonaro - Foto: RICARDO STUCKERT

São Paulo – RBA - Com algumas mudanças na grade de atrações artísticas, as centrais sindicais finalizam os preparativos para o ato unitário do 1º de Maio, nesta quarta-feira, a partir das 10h. Amanhã (30) à tarde, dirigentes das entidades vistoriam o palco instalado no Vale do Anhangabaú, na região central de São Paulo, onde haverá também um ato político.
As centrais já definiram o dia 14 de junho para realização de uma greve geral contra as reformas do governo Bolsonaro e em defesa dos direitos sociais. A data deverá ser oficializada durante o evento
A data foi definida na última sexta-feira (26), em reunião na sede da Força Sindical. Na próxima segunda-feira (6), as centrais voltarão a se encontrar para avaliar o ato e discutir os próximos passos. As entidades também programam conversas com movimentos sociais e, particularmente, com sindicalistas do setor de transportes, considerado estratégico para a paralisação. Em relação ao projeto de "reforma" da Previdência, continua a coleta para abaixo-assinado que será entregue ao Congresso.
Antes da greve, em 15 de maio, as centrais participarão de um dia de luta contra a "reforma". Nessa data também ocorre paralisação dos trabalhadores no setor de educação
Os artistas confirmados para o Anhangabaú são a cantora de funk carioca Ludmilla, a dupla sul-mato-grossense Maria Cecília e Rodolfo, outra dupla, esta do interior paulista, Edson e Hudson, a sambista e deputada Leci Brandão, o sambista mineiro Toninho Geraes, o grupo Mistura Popular, a jovem cantora sertaneja Yasmim Santos, de 20 anos, e os goianos Guilherme e Santiago.
O ato político começará às 11h, com representantes das frentes Brasil Popular e Povo sem Medo, além do Fórum Nacional das Mulheres. Ao meio-dia, será a vez dos partidos que se opõem à "reforma" da Previdência e às 13h, falarão os dirigentes das 10 centrais que participam da organização. Depois das falas, vêm as apresentações musicais, com término previsto para as 20h30.

Mobilização

Em reportagem de Ana Carrara, da Rádio Brasil Atual, Adilson Araújo, presidente da Central dos Trabalhadores e Trabalhadoras do Brasil (CTB), fala sobre a resposta que a classe trabalhadora dará diante dos ataques sofridos nos últimos anos, enquanto João Carlos Gonçalves, o Juruna, secretário-geral da Força Sindical, destaca a importância da Previdência Social na distribuição de renda. (Clique no link abaixo para ouvir - e ler mais sobre a organização do evento e a continuidade da luta).

Tempos sombrios...


*Charge via Brasil de Fato

Coluna C&A


Coluna Crítica & Autocrítica - nº 158


Por Júlio Garcia**

*As Eleições Municipais do ano vindouro começam a serem discutidas com mais intensidade pelos partidos políticos existentes em Santiago e Região; afinal, se não ocorrer nenhum “acidente de percurso” que rasgue ainda mais nossa já moribunda Constituição, daqui a pouco mais de um ano teremos o pleito que elegerá os novos mandatários e legisladores municipais.

*Sobre esse tema, o Partido dos Trabalhadores (PT) de Santiago também vem pautando o mesmo, nas várias reuniões que tem realizado. Segundo divulgado em recente Nota à Imprensa, “o PT de Santiago pretende priorizar, desde já, a construção de uma forte nominata de pré-candidatos(as) para a Câmara de Vereadores, buscando recuperar, na próxima legislatura, o importante protagonismo que já teve no Legislativo Municipal.

Em relação às eleições para o Executivo Municipal, o PT se coloca como oposição ao governo local do PP, bem como aos governos estadual (PSDB e aliados) e federal (PSL e aliados). Os petistas não descartam, ainda, o lançamento de uma candidatura própria, mas assinalam que o partido “está aberto ao diálogo” com todas as forças que se situam no “campo democrático e popular” [PDT em especial] e que queiram construir “uma real alternativa” à continuidade do conservadorismo/clientelismo (representado pelo PP e aliados) que se cristalizou ao longo dos anos no município de Santiago “com brevíssimas interrupções”, destacam.

Para dar continuidade às discussões e viabilizar a participação de um número maior de cidadãos, decidiram [os petistas] priorizar atividades de Formação Política e realizar – à partir da segunda quinzena de abril – uma série de “Caravanas de Reuniões e Debates com a Comunidade” (nos bairros e distritos do município), intercalando com as reuniões de sua Executiva Municipal.”
...
*Lula - Sobre mais este arremedo de “julgamento” (agora realizado, nesta terça-feira, pelo STJ), fico com a posição externada pelo jornalista Ricardo Melo, do aguerrido e lúcido “Jornalistas pela Democracia” (os grifos são deste escriba):

“Discordo de boa parte dos que comemoram uma suposta "vitória" de Lula no julgamento do STJ. Assistimos, isto sim, a mais uma tramoia contra o maior líder popular da história brasileira.

A única decisão justa seria rasgar todo o processo. A sentença original, de Sérgio Criminoso Moro, esmagou o direito conforme a opinião unânime de renomados juristas nacionais e internacionais. Uma condenação sem provas, por "fatos indeterminados" e proferida por um analfabeto [Moro] sem jurisdição para examinar o caso.

Agora, a turma do STJ reduziu a pena aumentada pelos patetas do TRF. Os quatro, vejam só, aplicaram exatamente a mesma redução. Adiou-se a libertação, mesmo humilhante, de Lula. Até lá, a montanha de outros processos fabricados contra Lula corre a jato. Outras condenações estão à vista, anulando na prática a decisão vergonhosa do STJ.

Apenas uma decisão poderia interromper esta onda de ilegalidades: uma determinação do Supremo em respeito à Constituição, que proíbe a condenação de qualquer brasileiro antes do trânsito em julgado até a última instância.

Mas alguém acha que José Toffoli tenha coragem de levar a questão a plenário? Toffoli já se demonstrou um vassalo do que há de pior na "elite" brasileira.

Aliás, vamos recordar. O Brasil tem uma suprema corte dirigida por um rapaz reprovado em concursos para juiz. Não tem competência sequer para uma vara de primeira instância, mas se acha todo poderoso para inocentar a ditadura militar e ressuscitar a censura.

Lula livre já é a única alternativa aceitável para quem ainda defende a democracia no Brasil.”
...

**Júlio César Schmitt Garcia é Advogado, Pós-Graduado em Direito do Estado, Consultor, Poeta e Midioativista. Foi um dos fundadores do PT e da CUT. - Publicado originalmente no Jornal A Folha (do qual é Colunista) em 26/04/2019.

29 abril 2019

LEIA A ÍNTEGRA DO PRONUNCIAMENTO FEITO POR LULA ANTES DA ENTREVISTA


Na entrevista que concedeu aos jornalistas Florestan Fernandes Jr., do El País, e Mônica Bergamo, da Folha de S.Paulo, o ex-presidente leu, antes de começar a responder às perguntas, um pronunciamento sobre o seu caso e a perseguição sofrida por ele em todo o processo até a prisão; confira a íntegra do texto.

CLIQUE AQUI para ler (via 247)

28 abril 2019

VOCÊ PASSA, EU ACHO GRAÇA - CLARA NUNES

Soneto da Buquinagem






“Buquinemos, amiga, neste sebo.
A vela, ao se apagar, é sebo apenas,
e quero a meia-luz. Amo as serenas
angras do mar dos livros, onde bebo.

– álcool mais absoluto – alheias penas
consoladas na estrofe, e calmo, e gebo,
tiro da baixa estante sete avenas
em sete obras que pago e que recebo.

Amiga, buquinemos, pois é morta
Inês de antigos sonhos, e conforta
no tempo de papel tramar de novo.

nosso papel, velino, e nosso povo
é Lucrécio, e Villon, velhos autores,
aos novos poetas muito superiores.”

     Carlos Drummond de Andrade
.....

-Buquinagem, do verbo buquinar, significa procurar e comprar livros usados. Esta é uma pequena edição feita à mão do “Soneto da Buquinagem”, poema de Carlos Drummond de Andrade, que faz parte do livro Viola de bolso – novamente encordoada. Publicada pela Philobiblion em 1955 com tiragem de apenas 100 exemplares, a edição da BBM tem o poema transcrito e assinatura de Drummond.

(De Obra completa, publicado pela Companhia Aguilar Editora.)
*Da página da Biblioteca Guita e José Mindlin, via Jornal GGN

27 abril 2019

'Brasil governado por loucos': imprensa internacional repercute entrevista de Lula - Jornais e sites da Europa, América Latina e Estados Unidos destacam primeira entrevista do ex-presidente como preso político. - Submissão de Bolsonaro a Trump e luta por provar armações de Moro também são citadas


Entrevista Lula mundo
The Guardian, Sputinik News, Telesur, FoxNews, Pagina12. Jornais e sites do mundo reconhecem liderança de Lula e legitimidade de sua 'obsessão' em provar sua inocência
São Paulo – A imprensa internacional repercutiu a primeira entrevista do ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva como preso político, concedida na sexta-feira (26) aos jornais Folha de S.Paulo e El Pais, destacando a afirmação de Lula de que o Brasil passou a ser governado "por um bando de lunáticos" e de que vai lutar para mostrar ao povo brasileiro e ao mundo as armações de Sergio Moro para incriminá-lo e tirá-lo da disputa eleitoral.
O principal jornal da França, o Le Figaro, ressaltou a "obsessão" de Lula, a quem chama de ícone da esquerda, de provar sua inocência, ainda que custe a própria liberdade. "Eu quero sair daqui com a cabeça erguida, como entrei: inocente. Muitas pessoas pensaram que eu teria que fugir, sair do Brasil ou me refugiar em uma embaixada. Mas eu decidi que o meu lugar era aqui. Posso ficar na prisão por cem anos, mas não vou trocar minha dignidade pela minha liberdade", relatou o jornal.
O britânico The Guardian deu destaque a Lula ter classificado os membros do governo Bolsonaro de "lacaios dos Estados Unidos", e reproduziu uma de suas falas sobre o tema "Nunca vi um presidente saudar a bandeira americana. Nunca vi um presidente sair dizendo 'Eu amo os Estados Unidos. Você deve amar sua mãe, você deve amar o seu país. O que é isso de amar os Estados Unidos? Alguém acha mesmo que os Estados Unidos vão favorecer o Brasil?", cita o The Guardian.
canal de notícias americano Fox News, citando reportagem da agência Associated Press, também escolheu ressaltar que Lula quer provar sua inocência das condenações que recebeu por conta das irregularidades cometidas pela força-tarefa da Lava Jato. "Estou obcecado em desmascarar o juiz Moro e aqueles que me sentenciaram. Quero expor a farsa montada no Departamento de Justiça dos Estados Unidos."
A agência russa Sputnik relatou a comparação de Lula, durante a entrevista, do tratamento que a imprensa brasileira dá a ele e a Bolsonaro "Imagina se os milicianos do Bolsonaro fossem amigos da minha família", destacou o site – além de o próprio Bolsonaro residir no mesmo condomínio de um dos acusados pelo assassinato da vereadora carioca Marielle Franco (Psol-RJ), o senador Flávio Bolsonaro (PSL-RJ), filho do presidente, homenageou e empregou familiares de um miliciano, quando era deputado estadual no Rio
O argentino Página 12 citou a passagem da entrevista em que Lula afirma a "maluquice" que chegou ao governo brasileiro. "Vamos fazer uma autocrítica geral nesse país. O que não pode é o Brasil estar governado por esse bando de malucos. O país não merece isso e sobretudo o povo não merece isso", escreveu o jornal.
Na versão em espanhol da entrevista produzida pela filial brasileira, o El País traduziu ressaltou: "Lula está preso, ele quer conversar e sabe que esta entrevista é uma oportunidade para fazê-lo depois de um ano silenciado pela prisão".
A multiestatal teleSUR lembrou do caminho jurídico que tornou a entrevista possível. "O ex-mandatário fez suas declarações durante a entrevista que foi autorizada no último dia 18 de abril pelo presidente do Supremo Tribunal Federal (STF) do Brasil, José Antonio Dias Tóffoli, após um processo legal para sua realização".
*Com informações do Opera Mundi - via https://www.redebrasilatual.com.br

ASSISTA A ÍNTEGRA DA ENTREVISTA DO EX-PRESIDENTE LULA AOS JORNAIS FOLHA DE S.PAULO E EL PAÍS


GLOBO DÁ VEXAME HISTÓRICO E CENSURA ENTREVISTA COM LULA



A edição deste sábado do jornal O Globo, da família Marinho, simplesmente ignora a entrevista concedida pelo ex-presidente Lula, que foi o assunto mais debatido no mundo nesta sexta-feira. Na entrevista, Lula falou sobre sua condição de preso político, do papel da mídia na destruição do Brasil e disse ainda que o Brasil é governado por malucos. Censura da Globo lembra capítulos tristes de sua história, como o veto à campanha Diretas-Já.

O grupo Globo de comunicação provou, mais uma vez, não ter compromisso com a democracia, com seus leitores e com a liberdade de expressão ao censurar a entrevista concedida pelo ex-presidente Lula, que foi o tema mais comentado do mundo nesta sexta-feira. (247)

26 abril 2019

LULA: DURMO TODO DIA COM A CONSCIÊNCIA TRANQUILA. O MORO E O DALLAGNOL TENHO CERTEZA QUE NÃO


Em entrevista aos jornalistas Florestan Fernandes Jr., do El País, e Mônica Bergamo, da Folha de S.Paulo, o ex-presidente Lula diz que "não consegue imaginar os sonhos que teve para o Brasil" para agora ver a situação como está, sob o governo Bolsonaro; o Brasil está sendo governado "por um bando de maluco", disse; ele também fez duras críticas aos ministros e juízes que o condenaram, mas declarou que dorme com a consciência tranquila todos os dias; "Eu tenho certeza que o Dallagnol não dorme, que o Moro não dorme", ressaltou; assista

247- Na primeira entrevista concedida desde que foi preso politicamente, em 7 de abril de 2018, o ex-presidente Lula reforçou sua inocência nesta sexta-feira 26 e disse dormir com a consciência tranquila, ao contrário do que acredita que seus algozes o façam. Ele afirmou, no entanto, que o que mais o preocupa na prisão é a situação do Brasil atualmente. Um trecho de oito minutos do vídeo foi publicado no site do jornal El País.

Ódio do povo, não Mourão, poderá derrubar Bolsonaro


Por Alex Solnik, colunista do 247 e membro Jornalistas pela Democracia*
Outro dia, relendo "O Príncipe", encontrei conselhos elaborados por Nicoló Maquiavel no século XV que podem ser muito úteis a Jair Bolsonaro, já que suspeita de conspiração de seu vice Hamilton Mourão.
"Um príncipe deve dar pouca importância às conspirações se o povo lhe é benévolo, mas quando este lhe seja adverso e o tenha em ódio, deve temer a tudo e a todos". (Capítulo XIX)
"Contra a inimizade do povo um príncipe jamais pode estar garantido, por serem muitos; dos grandes, porém, pode-se assegurar porque são poucos". (Capítulo IX)
"Um príncipe deve estimar os grandes, mas não se fazer odiado pelo povo". (Capítulo XIX)
"A um príncipe é necessário ter o povo como amigo, pois, de outro modo, não terá possibilidades na adversidade". (Capítulo IX)
"Um dos mais poderosos remédios que um príncipe pode dispor contra as conspirações é não ser odiado pela maioria". (Capítulo XIX)
"A natureza dos povos é vária, sendo fácil persuadi-los de alguma coisa, mas difícil firmá-los nessa persuasão". (Capítulo VI)
Isto talvez explique a sua vacilação diante da reforma da Previdência de Paulo Guedes, que a população já começa a odiar. É o medo de ser odiado.
À medida em que lia, fui anotando as citações que tinham alguma coisa a ver com o que está acontecendo hoje no Brasil. Encontrei muitas. Até parece que alguém leu esse manual dos ditadores para Bolsonaro. E ele o transformou em bíblia.
Maquiavel ensina, a certa altura, a dominar uma sociedade que vive em liberdade e parece estar sendo obedecido pelo atual ocupante do Palácio do Planalto:
"Quando aqueles estados que se conquistam estão habituados a viver com suas próprias leis e em liberdade, há três modos de conservá-los: o primeiro, arruiná-los". (Capítulo V)
"Quem se torne senhor de uma cidade acostumada a viver livre e não a destrua, espere ser destruído por ela". (Capítulo V)
Maquiavel ressalta a importância das armas para se manter um regime ditatorial e, de novo, parece ter sido seguido à risca por Bolsonaro:
"Jamais existiu um príncipe novo que desarmasse os seus súditos, mas, antes, sempre que os encontrou desarmados, armou-os; isto porque, armando-os, essas armas passam a ser tuas, tornam fieis aqueles que te são suspeitos, os que eram fieis assim se conservam e de súditos tornam-se teus partidários". (Capítulo XX)
"Quando os príncipes pensam mais nas delicadezas que nas armas perdem seu estado". (Capítulo XIV)
"Todos os profetas armados venceram e os desarmados fracassaram". (Capítulo VI)
Maquiavel também adverte que príncipe não pode ser bonzinho:
"É muito mais seguro ser temido que ser amado". (Capítulo XVII)
"Um príncipe não deve temer a má fama de cruel, desde que por ela mantenha seus súditos unidos e leais". (Capítulo XVII)
"É necessário a um príncipe que queira se manter aprender a poder não ser bom e usar ou não da bondade, de acordo com a necessidade". (Capítulo XV)
Não há problema algum em o príncipe ter as piores qualidades de um ser humano, desde que aparente ser virtuoso:
"Aquele que engana, sempre encontrará quem se deixe enganar". (Capítulo XVIII)
"A um príncipe não é essencial possuir todas as qualidades, mas é bem necessário parecer possuí-las.
Parecer piedoso, fiel, humano, íntegro, religioso". (Capítulo XVIII)
"Todos veem o que tu aparentas, poucos sentem aquilo que tu és e esses poucos não se atrevem a contrariar a opinião dos muitos". (Capítulo XVIII)
"Os príncipes devem atribuir a outrem as coisas odiosas, reservando para si aquelas de graça". (Capítulo XIX)
Ainda que pose de camisa pirata e chinelão, Bolsonaro se parece cada vez mais com o Príncipe de Maquiavel.
*Fonte Brasil 247

25 abril 2019

Nei Lisboa: Catastrófico, desastroso, lamentável…faltam adjetivos para falar sobre o presente do Brasil



Nei Lisboa fará o show principal do Festival da Democracia e Liberdade,
 em Porto Alegre/RS. (Divulgação)
Por Marco Weissheimer, no Sul21*
Nei Lisboa teve o irmão, Luiz Eurico Tejera Lisboa, assassinado pela ditadura militar que se instalou no Brasil após o golpe de 1964 que derrubou o governo constitucional de João Goulart. Além disso, teve outros parentes presos e torturados pela mesma ditadura. “É difícil achar um momento mais doloroso que este”, resume, ao falar sobre possíveis comparações entre o que ocorreu no Brasil pós-64 e o que acontece hoje, pós-Bolsonaro. De fato, há comparações que não podem ser feitas pela dimensão e a natureza das perdas. Mas elas são difíceis de serem feitas também pela dificuldade de definir o que está acontecendo hoje no Brasil. O musico e compositor gaúcho admite uma falta de adjetivos para falar sobre o presente: “Poderia falar de qualquer coisa como catastrófico, desastroso, lamentável, etc. Essas eram palavras que eu usava há três anos, no período do golpe contra a Dilma e do início do governo Temer. Me faltam adjetivos”.
Em entrevista ao Sul21, Nei Lisboa fala sobre a dificuldade de definir o atual momento do Brasil, marcado, entre outras coisas, pela destruição de políticas públicas construídas nas últimas décadas e pela expansão de um clima de ódio, de culto à ignorância e da intolerância no país. “Caminhamos para outro patamar, com uma tremenda regressão cultural, que nos leva a buscar paralelos na Idade Média, e com o aprofundamento do desmonte do Estado e da entrega do patrimônio público do país”.
No domingo (28), Nei Lisboa será uma das principais atrações do 1° Festival da Democracia e da Liberdade, no Vila Flores, em Porto Alegre, evento promovido pela Associação Mães e Pais Pela Democracia em defesa da liberdade de pensamento e de expressão e da diversidade dentro das escolas. Ele fará o show principal do festival, às 15h. A associação foi criada há 2 meses a partir de um movimento autônomo surgido das redes sociais, motivado pelo aumento do medo, autoritarismo, intolerância e incitação da violência, sobretudo no ambiente escolar.O compositor também comenta o ambiente de censura que se alastra na sociedade e dentro das escolas em particular. Pai de uma adolescente, ele viveu uma experiência desse tipo em uma das escolas mais tradicionais de Porto Alegre. “Um professor foi gravado dentro de sala de aula por um aluno, que levou a gravação os pais que, por sua vez, levaram para a direção da escola. O professor acabou advertido pela escola por ter se manifestado sobre o Bolsonaro. Acho difícil que não haja dezenas de exemplos semelhantes dentro da escola em relação ao Lula e a Dilma, que passaram batido e ninguém foi advertido”, assinala. (...)
*CLIQUE AQUI para ler na íntegra. 

24 abril 2019

Chomsky: Lula é o preso político mais importante do mundo

Pensador norte-americano volta a dizer que ex-presidente 'é o prisioneiro político mais importante do mundo' e que, sob sua liderança, Brasil foi a voz 'do Sul global'



Em entrevista ao canal Democracy Now, o linguista Noam Chomsky situou a prisão do ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva em um contexto global e comparou sua situação à do criador do WikiLeaks, Julian Assange (assista vídeo). Historicamente, ele vê a prisão de ambos como similar à do fundador e secretário-geral do Partido Comunista Italiano Antonio Gramsci (1891-1937).

"Alguns podem se lembrar quando o governo fascista de Mussolini colocou Antonio Gramsci na prisão. O promotor disse: 'Temos que silenciar essa voz por 20 anos. Não podemos deixá-lo falar.' Isso é o Assange. Isso é o Lula. Isso é um escândalo."

Chomsky voltou a dizer que Lula “é o prisioneiro político mais importante do mundo”. Ele acrescentou na entrevista: “Você ouve alguma coisa na imprensa sobre isso? Bem, Assange é um caso similar: ‘Temos que silenciar essa voz’”.

De acordo com o pensador, “sob o governo Lula, no início deste milênio, o Brasil foi um dos mais – talvez o país mais respeitado do mundo. Foi a voz do Sul global sob a liderança de Lula da Silva”.

Habeas Corpus

A 2ª Turma do Supremo Tribunal Federal (STF) começou a julgar ontem (12), virtualmente, um agravo regimental no Habeas Corpus (HC) 165.973. Nele, a defesa do ex-presidente Lula pede a anulação da decisão monocrática do ministro Felix Fischer, do Superior Tribunal de Justiça (STJ), que rejeitou em novembro o recurso especial que tentava anular a condenação pelo Tribunal Regional Federal da 4ª Região (TRF4) referente ao tríplex de Guarujá.

Os advogados argumentam no HC que Fischer – relator da Operação Lava Jato no STJ – não poderia decidir sozinho. O recurso de Lula no julgamento virtual na 2ª Turma do STF deve ser rejeitado.

Em fevereiro, o ministro Edson Fachin considerou inviável dar seguimento ao HC 165.973, já que o caso não está encerrado no STJ. O julgamento do recurso nesta corte deve ser realizado depois da Páscoa. Antes disso, o Supremo não anularia qualquer decisão do STJ, por caracterizar “supressão de instância”. Em linguagem comum, equivaleria a “passar por cima” do STJ.


**Confira o depoimento do linguista Noam Chomsky clicando AQUI

23 abril 2019

LULA VENCEU MAS TREVA DA LAVA JATO ESTÁ ATIVA

A hora de Gilmar



*Por Leandro Fortes, para o Jornalistas pela Democracia 
Gilmar Mendes é uma triste figura que Fernando Henrique Cardoso nos deixou de herança, no Supremo Tribunal Federal.
Quando não era moda e exigia coragem de verdade, fui eu quem denunciei as capivaras de Gilmar, na CartaCapital, ao custo de responder a ações judiciais enviesadas, usadas como intimidação explícita, sem qualquer respaldo ou apoio de sindicatos e Abrajis da vida. Ainda assim, nunca baixei a cabeça.
Diante de Gilmar Mendes, a mídia se ajoelhava, servil, pronta para a aceitar todo tipo de absurdo, a começar pelo famoso grampo sem áudio usado para infernizar o governo Lula e desmoralizar a Operação Satiagraha, que prendeu o banqueiro Daniel Dantas. O mesmo Dantas libertado, duas vezes, em menos de 48 horas, por Gilmar.
O ministro não só tinha a mídia na mão como também era o ídolo dos protofascistas, antes do fenômeno Bolsonaro. Era admirado por ser a ponta de lança da direita antipetista dentro do Judiciário, um preposto do PSDB, no Supremo. Seu último grande lance foi impedir que Lula se tornasse ministro de Dilma, em 2016, às vésperas do golpe contra a presidenta.
Com os desarranjos da Lava Jato e ascensão do bolsonarismo, Mendes foi tendo os olhos arrancados pelos corvos que ajudou a criar.
Agora, passou a ser perseguido nas ruas, aqui e em Portugal, onde costuma passear, pela tropa de brasileiros imbecis espalhadas pelo mundo, xingado e achincalhado, ironicamente, por ter abandonado as bravatas e se voltado para o Estado de Direito, assim que percebeu que iria ser engolido pelo leviatã de extrema direita que ajudou a gestar.
Tarde demais.
*Via 247

Lula não vai ser solto, porque a Justiça está presa

Infelizmente, por ser um julgamento político muito antes que técnico, há pouco que esperar do recurso de Lula a ser julgado hoje pelo Superior Tribunal de Justiça.
Ainda que algum dos juízes possa ter consciência dos inúmeros atropelos contidos no processo do triplex do Guarujá – sobre o qual se criou a inédita figura do “atribuído a Lula”, pois este jamais foi seu dono ou fruidor – e em supostos atos de corrupção em contratos que não se sabe especificar quais, é improvável que algum deles se erga a dizer o óbvio.
O Judiciário brasileiro está de tal forma submetido ante a onda de extrema-direita e seu belicismo encarcerador – e reconheça-se que com o prazer ideológico de muitos dos seus integrante – que seria tolice esperar qualquer decisão diferente daquela que está proferida antes mesmo que o processo começasse: Lula é culpado, arranje-se do quê.
Nem mesmo a reversão do seu regime prisional para o domiciliar – afinal, não há razões de periculosidade para mantê-lo numa solitária – deve acontecer, ainda que fosse para apascentar a culpa dos seus julgadores.
A rigor, a prisão que será mantida hoje, mais que a de Lula, é a da Justiça, que não é mais livre para decidir com base nos autos e na consciência.
Prisão por ela mesma decretada quando no julgamento do Habeas Corpus do ex-presidente houve o voto confesso da senhora Rosa Weber, dizendo que sua consciência dizia sim, mas “colegialidade” – versão encolhida da “opinião pública” – a obrigava a dizer não.
Aquele foi o ponto de virada, o momento em que se puseram algemas nos tribunais superiores. Depois disso – e Toffoli e Alexandre de Moraes estão provando agora deste amargo – só podem fazer o que seus carcereiros deixam.
(Por Fernando Brito, in Tijolaço)

22 abril 2019

A carta que Alan García deixou antes de cometer suicídio - 'Nestes tempos de rumores e ódios repetidos que as maiorias creem serem verdadeiros, eu vi como se utilizam de procedimentos para humilhar, causar vexame e não para encontrar verdades'


O ex-presidente do Peru, Alan García (foto), deixou uma carta antes de cometer suicídio. Ele morreu no último dia 17 de abril após atirar contra a própria cabeça, quando policiais chegarem em sua residência para executar um mandado de prisão preventiva.
García, líder do Partido Aprista, estava sendo acusado de receber propina da construtora Odebrecht, quando presidente do país, cargo que ocupou por duas vezes: entre 1985 e 1990 e 2006 e 2011.
Na última mensagem que deixou, o ex-presidente reafirmou sua inocência indicando a perseguição que sofreu pelos 30 anos de política como uma tentativa frustrada de derrotá-lo.
Leia a seguir o texto na íntegra.
“Cumpri a missão de conduzir o Aprista ao poder em duas ocasiões e impulsionamos outra vez sua força social. Eu acho que essa foi a missão da minha existência, tendo raízes no sangue desse movimento.
Por essa razão e por causa dos reveses do poder, nossos oponentes optaram pela estratégia de me criminalizar por mais de trinta anos. Mas eles nunca encontraram nada e eu os derrotei novamente, porque eles nunca encontrarão mais do que suas especulações e frustrações.
Nestes tempos de rumores e ódios repetidos que as maiorias creem serem verdadeiros, eu vi como se utilizam de procedimentos para humilhar, causar vexame e não para encontrar verdades.
Por muitos anos me coloquei acima dos insultos, me defendi e a homenagem dos meus inimigos foi argumentar que Alan García era esperto o suficiente para que eles não pudessem provar sua calúnia.
Não havia contas, nem subornos, nem riqueza. A história tem mais valor do que qualquer riqueza material. Nunca existirá preço suficiente para quebrar meu orgulho como membro aprista e peruano. Por isso que eu repeti: outros vendem, eu não.
Cumpri meu dever em minha política e nas obras feitas em favor do povo, tendo alcançado as metas que outros países ou governos não conseguiram, não tenho que aceitar humilhações. Já vi outros desfilarem algemados guardando sua existência miserável, mas Alan García não precisa sofrer essas injustiças e circos.
Por essa razão, deixo aos meus filhos a dignidade das minhas decisões; aos meus colegas, um sinal de orgulho. E meu cadáver como sinal de desprezo para os meus adversários porque já cumpri a missão que impus a mim mesmo.
Que Deus, a quem eu vou com dignidade, proteja os de bom coração e os mais humildes”.
O texto no original, em espanhol:
“Cumplí la misión de conducir el aprismo al poder en dos ocasiones e impulsamos otra vez su fuerza social. creo que esa fue la misión de mi existencia, teniendo raíces en la sangre de ese movimiento.
Por eso y por los contratiempos del poder, nuestros adversarios optaron por la estrategia de criminalizarme durante más de treinta años. Pero jamás encontraron nada y los derroté nuevamente, porque nunca encontrarán más que sus especulaciones y frustraciones.
En estos tiempos de rumores y odios repetidos que las mayorías creen verdad, he visto cómo se utilizan los procedimientos para humillar, vejar y no para encontrar verdades.
Por muchos años me situé por sobre los insultos, me defendí y el homenaje mis enemigos era argumentar que Alan García era suficientemente inteligente como para que ellos no pudieran probar sus calumnias.
No hubo ni habrá cuentas, ni sobornos, no riqueza. La historia tiene más valor que cualquier riqueza material. nunca podrá haber precio suficiente para quebrar mi orgulho de aprista y de peruano. Por eso repetí: otros se venden, yo no.
Cumpido mi deber en mi política y en las obras hechas en favor de pueblo, alcanzadas las metas que otros países o gobiernos no han logrado, no tengo por qué aceptar vejámenes. He visto a otros desfilar esposados guardando su miserable existencia, pero Alan García no tiene por qué sufrir esas injusticias y circos.
Por eso, le dejo a mis hijos la dignidad de mis decisiones; a mis compañeros, una señal de orgulho. Y mi cadáver como una muestra de mi desprecio hacia mis adversarios porque ya cumplí la misión que me impuse.
Que Dios, al que voy con dignidad, proteja a los de buen corazón y a los más humildes”.
*Com o site Opera Mundi